domingo, 17 de setembro de 2017

A Necessidade da dor

“Espancaram-me e não doeu; bateram-me e nem senti; quando despertarei? aí então beberei outra vez.” Prov 23;35

O ébrio “anestesiado” e, ao que parece disposto a continuar assim. O vulgo zomba: “Evite a ressaca, mantenha-se bêbado”. Pois, essa era a “filosofia” do nosso pinguço em apreço.

Não pretendo me deter sobre o vício do álcool e suas consequências, antes, tecer considerações sobre a dor. Tanto pode ser física, quanto, emocional; em ambas as faces, tem seu efeito benéfico, medicinal, uma espécie de profilaxia contra dores maiores.

“Melhor é ir à casa onde há luto do que ir ao banquete, porque naquela está o fim de todos os homens; os vivos o aplicam ao seu coração. Melhor é a mágoa que o riso, porque, com a tristeza do rosto se faz melhor o coração.” Ecl 7;2 e 3

Num ambiente assim as pessoas consideram a brevidade da vida, além de se colocarem empáticas com a dor alheia; desse modo, melhoram seus corações, se fazem mais sábias; crescem intelectual e emocionalmente.

Quanto à dor física seu “remédio” foi receitado até para crianças, dados os benefícios futuros; “O que não faz uso da vara odeia seu filho, mas, quem ama, desde cedo castiga.” Prov 13;24

Os Preceitos Divinos não trazem nenhuma “Lei da Palmada” onde é proibido aos pais disciplinarem seus filhos como melhor lhes parecer; a criação dos filhos sob disciplina não era assunto do Estado, mas, dever estrito deles. “Educa a criança no caminho em que deve andar; até quando envelhecer não se desviará dele.” Prov 22;6

Não deveriam os infantes serem treinados para ser homossexuais, ou coisas mais pervertidas como está na moda, antes, convinha a disciplina na senda do dever. Senão, o mau caminho seria inevitável, como disse mediante Jeremias: “Porventura pode o etíope mudar sua pele, ou o leopardo suas manchas? Então, podereis vós fazer o bem, sendo ensinados a fazer o mal.” Jr 13;23

Assim, fazer leis mais tolerantes com toda sorte de vícios e más inclinações até pode saciar pleitos de uma sociedade ímpia; porém, desgraçadamente, ao fugir da dor da disciplina pontual, acaba mergulhando na dor maior da maldição global, sem falar na perdição eterna desses fugitivos. “Na verdade a terra está contaminada por causa dos seus moradores; porquanto têm transgredido as leis, mudado os estatutos, e quebrado a aliança eterna. Por isso a maldição consome a terra...” Is 24;5 e 6

Desse modo, só um completo analfabeto bíblico equacionaria a Bondade de Deus com ausência de dores em nossa caminhada, como se, por nos amar O Eterno nos levasse à eternidade voejando num tapete mágico e observado lindos vergéis para fazer mais agradável o voo.

O Senhor Inocente se fez “homem de dores”, e advertiu aos Seus, contra perseguições, calúnias, violências, morte até; coisas que devemos sofrer, se, necessárias; confiantes que a recompensa será dada no além. Aqui somos estrangeiros; o mundo nos odeia.

O Senhor não promete nos livrar de situações dolorosas, antes, passar conosco por elas, para que venhamos haurir o que elas têm de útil para nossa têmpera espiritual; “Quando passares pelas águas estarei contigo, quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti.” Is 43;2

Sófocles escreveu na Tragédia, Édipo Rei, a sina de um homem cujos oráculos predisseram que mataria ao seu próprio pai; assustado com o vaticínio tentou fugir para bem longe evitando o cumprimento de tão nefasta previsão; porém, em sua fuga desentendeu-se com um ancião estranho e o matou. Mais tarde veio saber que aquele era ele seu pai; assim, ao tentar fugir do destino foi-lhe ao encontro.

Pois, mesma a Bíblia não sendo similar ao fatalismo grego, apresentando nossa saga como fruto de nossas escolhas, não dos deuses; mesmo assim, há certo símile entre os “ébrios” que fogem à dor da disciplina na embriaguez dos pecados; ao fazer isso, invés de fugir acabam indo em busca.

Pedro ensinou o que devemos esperar: “Porque é coisa agradável, que alguém, por causa da consciência para com Deus, sofra agravos, padecendo injustamente... Porque para isto sois chamados; pois, também Cristo padeceu por nós, deixando o exemplo, para que sigais suas pisadas.” I Ped 2;19 e 21

“Recebi dos judeus cinco quarentenas de açoites menos um. Três vezes fui açoitado com varas, uma fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo;” II Cor 11;24 e 25 Testemunhou Paulo; todavia, cotejando isso com a grandeza da salvação chamou de “leve e momentânea tribulação.”

A sociedade aconselha: “Se beber, não dirija”; Se Deus quer te dirigir em sendas estreitas, não beba.

“Podes fugir dos outros, mas, não de ti mesmo.” Sêneca

sábado, 16 de setembro de 2017

Obras parciais; perda total

“Agora, porém, completai também o já começado...” II Cor 8;11

Paulo se refere à confirmação da graça voluntaria em favor dos santos necessitados; mas, vamos abstrair isso para vermos melhor a situação dos que abandonam pela metade, algo que, começaram com intenções inteiras.

Melhor nem iniciar, que, lançando mão ao arado, olhar para trás. O Senhor ilustrou assim: “Qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro fazendo as contas dos gastos, para ver se tem com que acabar? Para que não aconteça que, depois de haver posto os alicerces, não podendo acabar, todos que a virem comecem escarnecer dele, dizendo: Este homem começou edificar e não pôde acabar.” Luc 14;28 a 30

Isso posto deveria ensejar uma revisão em certas “conversões” em que o pecador é coagido a confessar com os lábios o que o coração não crê ainda, sequer, entende.

Se, careço calcular os gastos devo ter a mínima ideia do que está em jogo antes de decidir seguir a Cristo. Zelo sem entendimento, segundo Paulo, era a situação de muitos judeus; conversão sem entendimento não é possível. A decisão pode ser instintiva, pontual, depois, requer discipulado, ensino do exato peso do “jugo suave”. Conversões não acontecem em cultos; lá nascem decisões que precisam ser encorajadas, fomentadas, pois, a conversão veraz é um processo mais longo.

O Senhor nunca apoiou emoções superficiais, pretensos seguidores com mesquinhos interesses ou coisas assim. Na Parábola do Semeador mencionou as sementes caídas sobre pedras, cujas raízes superficiais não sustentariam a planta ao primeiro sol mais intenso, figurando os “convertidos” emocionais.

Spurgeon dizia: “Ninguém é obrigado a se declarar cristão; mas, se o fizer, diga e se garanta”. Ou seja, comporte-se como um dos tais. Não se entenda com isso, porém, o postulado de que os veros cristãos são fortalezas espirituais, perfeição moral, gente que jamais peca; longe disso. Somos fracos, suscetíveis às tentações, pecamos por atos, desejos, omissões...

Contudo, se somos convertidos deveras, cada vez que falhamos a consciência nos incomoda, sentimos pressa de buscar perdão, e, desejo íntimo de ser mais prudentes para, não incorrermos de novo no mesmo erro. Em suma, um convertido ainda peca, mas, sente-se desconfortável com a sombra do pecado.

Isso se dá porque a vera conversão não cogita como recurso abandonar a obra, antes, reparar eventuais brechas, seguir adiante. Alguns fraquejam, apostatam, mas, são exceções, não regra.

Pedro aludiu a uns que não apenas se apartaram da corrupção do mundo via conversão, mas, galgaram ministérios e depois deixaram a fé. Ouçamos sua apreciação: “Porquanto se, depois de terem escapado das corrupções do mundo, pelo conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, forem outra vez envolvidos nelas e vencidos, tornou-se o seu último estado pior do que o primeiro. Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça, do que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado; deste modo sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao seu próprio vômito; a porca lavada ao espojadouro de lama.” II Ped 2;20 a 22

Sempre é possível voltar atrás, por mais longe que nos tenhamos afastado; porém, teremos que fazer isso com as informações que possuímos, como o pródigo entre os porcos. O “fato novo” foi apenas o agravamento da sua miséria que o instou a considerar com outro olhar a casa paterna.

Os que entristeceram gravemente ao Espírito Santo tendo maculado Sua Luz, também podem ainda voltar, mas, isso se dará mais ao peso de suas misérias, que ao auxílio de um renovo espiritual. “Porque é impossível que os que já uma vez foram iluminados, provaram o dom celestial, se tornaram participantes do Espírito Santo, provaram a boa palavra de Deus, as virtudes do século futuro e recaíram, sejam outra vez renovados para arrependimento; pois, assim, quanto a eles, de novo crucificam o Filho de Deus, e o expõem ao vitupério.” Heb 6;4 a 6

Todos somos obras incompletas, anjos em construção guiados pelo Espírito Santo e assim será até o fim. “Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo;” Fp 1;6

Quantas vezes ouvimos ou falamos o proverbial, “eu era feliz e não sabia”; às vezes dores que agora nos parecem insuportáveis nem são tão intensas assim; nossos devaneios por facilidades é que tendem a nos acovardar na luta.

Então, não deixe sua obra inacabada por difícil que ela pareça; o que nos está proposto é tão nobre que justifica e recompensa às agruras todas do mais estreito caminho. Se você está em Cristo e persevera, saiba que, mesmo chorando hoje, sua escolha é feliz; a chegada vai te mostrar.

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Por que o Temer não cai?

“Noventa por cento dos políticos dão aos 10% restantes uma péssima reputação.” Henry Kissinger

Há muito nossa política deixou de ser gládio de ideias e se tornou caso de polícia. Invés do saudável debate pela aprovação de projetos de interesse social, o que vemos é uma eterna luta por sobrevivência de criminosos apanhados nas mais flagrantes falcatruas; mesmo assim seguem impunes, graças aos conchavos políticos, e a um STF abaixo da linha de pobreza moral que é célere em libertar corruptos, e sonolento em aplicar as devidas punições.

Duas denúncias graves pesam sobre o Presidente Temer; a primeira já foi arquivada e a segunda certamente será também. Aí as pessoas se perguntam: “Se Dilma caiu por que não ele?”

Bem, duas coisas são vitais para um processo bem sucedido de impeachment; uma causa necessária e outra, suficiente. A causa necessária para a denúncia é que algum crime tenha sido cometido; a causa suficiente é o julgamento político onde o apoio de dois terços do Congresso basta para “blindar” e arquivar uma denúncia, ou, confirmá-la, como foi com Dilma.
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No caso da Presidente houve flagrante crime de responsabilidade, bem como caixa dois, amplamente confirmado por robustas provas, que o suspeito Gilmar Mendes se ocupou em fazer vistas grossas. Além da denúncia do Palocci de que a coisa era bem pior que parecia; contudo, seu impedimento derivou apenas do crime de responsabilidade que era o que continha a denúncia.

Os números de seu governo desastrado, desemprego, aumento de tarifas, inflação, etc. minaram sua “base”; e na hora do processo, sequer um terço da casa estava com ela, de modo que, o concurso da causa necessária, o crime, e a suficiente, dois terços contra, culminou com sua queda.

Mesmo sendo enlameado por toda sorte de interesses mesquinhos, a coisa passa longe de ser golpe como dizem os petistas, pois, é prevista em Lei. Foi presidida pelo presidente do STF. Assim, justo, ou, injusto, sujo, ou, limpo, é processo legal.

Agora Temer, enlameado em denúncias de corrupção, porém, com a caneta na mão, leia-se cofre, e uma súcia de safados loucos para trocar “apoio” por liberação verbas para que façam bonito em suas bases, ( ano que vem tem eleição ) mesmo havendo sobejas causas reais para a denúncia, parece não haver a suficiente, a maioria no Congresso está à venda; com nosso dinheiro ele pode comprar.

Pior é que os esquerdistas, hoje oposição, gritam pelo impeachment do Temer não porque sejam contra à corrupção; basta ver como defendem o Lula, mas, porque são contra Temer, pelo qual sentem-se traídos afinal, era um dos deles.

Aliás, o desvio no fundo de pensão da Petros chega a 18 bilhões, no BNDS a coisa é daí para pior; mas, outro dia a Presidente do PT Gleisi Hoffmann comemorou a quebra do “porquinho” do Geddel dizendo que o PT não é o partido das malas de dinheiro.

Ora, dezoito bi são exatamente 360 montinhos daqueles que foram aprendidos na Bahia. Mas, parece que a ética que ela defende é que se os olhos não veem o bolso não sente. Que gente sem caráter, que nojo!!
Claro que, comprovadas as denúncias contra Temer sobram motivos para sua queda; contudo, duvido.

Malgrado seja um humor que nos dá prejuízo, chego a achar graça do esperneio dos petistas; acusaram ao Temer de comprar apoio para engavetar a denúncia; têm razão, ele comprou mesmo.

Porém, nos dias do mensalão nem era com liberação de emendas, mas, com uma mesada aos deputados corruptos que o Governo Lula os comprava e aprovavam o que ele quisesse; até, isenções de tributos às montadoras, leis vendidas, como denunciou o Palocci.

Provas pipocaram, mas, o Lula disse que foi traído, não sabia de nada; o Congresso e$clarecido “acreditou”; fez então o que o Temer faz agora.

Parece que Deus está julgando ao mesmo tempo os petistas que usaram dinheiro público pra comprar apoio, (agora esperneando enfraquecidos alienados dos cofres) e o país de modo geral; tanto o Temer, quanto, essa corja de safados venais estão lá porque foram votados.

Estamos entre a cruz e a espada; se ficar,como tudo indica, seguiremos roubados mais um ano; caso o processo seja aceito, a coisa arrasta-se uns seis meses ainda, a novela policial monopolizando o País, e a alternativa a ele é o porcaria do Rodrigo Maia, farinha da mesma espiga.

Isso durará por um ano ainda, acho; ano que vem haverá eleições, contudo, muitos dos “indignados” atuais são apenas indignos, pois, não veem a hora de votar outra vez nos corruptos de estimação. Não aprenderam nada.

Para mim, candidato sem ficha limpa, seja da PQP que for, está fora. Meu dinheiro não é capim.

Fraudes Espirituais

“Mas, tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de evangelista, cumpre teu ministério. Porque já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício; o tempo da minha partida está próximo.” II Tim 4;5 e 6

Paulo às portas da morte dando as últimas instruções ao seu discípulo Timóteo. Muitos vão se desviar da verdade, mas, tu, sê sóbrio, faze a Obra, porque estou indo já. Ele estava passando o bastão a alguém idôneo, e exortando-o a continuar assim.

Dois aspectos chamam atenção na final da carreira de Paulo: segurança e altruísmo. Que diferente a postura dele das de “cristãos” modernos que padecendo uma doença terminal, agarram-se com unhas e dentes à vida, “ordenam, determinam decretam” a cura, como se Deus lhes devesse porque resolveram se apossar de algumas promessas na hora difícil.

A entrega de nossas vidas a Cristo enseja a salvação, reconciliação com Deus; depois, como um efeito colateral, livra-nos do medo da morte. “Como os filhos participam da carne e do sangue, também ele ( Cristo ) participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo; e livrasse todos os que, com medo da morte, estavam por toda vida sujeitos à servidão.” Heb 2;14 e 15

Não significa que um convertido tenha pressa de morrer; tampouco, teme; sua fé acena com algo venturoso no porvir, isso “anestesia” eventuais temores naturais. O mesmo Paulo abordou assim: “Porque para mim viver é Cristo; morrer é ganho. Mas, se, viver na carne me der fruto da minha obra, não sei então o que deva escolher. De ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir, e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor.” Fp 1;21 a 23

Infelizmente, uma geração de pilantras modernos, travestidos de pregadores perverteu a fé, de uma confiança irrestrita em Deus, para uma força que nos serve e faz acontecer o que desejamos.

“Crede em Deus; crede também em mim”, ensinou O Salvador. Se, a fé é em Pessoas, descansa na integridade Delas, a despeito do que façam, confia; agora se tenho fé naquilo que quero, sequer a tenho estritamente; é apenas um instante desejo de me evadir às minhas angústias a todo custo; Deus é apenas um pretexto aos meus medos, uma ímpia tentativa do cooptar O Santo ao que quero, por desconfiar da sabedoria e conveniência do que Ele quer.

Os jovens ameaçados com a fornalha em Babilônia são um exemplo edificante de fé sadia. Nabucodonosor perguntara: “Qual Deus vos poderá livrar das minhas mãos?” Eles responderam: “O nosso Deus, a quem servimos nos pode livrar; ele nos livrará da fornalha de fogo ardente, e da tua mão, ó rei. Se, não, fica sabendo ó rei, que não serviremos a teus deuses nem adoraremos a estátua de ouro que levantaste.” Dn 3;17 e 18

Isso sim é uma fé! Não atrelou a obediência a nenhum livramento dizendo: “Porque cremos, nosso Deus nos livrará”; antes, “Ele pode; se não, mesmo assim obedeceremos ao Seu mandamento de não adorarmos imagens esculpidas”. Esse “se não” faz toda a diferença entre uma fé saudável que se entrega e confia, e outra arrogante que acha que Deus lhe deve satisfações somente porque ela diz crer. Deus quis e os livrou; mas, seguiria sendo Deus Santo e Justo se os deixasse perecer e os recompensasse apenas no porvir.

Até agora nos ocupamos somente da segurança de salvo de Paulo; porém, seu altruísmo fica evidente ao passo que, mesmo preso em Roma ocupou-se de escrever instruções pormenorizadas aos que seguiriam após ele. Invés de lavar as mãos dizendo, agora é com vocês, cumpri minha parte; antes, ansiava ficar, em espírito, nas instruções saneadoras que deixava.

“Pregues a palavra, instes a tempo, fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda longanimidade e doutrina. Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências;” II Tim 4;2 e 3

Enfim, tanto a conversão nos livra do medo da morte, quanto, do egoísmo; o ego deve ser deixado na cruz.

Então, “cristãos” tremendo de medo da morte, ou, com aspirações egoístas, são fraudes visíveis à distância como uma cidade sobre um monte. Infelizmente, grande leva de professos cristãos atuais ainda carece se converter de suas “conversões”.

“– O cristianismo de hoje não transforma as pessoas. Pelo contrário, está sendo transformado por elas. Não está elevando o nível moral da sociedade; está descendo ao nível da própria sociedade, congratulando-se com o fato de que conseguiu uma vitória, porque a sociedade está sorrindo enquanto o cristianismo aceita a sua própria rendição!” A. W. Tozer

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

A mesmice nova

“Por isso não deixarei de exortar-vos sempre acerca destas coisas, ainda que bem as saibais, e estejais confirmados na presente verdade.” II Ped 1;12
Vocês já sabem; estão confirmados; mesmo assim, seguirei exortando-vos sobre isso. Vulgarmente chamamos isso de chover no molhado.

Aquilo que aprendi no colégio, eventualmente me serve conforme circunstâncias da vida; aprendi de uma vez por todas, ou, não, mas, a coisa deixou de ser-me ensinada em dada ocasião. Por que no âmbito espiritual não é assim? O sujeito aprende gradua-se sai da escola e usufrui ao longo da vida?

Bem, algumas razões a considerar; Primeiro, o conhecimento espiritual é muito mais que mera propriedade intelectual; é necessário para exercício diário, pois, as tentações não são um teste de 
conhecimento estritamente, antes, o conhecimento da Vontade Divina requer o alinhamento submisso da nossa vontade, para que sejamos aprovados.

Primeiro deparamos com Sua Vontade negativa, o quê devemos evitar; feito isso, nos conduzirá ao aspecto positivo, como devemos proceder. “...apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas, transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

Contudo, caso sejamos aprovados nalgum teste, isso não encerra o assunto, como se o inimigo dissesse: Esse é servo de Deus, vou deixá-lo em paz. Antes, quanto mais perto de Deus estamos, mais esforça-se em sutilezas, ardis, para achar alguma brecha. Como suas tentações ocorrem o tempo todo através desse ímpio sistema que ele domina, a meditação, o aprendizado, e prática da Palavra de Deus deve ser contínua; uma espécie de “tentação” do bem como contraponto, aos muitos apelos do maligno. Alguém disse: “A verdade deve ser repetida em palavras todos os dias, porque o mal repete-se em ações.”

O salmo primeiro segue caminho semelhante: Adverte contra o conselho dos ímpios, o caminho dos pecadores a roda dos escarnecedores, depois, acresce: “Antes, tem seu prazer na lei do Senhor; na sua lei medita dia e noite.” V 2

Entretanto, além dos testes diários para preservação da vida espiritual, a graduação que O Eterno tem em mente é mui excelsa. Os ensinadores foram dados mesmo sendo os próprios, ainda aprendizes, estando mui aquém do alvo. “Ele mesmo deu uns para apóstolos, outros para profetas, outros, evangelistas, outros, pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo.” Ef 4;11 a 13

Assim, se alguém já atingiu essa estatura pode parar de aprender; onde está o abençoado?

Desgraçadamente, o labor de grande parte da “igreja” atual não está nem aí para vida eterna; seu alvo é que os ímpios prosperem nessa vida, invés de renunciarem à impiedade pelo conhecimento do Santo, para adentrarem àquela.

Quem mira no alvo errado, mesmo acertando “na mosca” seu disparo acaba inútil. Noutras palavras: “Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder sua alma? Ou que dará o homem em recompensa da sua alma?” Mat 16;26

Se, mirarmos a salvação, o conhecimento espiritual e a prática do que conhecemos acaba inevitável. “A vida eterna é esta: que conheçam a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” Jo 17;3

Shakespeare colocou nos lábios de uma personagem: “Há muito mais entre o Céu e a Terra do que supõe nossa vã filosofia”. Pois, poderíamos dizer que há infinitamente mais do sabe e vive o mais sábio dos santos, ao alcance dos que desejam de fato, conhecer a Deus. O preceito é: “Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor...” Os 6;3

Assim, as “mesmas coisas” de Pedro, ou, outro qualquer, se revestem de novidades sempre, uma vez que, O Espírito Santo que habita nos salvos forja uma compreensão progressiva; não raro, aquilo que pensávamos saber já, de repente, sem mais nem menos se nos abre muito mais amplo e precioso que supúnhamos. As mesmas coisas se tornam novas.

Enfim, o conhecimento é arma poderosa, pois, não estamos numa faculdade, antes, num campo de batalha. O mundo é um deserto moral, espiritual; nele somos desafiados a lutar pela sobrevivência. Nesse cenário, vindo a sede o soldado bebe sempre do mesmo cantil; cada vez que o faz, preserva suas condições básicas de vida.

O risco não é que bebamos sempre do mesmo; mas, que alguém traga-nos “água” diferente; “Ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado seja anátema.” Gál 1;8

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

O "ódio das elites"

“A integridade parte da verdade, e a verdade da honestidade, e a honestidade da consciência.” Bruno Cidadão

Integridade trata de inteireza, completude de algo, ou, alguém. No aspecto psíquico todos temos; digo, somos almas plenas, íntegras, indivisíveis; daí, indivíduos. Entretanto, no prisma moral trata-se de jóia rara, difícil de encontrar.

Quantas vezes ouvimos lapsos de integridade em frases como: “Ele é um ótimo sujeito, mas, quando bebe, sai da frente”; ou, “Ele é boa gente, mas, se esquenta a cabeça costuma fazer bobagens”; ainda, “Não costuma fazer isso, mas, as más companhias...” etc. Tudo gente boa, que sempre tem um, mas, que revela sua desintegração moral, comportamental.

Integridade, por sua natureza não pode ser fragmentária; ou o sujeito possui inteira, ou, nada. Como não existe meio virgem, meio grávida, também não, meio íntegro.

Um aspecto que a esquerda brasileira tem desconsiderado são os efeitos colaterais de sua “moral”, tentando reduzir a opção oposta apenas a um viés econômico. Assim, se sou contra a esquerda, sou elitista, coxinha, inimigo dos pobres, defensor dos exploradores da miséria, contra a inclusão social, etc. enquanto, eles seriam isso tudo.

Bem, as muitas fraudes nos programas sociais, o oceano de corrupção pra contraponto aos riachos de distribuição de renda, a tsunami de desemprego derivada da roubalheira e incompetência, os abusivos preços da energia elétrica e combustíveis para compensar a má gestão, etc. insistem em desmentir que eles sejam essa joia toda no prisma econômico.

Entretanto, ainda que fossem o supra-sumo da competência, que a economia sob sua batuta fosse uma harmônica sinfonia, restariam sobejas razões para homens de bem rejeitarem-nos por motivos paralelos.

Eles defendem o aborto que, para a imensa maioria é algo abjeto, detestável; invés de apenas respeitar aos direitos dos homossexuais, como convém, tentam glamurizar, promover; pior, a famigerada exposição do Santander Cultural, com nosso dinheiro, acariciava também à pedofilia; criaram “espetáculos” de “arte” em faculdades cujo talento aplaudido era andarem nus em círculo os “artistas” enfiando um o dedo no ânus do outro, o “nível superior" que forjavam; mais, se tiverem que optar entre disciplina e marginalidade sempre ficam com o plano B, o bandido invés do policial que seria o opressor; a maioria deles é pela liberação das drogas, algo extremamente deletério pra sociedade, por fim, seu engajamento na “desconstrução da moral cristã” nome bonito que dão ao desrespeito para com a fé alheia, ao vilipêndio de símbolos religiosos, ou, objetos de culto.

Com essa amostra toda, sinceramente me surpreende que tenham conseguido vencer quatro eleições majoritárias. Um homem íntegro não pode escolher como representantes pessoas que defendem coisas que afrontam valores que lhe são caros sem se desintegrar; teriam eles recebido uma “ajudinha” das urnas eletrônicas, ou, conseguido arrastar o pleito apenas para o prisma econômico, onde, mesmo tendo falhado grotescamente, via marketing, fraudes de prestações de contas conseguiam ir fingindo que a coisa andava bem?

Outro dia ouvi o Lula dizendo que o crescimento de Jair Bolsonaro em pesquisas é fruto do ódio da direita, das elites; extraordinário como eles são defensores do amor! O aborto é ódio contra a vida; as drogas contra a sanidade, a lucidez; o homossexualismo contra a moral, os bons costumes; a profanação de símbolos religiosos, contra a fé alheia; o vilipêndio da arte, contra a cultura... Quem é pós-graduado na disseminação do ódio?

Ora, eles se comportam de modo tal, que se torna impossível um homem íntegro e coerente escolher suas propostas sem deixar de ser o que é, todavia, o fazemos por ódio? Não senhores, Bolsonaro, ou, qualquer candidato com predicados semelhantes é fruto de nossa coerência entre valores que acreditamos e representantes que comissionamos.

A decadência da esquerda não é filha do ódio, é consequência da luz, de ter enfim caído a máscara dos corruptos totalitários e intolerantes transfigurados em democratas defensores dos fracos.

Eles sentem-se justificados diante das denúncias contra Temer e asseclas, ignorando convenientemente que andaram de mãos dadas por mais de uma década. Para eles, desemprego, os preços dos combustíveis e outras mazelas atuais são frutos dos “golpistas”, não, a colheita inevitável de sua semeadura. 

Aliás, a lei sequer permitia que o BNDS investisse fora do país seu fim era fomentar o desenvolvimento nacional, mas, em 2007, Lula assinou um decreto mudando isso e, segundo dados preliminares, mais de seis bilhões tiveram como destino ditaduras de “companheiros” e uma grossa fatia ao PT.

Em suma, rejeitá-los não é nenhuma indiferença com os pobres, fruto de nenhum ódio ou coisa assim; antes, um exercício natural, inevitável, para qualquer cidadão íntegro que preza isso e quer continuar assim.

Enfim, os discursos bonitos da esquerda foram balançados no crivo do tempo e saíram junto com os ciscos.

terça-feira, 12 de setembro de 2017

A Fé e as Montanhas

“Bem-aventurado o homem cuja força está em ti, em cujo coração estão os caminhos aplanados.” Sal 84;5

Quem escolhe nossos caminhos não são os passos; antes, os corações. Embora, coração seja uma metáfora para condensar nosso âmago, a essência do ser, nossa mentalidade, desejos e emoções.

O “coração” psicológico, diferente do biológico que pulsa no peito, atua no cérebro; planejando, querendo, sentindo, reagindo. Nossos passos são apenas meios de expressarmos decisões dele.

Óbvio que o texto Bíblico atina a esse. Entretanto, os caminhos do coração podem ser acidentados, montanhosos, habitando neles a impiedade, pois, a promessa de ventura atina aos corações fortalecidos em Deus, que têm em si caminhos planos.

Uma figura comum em nossa cultura é a retidão; a perseverança contínua no rumo certo em direção ao alvo, o caráter; o caminho plano, por sua vez, sugere algo nivelado, que não sofre acidentes verticais, o que demanda constância na relação com o Alto, Deus. Essa figura para a integridade espiritual é muito usual na literatura hebraica.

Isaías pré-anunciou a mensagem de João Batista nesses termos: “Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor; endireitai no ermo, vereda, ao nosso Deus. Todo vale será exaltado, todo o monte e outeiro serão abatidos; o que é torcido se endireitará; o que é áspero se aplainará.” Cap 40;3 e 4

Vindo o enviado, reiterou: “Porque este é o anunciado pelo profeta Isaías, que disse: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai suas veredas.” Mat 3;3

Se, o texto dos salmos fala do coração do homem, a mensagem do Batista atinava à sociedade feita de montes e vales. Os mais baixos, as prostitutas, os publicanos, gente socialmente rejeitada; altos, os líderes religiosos, os escribas, gente que, imaginava-se perto de Deus enquanto a “plebe que não sabe a Lei é maldita” diziam.

Quando João os exortou: “preparai o caminho”, não era para que O Senhor pudesse vir; antes, preparai os corações, dai ouvidos, pois, O Senhor vem e vai falar. Afinal, Ele disse: “Eu sou o caminho...” Contudo, alguns eram tão seguros de si, refratários ao Senhor, que, mesmo corroborando Suas Palavras com Obras, ainda assim não se deixavam convencer.

“Rodearam-no, pois, os judeus, e disseram-lhe: Até quando terás nossa alma suspensa? Se tu és o Cristo, dize-nos abertamente. Respondeu-lhes Jesus: Já vos tenho dito, e não credes. As obras que faço, em nome de meu Pai, essas testificam de mim. Mas, vós não credes porque não sois das minhas ovelhas, como já vos tenho dito. As minhas ovelhas ouvem a minha voz, eu conheço-as, e elas me seguem.” Jo 10;24 a 27

Seus corações montanhosos seguiam endurecidos; “já vos disse e não credes... não sois minhas ovelhas... elas ouvem minha voz...” Quando se diz que a fé remove montanhas, a maioria cogita obstáculos externos, sem considerar que os montes que incomodam a Deus estão em nossos corações, e esses, a fé Nele pode remover, à medida que enseja arrependimento, confissão e mudança de rumos.

Vejamos sete montes desprezíveis ao Senhor: “Estas seis coisas o Senhor odeia, e a sétima sua alma abomina: Olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, coração que maquina pensamentos perversos, pés que se apressam a correr para o mal, testemunha falsa que profere mentiras, e o que semeia contendas entre irmãos.” Prov 6;16 a 19

Assim como a cidade endereço da Besta segundo a Bíblia está geograficamente sobre sete montes, os corações dos que se alienam na incredulidade também trazem esses “acidentes geográficos” que O Santo abomina.

“Bem aventurado o homem cuja força está em ti...” isso é dependência, submissão; aos que se colocam assim O Eterno fortalece. Mas, os orgulhos dos “olhos altivos” são “bons” demais para reconhecerem pecados; aí, os “vales” entram e os montes presunçosos ficam; “...os publicanos, tendo sido batizados com o batismo de João, justificaram a Deus. Mas, os fariseus e doutores da lei rejeitaram o conselho de Deus contra si mesmos, não tendo sido batizados por ele.” Luc 7;29 e 30

Esse é o nivelamento Divino; não há grandes ou pequenos, há pecadores. Malgrado a sociedade tenha lá suas classes, para Deus “Todos pecaram e carecem da Sua Glória”; a todos, pois, a mensagem é igual: “Arrependei-vos e crede no Evangelho”. Os que isso fazem, mesmo que tragam em si cordilheiras de iniquidade, há eficácia suficiente no Sangue Bendito de Cristo para fazer “os seus caminhos aplanados.”

Deus nos dirige por Sua Palavra; nossa parte, ouvir, obedecer; “Quanto ao trato dos homens, pela palavra dos teus lábios me guardei das veredas do destruidor. Dirige os meus passos nos teus caminhos, para que minhas pegadas não vacilem.” Sal 17;4 e 5