segunda-feira, 29 de maio de 2017

Operação mãos limpas

“Livrará até ao que não é inocente; porque será libertado pela pureza de tuas mãos.” Jó 22;30

Após acusações infundadas, um dos “amigos” de Jó exortou que ele se apegasse a Deus; entre outros benefícios desse “Apego”, Jó seria vertido num intercessor eficaz, pois, disse, até eventual culpado seria remido pela pureza das suas mãos.

Sem entrar no mérito da falta de noção do interlocutor de Jó, algo de correto, há, no que disse, uma vez que, de um intercessor se espera que tenha acesso perante Deus, para que seja ouvido; e, Jó desfrutava já da aceitação Divina.

“Quero, pois, que os homens orem em todo lugar, levantando mãos santas, sem ira nem contenda.” I Tim 2;8 disse Paulo escrevendo a Timóteo. Ao mesmo, porém, advertiu sobre a prudência quanto à imposição de mãos. “A ninguém imponhas precipitadamente as mãos, nem participes dos pecados alheios; conserva a ti mesmo puro.” I Tim 5;22

Ora, será que o jovem pastor tinha mão impuras, contenciosas? Bem, são duas situações distintas que se usa a imposição de mãos. Uma, quando oramos por um pecador qualquer, rogando pelo suprimento de algo; seja salvação, perdão, saúde, discernimento, etc. nesse caso, quem impõe as mãos identifica-se com as necessidades daquele por quem intercede; Outra, quando consagra alguém perante Deus e a igreja, iniciando-o na investidura ministerial; nesse caso, o ministro identifica-se com o caráter do indicado. Sua imposição de mãos é seu aval à conduta de alguém.

Por isso, o conselho pra ter cuidado, não se precipitar em abonar ninguém, pois, se o fizesse de modo temerário, participaria dos pecados alheios.

Por causa da grandeza dos nossos males, foi necessário para justificação, um intercessor do “Calibre” de Cristo: “Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, feito mais sublime que os céus; que não necessitasse, como os sumos sacerdotes, oferecer cada dia, sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados, depois pelos do povo; porque isto fez ele, uma vez, oferecendo a si mesmo.” Heb 7;26 e 27

Tendemos a não assumir nossas próprias culpas; contudo, os que se convertem, se tornam consortes do Sacerdócio de Cristo, devem aprender a ajudar na remoção, também, das culpas alheias, mediante arrependimento ensejado pela pregação da Palavra.

Desde a Vitória de Cristo, a pureza das Suas mãos tem livrado milhares de culpados, que, graças à persuasão do Espírito Santo, acham arrependimento, e conseqüente perdão. Ciente, pois, da necessidade de submissão Paulo disse que os Coríntios deveriam estar “...prontos para vingar toda a desobediência, quando for cumprida vossa obediência.” II Cor 10;6

Assim, aquele que lava-se na inocência imputada por Cristo aos arrependidos, quando ora, intercedendo, será ouvido. Não que sua oração livrará ao culpado, estritamente; antes, serão sempre os Méritos de Cristo, mas, quem intercede desse modo, coopera com Ele na Obra de Deus.

Desse modo, o conselho desnecessário, sem noção, dado a Jó, para que se apegasse ao Senhor, no que se refere a nós é pertinente, oportuno. Alguns incautos acham que podem mover a Deus fazendo campanhas de oração, tipo: Sete dias disso, doze semanas daquilo, ou, fazendo demoradas orações, vigílias, como se, O Altíssimo prezasse mais, quantidade, que qualidade.

Quando Tiago diz que a “oração de um justo pode muito em seus efeitos”, deixa entendido que é do caráter que Deus se agrada, mais que, oração; pois, essa, só terá efeito se, proceder de lábios justos. O Salvador disse que não devemos nos assemelhar àqueles que perdem-se em vis repetições imaginando que, pelo muito falar, serão ouvidos.

Outros, igualmente incautos, acham que podem suprir o lapso de frutos com volume de cultos, participações na igreja. Do primeiro culto registrado, de Abel e Caim, diz o relato que o Senhor atentou para Abel e sua oferta, porém para Caim e sua oferta, não atentou. Notemos que O Santo avalia primeiro a pessoa, depois, se essa lhe parecer aceitável, então aceita seu culto, oferta, intercessão.

Ironicamente foi, o que o sujeito dissera a Jó que sucederia se ele se apegasse a Deus, justo, o que sucedeu com o apego que ele já tinha. Livrou ao que não era inocente, pela pureza das suas mãos. Ao que falara isso e seus dois amigos que compactuaram. O Eterno repreendeu-os ao final, e ordenou que fossem a Jó para que ele intercedesse, pois, só dele, a oração seria aceita. “...meu servo Jó orará por vós; porque deveras a ele aceitarei, para que eu não vos trate conforme vossa loucura...” Jó 42;8

Em suma; intercessão é algo precioso, mas, não posso receitar a outrem o remédio que recuso para mim. Se, minhas mãos foram limpas, foi porque ouvi a Deus; assim, quando oro, também Ele, me ouve.

domingo, 28 de maio de 2017

Deus é por nós?

“... Se Deus é por nós, quem será contra nós?” Rom 8;31

Muitos tomam esse texto como refúgio, certeza da Divina proteção, na qual, podem descansar. E, não é assim? Depende de quem sejam os “nós” em questão. Todo o contexto imediato atina aos que rejeitam apelos da carne, e andam em espírito. Genuínos convertidos, pelos quais, certamente, O Santo peleja.

Entretanto, há muitos “utilitaristas” da Palavra, que quando dizem, “O Senhor é o meu pastor”, no fundo, dizem: “Nada me faltará”. Digo, pensam apenas em si, suas necessidades, preferências; o Senhorio do Eterno é um governo que serve, não, que Governa segundo lhe apraz. Esses facilmente dizem também o texto acima, numa presunção rasteira, que nada nem ninguém se lhes oporá, sem deparar com o Escudo do Senhor.

Alguns equívocos precisam ser desfeitos, pois. A relação com O Senhor requer fidelidade, porque, Ele é Fiel. “Porque, quanto ao Senhor, seus olhos passam por toda a terra, para mostrar-se forte para com aqueles cujo coração é perfeito para com Ele...” II Cron 16;9 Ou, “Os meus olhos estarão sobre os fiéis da Terra, para que se assentem comigo; quem anda num caminho reto, esse, me servirá.” Sal 101;6

Quando questiona: “Quem será contra nós”? Não deve ser entendido como ausência de oposição, antes, como a certeza de que, Quem está conosco é Superior.

Pois, o inimigo de contínuo é contra os servos de Deus; não raro, manifesta essa contrariedade usando os de perto, do próprio sangue, quando, pode contar com a impiedade dos tais, como acessório aos seus planos destrutivos. “Porque o filho despreza ao pai, a filha se levanta contra sua mãe, nora contra sogra, os inimigos do homem são os da própria casa.” Miq 7;6 “Não cuideis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer paz, mas, espada; porque, vim pôr em dissensão o homem contra seu pai, a filha contra sua mãe, a nora contra sua sogra; assim, os inimigos do homem serão os seus familiares.” Mat 10;34 a 36 Daí a importância de amarmos nossos inimigos; no fundo, não são; estão sob influência do maligno, que, por ódio a Deus, sempre é contra nós, Seus servos.

Notemos que o fator de dissensão, discórdia, ensinado pelo Salvador, é; justo, Sua Pessoa Bendita. Sua presença na vida dos salvos, desafia, desconforta aos que ainda não são. “Como, então, aquele que era gerado segundo a carne perseguia o que o era segundo o Espírito, assim é agora.” Gál 4;29

Caim teve ciúmes de Abel, porque Deus se agradara dele, não de si; os irmãos de José o odiaram, pois, seu pai o amava mais que a eles. Desse modo, os que nascem de novo, atraem a emulação, a rivalidade de outros que recusam trilhar o mesmo caminho, contudo, almejam a mesma posição. Assim, muitos cabritos com pretensões ovinas também dizem que Deus é por eles.

Mediante Isaías, O Todo Poderosos cogita, quem poderia ousar frontalmente contra Ele; “Não há indignação em mim? Quem poria sarças e espinheiros diante de mim na guerra? Eu iria contra eles e juntamente os queimaria. Que se apodere da minha força, e faça paz comigo; sim, que faça paz comigo.” Is 27;4 e 5

O melhor que poderíamos, num embate assim seria lançar espinhos ao fogo; o resultado seria cinza. Aliás, evocando o pretérito ímpio dos cristãos romanos, Paulo pergunta pelo saldo, pelo que sobrou: “Porque, quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça. Que fruto tínheis, então, das coisas de que agora vos envergonhais? Porque o fim delas é a morte.” Rom 6;20 e 21

Entretanto, se após a conversão, um bom começo, abandonarmos o primeiro amor, esfriarmos; pior, cairmos em rebeldia; nem se trata de ficarmos de novo, ao alcance do inimigo, pois, teremos no Santo, um adversário: Isaías disse que os israelitas, “...foram rebeldes, contristaram seu Espírito Santo; por isso, se lhes tornou inimigo, Ele mesmo pelejou contra eles.” Is 63;10 O mesmo vai acontecer conosco, se, abraçarmos a desobediência.

Não caiamos na estupidez de pensar que usar um versículo na geladeira, no carro, fará com que Deus seja por nós. Na verdade, Ele veta o uso de Sua Palavra aos ímpios; “Ao ímpio diz Deus: Que fazes tu que recitar os meus estatutos, e tomar a minha aliança na tua boca? Visto que odeias a correção, lanças as minhas palavras para detrás de ti?” Sal 50;16 e 17

É nosso modo de andar que testifica em qual caminho estamos, não, eventuais placas que colocamos. “Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus; qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19

sábado, 27 de maio de 2017

A Marcelo Resende

“Vindo ter comigo, e apresentando-se, disse-me: Saulo, irmão, recobra a vista. Naquela mesma hora o vi.” Atos 13;22

Estando alguém no escuro, embora possa ter outras demandas, necessidades, certamente, a mais urgente, a prioridade é que tenha luz.

Circula um vídeo pela Internet onde o apresentador Marcelo Resende afirma estar num retiro espiritual de orações pela sua cura, onde diz, que “Pela fé já se sente curado”; roga as preces dos admiradores, que digitam seus “améns” desejando sucesso a ele. Eu poderia fazer o mesmo; teria “ajudado” virtualmente (?).

Contudo, olhei alguns vídeos mais, onde ele fala sobre seu chefe, Edir Macedo, por exemplo. Ao qual exalta pelo seu “Amor pela Palavra de Deus” cuja “grandeza da missão o faz estar em duzentos países”; disse mais: Que entrando no “Templo de Salomão sente-se na presença de Deus”.


Então, caro Marcelo, embora sua luta pela vida me comova, e eu deseje sinceramente sua cura, sou homem que teme a Deus, ama Sua Palavra deveras, e a bem da verdade, seus olhos precisam ser abertos.

Macedo não ama A Palavra de Deus; ama a si mesmo e perverte a Mensagem Santa, que foi dada para ganhar almas; ele a usa para ganhar dinheiro; tanto despreza-a que, defende abertamente ao aborto, algo diametralmente oposto aos ensinos Bíblicos. O fato de estar em duzentos países nada tem a ver com grandeza de missão, antes, com alvos econômicos, ambição. A grandeza espiritual geralmente se disfarça em gestos humildes, sem as penas de pavão dos orgulhosos.

Ah, o “Templo de Salomão” é a cereja na torta do amor pelo dinheiro desse mercenário. A opulência da coisa pode ensejar arrepios nas almas dos que lá entram, mas, confundir isso com presença de Deus, é ignorar os próprios sentimentos, bem como, a Majestade Santa do Todo Poderoso.

Se ele te mandou uma carta de apoio, incentivo, é porque você com seu trabalho dá lucro pra ele, e só um imbecil desejaria a morte da galinha dos ovos de ouro. Tem a ver com o amor pelo dinheiro, ainda.

Desejo sua cura, não porque você é famoso, isso, perante Deus não vale nada, é uma febre humana. Mas, como fui ensinado a amar o próximo como a mim mesmo, não desejo pra mim uma coisa como essa, também, não anelo pra você, ou, outra pessoa qualquer. Deus pode te curar; não sei se, Ele quer; o que sei que quer sem dúvida, pois está na Palavra, é sua conversão.

Mas, como sei que não és convertido? Suas apreciações sobre Macedo e a Palavra de Deus, supra-expostas mostram ainda ignorância espiritual. Sua campanha de orações parece uma espécie de corrente de otimismo, não, fé sadia que descansa em Deus, seja qual for o desfecho. O medo da morte não mais persegue a um verdadeiro convertido. A Vitória de Jesus foi para que, “livrasse todos os que, com medo da morte, estavam por toda vida sujeitos à servidão.” Heb 2;15

Ele mesmo, diante de morte infame apenas disse: “Está consumado”. Paulo o fez assim: “...já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, o tempo da minha partida está próximo.” II Tim 4;6 Pedro: “...brevemente hei de deixar este meu tabernáculo, como também nosso Senhor Jesus Cristo já me revelou.” II Ped 1;14 Ou, Estevão, que no estertor da vida que foi ceifada por apedrejamento inda disse: “Senhor, não lhes imputes esse pecado.” etc.

Não digo, com isso, que os salvos desejem morrer, antes, a inclinação natural é pela preservação da vida, mas, se a morte lhes surge como inevitável, vão, confiantes, certos da vitória na Graça de Cristo.

Contam de certo pastor irlandês, com uma doença terminal também, cuja igreja amava, e cercou de cuidados, carinho, garantindo que todos estavam orando pela sua cura. Agradecido disse: “Continuem fazendo isso; se Deus me curar vereis Sua glória; senão, eu verei.” Assim fala um verdadeiro convertido, invés de agarrar-se à vida material como se, a morte fosse o fim.

Seria mais fácil para mim entrar para a claque de incautos, digitar meu “amém” e deixar você no escuro. Não sei se tomarás conhecimento desse texto, mas, se chegar a você, rogo, pelo amor de Cristo que trates urgentemente de sua alma, isso lhe é intransferível, pessoal; no mais, sossegue na Sabedoria e propósito Divinos. Pois, Ele, mesmo quando nos contraria, acerta sempre; É A Sabedoria, não, mero aprendiz, como nós.

Minha solidariedade, pois, minha oração, sobretudo, por luz, junto com a exortação para que não confundas esperança com fé, e alienação virtual com amor. Quem ama fala a verdade, antes de tudo. 

“Qualquer um pode amar uma rosa, mas é preciso um grande coração para incluir os espinhos.” Clarice Lispector

quarta-feira, 24 de maio de 2017

De que Espírito somos?

“Seus discípulos, Tiago e João, vendo isto, disseram: Senhor; queres que digamos que desça fogo do céu e os consuma, como Elias fez? Voltando-se, porém, repreendeu-os, e disse: Vós não sabeis de que espírito sois.” Luc 9;54 e 55

Os impetuosos “filhos do trovão” Tiago e João, desejando por “ordem na casa”, dado que, os “malditos” samaritanos recusaram receber ao Senhor. Que desça fogo do céu e os consuma! Mas, O Mestre os advertiu: “não sabeis de Espírito sois”.

Com a mesma facilidade que somos indulgentes com nossos chegados, somos rigorosos com os desafetos. Havia feridas abertas entre judeus e samaritanos, os primeiros, ciosos de seu “purismo” racial, desprezavam aos segundos que derivavam de uma mescla de povos trazida pelo rei da Assíria.

A mera identificação de Jesus e os Seus como judeus bastou para que o pouso fosse negado, pelos da Samaria. Os discípulos cogitaram usar O Poder de Deus, para vingar mesquinhas disputas humanas. Aliás, quantos usam púlpitos, que deveriam ser exclusivos para pregação, usam, digo, para ataques carnais aos desafetos, defesas orgulhosas de seus ministérios, outros que, como aqueles, não sabem de Espírito são.

Mas, diria alguém, quando Elias pediu fogo dos Céus e queimou os soldados, não foi pelo Espírito Santo? Sim. Entregara uma advertência de Deus contra o ímpio rei, aquele, invés de se arrepender, mandou cinqüenta soldados buscarem-no; ora, isso é uma prisão. Naquele contexto, pois, O Senhor o moveu para agir daquele modo, mas, nos dias de Jesus, as razões eram outras; não foram ameaçados de prisão; somente, negaram-lhes pouso.

Quando O Salvador observou: “Vós não sabeis de que Espírito sois”, noutras palavras quis dizer: Não sabeis qual o propósito da missão, “Porque o Filho do homem não veio para destruir as almas dos homens, mas, para salvá-las...” V 56

Infelizmente, muitos “pregadores” de nosso tempo agem como que, ignorando também, de que Espírito são, se é que são de Deus. Pois, fazem orações pelo incremento de coisas, quando, deveriam fazer por justiça. O Senhor lhes diria: “Buscai primeiro O Reino de Deus e Sua Justiça; as demais coisas vos serão acrescentadas.” Outros, usam palavras arrogantes, “oram” em termos atrevidos, tipo: “Decreto, ordeno, determino, não aceito”, isso ou, aquilo. Não sabem de que Espírito são; ignoram à Vontade de Deus, que, “resiste aos soberbos, e dá graça aos humildes.”

Infelizmente, apesar do conselho que deveríamos meditar dia e noite na Palavra, somos uma geração preguiçosa, que lê fragmentos bíblicos postos em evidência, cuidadosamente escolhidos para parecerem palatáveis até aos mais ímpios; agora, a Palavra como Um Todo, que ensina quem somos, também, Quem O Senhor É, Seu Caráter Excelso, Sua Justiça perfeita, Seu Inefável Amor, aí, não; só um fanático, inclusive, publicaria textos mais longos, pois, a galera tem pressa de “navegar”, não perde tempo com isso.

Nas primeiras décadas da Igreja Paulo considerou vergonhoso que a mesma pecasse na omissão em conhecer a Deus. “Vigiai justamente, não pequeis; porque alguns ainda não têm o conhecimento de Deus; digo-o para vergonha vossa.” I Cor 15;34 Hoje, passados dois milênios, o desconhecimento persiste, a vergonha é bem maior.

O evangelho ensina imitarmos os sentimentos Divinos, sem parcialidades, hipocrisia; portanto, engana-se redondamente, quem imagina que O Poder de Deus, nos será dado para satisfação egoísta de nossas preferências. “...Amai vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus; porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos... Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito vosso Pai que está nos céus.” Mat 5;44, 45 e 48

Sendo O Evangelho o que É, uma Nova de reconciliação, necessariamente lidará com inimigos de Deus, mesmo quando pregado aos que, têm laços de sangue, ou, amizade conosco. Somos, os pregadores, embaixadores do Único Mediador, Jesus Cristo; assim, não são prioritárias nossas predileções, antes, é, O Amor Divino, que nos cumpre anunciar a “toda criatura”.

Em suma, é blasfemo, insano, presumir que O Eterno se uniria a nós e odiaria nossos ódios, quando, nos chama a Si, e desafia pelo Seu Espírito, a amarmos Seu amor. Tiago e João, depois, aprenderam isso. O primeiro denunciou a parcialidade de sentimentos, dizendo inconveniente brotar água doce e salgada da mesma fonte; o segundo desafiou reiteradamente ao amor, ensinando que, quem presume amar a Deus que não vê, deve demonstrar isso amando ao semelhante.

Assim como eles, aprendamos; “Pois, quando a sabedoria entrar no teu coração, o conhecimento for agradável à tua alma, o bom siso te guardará, a inteligência te conservará;” Prov 2;10 e 11

terça-feira, 23 de maio de 2017

Analfabeto político, eu?

Deparei com um post afirmando que, eventuais eleitores de Bolsonaro não o são porque seja uma opção política, antes, por causa dos “preconceitos” que ele defende; assim, alguém o escolheria por ser “Analfabeto Político”. Coisa que um ilustre desconhecido escreveu, e dezenas de “alfabetizados” compartilham ignorando o conteúdo.

Por que a coisa me chamou atenção? Porque há alguns anos, antes do PT ser governo discuti com um petista no litoral, discordando, e fui chamado de analfabeto político.

Parece óbvio, pois, que a coisa para eles é assim: Ou, o sujeito é de esquerda, ou, é analfabeto. Qualquer semelhança com o alto índice de alfabetização de Lula e Dilma deve ser coincidência. Mas, diria um deles, alfabetização política nada tem a ver com a convencional. É, pode ser.

A Política é uma coisa mágica mesmo, pois, outro dia o herói deles, Lula, disse que o político, por mais ladrão que seja é mais honesto que um funcionário concursado, pois, de quatro em quatro anos tem que sair às ruas encarar o povo e pedir votos. Uma noção “sui generis” de honestidade.

Ora, embora o dramaturgo alemão Bertolt Brecht autor do texto sobre o analfabeto político tenha se tornado Marxista, ele não considerava analfabetos os que pensavam diferente dele, antes, os que davam as costas pra política deixando correr frouxo. Vejamos um trecho:

Ele não ouve, não fala, nem participa de eventos políticos. Ele não sabe que o custo da vida, o preço do feijão, do peixe e da farinha, do aluguel, dos sapatos e da medicina, tudo depende de decisões políticas. O analfabeto político é tão estúpido que é com orgulho que afirma odiar política. O imbecil não imagina que é da ignorância política que nascem as prostitutas, as crianças abandonadas, os piores ladrões de todos, os péssimos políticos, corruptos e lacaios de empresas nacionais e multinacionais.”

Pois é, ele considerava ainda, ignorante, imbecil... e como subproduto dessa omissão, emergiriam ladrões, corruptos, lacaios de empresários, maus políticos. Será que isso se assemelha ao período do PT?

Mas, bem disse Paulo Coelho: “É mais fácil ensinar um cachorro falar, que, um petista pensar.” Algo espantoso, eles conseguem ser “alfabetizados” sem cérebros.

Não tenho procuração pra defender Bolsonaro, sequer, sei se votarei nele; as eleições estão inda distantes, o cenário confuso, nem sabemos quais as opções ainda. De qualquer forma, sei em quem jamais votaria; PT e satélites que preferem bandeiras vermelhas do comunismo, à do nosso País.

Eles têm uma capacidade de ver, que não alcanço. Veem democracia em Cuba e Venezuela, que fuzilam opositores; pelo jeito “analfabetismo” por lá tem pena de morte.

Mas, o que tem o “Socialismo” codinome do comunismo, que é tão atrativo, mesmo tendo feito a miséria de várias nações, e assassinado inocentes, mais que o Nazismo, e as duas guerras mundiais?

Bem, o capitalismo, que eles tanto depreciam, odeiam, instiga ao trabalho, empreendedorismo, investimento, acenando com seu prêmio, a prosperidade, aos que, nisso, forem competentes; o “socialismo” desafia vagabundos a protestarem, desejarem a partilha igualitária de bens que não tiveram culpa de existir. Outros geraram com seu trabalho, esses, querem uma parcela no grito. Assim, o capitalismo liberal, com todos os seus defeitos, é honesto, premia quem produz; o “socialismo” é uma formação de quadrilha para roubar bens alheios.

Se, seu implemento é a inclusão dos pobres, “justiça social” por que, a Odebrecht e a JBS e banqueiros, levaram à estratosfera seus patrimônios nos governos do PT, e as lideranças políticas próprias, e cúmplices, enriqueceram, se, seu defendido sistema prima por diminuir a bocada dos ricos e aquinhoar aos menos validos? Não consigo entender isso, sou analfabeto.

Quanto a Bolsonaro, não defende perseguição aos gays, apenas, é contra a doutrinação gay nos colégios, o que, também sou; defende castração química de pedófilos, estupradores, algo extremamente “preconceituoso”, pois, atenta contra os “direitos sexuais” dos excluídos... Ah, ainda postula que os dias do militares não foram de ditadura; usaram a força sim, contra sediciosos, terroristas, e algumas injustiças também, mas, nada se comparava à zorra amoral, imoral, corrupta e deletéria que temos agora.

Ah, outro o dia Lula disse que Moro gerou 600 milhões de desempregados com a Lava Jato; o país tem 219 milhões de habitantes(?) Porém, o alfabeto lida com letras, claro, isso são números, desculpem!

Esse é o grande mal do Brasil. Uma geração de amebas doutrinadas, treinadas a repetir mantras sem pensar, e iludida a ponto de sentir-se politicamente superior, por defender incondicionalmente ladrões e corruptos.

Contudo, quem pensa que “Meu pau te ama” é música, e enfiar o dedo no ânus é manifestação cultural, tem todo direito de pensar que o PT é coerente, o Lula honesto, o divergente, estúpido.

domingo, 21 de maio de 2017

Prendam Sérgio Moro

Pela enésima vez ouvi a frase Lulástica: “A zelite têm raiva ao ver pobre pegano avião”. Resolvi, finalmente, pensar sobre ela.

Do ponto de vista econômico sou pobre, embora, já fui bem mais, “miorei” um pouco. Mesmo assim, tinha voado umas três vezes antes do PT chegar ao governo. Ninguém me ofendeu, xingou, nada.

Será que não me viram, ou, disfarçaram sua raiva? Na verdade, sem querer, me disfarcei. Imaginando a chiqueza de voar, devaneei que deveria usar as melhores vestes, sapato, calça e camisa sociais, quase usei gravata. Acho que essa ingenuidade disfarçou minha pobreza e me guardou do ódio sem saber; passei por elitista, embora, me faltem os olhos azuis que a esquerda tanto odeia; se fossem vermelhos, cor de suas bandeiras...

Porém, vi muitos passageiros de chinelos, bermudas, a coisa era bem mais informal que eu supunha; pela estampa, se essa valesse como aferidora de status, quase todos, pobres. Será que eram voos clandestinos, sem conhecimento e vigilância da zelite? Vá saber.

As manifestações de raiva em aeroportos de que tenho conhecimento, referem-se a políticos corruptos, que agregam em torno de si, manifestantes espontâneos que gritam: “Fulano (a), ladrão (ladra) seu lugar é na prisão.” Lula, um dos primeiros. Não seria ódio por ver um ex pobre com avião particular, furto de seu “trabalho”, digo, fruto, sei lá, proveniente dos que ainda são pobres, ou, detestam ladrões?

Duas coisas importantes: Uma: não houve incremento real na situação dos pobres; certo assistencialismo facilitação de crédito, pontualmente, em tempos de cenário favorável, só. Os gastos desmedidos com fins populistas e, sobretudo, o rombo da corrupção, lançaram 14 milhões no desemprego; isso dá raiva nos pobres mesmo, as vítimas.

Há uma progressão natural na vida de quem trabalha e gere bem os frutos, que independe de governo. Esse atrapalha com os altos impostos que cobra e depois, malversa. Eu progredi em dias de FHC, e de PT, sem favor algum, com seriedade e trabalho; muitos o fizeram, igualmente.

Outra: É falácia que a classe rica se incomode com eventual melhoria econômica dos pobres; aliás, muitos deles vendem produtos e serviços que, teriam seu upgrade, em face de um salto econômico dos menos aquinhoados. Todos ganhariam, se acontecesse. Mas, como falei, não aconteceu.

Dizem que a praia aumenta muito na iminência de um Tsunami, pois, o mar recua na formação da super onda, antes de avançar. Assim, benesses pontuais antes do super desemprego que temos. Para os incautos, Lula aumentou a Praia, e Temer arrasou tudo, cérebros de galinha!!

Mas, de um homem que, por um lado gaba-se que ninguém combateu à corrupção como o PT, por outro, onde ela é combatida deveras, como a Lava-Jato, invés de comemorar eventuais louros da justiça, acusa a operação pelo desemprego, o que esperar?

Pior, acusou ao juiz Moro de gerar 600 milhões de desempregados pelo seu trabalho???????

Nossa população pouco excede aos duzentos milhões, mas, os economicamente ativos, os que precisam trabalho beiram aos cem milhões, ou, menos. Desse modo, segundo Lula, todos estão desempregados por culpa da Lava-Jato; cada um tem no mínimo, seis desempregos para si. Isso é o cúmulo!! Moro deveria ser preso!

Honestamente não sei o que é pior; termos sido governados direta, ou, indiretamente por quatro mandatos por um mentecapto cachaceiro, amoral, desses, ou, identificar que inda há muitas viúvas chorando, e o desejando de novo, para 2018. “A política foi primeiro a arte de impedir as pessoas de se intrometerem naquilo que lhes diz respeito. Em época posterior, acrescentaram-lhe a arte de forçar as pessoas a decidir sobre o que não entendem.” (Paul Valery) Parecem desse calibre, seus eleitores.

Do ponto de vista didático seria, até, interessante que ele assumisse o poder num cenário como esse, de dívida astronômica, milhões de desempregados, desconfiança externa como nunca elevando o “Risco Brasil” à estratosfera, aí veriam os mentecaptos seguidores, o real potencial do seu herói.

Pegou a casa em ordem, reservas abundantes, cenário externo favorável e transitou o tempo todo sem oposição de verdade. Agora, o furo seria mais embaixo.

“Quase todos os homens são capazes de suportar adversidades, mas, se quiser por à prova o caráter de um homem, dê-lhe poder.” Disse Abraham Lincoln; o caráter de Lula, ou, falta dele foi demonstrada à exaustão, de modo que, sua inadimplência com a justiça é demasiado ampla, para que possa concorrer uma vez mais.

Disse não saber quanto ganha; não sabe o número de nossa população, nem de desempregados; não soube quando Marisa comprou um triplex; não soube do Mensalão do Petrolão, mas, garante que sabe tirar o país da crise. E pensar que muitos pobres morais e intelectuais embarcam num avião desses... dá raiva mesmo!

sábado, 20 de maio de 2017

Nosso coração de Faraó

“O Senhor, porém, endureceu o coração de Faraó; este não os quis deixar ir.” Ex 10;27

Esse e versos semelhantes do mesmo contexto, se, mal compreendidos podem ensejar o pensamento blasfemo que Deus seria injusto; afinal, após desafiar Faraó a fazer certa concessão, “endurecia” o coração dele, depois, o punia com pragas, justo, por causa dessa dureza. Seria O Eterno um sádico?

Duas narrativas são possíveis ao mesmo fato; uma derivada do Númeno, outra, do Fenômeno. Númeno é “A realidade tal qual, existe em si mesma, de forma independente da perspectiva necessariamente parcial em que se dá todo o conhecimento humano; a coisa em si;” essa perspectiva parcial do conhecimento humano, sua visão, interpretação, é o fenômeno.

Muitas vezes o homem incorre em erros de perspectiva; por exemplo: Quando a barriga cresce diz que as calças ficaram pequenas; ou, fala que o sol nasce, quando, apenas surge, ao movimento da rotação, etc. Assim, o fenômeno são as coisas como vemos; o Númeno, elas como são.

A narrativa humana de que Deus endurecia ao coração do soberano não era a realidade, antes, a perspectiva do narrador que pensava: Se Deus pode fazer tais maravilhas, as pragas, bem poderia abrandar o coração do Rei, se não faz, é porque o endureceu.

Na verdade, não precisamos ajuda pra isso; Jesus disse: “Porque o coração deste povo está endurecido, ouviram de mau grado, fecharam seus olhos para que não vejam, ouçam, compreendam com o coração, se convertam, e Eu os cure.” Mat 13;15

O homem entregue a si mesmo está endurecido, refratário ao querer do Eterno. “... quanto a condição dos filhos dos homens, que Deus os provaria, para que assim pudessem ver que são em si mesmos como animais.” Ecl 3;18

Disse mais: “O caminho do insensato é reto aos seus próprios olhos, mas, o que dá ouvidos ao conselho é sábio.” Prov 12;15

Quando diz que endurecia ao coração de Faraó, apenas o entregava a si mesmo, sem o auxiliar para que visse além da orgulhosa perspectiva, sob a qual, mantinha-se resiliente em sua rebeldia.

Nossa tendência natural é resistir às demandas Divinas por obediência, santidade. Paulo expôs assim: “...a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois, não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, pode ser.” Rom 8;7

Sem o novo nascimento pelo Espírito Santo, estamos impedidos de ver, ou, entrar no Reino; “...aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus... aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.” Jo 3;3 e 5 É nossa dureza, não a Vontade Divina que nos faz “barrados no baile”.

A mudança requerida para conversão, “negue a si mesmo” é tão traumática, radical, que, mediante Ezequiel, Deus figurou como um transplante de órgãos, não, mero amolecimento. “Aspergirei água pura sobre vós, ficareis purificados de todas vossas imundícias, todos vossos ídolos, vos purificarei. Dar-vos-ei um coração novo, porei dentro de vós um espírito novo; tirarei da vossa carne o coração de pedra, vos darei um coração de carne. Porei dentro de vós meu Espírito, farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos, e os observeis.” Ez 36;25 a 27

Claro que isso, se dá com nossa anuência, não se trata de imposição, como se O Santo tivesse escolhido de antemão quem será salvo, e a esse Seu apelo fosse irresistível, como advogam os da predestinação. A mudança necessária deriva sim da maravilhosa Graça do Senhor, mas, precisa despertar o desejo humano por ela, senão, pode ser resistida, como denunciou Estevão: “Homens de dura cerviz, incircuncisos de coração e ouvido, vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim, sois como vossos pais.” Atos 7;51

Predestinação significa destino prévio para duas escolhas possíveis, não, pré-escolha. Em suma, quando Deus “endurece” alguém, apenas entrega-o a si mesmo; quando tenciona salvar, atua para persuadir mediante a Luz do Espírito Santo, mas, a decisão de andar na Luz, sempre será nossa.

Se O Eterno “endureceu” Israel e facilitou aos gentios, como diz em Romanos, refere-se ao foco da Obra circunstancialmente; o que logo voltará a ser Israel. Aos iluminados, pois, a responsabilidade de andar na luz, ou, o risco da queda, voltando a estar apenas em si mesmos; “Porque é impossível que os que já uma vez foram iluminados, provaram o dom celestial, se tornaram participantes do Espírito Santo, provaram a boa palavra de Deus, as virtudes do século futuro, e recaíram, sejam outra vez renovados para arrependimento; pois, quanto a eles, de novo crucificam o Filho de Deus...” Heb 6;4 a 6

Dada a seriedade disso, a advertência: “...Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais vossos corações...” Heb 3;15