quarta-feira, 31 de agosto de 2016

A volta dos que não foram, obedientes

“Tu, Esdras, conforme a sabedoria do teu Deus, que possuis, nomeia magistrados, juízes, que julguem o povo que está dalém do rio; todos, que saibam as leis do teu Deus; ao que não as sabe, ensinarás.” Ed 7;25

O fim do cativeiro hebreu. Artaxerxes, rei da Pérsia, enviava ao sacerdote Esdras de volta a Jerusalém, com ouro, os utensílios do Templo restituídos, e o concurso de todos hebreus, que, junto decidiram voltar.

A ordem era para que nomeasse juízes dentre os que sabiam a Lei de Deus, ou, dos que se dispusessem a aprendê-la. Tal consideração pela Lei, vinda de um rei gentio, quando, os próprios judeus amargaram setenta anos de cativeiro por não cumpri-la, dá o que pensar. Chega a ser irônico.

Quantas vezes vivemos, ou, vivenciamos, crentes dando maus passos e sendo corrigidos por ímpios? Mesmo aqueles que não querem a Luz de Deus para si, conhecem parte do seu fulgor.

Assemelha-se a certos presídios onde, os presos podem aprender uma profissão, e, ao saírem, fazer uso do aprendido para a devida ressocialização, para que não sejam presos novamente. Noutras palavras, se foram cativos pelo descaso com a Lei, aprendessem, enfim, que servir a Deus em Seus termos é muito mais brando e agradável que servir aos homens em terra estranha. Lá, sequer cantar louvores apetecia, como testificaram: “Aqueles que nos levaram cativos nos pediam uma canção; os que nos destruíram, que os alegrássemos, dizendo: Cantai-nos uma das canções de Sião. Como cantaremos a canção do Senhor em terra estranha? Sal 137;3 e 4

Assim, além de reconstruir o templo e restaurar o culto, todas as leis nacionais deveriam derivar da Lei do Senhor. A vasta tarefa de Esdras.

Líderes devem viver segundo Divinos preceitos, antes de ensinarem ao povo. Isaías apresentou nuances de catástrofes globais, depois de denunciar que, os governantes eram de “calibre” inferior. “A terra pranteia e murcha; o mundo enfraquece e murcha; enfraquecem os mais altos do povo da terra. Na verdade a terra está contaminada por causa dos seus moradores; porquanto têm transgredido as leis, mudado os estatutos, e quebrado a aliança eterna. Por isso a maldição consome a terra; os que habitam nela são desolados; são queimados os moradores da terra, poucos homens restam.” Is 24;4 a 6

A prescrição de zelo com a Lei, certamente, era inspiração Divina, dado que, oriunda de um rei gentio. Tal providência encaixa perfeitamente com o Preceito legado mediante Malaquias: “Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, da sua boca devem os homens buscar a lei porque ele é mensageiro do Senhor dos Exércitos.” Ml 2;7

Então, se até gente periférica ao povo de Deus reconhece a excelência da Lei, como pretendem alguns, “teólogos” liberais flexibilizar ao que é Absoluto? Ora, “modernizar” doutrinariamente à igreja para não colidir com o mundo, pode até fomentar certo inchaço eventual, que, incautos confundem com crescimento, mas, no fundo, é apenas guardar créditos para novo cativeiro, agora, eterno.

O “segundo Êxodo” foi cantado num hino, comparado a um duro plantio, cuja ceifa, trouxe alegria, vejamos: “Quando o Senhor trouxe do cativeiro os que voltaram a Sião, estávamos como os que sonham. Então, nossa boca se encheu de riso e nossa língua, de cântico; então se dizia entre os gentios: Grandes coisas fez o Senhor a estes. Grandes coisas fez o Senhor por nós, pelas quais estamos alegres. Traze-nos outra vez, ó Senhor, do cativeiro, como as correntes do sul. Os que semeiam em lágrimas segarão com alegria. Aquele que leva a preciosa semente, andando e chorando, voltará, sem dúvida, com alegria, trazendo consigo seus molhos.” Sal 126

Os mesmos que recusaram a cantar “Cânticos do Senhor em terra estranha”, agora, sua boca se encheu de riso, a língua de cântico.

A alegria espiritual de quem estava, outra vez, próximo a Deus. No êxodo do Egito receberam a Lei do Senhor na base do Sinai. Nela não perseveraram e foram entregues a nova opressão. Agora, devidamente disciplinados pela dor, retornavam, com a missão de reencontrarem a Lei do Altíssimo, e nela embasarem o seu modo de vida.


Assim, ninguém está apto para ensinar a Lei do Senhor a outrem, antes de aplica-la a si. Esdras foi escolhido por Deus, e reconhecido até por estranhos, porque levava isso a sério em sua vida. “Porque Esdras tinha preparado o seu coração para buscar a lei do Senhor, para cumpri-la e para ensinar em Israel os seus estatutos e os seus juízos.” Ed 7;10 

terça-feira, 30 de agosto de 2016

"Lei da Palmada", espiritual

“Não retires a disciplina da criança; pois, se a fustigares com vara, nem por isso morrerá. Tu a fustigarás e livrarás sua alma do inferno.” Prov 23;13 e 14

Para Deus esse protecionismo excessivo, estilo “Lei da Palmada”, onde os pais são proibidos de corrigirem como lhes apraz aos seus filhos, não vinga. Antes, ordena a disciplina, para que, o bem maior, a vida, seja preservado. 

As leis humanas são, muitas vezes, casuísticas, genéricas, nivelando coisas que não estão, absolutamente, em nível. Por exemplo, um pai ou mãe totalmente desnaturados que cometem barbáries contra filhos indefesos, existe isso, infelizmente, invés de dar azo a que se puna devidamente aos tais, seus tristes exemplos são usados para criar essas leis que vetam qualquer sorte de punição física, mesmo de pais centrados que, só o fazem quando absolutamente necessário, e inda assim, sem exageros.

Então, o pai cioso, disciplinador, é nivelado ao desequilibrado, bestial. Esse carece a tutela do Estado, aquele, não. Antes de mais nada cabe considerar que, o Estado é produto da sociedade, que, por sua vez, o é, das famílias. Ele deriva das famílias, não, as famílias do Estado.

A disciplina nunca é bem vista, pois, essa desmancha prazeres se opõe às inclinações naturais, e, aqueles que sentem-se deuses não toleram muito bem a oposição. “Porque a inclinação da carne é morte; mas, a inclinação do Espírito é vida e paz. Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, não é sujeita à Sua Lei, nem, em verdade, pode ser.” Rom 8;6 e 7

Sendo a inclinação natural à morte, toda disciplina que visa livrar disso, é um gesto de amor, uma imposição pela preservação da vida. Quem é filho de Deus, uma ínfima minoria, infelizmente, sabe, que, Ele disciplina. “Porque o Senhor corrige o que ama, açoita a qualquer que recebe por filho... tivemos nossos pais segundo a carne, para nos corrigirem, e os reverenciamos; não nos sujeitaremos muito mais, ao Pai dos espíritos, para vivermos?” Heb 12;6 e 9

Sabe, quem passou pela disciplina, que, mesmo Deus Sendo Espírito, muitas vezes toca no físico, quando anela nos corrigir. Sempre nos chama ao Seu Conselho; se, isso não bastar para moldar nossa caminhada, apela ao “cabresto”. “Instruir-te-ei, ensinar-te-ei o caminho que deves seguir; guiar-te-ei com meus olhos. Não sejais como o cavalo, nem a mula, que não têm entendimento, cuja boca precisa de cabresto e freio para que não se cheguem a ti.” Sal 32;8 e 9

A Cruz de Cristo, no fundo, é auto disciplina que nos aplicamos, ajudados pelo Espírito Santo, para que, nossa má inclinação não prevaleça. Ela, devidamente vivida é chamada de “andar em espírito”, única forma, aliás, de escaparmos da condenação. “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas, segundo o Espírito. Porque a lei do Espírito de vida em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte.” Rom 8;1 e 2

O homem prudente, pois, disciplina-se, para não precisar ser disciplinado. “Porque, se nós julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados.” I Cor 11;31 Um pouco antes, Paulo dissera como a coisa se dava com ele: “Todo aquele que luta de tudo se abstém; eles fazem para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, uma incorruptível. Pois, eu assim corro, não como a coisa incerta; combato, não, como batendo no ar. Antes, subjugo o meu corpo, o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado.” Cap 9;25 a 27

Nesses tempos difíceis, onde as pessoas querem ser agradadas invés de corrigidas, mensageiros que ainda forem fiéis à Palavra de Deus como ela é, tendem a ter cada vez menos ouvintes. E, os que julgam o sucesso pelo volume invés da qualidade, a amontoarem-se sob esses “doutores” que se fazem animadores de mortos, invés de mensageiros da ressurreição. “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas. Mas, tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério.” II Tim 4;3 a 5

Paulo propõe sobriedade como antídoto aos tais, o que, implicitamente os põe como embriagados. E, como corrigir a um bêbado? “Como o espinho que entra na mão do bêbado, assim é o provérbio na boca dos tolos.” Prov 26;9


Resulta inútil a disciplina aos tolos, por isso, Salomão propõe que se mire outros alvos. “Não repreendas o escarnecedor, para que não te odeie; repreende o sábio, e ele te amará.” Prov 9;8

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

O "Racismo" Divino

Não semearás a tua vinha com diferentes espécies de semente, para que não se degenere o fruto da semente que semeares, a novidade da vinha” Dt 22;9

Embora a “semente” da vinha seja, usualmente, uma rama, da qual se faz  nova muda, o que temos acima é a prescrição da pureza, da não miscigenação de espécies para preservação dos frutos.

Se, no aspecto humano, a mistura racial é positiva, amalgamando culturas, gostos, na igualdade dos diversos, nas coisas da natureza a mescla foi vetada por Deus, sob pena da degeneração. 

Porém, objetaria alguém, os Hebreus eram racistas também, uma vez que, deveriam casar seus filhos apenas entre irmãos de sangue, não com gentios. Talvez.

Qualquer intérprete honesto que ler as Escrituras verá que a coisa não era bem assim. O veto tinha um cuidado espiritual, não, racial. “Nem te aparentarás com elas; não darás tuas filhas a seus filhos, não tomarás suas filhas para teus filhos; Pois, fariam desviar teus filhos de mim, para que servissem a outros deuses; a ira do Senhor se acenderia contra vós, depressa vos consumiria.” Dt 7;3 e 4

Então, o “racismo” hebraico visava a preservação da relação com O Todo Poderoso, evitando a influência espiritual de povos que tinham seus cultos a deuses alternativos de sua própria feitura. Tanto é assim, que, estrangeiros como, Raabe, Rute, Urias, etc. mesclaram-se ao povo judeu sem problema algum. Um exemplo negativo da mescla, porém, foi Jezabel, que, trouxe consigo o culto a Baal, quando casou-se com o pusilânime, Acabe. Era isso que O Eterno vetava.

Ademais, nunca O Altíssimo se apresentou como “propriedade” exclusiva dos hebreus, antes, desejou que eles fossem um povo diferente, para servir de testemunhas a todos os povos, sobre o Caráter Santíssimo do Eterno. “Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então, sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos, porque toda a terra é minha. Vós me sereis um reino sacerdotal e povo santo...” Êx 19;5 e 6

Ora, sacerdotes servem de mediadores entre Deus e homens; se, Israel fora vocacionado a ser Reino Sacerdotal, tencionava, O Eterno, que fosse um meio de reconciliar consigo todos os povos, não se tratava de um deus tribal, como acusam alguns. Aliás, quando da chamada de Abrão, patenteou Seu cuidado universal. “Abençoarei os que te abençoarem, amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da terra.” Gên 12;3

Entretanto, a “vinha” que deveria ter preservado sua pureza ao longo da história passou mui longe disso. “Trouxeste uma vinha do Egito; lançaste fora os gentios, e a plantaste. Preparaste-lhe lugar, e fizeste com que ela deitasse raízes, e encheu a terra.” Sal 80;8 e 9 “Agora, pois, ó moradores de Jerusalém, homens de Judá, julgai, vos peço, entre mim e a minha vinha. Que mais se podia fazer à minha vinha, que eu lhe não tenha feito? Por que, esperando eu que desse uvas boas, veio a dar uvas bravas?” Is 5;3 e 4

Eis as consequências de não se ter dado ouvidos a Deus! A degeneração, a produção de “uvas bravas”. Não precisamos pensar muito para sabermos que não se trata de uvas, estritamente, mas, de uma alegoria para os frutos espirituais, produzidos pelo povo escolhido. Isaías interpreta sua alegoria: “Porque a vinha do Senhor dos Exércitos é a casa de Israel, os homens de Judá são a planta das suas delícias; esperou que exercesse juízo, eis aqui opressão; justiça, eis aqui, clamor.” Is 5;7

Assim, a vinha, outrora pura, tornou-se degenerada, incapaz de produzir os frutos ansiados por Deus, falsa. O povo que deveria introduzir Deus entre outros povos, tornou-se tal, que, para Deus, feito homem, caminhar entre eles enviou diante de si um precursor para “limpar” um pouco, dizendo: “Preparai o caminho do Senhor.”

A falha da primeira videira não significou o fracasso de Deus, antes, o absoluto fracasso humano, pois, mesmo O Eterno se dispondo a andar conosco, somos rebeldes, desobedientes, falhos. Videira se planta na Terra, e não havia “muda” que não fosse degenerada, falsa; o Plantador proveu do Céu, uma, impoluta, Jesus Cristo: “Eu sou a videira verdadeira, meu Pai é o lavrador.” Jo 15;1

Embora muitos tentem “enxertar” em Cristo filosofias humanas, doutrinas espúrias, para O “Lavrador”, somente a Pureza de Cristo é aceitável, o demais, não passa de ramo sem frutos que arderá no fogo.


Enfim, misturem-se humanos de todas as raças, mas, nenhuma doutrina humana, à pureza da Bendita Palavra de Deus. “Toda a Palavra de Deus é pura; escudo é para os que confiam nele. Nada acrescentes às suas palavras, para que não te repreenda, sejas achado mentiroso.” Prov 30;5 e 6

domingo, 28 de agosto de 2016

"Contradições" de Jesus

“Jesus, conhecendo que a virtude de si mesmo saíra, voltou-se para a multidão, e disse: Quem tocou minhas vestes?” Mc 5;30
“Não permitiu que alguém o seguisse, a não ser, Pedro, Tiago, e João, irmão de Tiago... Entrando, disse-lhes: Por que vos alvoroçais e chorais? A menina não está morta, mas, dorme. Riam-se dele...” Mc 5;37, 39 e 40

Temos partes de dois eventos “contraditórios” de Jesus. O primeiro, a cura em oculto da mulher que padecia fluxo de sangue, e O tocou furtivamente, sarando imediatamente. O Senhor poderia ter deixado assim, poupado a mulher de constrangimentos, mas, fez com que se revelasse. “Quem me tocou?” Depois que ela assumiu o feito e a causa, despediu-a, em paz.

Entretanto, no evento seguinte, a ressurreição da filha de Jairo, não se importou de parecer ridículo, para que, Seu milagre ficasse oculto. Primeiro, selecionou três testemunhas além dos pais: Pedro, Tiago e João; aos demais, disse que ficassem distante. Depois, disse à turba que pranteava que seu pranto não fazia sentido, afinal, a menina estava apenas dormindo. A galera vendo que Ele “não sabia de nada”, escarneceu, rindo do Senhor.

Depois de operar maravilhosamente, foi categórico na ordem para que se mantivesse sigilo: “Mandou-lhes expressamente que ninguém soubesse; e disse que lhe dessem de comer.” V 43

Como não revelou a causa dessa diferença de atitudes, nos resta especularmos; quem sabe, algum texto paralelo nos ajude a entender Seus motivos. Quem se importa de sofrer eventual constrangimento, se, em troca for liberto de uma prisão de mais de uma década? A mulher curada saiu de ante O Salvador, feliz, agradecida, invés de, envergonhada.

Quantos milhares de sermões sua bênção revelada propiciou? Quiçá, serviu de alento a muitos enfermos também. Se a coisa tivesse se mantido oculta, tudo isso se perderia. O Senhor, parcimonioso, que ordenou que se recolhesse sobras para que nada se perdesse quando multiplicou pães e peixes, não seria perdulário com algo de maior monta.

Entretanto, por esse mesmo raciocínio, um milagre mais expressivo que a cura, a ressurreição, seria ainda muito mais impactante; quais os motivos do Senhor para esconder isso? 

Os marqueteiros da vez, que dão microfones para testemunhos de “curas” de dores nas costas com a “Oração Poderosa” do Missionário tal, não perderiam uma chance dessas, para mostrar que “a mão de Deus está aqui”, como diria aqueloutro. O Mestre, porém, “rasgou dinheiro”, ordenou sigilo.

Uma coisa que as Escrituras mostram claramente é que O Senhor é mui cioso do tempo. Avisa d’antemão, apraza eventos e cumpre, rigorosamente, como no extraordinário “calendário” das setenta semanas, dado a Daniel. Paulo disse: “Vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho...” Gál 4;4 Mais de uma vez O Salvador disse: “Ainda não é chegada a hora”, ciente que Seus atos tinham uma “agenda” profética que se importava em cumprir.

Contudo, o que tem a publicidade de um grande milagre do Senhor, com o tempo? Boa pergunta. Acontece que, Ele tinha forte oposição do “establishment” religioso, que, milagres de menor relevância tolerava; eventual exorcismo atribuíam a Belzebu, mas, a ressurreição, aí, seria demais.

Quando chegou o Seu tempo, o Senhor não se importou mais com sigilo, antes, “escancarou.” Não foi ao leito “despertar” uma menina, antes, esperou quatro dias quando chamado a socorrer Lázaro.

Orando ante o túmulo do falecido agradeceu a Deus por tê-lo ouvido; classificou a morte do amigo como resposta às suas orações, pois, queria que todos vissem quem Era. “Bem sei que sempre me ouves, mas, eu disse isto por causa da multidão que está em redor, para que creiam que tu me enviaste... - ressuscitado o morto - Muitos, pois, dentre os judeus que tinham vindo a Maria, que tinham visto o que Jesus fizera, creram nele.” Jo 11; 42 e 45

Aí, a consequência que Ele sabia “necessária” presto, surgiu: “Caifás, um deles, que era sumo sacerdote naquele ano, lhes disse: Vós nada sabeis... convém que um homem morra pelo povo, que não pereça toda a nação. Desde aquele dia, pois, consultavam-se para o matarem.” Vs 49, 50 e 53

Assim, quando O Senhor nos diz para que não façamos algo, par mais lógico e producente que pareça, ouçamos. “Porque os meus pensamentos não são os vossos, nem, vossos caminhos, os meus, diz o Senhor.” Is 55;8 Mesmo um homem “reto, temente a Deus que se desvia do mal,” como foi Jó, se ousar questionar as ações Divinas, no fim, será apenas um que, “encobre o conselho com palavras sem entendimento.”


Esse raciocínio sadio acaba com qualquer “liberalidade teológica” que ousa contra A Palavra de Deus. Veta acréscimos e omissões, e já agendou o dia que recompensará quem ousar fazer isso. 

sábado, 27 de agosto de 2016

Tempo não é dinheiro

“Até a cegonha no céu conhece seus tempos determinados; a rola, o grou e a andorinha observam o tempo da sua arribação; mas, o meu povo não conhece o juízo do Senhor.” Jr 8;7

Humilhante cenário pinta o profeta, onde, os animais são postos como conhecedores do tempo, e, os humanos, ignorantes. Enquanto dispunham de tempo estribaram-se na falsidade, nos ensinos de gente que se opunha a Deus: “Como, pois, dizeis: Nós somos sábios, a lei do Senhor está conosco? Eis que em vão tem trabalhado a falsa pena dos escribas. Os sábios são envergonhados, espantados e presos; rejeitaram a palavra do Senhor; que sabedoria, pois, têm eles?” vs 8 e 9

Interessante que, a maldade expressa naqueles dias se repete. “O Senhor está conosco,” diziam, contudo, rejeitavam Sua Palavra. Quantos, em nossos dias bradam: “Também sou filho de Deus”, contudo, tente-se corrigir aos tais com base nas Escrituras, presto ouviremos coisas do tipo: “Não julgues”, “não apontes ninguém”, “devagar que esse fanatismo de basear tudo na Bíblia deixa louco,” etc. O Senhor está com eles, dizem, porém, como aqueloutros, também rejeitam Sua Palavra.

Ora, a Bíblia é já o Julgamento de Deus, não haverá sentenças surpreendentes, apenas, surpresas pelo fim do logro da aparência, daqueles que parecem ser uma coisa e são outra. O Salvador ensinou: “Quem me rejeitar, não receber minhas palavras, já tem quem o julgue; a palavra que tenho pregado, essa o há de julgar no último dia. Porque eu não tenho falado de mim mesmo; mas, o Pai, que me enviou me deu mandamento sobre o que hei de dizer, sobre o que hei de falar. Sei que o seu mandamento é a vida eterna. Portanto, o que eu falo, falo-o como o Pai me tem dito.” Jo 12;48 a 50

Então, embora o labor principal da Palavra de Deus seja para que se restabeleça uma relação do homem pecador com O Eterno, tem também relação com o tempo, coisa com a qual o ser humano lida muito mal. No mesmo contexto Jeremias lamenta a perda de vidas de gente que perdeu o tempo devido, para o arrependimento, disse: “Passou a sega, findou o verão, e nós não estamos salvos.” V 20

Salomão em suas reflexões propôs um limite temporal a todas as coisas criadas, disse: “Tudo tem seu tempo determinado; há tempo para todo o propósito debaixo do céu.” Ecl 3;1 Que as pessoas lidam mal com o tempo elas mesmo testificam. Por exemplo, quando dizem: “Eu era feliz e não sabia.” Sua pressa a alvos distantes fez desconhecer bênçãos presentes. Desejar algo, furiosa, violentamente, cega para o demais, já diziam os pré-socráticos.

Embora o tempo passe igual para todos, há um componente moral que permite entender o porvir, ou, sequer fazermos a boa leitura do presente. O mesmo Jeremias disse mais adiante, da cegueira ímpia: “Será como a tamargueira no deserto, não verá quando vem o bem; antes, morará nos lugares secos do deserto, na terra salgada e inabitável.” Cap 17;6 Por outro lado, voltando a Salomão, “Quem guardar o mandamento não experimentará nenhum mal; o coração do sábio discernirá o tempo e o juízo.” Ecl 8;5

Desconhecermos o tempo pode ser fatal, quando nesse lapso deixamos escorrer entre os dedos, oportunidades de valor eterno, como se deu com os que rejeitaram ao Senhor. Quando chorava por Jerusalém Ele disse que eles não conheceram seu tempo. “Porque dias virão sobre ti, em que os teus inimigos te cercarão de trincheiras, te sitiarão, estreitarão de todos os lados; te derrubarão, a ti e aos teus filhos que dentro de ti estiverem; não deixarão em ti pedra sobre pedra, pois, não conheceste o tempo da tua visitação.” Luc 19;43 e 44

Para muitos, porém, a vida eterna é uma coisa que os salvos ganharão depois da morte triunfando ao tempo. Não. É mais que isso; algo que abraçamos agora, inda em vida; por amor a Deus, ajudados pelo Seu Espírito triunfamos ao pecado; sendo, antes, um modo de vida, que um tempo de vida. “Milita a boa milícia da fé, toma posse da vida eterna...” I Tim 6;12


Pepe Mujica, ex presidente uruguaio disse, com acerto, que não compramos coisas com dinheiro, mas, com o tempo de vida que gastamos para ganhar dinheiro. Assim, tempo não é dinheiro, é vida. Dinheiro avalia, transforma e conserva o fruto do que fizemos com nosso tempo. 

Quem mata o tempo, disse Millôr Fernandes, não é assassino, é suicida. Sobretudo, digo eu, um tempo que poderia ser usado para, finalmente, dar ouvidos à Voz de Deus. “Portanto, como diz o Espírito Santo: Se ouvirdes hoje a sua voz, não endureçais vossos corações...” Heb 3;7 e 8

domingo, 21 de agosto de 2016

Noturnas reflexões

“Porque a sua ira dura só um momento; no seu favor está a vida. O choro pode durar uma noite, mas, a alegria vem pela manhã.” Sal 30;5

Quantas vezes ouvimos, ou, citamos esse texto quando nos parece oportuno, sem, contudo, refletirmos um pouco sobre ele. Primeiro, menciona dois estados emocionais Divinos; ira e favor. Depois, duas reações humanas; choro e alegria.

Não carecemos muita perspicácia para notarmos que se trata de um relacionamento de Deus com Seus filhos, ainda que, eventualmente, rebeldes. “Porque o Senhor corrige o que ama, açoita a qualquer que recebe por filho.” Heb 12;6 e, “Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê pois zeloso, arrepende-te.” Apoc 3;19

Não significa, isso, que a maldade de outros que ainda não são filhos de Deus não entre em conta. Acontece que, Deus não é Deus de mortos, e essa é, infelizmente, a situação daqueles que O ignoram, ou, mesmo mencionando-O, eventualmente, não ousam se comprometer com o conhecimento e obediência da Sua Vontade.

Paulo fez distinção entre dois tipos de tristeza; um, pelo fato de ter falhado em alcançar o padrão Divino em nosso modo de viver, que definiu como, tristeza segundo Deus; outro, pela mera frustração de anseios naturais, a tristeza segundo o mundo. “Agora folgo, não porque fostes contristados, mas, porque fostes contristados para arrependimento; pois, fostes contristados segundo Deus; de maneira que por nós não padecestes dano em coisa alguma. Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação, da qual, ninguém se arrepende; mas, a tristeza do mundo opera a morte.” II Cor 7;9 e 10

Assim, os arrependidos que passam pela “noite” entristecidos, são os que, à Face Bendita do Favor Divino encontrarão a alegria ao amanhecer. 

A noite, entretanto, não se refere estritamente a um período entre dois dias, como conhecemos, antes, é uma noite espiritual, que dura o tempo necessário para que reconheçamos nossas culpas, delas nos arrependamos, e venhamos a confessá-las em busca do perdão. Só então, O Senhor fará “resplandecer Seu rosto” sobre nós, e veremos as nuances áureas da Sua graça.

Isso se dá muitas vezes, não é algo que acontece de uma vez por todas, antes, é um gradativo processo de abandono do pecado, que chamamos, santificação. A noite dos ímpios, indiferentes, é sem aurora, a dos “justos” vislumbra a esperança. “O caminho dos ímpios é como a escuridão; nem sabem em que tropeçam... Mas, a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” Prov 4;19 e 18

Nem todos as noites, contudo, derivam de consequências de pecado. Há permissões Divinas que nos colocam à prova para nos infundir têmpera espiritual, edificar nossa fé, como se deu com Jó, por exemplo, cujos sofrimentos advieram mediante inveja caluniosa do inimigo, não, desvios de caráter dele. Para esses casos, de escuridão total, O Nome do Senhor, Seu Caráter, integridade, são a “Luz” que nos permite andar, mesmo no escuro. “Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do seu servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no nome do Senhor, firme-se sobre o seu Deus.” Is 50;10

Abraão não tinha, então, 1% da Revelação de Deus temos, os que conhecem Sua Palavra, entretanto, em seu momento de angústia temendo pela vida do sobrinho que viu ameaçada, “apostou todas as fichas” no Caráter de Deus: “Não faria justiça o Juiz de toda a Terra?” Gn 18;25

Assim, sendo O Eterno de Caráter Santíssimo, e, “grandioso em perdoar” como disse Isaías, mesmo estando na noite, os servos fiéis estão sendo abençoados, ainda que, só percebem isso depois. Porém, quando a “noite” deriva de más escolhas, rebelião, desobediência, o Espírito Santo, posto que, entristecido, ainda habita em nós, nos fará entender o motivo da tristeza.

Esses cultos rasos onde toda noite trazem as “revelações de Deus” não passam de fogo estranho, faíscas humanas acendidas por gente que inda não conhece ao Santo. Isaías aponta um fim desastroso a esses incendiários espúrios. “Eis que todos vós, que acendeis fogo, vos cingis com faíscas, andai entre as labaredas do vosso fogo, entre as faíscas que acendestes. Isto vos sobrevirá da minha mão, e em tormentos jazereis.” Is 50;11


Enfim, qualquer que seja a causa da noite, ela não pode ser abreviada com artifícios humanos; mas, Aquele que ordenou a separação entre a luz e as trevas e foi obedecido, a Ele cabe chamar a aurora sobre nossas vidas.

Você que está no meio da noite, pois, tire o melhor que puder da tristeza, como uma fruta verde tira das seivas da Terra, para produzir, em tempo, a doçura da maturidade.

sábado, 20 de agosto de 2016

A indiferença de Deus

“Ele estava na popa, dormindo sobre uma almofada, despertaram-no, dizendo-lhe: Mestre, não te importas que pereçamos?” Mc 4;38

Sem me ater ao incidente, dele extrairei uma ideia apenas, como pano de fundo pra uma reflexão que vejo oportuna, a “indiferença” de Deus ante o sofrimento humano. Pois, se, então, pareceu aos discípulos que O senhor não se importava, atualmente, tenho lido muitas acusações semelhantes.

Se O Eterno não se importasse deveras, facilitaria bastante as coisas para Ele. Julgaria cada um segundo suas obras, entregaria ao castigo devido, e fim de papo. Contudo, a Bíblia diz que, “Deus amou o mundo de tal maneira, que deu seu Filho Unigênito, para que, todo aquele que nele crê não pereça, mas, tenha Vida Eterna”. Jo 3;16

Aqui, o Senhor pontua a grandeza do amor pelo valor da dádiva; noutra parte, Paulo vislumbra o mesmo, a partir da indignidade dos recebedores. “Porque apenas alguém morreria por um justo; pode ser que pelo bom alguém ouse morrer. Mas, Deus prova seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.” Rom 5;7 e 8

Assim, como O acusam ainda de indiferença? Contudo, diria alguém, quem o faz? Muitos. Por ocasião do devastador terremoto na Indonésia foi manchete de capa no jornal Zero Hora: “Onde estava Deus?” Ou seja: A culpa é Dele. Quando o menino Aylan morreu na fuga dos refugiados norte africanos e meso-orientais, e sua foto morto na areia da praia correu o mundo, ouvimos coisas semelhantes.

Agora, propagou-se como um vírus, outra foto de um menino sobre uma cadeira coberto de pó, a face esquerda de sangue, retirado de um bombardeio na Síria, e muitos postam suas indignações com frases tipo: “Como Deus permite algo assim com uma criança?” Ou, “Ele não se importa?”

Para início de conversa, nosso humanitarismo é pontual, seletivo, hipócrita. Primeiro, achamos que inocentes são apenas as crianças, pelo menos, quando os decapitadores de cristãos fazem seu “trabalho” há um estrondoso silêncio dos, agora, humanitários. Segundo, tal indignação sazonal subsome nas areias movediças do interesse tão logo, um fato “mais importante” como uma medalha olímpica, por exemplo, chame atenção.

Muitos cretinos tripudiam de coisas assim, realçando idiossincrasias políticas. Tarso Genro escreveu vasto artigo dizendo que Aylan fora vítima do “colonialismo europeu” subentendendo que o “socialismo” que defende é, sim, humanitário. 

Contudo, os petistas lutaram com afinco pela aprovação do aborto, e ainda o fazem. Para tais, uma criança morta na praia é uma tragédia digna de diatribes contra os culpados. Milhões de inocentes mortos pela promiscuidade irresponsável é um direito social.

Acaso perguntam “onde está Deus” antes de atentarem contra vidas indefesas? Afinal, para O Senhor, todos têm o mesmo valor, independe de raça, cultura, idade; mesmo, os adultos são desafiados a se fazerem como crianças pra herdarem a salvação, e, invés de Altíssimo, Todo Poderoso, Santíssimo, etc. somos instados a orar chamando a Deus de Pai. Que coisa mais infantil! Pois é.

Na verdade, todos desejam o que Deus propõe; igualdade, fraternidade, liberdade, paz. Contudo, rejeitam as condições. O Eterno se importa sim, e declara expressamente: “Vivo eu, diz o Senhor Deus, que não tenho prazer na morte do ímpio, mas, em que o ímpio se converta do seu caminho, e viva. Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois, por que razão morrereis...” Ez 33;11

Acontece que O Criador nos fadou à liberdade, capazes de optar, e além de nós, ama também à justiça. Assim, faculta as escolhas e determina as consequências. Quem conhece as Escrituras sabe que, foi justo, o excesso de violência que ensejou o juízo Divino do dilúvio. Só um completo imbecil, pois, olharia para violência contra inocentes achando que, isso não incomoda ao Santo.

Contudo, Sua “interferência” se dá mediante o ensino de Sua palavra, a qual, ordenou que se pregasse a todos. Esse “humanitarismo” fácil, cujo custo é mero exercício blasfemo da língua, nem de longe mostra quem Deus É; antes, qual índole do que, em palavras ocas presume se importar mais que Aquele que É amor.

O mestre foi categórico: “Ninguém tem maior amor que este: Dar sua vida pelos seus amigos.” Jo 15;13

Por fim, até as catástrofes “naturais” A Bíblia põe na nossa conta, por causa de nossa rebelião contra O Senhor. “...Na verdade a terra está contaminada por causa dos seus moradores; porquanto têm transgredido as leis, mudado os estatutos, e quebrado a aliança eterna. Por isso, a maldição tem consumido a terra...” Is 24;5 e 6


Ele seria indiferente se nos permitisse pintar e bordar, sem nenhuma consequência, mas, não será assim. “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo que o homem semear, isso também ceifará.” Gál 6;7