segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

O Divino Enredo

“O Deus de nossos pais de antemão te designou para que conheças sua vontade, vejas aquele Justo e ouças a voz da sua boca. Porque hás de ser sua testemunha para com todos os homens do que tens visto e ouvido.” Atos 22;14 e 15

Paulo relembra os termos de sua chamada. Teria sido escolhido de antemão, para conhecer à Vontade do Senhor, ouvindo Sua voz. Sem me deter à sina do apóstolo, agora, algo sobre a Doutrina do Senhor parece oportuno.

Podemos equacionar Sua Vontade, à Voz da Sua Boca, Sua Palavra. Não existem entrelinhas, “verdades” ocultas apenas para a compreensão de iniciados; a mensagem é categórica, cabal; o que os líderes ouvem, o povo igualmente, como falou Ageu, certa vez: “Esforça-te, Zorobabel, governador, diz o Senhor, esforça-te, Josué... sumo sacerdote, esforça-te, todo o povo da terra, diz o Senhor, trabalhai.” Ag 2;4

Que bonito o prólogo de nossa constituição, onde diz que “Todos são iguais perante a lei”! Perante os fatos, isso não se verifica, infelizmente.

Todavia, ante O Eterno é mesmo assim. Ainda que reconheça as distinções sociais humanas que fazem grandes e pequenos, segundo a Palavra, haverá dois povos, ante o Juízo. Os que herdaram Vida Eterna em Cristo, cujos nomes estarão pra sempre no “Livro da Vida,” e os demais, irmanados num rebanho designado como, “mortos”.

Vejamos: “Vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante de Deus, e abriram-se os livros; abriu-se outro livro, que é o da vida. Os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas, segundo suas obras. Deu o mar os mortos que nele havia; a morte, o inferno deram os mortos que neles havia; foram julgados cada um segundo as suas obras.” Apoc 20; 12 e 13

Viram? Não há grande atleta, artista, cineasta, grande piloto, político, nada! Apenas um traço comum derivado de suas escolhas espirituais: Mortos. Se, peculiaridades no teatro social fizeram grandes e pequenos, a isonomia espiritual os faz iguais, nivela-os por baixo, mortos. Convém lembrar que, a morte espiritual não equivale à não existência, antes, à separação eterna de Deus.

A condição proposta pelo Salvador foi, “negue a si mesmo”, submeta-se a Deus. Mas, os refratários a isso, que preferiram o “si mesmo” a Deus, quando, na eternidade, contarão com o fruto de suas escolhas, digo, consigo mesmos; desejos insanos que fremem às paixões do corpo, ainda existirão, uma vez que não foram crucificados em tempo, ( mortificados ) mas, faltarão meios para suprir; corpos espirituais não terão as características de carne e sangue como agora.

As almas rebeldes que expressavam desejos mediante corpos, ainda terão os mesmos desejos nos quais se habituaram, mas, sem meios de saciar; um fogo que nunca se apaga, um inferno. Alguns levam a metáfora ao pé da letra como se os perdidos fossem lançados para queimar; mas, o combustível da impiedade são as paixões malsãs; a abstinência forçada, o juízo.

Nossa passagem terrena não é um convite para festa como devaneiam os que se cobrem de prazeres de toda ordem e ignoram Deus; antes, a vida física é uma concessão do Santo, uma redoma de tempo e espaço, onde deseja que nos reconciliemos com Ele; nos quer devolver o que foi perdido, a Vida Eterna.

Paulo ensina: “De um só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e limites da habitação; Para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós;” Atos 17;26 e 27

Circunstancialmente falava aos “grandes,” filósofos Estoicos e Epicureus. Mesmo a esses, indiretamente chamou de ignorantes em sua mensagem: “Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam; Porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do homem que destinou; disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos.” Vs 30 e 31

Mais um aspecto da igualdade perante Deus; mesmo, grandes da Terra, se O desconhecem, são ignorantes. Como tais têm um “si mesmo” difícil de negar, Deus faz seu trabalho com renegados, os pequenos.

“Porque, vede, irmãos, vossa vocação, que não são muitos os sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos nobres que são chamados. Mas, Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; escolheu as coisas fracas para confundir as fortes; Deus escolheu as coisas vis e desprezíveis, as que não são, para aniquilar as que são;” I Cor 1;26 a 28

Pompa e circunstância são meras alegorias; vale é o enredo; esse, é A Palavra de Deus.

domingo, 7 de fevereiro de 2016

As máscaras da incredulidade

“Rodearam-no, os judeus, e disseram: Até quando terás nossa alma suspensa? Se tu és o Cristo, diga abertamente. Respondeu-lhes Jesus: Já vos disse, e não credes. As obras que faço, em nome de meu Pai testificam de mim. Mas, vós não credes porque não sois minhas ovelhas, como já vos tenho dito.” Jo 10; 24 a 26

Parece que, havia um esforço para crer, de modo tal, que as almas estavam suspensas; Cristo seria culpado desse descrer, talvez, falasse coisa ambíguas. Diga abertamente, pediram. Já disse, demonstrei mediante obras, vocês não creram; porque não sois minhas ovelhas, respondeu O Mestre.

A incredulidade tem mesmo muitas faces. Quantos posam de vítimas dizendo que se esforçam para crer, mas, não conseguem; a mensagem lhes não convence. Forçam a “chover no molhado”, redizer o que foi dito, como se, alguma coisa tivesse ficado nebulosa, e, enfim, sendo esclarecida gerará fé.

Não que, eventualmente não haja “ruídos” na mensagem, o que, todo ser racional, mais hora, menos hora, tentará entender. Mas, quem crê, o faz, sobretudo, confiando na integridade do Salvador; se há algo mal entendido deve ser culpa minha, pensa, depois pergunto, Ele me ensinará. Como fizeram os discípulos acerca das parábolas do Joio e do Trigo, e, do Semeador, por exemplo.

Não entenderam, mas, entendiam quem era Jesus e o seguiam mesmo assim; oportunamente, buscavam esclarecimentos. Isso é fé. Mais que o teor da mensagem, confiar no Pastor. “As minhas ovelhas ouvem minha voz; eu conheço-as, elas me seguem;” v 27

A balela do “eu creio em Deus do meu jeito” é mais uma máscara da incredulidade. Meus gostos, cosmovisão, nada valem, se, anseio, deveras, a salvação. A condição proposto por Cristo é: “Negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.” Assim, não resta espaço para que as coisas sejam do meu jeito.

O Senhor é categórico: “Deixe o ímpio o seu caminho, o homem maligno seus pensamentos, se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar. Porque meus pensamentos não são os vossos, nem os vossos caminhos os meus, diz o Senhor.” Is 55; 7 e 8

A salvação é ideia de Deus, iniciativa espontânea do Seu amor; somos réus de morte, dados, nossos pecados. Então, ela será nos termos de Deus, ou, jamais será.

Não que um salvo não tenha conflitos, pois, uma vez tendo “nascido de novo” sua dupla natureza, espiritual e carnal, pelejará dentro de si, cada aspecto, segundo seus interesses; nesse caso, resta a boa escolha. Paulo ensina: “Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas, sou carnal, vendido sob o pecado. Porque o que faço não aprovo; o que quero, isso não faço, mas o que aborreço, faço. Se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. De maneira que, já não sou eu que faço isto, mas, o pecado que habita em mim.” Rom 7; 14 a 17

Notemos que não há ambiguidade na mensagem antes, na vontade humana; uma espiritual, consciência, que concorda com Deus; outra carnal, que tende a rebelar-se. De nossa escolha nesse gládio depende a salvação, como disse, adiante: “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas, segundo o Espírito. Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte.” Cap 8;1 e 2

O problema básico dos que recusam crer não é falta de entendimento, antes, sobra. Entendem muito bem as implicações de crer, que significa obedecer, deixarem de viver a vida como gostam, para viver de um modo que agrade a Deus. Todavia, o hipócrita age como está acostumado; tenta maquiar seus defeitos para que, eventualmente, apareçam menos, invés de os corrigir. Forma sutil de trair a si mesmo.

A ideia do pecado original proposta pelo diabo: “Vós mesmos sabereis o bem e o mal”; noutras palavras, autonomia em relação a Deus. Essa “receita” ainda pauta o modo de vida dos que recusam a crer; no fundo, recusam obedecer.

Esse cinismo tão encontrável na sociedade moderna, onde a lei é boa para proteger os maus, e opressora para corrigir. Assim, uma criança de doze anos pode decidir por uma operação transexual; um assassino de dezessete não pode ser imputado, a lei protege. Ante O Eterno, não cola.

A mensagem é clara! A escolha, livre! As consequências, inevitáveis. “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna.” Gál 6;7 e 8.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

A "Mão Chifrada" do Papa Francisco

“Não comuniqueis com as obras infrutuosas das trevas, antes, condenai-as. Porque o que eles fazem oculto, até dizê-lo é torpe. Mas, todas estas coisas se manifestam, sendo condenadas pela luz...” Ef 5;11 a 13

Paulo, se vivesse hoje seria um “não alinhado” um, “do contra”, pois, invés de pregar a união de todos os credos, como está na moda, preceituou separação, de algo que, ( imaginem, o preconceito ) chamou de obras das trevas.

Deparei com rasgados elogios ao Papa Francisco, pois, durante sua visita às Filipinas, saudou ao povo com a “mão chifrada”, que seria um gesto de identificação dos metaleiros. Todavia, a coisa é um tanto mais complexa.

Quem conhece simbolismo bíblico sabe que, chifres são símbolos de poder. Alexandre foi figurado numa profecia de Daniel, como um bode impetuoso com um chifre notável. Os dez povos que resultaram da extinção do Império Romano, Godos, Ostrogodos, Burgúndios, Lombardos, Suevos, Vândalos, Visigodos, Hérulos, etc. foram vistos como dez chifres na cabeça do animal que tipificava o império. O poder que surgiu depois, substituindo ao Império dos Césares foi descrito como chifre pequeno, etc.

Deus, não obstante, Ser Três Pessoas, sempre se fez representar Uno. “Ouve ó Israel, o Senhor teu Deus é O Único!” No Velho Testamento há um enorme espectro de textos que apontam isso. No Novo, idem. “Porque três são os que testificam no céu: o Pai, a Palavra, e o Espírito Santo; estes três são Um.” I Jo 5;7

Assim, a figura de dois chifres equivale a dois poderes paralelos, semelhantes; quem quis algo assim? Vejamos: “Tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei meu trono; no monte da congregação me assentarei, aos lados do norte. Subirei sobre as alturas das nuvens, serei semelhante ao Altíssimo.” Is 14;13 e 14

Vemos que satanás não é ateu, apenas, quer ser semelhante a Deus, por isso, usa o símbolo de dois poderes.

Por quê, quando em casos de adultério, se diz que alguém levou chifres? Porque, de um lado, houve o concurso de “outro poder” sobre o cônjuge infiel.

Nomes aos bois. A mão chifrada não é símbolo metaleiro. Eles a usam por serem satanistas. Se alguém faz isso pensando outra coisa, não vira satanista; mas, está enganado. Porém o Chico não tem direito de ser tão inocente.

Vejamos o quê, eles cantam: “Você acredita em alguma palavra que a bíblia diz? Ou é tudo um conto de fadas sagrado e Deus está morto?
Deus está morto. “
Black Sabbat

“Mas, me sinto atraído pelas hordas demoníacas que cantam
Eles parecem me hipnotizar... não consigo evitar seus olhos
666 o número da besta, 666 aquele para você e eu”
Iron Maiden

“Eu fui criado pelos demônios
Treinado para reinar como único
Deus do trovão e do rock and roll
O feitiço que está sobre você
Roubará lentamente sua alma virgem”
KISS

Quem tiver curiosidade que pesquise um pouco mais; em meio a letras aparentemente inocentes, coisas assim e piores surgirão. Essa é a fé dos tais músicos, que usam tal símbolo.

Ademais, Anton Levi, fundador da “Igreja de Satã” patenteou esse símbolo como de seus adeptos. Se olharmos no You Tube veremos apanhados fotográficos de quase todos os líderes da Terra fazendo isso; inclusive, nossa Dilma. Tente fazer! Verás que requer certo esforço, não é um movimento espontâneo, do tipo que se faz sem notar. Quem faz isso, o faz porque quer.

Sabem os mais esclarecidos que as religiões mundanas têm uma mensagem inócua para os inocentes úteis, outra “exotérica” para os iniciados, que uma vez conquistando a confiança dos líderes se tornam também portadores de certos segredos. Entre eles, saúdam-se em público com determinados gestos que os colocam acima do populacho que manipulam.

Então, usar tal gesto não é ser legal, inclusivo, como estão festejando os incautos; é assumir posição ante a “Ordem”.

Cristo não foi nada “inclusivo”, antes, denunciou erros. Não há dúvidas que o Papa é Pop; todavia, representa mesmo, Deus? O Ecumenismo é um projeto Divino? Não! É mera rebelião, motim.

“Por que se amotinam os gentios, os povos imaginam coisas vãs? Os reis da terra se levantam, os governos consultam juntamente contra o Senhor e contra o seu ungido, dizendo: Rompamos suas ataduras, sacudamos de nós as suas cordas. Aquele que habita nos céus rirá; o Senhor zombará deles.” Sal 2; 1 a 4

Cristianismo não é uma sociedade secreta, não se apoia em sinais, antes, na Palavra de Deus. Essas coisas indicam outra fonte. “O homem mau, o homem iníquo tem a boca pervertida. Acena com os olhos, fala com os pés e faz sinais com os dedos.” Prov 6;12 e 13

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Jejue comendo mais

“E disse-lhe o diabo: Se tu és o Filho de Deus, dize a esta pedra que se transforme em pão. Jesus lhe respondeu, dizendo: Está escrito que nem só de pão viverá o homem, mas, de toda a palavra de Deus.” Luc 4;3 e 4

O primeiro aspecto dessa tentação é que o inimigo se faz “oportuno” “lógico”, quando quer armar seu laço. O Senhor estava no fim de um jejum de 40 dias, quando o traíra se “preocupou” com pão. Não nos enganemos: A misericórdia do diabo não passa de senso de oportunidade, astúcia.

Todavia, meu foco, agora, é o jejum. Para muitos, uma opção mal compreendida. Tanto podemos errar no método, quanto, no mérito. Quanto ao método, é bem mais que ficar sem comer; mais que ascetismo, que dieta.

Antes, na inversão de prioridades entre espírito e corpo, ao passo que esse é disciplinado pela privação de alimento, aquele, é alimentado mais. Como diz no Salmo primeiro, depois de renunciar ao que soa errado se coloca o certo no lugar. Pouco adiantaria rejeitar o conselho dos ímpios, caminho dos pecadores, roda dos escarnecedores, seguindo o “eu” orgulhoso entronado.

Porém, após rejeitar aquelas opções errôneas, “tem seu prazer na Lei do Senhor, na Sua Lei medita dia e noite.” Igualmente, o jejum, depois de tolher anseios naturais, que em si nem seriam errados, devemos nos ocupar das coisas do Senhor.

O método certo há de clarear-nos o mérito também; digo, praticado do jeito certo, há de mostrar-nos os alvos devidos. Podemos nos abster de alimentos, e ainda nos empanturrarmos de cobiça, egoísmo.

No mesmo Salmo diz que o que age assim será “como árvore plantada junto às águas; que mesmo na estação da seca não deixa de dar frutos.” Para a “árvore” do corpo, o jejum equivale a um estio, onde lhe são negados os nutrientes básicos; todavia, há “águas” correndo perto de suas raízes, que a faz frutificar mesmo assim.

Contudo, se, água é uma necessidade da árvore, frutos são uma bênção a terceiros, não frutifica em interesse próprio. Assim, jejuar meramente por aspirações pessoais equivale a querer frutos para si; os dons do Espírito Santo em nós têm alvos melhores. “Ide e aprendei o que significa: Misericórdia quero, não, sacrifício.” Assim, se nosso jejum visa agradar a Deus, terá nosso semelhante como alvo; se, é mero sacrifício em benefício próprio, bem que podemos pecar jejuando.

Paulo aconselhou Timóteo que priorizasse o exercício espiritual ao corporal, e disse, noutra parte, como se dava consigo: Privava seu corpo de certas coisas, para não ser réprobo ante terceiros. Sua saúde espiritual seria bênção aos demais, uma vez que legitimava seu ministério, ouçamos: “Todo aquele que luta de tudo se abstém; eles fazem para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, uma incorruptível. Pois, assim corro, não como a coisa incerta; combato, não como batendo no ar. Antes, subjugo o meu corpo, o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado.” I Cor 9;25 a 27

O Jejum egoísta foi denunciado certa vez: “Fala a todo o povo desta terra, e aos sacerdotes, dizendo: Quando jejuastes, pranteastes, no quinto e no sétimo mês, durante estes setenta anos, porventura, foi mesmo para mim que jejuastes? Ou, quando comestes, quando bebestes, não foi para vós mesmos que comestes e bebestes?” Zac 7;5 e 6 Depois, O Senhor apontou aos alvos dos Seus cuidados; “...Executai juízo verdadeiro, mostrai piedade e misericórdia cada um para com seu irmão. Não oprimais a viúva, nem o órfão, nem o estrangeiro, nem o pobre, nem intente cada um, em seu coração, mal contra o seu irmão.” Vs 9 e 10

Por fim, o exercício espiritual, enseja crescimento, discernimento; “Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem como o mal.” Heb 5; 14 O “alimento sólido” em questão é a Palavra, numa compreensão madura, não os rudimentos da doutrina que é chamado Leite.

Pois, se lhe faltam as chuvas, voltando à figura da árvore, bebe do Espírito, o “Rio cujas correntes alegram à Cidade de Deus”. Quem se exercitar dessa forma, terá o discernimento oportuno, para quando a “misericórdia” do inimigo propuser “saídas fáceis” para problemas complexos.

Em suma, Jejuar não é ficar sem comer; antes, mudar o cardápio natural que satisfaz ao corpo, pelo sobrenatural que robustece ao espírito. Feito isso, os alvos já não serão egoístas, mas, os que O Espírito Santo nos fará ver como sendo os cuidados de Deus.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Geração bem in-formada

“A educação tem raízes amargas, mas, seus frutos são doces.” ( Aristóteles )

Se desse para pularmos essa etapa amarga indo direto à doçura, na linguagem moderna seria, um “upgrade” um salto de qualidade, desfazendo a rigidez do método antiquado.

Todavia, como verossimilhança não é verdade, informação não é formação. Qualquer um pode consultar “Di grátis” ao Dr. Google, e sair explicando ao médico as causas do Diabetes, Labirintite, Apendicite, etc. Mas, quem tem formação para cuidar do caso?

Sócrates, o filósofo, tinha seus pleitos contra sofistas, pois, esses, no pleno domínio da retórica poderiam fingir que entendiam tudo, mais que, os veros entendidos; de saúde, mais que o médico; da arte bélica, mais que o soldado; de escultura, mais que o artesão; quando, deveras, entendiam apenas da arte de fingir. Qualquer semelhança com os políticos de hoje não é coincidência; é mesmo, o triunfo do verossímil sobre o verdadeiro.

Quando se trata de “control C control V” qualquer um exercita-se em grandes coisas; mas, peça-se, mera redação no ENEM, por exemplo, e, a formação será jogada de volta ao fundo do vale de onde nunca saiu. A facilidade de domesticar meios antes de domar a si mesmo, tem colocado pilotando canhões, gente que inda não sabe usar uma funda.

A boa formação faz “maciços;” informação pode fazer envernizados. Num contexto onde verniz serve seremos úteis; mas, onde a demanda for por conteúdo, tendemos a “pagar mico”.

Aqui onde vivo havia meia-dúzia de redutores eletrônicos de velocidade, que, por alguma razão foram removidos; manutenção, mudança de regras, sei lá. Mas, sempre que me aproximo de onde ficavam, automaticamente reduzo abaixo dos 40 Km por hora que era permitido. Depois que faço isso me dou conta que não mais estão lá as câmeras. A formação faz isso com nossas almas; “condiciona” nossos reflexos, tanto na esfera dos valores, educação, quanto, conhecimento.

Aí, em nosso mirante atual, alguém público é acusado de um ilícito qualquer, tráfico de influência, corrupção. Em sua “defesa” uns dizem que fez muito pelo país, deve ser respeitado. Qual a leitura? Que alguém que fez isso está cima de Lei, mera investigação equivale a desrespeito. Outras “defesas” acusam oponentes de terem feito coisas semelhantes, muitas vezes, recorrendo à calúnia. Qual a lógica? Fez, mas, beltrano também fazia.

Assim, a “moral” disseminada é que, se fizer coisas boas tem crédito para as más; ou, se nivelar por baixo a falta de caráter, tudo bem. Pior que essa crise absurda de valores, é encontrar pessoas que mesmo tendo sido vítimas dos tais coisas, ainda defendam esses argumentos.

Se, eu for acusado de estupro, disso deverei me defender; com provas, álibi, testemunho, o que tiver; contudo, se invés disso eu sair acusando meus acusadores de serem frígidos, contra o prazer, ou, afirmar que já fiz bem a muitas mulheres, não vai me inocentar, tampouco, essa gororoba retórica equivale a uma defesa.

A glamurização da ignorância, o culto à esperteza em lugar do caráter, fanfarrice em lugar dos fatos, pode funcionar durante determinado tempo; porém, as consequências sempre surgem, testemunhas verdadeiras que com seu dito, acabam desnudando às causas.

Para serviço público de quarto, quinto escalões para baixo se requer preparo, esmero; acessa-se mediante concurso, mérito. Daí pra cima, triunfam os retóricos, mentirosos, espertos; quem for melhor em debates, discursos, vence, ocupa lugares no topo, e indica segundo e terceiro escalões, baseado em identificação partidária, troca de favores fisiológicos.

Insano sistema que exige competência para funções secundárias, e safadeza para as essenciais. Esse “centauro” invertido, onde o corpo é humano e a cabeça animal tende a caminhar aos solavancos, pois, sua anatomia o prejudica, o corpo padece a falta de coordenadas lúcidas, e carrega peso desproporcional.

Mas, por quê triunfam as “nulidades” como denunciou Ruy Barbosa? Porque o paladar da geração informação está condicionado a até arquivar algumas, seletivamente, e descartar milhares; entretanto, não está apto a identificar, discernir a essência das coisas.

As palavra são usadas de modo oposto ao seu significado, e tem muitas amebas que, invés de denunciarem ao estupro da lógica, saem em coro em defesa dos estupradores. Assim, fundem democracia e ditadura ao sabor dos gostos, não dos fatos; legalidade e golpe, pelo mesmo critério; crimes pontuais com discordâncias ideológicas, etc.

Então, esse “rico” filão, da insipiência atuante, da ignorância sem modéstia, além de fazer a fortuna dos políticos safados, faz também a de mercenários, falsos profetas, pois, o mesmo que se faz na política, muitos fazem em igrejas.

Porém, se a questão é de raízes como disse Aristóteles, e todos estão já frutificando, só um milagre quebraria tal paradigma; temos o país que merecemos, pois, se essa é a colheita, isso foi plantado...

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

A Deusa dos mares da ignorância

“Que homem é este, que até os ventos e o mar lhe obedecem?” Mat 8;27 Essa pergunta dos atônitos discípulos quando Jesus acalmou vento e mar, bem que poderia ser feita a nós; sobretudo, hoje. 

Segundo pesquisa da revista Veja de alguns anos, 98% dos brasileiros creem em Deus. Digamos que tenha caído pra noventa. Ainda assim, se perguntássemos nas ruas sobre quem é Jesus, imensa maioria diria que é O Filho de Deus, que É Deus, O Senhor.

Ele denunciou outrora, que, malgrado o terem como Pai, Senhor, lhe ofereciam um culto vil, que O estava irritando; “O filho honra o pai, o servo o seu senhor; se, sou pai, onde está a minha honra? Se, Senhor, onde está o meu temor? diz o Senhor dos Exércitos a vós, sacerdotes, que desprezais o meu nome...” Ml 1;6 Não os lábios, mas, as ações contam.

Acontece que, hoje, milhares de “cristãos” estão fazendo passeatas, oferendas, preces, pagado promessas à “Rainha dos mares;” pra uns, “Iemanjá”, outros, “Nossa Senhora dos Navegantes.” Seria essa entidade que presidiria os mares, protegendo devotos em tais domínios.

Qual foi sua participação na criação? Façamos aos seus seguidores o questionamento que o Criador fez a Jó: “quem encerrou o mar com portas... Quando pus as nuvens por sua vestidura, a escuridão por faixa? Quando eu lhe tracei limites, pus portas e ferrolhos, e disse: Até aqui virás, não mais adiante; aqui parará o orgulho das tuas ondas?” Jó 38;8 a 11 A Própria pergunta traz amalgamada a resposta; foi obra do Criador.

No evento inicial, onde O Senhor conteve vento e mar, a “simples” ação deveria ser já a resposta à questão dos discípulos. Se, até o vento e mar lhe obedecem, deve ser Deus. Então, não importa que 90% ou mais, afirme as coisas corretas; se seguem em procissão aos ídolos, fantoches de produção humana, é nisso que creem.

Mas, que mal há? Não pode cada qual crer no que quiser? Claro! Liberdade de crença é prerrogativa inalienável de seres arbitrários como nós. Contudo, se alguém “crer” que o esquadro é redondo, ou, o círculo triangular, com razões sobejas duvidarei da sua sanidade.

Deus não proíbe que se creia em ídolos, mas, que isso se faça à parte; em separado de Seu templo, de Seu nome. “Quanto a vós, ó casa de Israel, assim diz o Senhor Deus; Ide, sirva cada um, seus ídolos, pois, a mim não me quereis ouvir; mas, não profaneis mais meu santo nome com as vossas dádivas, e com os vossos ídolos.” Ez 20;39 Noutras palavras: “Vão, cultuem as imagens que desejardes, mas, me incluam fora disso”.

Noutra parte, O Santo mencionou sem censura o culto de imagens mediante povos ignorantes; “Um ao outro ajudou, e ao seu irmão disse: Esforça-te. O artífice animou ao ourives, o que alisa com o martelo ao que bate na bigorna, dizendo da coisa soldada: Boa é. Então com pregos a firma, para que não venha a mover-se.” Is 41;6 e 7

Contudo, a idolatria de Israel, que conhecera a Deus, causou espanto: “Porém tu, ó Israel, servo meu, tu Jacó, a quem elegi descendência de Abraão, meu amigo; Tu a quem tomei desde os fins da terra, e te chamei dentre os seus mais excelentes, e te disse: Tu és o meu servo, a ti escolhi, nunca te rejeitei?” vs 8 e 9

Seguiu descrevendo a relação que tivera de fidelidade com o povo rebelde, por fim, lançou um desafio aos ídolos: “Anunciai-nos as coisas que ainda hão de vir, para que saibamos que sois deuses; fazei bem, ou fazei mal, para que nos assombremos, e juntamente vejamos. Eis que sois menos do que nada a vossa obra é menos que nada; abominação é quem vos escolhe.” Vs 23 e 24

Bem poderíamos parafrasear o desafio de Elias: “Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se O Senhor é Deus, segui-O; Porém, se Iemanjá cultuai-a.” Acontece que Deus serve para as horas ruins; Por ocasião da Tsunami na Indonésia, o jornal Zero Hora de Porte Alegre perguntou em manchete: “Onde Estava Deus?”; Ora, o mesmo veículo que cobre com várias páginas à passeata de hoje não deveria ter perguntado: “Onde Estava Iemanjá”? 

Essa é maldição da idolatria! Transforma praticantes em bonecos sem vida, ouvidos, tato, visão, em suma: Imbeciliza.

“Os ídolos deles são prata, ouro, obra das mãos dos homens. Têm boca, mas não falam; olhos, mas, não veem. Ouvidos, mas, não ouvem; narizes, mas, não cheiram. Mãos, mas, não apalpam; pés, mas, não andam; nem som algum sai da sua garganta. A eles se tornem semelhantes os que os fazem, assim como todos que neles confiam.” Sal 115;4 a 8

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Por quê, Deus contende conosco?

“Direi a Deus: Não me condenes; faze-me saber por quê, contendes comigo.” Jó 10;2 O caso de Jó era peculiar. As razões da contenda não derivavam da Vontade de Deus, antes, da inveja caluniosa do inimigo que imputou ao servo fiel, motivos vis.

Mas, quando o Eterno contende conosco, por quê, o faz? Aliás, Ele contende conosco? Segundo A Palavra, sim. Desde o primeiro livro da Bíblia isso está expresso: “... Não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem; porque ele também é carne; porém, seus dias serão cento e vinte anos.” Gên 6;3

Não obstante ser, longânime, uma hora isso acha termo. Naquele contexto, de violência, depravação total, o Eterno estipulou em 120 anos mais, Sua “contenda”, Sua busca por obediência, justiça; após, o juízo, como se verificou no Dilúvio.

Isaías apresenta a rebeldia como razão da discórdia: “Em toda a angústia deles ele foi angustiado; o anjo da sua presença os salvou; pelo seu amor, pela sua compaixão, os remiu; os tomou, conduziu todos os dias da antiguidade. Mas, eles foram rebeldes, contristaram seu Espírito Santo; por isso se lhes tornou inimigo; ele mesmo pelejou contra eles.” Is 63; 9 e 10 Primeiro mostra O Senhor sofrendo junto as aflições do povo; depois, se tornando inimigo em face à rebeldia.

Alguns interpretam mal a sina, quando, Jacó lutou com O Anjo do Senhor e “venceu”, como se, isso fosse possível. Ainda que o anjo apareceu na forma varonil, foi, antes de tudo, uma luta espiritual, onde exigiu que Jacó confessasse seu nome; isso equivalia à admissão de ser enganador; depois, quando disse: “Não te deixarei enquanto não me abençoares” patenteia apenas o intenso desejo de ser abençoado, não a possibilidade real de deter o Anjo.

De Jacó, o enganador, seu nome foi, então, mudado para Israel, aquele que luta com Deus. Não no sentido de “junto” com Deus, antes, “contra”, tentando resistir.

Estobeu, pensador da antiguidade dizia: “Termina com má fama quem quer duelar contra o mais forte”; pois, quem poderia duelar com Deus e ganhar fama de vencedor? Ele mesmo põe a questão: “...Quem poria sarças e espinheiros diante de mim na guerra? Eu iria contra eles, juntamente os queimaria.” Is 27;4 

Assim, a contenda de Deus não visa vencer eventual força que tenhamos, antes, nossa rebeldia que resiste à Sua vontade, mesmo que essa, derive de Seu amor.

Como nos fez arbitrários, O Eterno busca nossa anuência, não como quem necessita, porém, como quem deseja. Antes que, ameaçar eventuais fugitivos de Seu amor, patenteia Seu sofrimento com isso, sem entender a insanas razões dos que escolhem a morte: “Dize-lhes: Vivo eu, diz o Senhor Deus, que não tenho prazer na morte do ímpio, mas, que o ímpio se converta do seu caminho, e viva. Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; por que razão morrereis, ó casa de Israel?” Ez 33;11

Alguns que equacionam amor com permissividade amoral, dizem que, Deus não vai matar ninguém. Quer dizer que a Cristo, que era inocente, morte; a nós que, somos culpados, mesmo sem arrependimento, mesmo perseverando na rebeldia, salvação? Cristo morreu por quê? Se justiça não conta, apenas, amor, a Cruz teria sido um erro de cálculo?

Não nos enganemos, a leitura celeste da Cruz, além da misericórdia, vê outros predicados mais: “A misericórdia e a verdade se encontraram; justiça e paz se beijaram. A verdade brotará da terra, e justiça olhará desde os céus.” Sal 85;10 e 11

Por isso Deus luta conosco, porque, mesmo nos amando, ama à justiça também, desse modo, não pode nos salvar à revelia disso, que entrelaça-se ao feito Majestoso de Jesus. “Ninguém vem ao Pai, senão, por mim.”

Enquanto o Santo peleja, ainda quer salvar; triste será se disser de nós, como disse dos Fariseus: “Deixai-os, são condutores cegos...” Em dado momento O Senhor desiste de esperar mudanças nos caracteres humanos, apenas, exorta que cada um deixe patentes suas escolhas: “Quem é injusto, faça injustiça ainda; quem está sujo, suje-se ainda; quem é justo, faça justiça ainda; quem é santo, seja santificado ainda.” Apoc 22;11

Todos os profetas fiéis foram contenciosos; os servos de hoje, ainda são; Não pra porfiar pela contenda, antes, pela justiça, que, no fundo, é nuance do amor Divino tentando situar ao homem, salvá-lo. “Seja qualquer que for, já seu nome foi nomeado, sabe-se que é homem, que não pode contender com o que é mais forte que ele” Ecl 6;10

Se, Deus fosse um tirano opressor rastejaríamos; como é um Pai que ama, nos rebelamos. Assim, Ele precisa lutar conosco por sem Bom. Todavia, não É tão “bom” a ponto de deixar de ser Justo. Arrependimento e bandeira branca encerram a luta.