terça-feira, 7 de julho de 2015

O eunimigo mortal

“Orando também juntamente por nós, para que Deus nos abra a porta da palavra, a fim de falarmos do mistério de Cristo, pelo qual estou também preso; para que manifeste, como convém falar.” Col 4; 3 e 4 

Maravilhosa lição de entrega nos dá Paulo! Estava preso e pediu orações para se abrisse a “Porta da Palavra”, não, da cadeia. Sua preocupação passava de largo à ideia de ser livre; contudo, queria ser preciso, cirúrgico no uso da Palavra de Deus. 

Que a condição básica dos salvos é o “negue a si mesmo” todos sabem; Um coisa, entretanto, é saber a receita; outra, fazer o bolo.

Nesses tempos difíceis, de afirmação do ego, de culto à personalidade, uma negação nesses moldes soa estranha. Normal tem sido vermos grandes biltres da política usando o poder econômico para impetrarem “Habbeas corpus” preventivos, com medo de serem presos. 

O sociedade como está organizada há muito deixou de ser um arranjo para a convivência, tornando-se arena de competição. Assim, o fito não é a negação, antes, a afirmação do eu. Eventualmente, alguém, ou, uma instituição qualquer faz algo filantrópico e vira notícia, tal a quebra de paradigma que se revela, algo que deveria ser o modo de vida ordinário dos cristãos. 

Não raro vemos o marketing apregoando igrejas como empresas, pois, a porta que se busca abrir é a da prosperidade denominacional, não, a que ensejaria o crescimento do Reino de Deus. Grandes “stars” góspeis circulam para cima e para baixo, ao estímulo de polpudos cachês, pois o “eu” esse déspota assassino encena, rodeia, apregoa, mas, ser pregado na cruz, não aceita de jeito nenhum.

Não estou hipocritamente pretendendo me eximir da culpa, antes, me incluindo no alvo dessa reflexão, para, constatarmos juntos, o quanto ainda falta até podermos esquecer nossas barreiras pessoais, desde que, A Vontade de Deus se cumpra em nós. 

Se, é verdade que o domínio tecnológico nos abre um milhão de possibilidades, também, nos estimula a sermos pueris, superficiais... Podemos “compartilhar” grandes “nacos” de sabedoria, que, em nenhum momento vivenciamos. Apenas passaram diante de nós, “curtimos” e mandamos em frente, como que usando pedra preciosa na funda. 

O universo virtual faculta a facilidade de fazermos cortesia com chapéus alheios. “Quem gostou compartilha” parece ser o aferidor; invés de, quem entendeu viva, pratique.

Ninguém mais pede oração temendo não falar a coisa certa, esses pruridos infantis que acossavam Paulo; todo mundo sabe o que é certo; por que ajuda Divina se tem tudo no Google? 

Na verdade, antes da qualidade da reflexão, em si, o próprio ato de refletir é mais notório por sua ausência, que, por eventuais frutos. Volto inevitavelmente a uma das minhas frases favoritas; “A mente não é um vaso para ser cheio; é um fogo a ser aceso”. ( Plutarco ) Não precisamos uma mente filosófica para constatar a superioridade de uma chama viva que se propaga sobre um amontoado de trastes empoeirados. 

O apóstolo Paulo rogou orações pela abertura da “porta da Palavra”, talvez, nós precisamos ser libertos da prisão das nossas certezas. Nada mais letal que estar nas garras da condenação e sentir-se seguro. Salomão denunciou uns assim: Tens visto o homem que é sábio a seus próprios olhos? Pode-se esperar mais do tolo do que dele.” Prov 26; 12 

Mas, agindo assim não correremos o risco de isolamento, recebermos um “gelo” dos nossos amigos virtuais, pois, estaríamos andando na contramão? Essa é a ideia. 

Jesus nunca pretendeu que os Seus fossem alinhados com o mundo, antes, diversos dele, mediante frutos e alvos mais excelentes. “Dei-lhes a tua palavra, o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como eu não sou do mundo.” Jo 17; 14 Por que Paulo estava preso, senão, que sua mensagem e modo de vida perturbavam aos figurões de então? 

Que importa que grasse o culto do lixo moral, como tem se acentuado no país nos últimos tempos, quem considera prioritariamente a Vontade de Deus mantém os pés na Rocha, não se inclina ao sabor do vento. 

Afinal, “negar a si mesmo” em prol da vontade de Deus é a anulação do efêmero pelo triunfo do eterno; anular a si mesmo amalgamado, massificado, pelo lixo do mundo é delegar escolhas vitais a um assassino que há muito escolheu ser, inimigo de Deus. “Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” Tg 4; 4 

Que importa que o mundo nos rejeite, se Deus nos aceita? Afinal, “o mundo passa, e a sua concupiscência; mas, aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.” I João; 2; 17

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Jesus, em nosso tribunal

“Pilatos, pois, tomou então a Jesus, e açoitou. Os soldados, tecendo uma coroa de espinhos, lhe puseram sobre a cabeça; lhe vestiram roupa de púrpura. E diziam: Salve, Rei dos Judeus. Davam-lhe bofetadas. Então Pilatos saiu outra vez fora, e disse-lhes: Eis aqui o trago fora, para que saibais que não acho nele crime algum.” Jo 19; 1 a 4

Estranha figura esse Pilatos. Depois de submeter O Salvador a açoites e escárnios, defendeu Sua inocência. “... não acho nele crime algum.” Adiante reiterou: “...Tomai-o vós, crucificai-o; porque eu nenhum crime acho nele.” V 6

Ora, se sua consciência dizia que estava diante de um inocente, como autorizou que fosse crucificado? Talvez o clamor popular fosse muito forte; pode ser, mas, não bastava isso para tolher-lhe a autoridade, coisa da qual jactou-se ante O Mestre. “Disse-lhe Pilatos: Não falas a mim? Não sabes tu que tenho poder para te crucificar e poder para te soltar?” v 10

Quando alguém não faz o que pode para salvar uma vida inocente, tudo o que pode é encenar, como fez ele, lavando as mãos. Limpou da poeira sujou de sangue. Na verdade, dado o valor de uma vida, e a inexorabilidade da morte, devemos fazer o possível para salvá-la, mesmo que seja culpada.

Quantos fazem o joguinho de Pilatos cegados pela própria hipocrisia? Tipo: Posso, mas, não farei, desde que pareça que a culpa não é minha. Embora tudo e todos, possam concorrer no sentido de me induzir a tomar certo caminho, sou o único senhor de minhas escolhas, salvo em casos extremos de tiranias opressoras, que mesmo ameaçando com morte, não têm como ingerir em minha consciência.

Todos nós, em certo momento estaremos como Pilatos, ante uma decisão de vida ou morte envolvendo a Jesus. Dessa vez, porém, a vida em questão é a nossa, não, a Dele. Daquele foi dito: Sei que é inocente, mas, que morra mesmo assim; nós outros podemos diferir, pois, mesmo sendo culpados, nos é facultada a escolha pela Vida.

Quantos “lavam as mãos” na bacia rota da hipocrisia colocando obstáculos inventados para disfarçar vontades rebeldes? “Há tantas religiões, dizem, como saber qual a certa? Tanto Pastor ladrão, mentiroso, por que me converter? Muitos se vestem de justiça própria; Não faço mal pra ninguém, não tenho vícios, como iria para o inferno? Etc.

Ora, quando o Senhor disse que os sãos não precisam médico, antes, os doentes, em momento algum esposou a ideia que existissem “sãos”. Como os pretensos sãos, os religiosos da época O censuravam por se misturar à ralé, usou esse argumento lógico, eivado de ironia para os desmascarar.

A condenação não foi Obra de Cristo; veio sobre toda a humanidade desde a queda. Erra quem afirma que a simples menção da Palavra de Deus estaria condenando alguém, antes, porfia por salvar aos já condenados. “Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas, para que o mundo fosse salvo por ele. Quem crê nele não é condenado; quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.” Jo 3;17 e 18

A razão básica da condenação é a incredulidade. Claro que, crer deve gerar obediência para se revelar autêntico, senão, não passa de simulacro. No fundo, os que “não conseguem crer” recusam-se a obedecer.

A proposta maligna original, que, o homem se bastaria alienado de Deus, decidindo por si mesmo acerca do bem e do mal, sempre seduziu-nos. Meras partículas em mais de sete bilhões, de um gênero entre milhões da criação, nos supomos deuses universalizando preferências, inclinações, paixões... Frágeis a ponto de um invisível ser, vírus, bactéria, nos poder vulnerar, presunçosos ao extremo, como se nossa miopia contivesse a luz do Universo.

Não sem razão, Paulo associa incredulidade com cegueira: “Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus.” II Cor 4; 4

Assim, gostando ou não, com o “júri” da fé ou, da incredulidade, acabamos, como Pilatos, julgando a Cristo. Quem crê O declara inocente, verdadeiro; quem foge, como o romano, o faz mentiroso. “Quem crê no Filho de Deus, em si mesmo tem o testemunho; quem a Deus não crê mentiroso o fez, porquanto não creu no testemunho que Deus de seu Filho deu.” I Jo 5; 10

Enfim, não basta identificarmos a inocência do Salvador, é preciso que também reconheçamos nossas culpas, pra que Seus méritos nos sejam imputados mediante perdão.

Senão, O entregamos para seja morto uma vez mais; e matar ao Único que salva, é só uma forma oblíqua de cometer suicídio.

domingo, 5 de julho de 2015

Inútil exposição Divina ante rebeldes

E o enchi do Espírito de Deus, de sabedoria, entendimento, ciência, em todo o lavor, para elaborar projetos, trabalhar em ouro, em prata, cobre, lapidar pedras para engastar, e entalhes de madeira, para trabalhar em todo o lavor. Eis que eu tenho posto com ele a Aoliabe, filho de Aisamaque, da tribo de Dã; tenho dado sabedoria ao coração de todos aqueles que são hábeis, para que façam tudo o que te tenho ordenado”. Êx 31;3 a 6
Os que, em dado momento abraçam a tarefa de defender o indefensável, tipo a confecção de imagens para a “obra de Deus” lançam mão de textos como esse e similares para reforço de seu argumento. Se, o mesmo Senhor ordenou que se fizessem obras artesanais para o Tabernáculo, como seria contra tais artefatos?
Bem, não é necessário muito esforço para concluir que O Criador faz coisas que só Ele pode. Se, alguém pode usar com propriedade o “Faça o que eu digo, não o que eu faço, Esse, é Deus.
Os artefatos por Ele ordenados eram adornos e utensílios do Seu lugar de culto, tanto que, os artesãos foram cheios do Espírito de Deus, sabedoria e entendimento para a tarefa. Quando veda a “livre iniciativa” tolhe o concurso de deuses que usariam o Seu lugar, uma vez que receberiam preces, culto, como se tivessem espírito, poder, invés de serem inanimados. Assim, o Santo não veta um direito humano, antes, a estupidez, a profanação, dos que, deveriam conhecê-lo.
O mérito ou demérito de determinada ação não deriva da ação em si, antes, do objetivo, do espírito que a anima. O que são os hipócritas, tão combatidos pelo Salvador, senão, homens que fazem a coisa certa, eventualmente, mas, com motivação errada? “Fazem para ser vistos pelos homens” denunciou.
Entretanto, O Eterno fazer tudo para ser “visto”, entendido pelos homens é a mais excelsa demonstração de amor. Paulo denuncia aos que recusam a ver o obvio, tal a exposição de Deus. “Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lhes manifestou. Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto seu eterno poder, como sua divindade, se entendem; claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes, em seus discursos se desvaneceram, seu coração insensato se obscureceu.” Rom 1; 19 a 21
Adiante, conclui que o desconhecimento voluntário de Deus não acalma seu desejo espiritual; no intento de fugirem aos reclames do Santo, buscam deuses alternativos, de seu próprio feitio. “mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, aves, quadrúpedes, e de répteis.” Vs 23
Assim, como tais não se importam ao rebaixarem Deus, também Ele, não se incomoda de os entregar a um sentimento coerente com o espírito rebelde que os anima. “Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém. Por isso Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza. Semelhantemente os homens, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, homens com homens, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro. Como eles não se importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convêm;” vs 25 a 28
Viram como a coisa é concatenada? A Rejeição de Deus e Seus santos padrões leva os rebeldes aos deuses alternativos, falsos; tal culto profano descamba rumo ao vilipêndio da própria dignidade humana; justo juízo de quem profana à Dignidade de Deus.
Assim, sempre que o Eterno veta algo aos seus, no fundo, Seu alvo é livrar da morte. “Porque o salário do pecado é a morte, mas, o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor.” Rom 6; 23
Erram grotescamente os que se escandalizam por não ser, a Bíblia, “politicamente correta”; Deus labora para salvar almas, não, melindres. Mais, a polis, ( cidade ) dos salvos é mui coerente com a linguagem bíblica, posto que não é daqui. “Porque esperava a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é Deus.” Heb 11; 10
Deus enviou Sua Palavra, mediante o Salvador para guindar obedientes à Sua cidade; no tocante a isso a linguagem é precisa, única. “... Ninguém vem ao Pai senão, por mim.” Assim, todos são livres para escolher até a morte, se desejarem; ninguém, pra contrariar impunemente aos Divinos preceitos.

domingo, 28 de junho de 2015

A cordilheira e a planície

“Sobre tudo o que se deve guardar, guarda teu coração, porque dele procedem as fontes da vida.” Pro 4; 23 

Dado ser o coração, centro da vida orgânica é usado como figura central da alma, mente, desejos, personalidade humana. Tudo isso faz parte do “coração” de uma pessoa. Quando queremos enfatizar a certeza, profundidade de uma resolução qualquer, dizemos que é de todo o coração, ou, do fundo do mesmo. 

Embora falte ao termo uma circunscrição mais precisa, o mais sábio dentre os homens, Salomão, o definiu como manancial das fontes da vida. 

Acontece que, após a queda caiu também a qualidade desse manancial, digo, a pureza. Desse modo, algo ser feito, desejado, de todo coração já não é certificado de puro, profundo, veraz... Jeremias advertiu, aliás, contra os produtos dessa fonte, ora, corrupta: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas e perverso; quem o conhecerá? Eu, o Senhor, esquadrinho o coração, provo os rins; isto para dar a cada um segundo os seus caminhos, segundo o fruto das suas ações.” Jr 17; 9 e 10 

Vemos que, as obras por si não bastam; Deus busca o coração, no caso, a intenção com as quais são feitas. O Salvador foi preciso em desvendar o “maravilhoso potencial humano” como dizem certos psicólogos; “O homem bom tira boas coisas do bom tesouro do seu coração; o homem mau do mau tesouro tira coisas más.” Mat 12; 35 Não que o homem faça o coração ser bom; antes, o coração faz o homem, como a nascente faz o rio. 

Um coração insensível era a “doença” de seus ouvintes, acusou; “Porque o coração deste povo está endurecido; ouviram de mau grado, fecharam seus olhos para que não vejam; os ouvidos pra que não ouçam; compreendam com o coração, se convertam e eu os cure.” Mat 13; 15 Um coração endurecido, pois, enseja má vontade, tolhe a compreensão, veda a conversão e consequente cura das almas.

O Mestre disse mais: “Porque do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias. São estas coisas que contaminam o homem...” Cap 15; 19 e 20

Reitero, não basta que alguém busque determinadas coisas de todo o coração; antes, é preciso saber que tipo de coração anima tal pessoa. 

Nos cânticos hebraicos há bênção sobre o coração cuja nascente provém de Deus; “Bem-aventurado o homem cuja força está em ti, em cujo coração estão os caminhos aplanados.” Sal 84; 5 

Parece que a ideia de retidão, justiça, se figura por caminho plano; com o quê, concorda o texto de Isaías, pois, ao anunciar o ministério de João Batista usa a mesma figura. “Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor; endireitai no ermo vereda a nosso Deus.” Is 40; 3 

Então, quando se diz que a fé remove montanhas, grosso modo se pensa em bênçãos emocionais, materiais, não, em aperfeiçoamento do coração, regeneração do caráter segundo Deus. 

Antes de mais nada precisamos crer quando a Palavra de Deus denuncia que temos esses montes interiores; depois, aceitar Seus termos para a devida “terraplanagem”. Senão, seguirão no mesmo lugar; faltou fé e obediência para os remover. 

Quem crê em Deus e abraça Sua Palavra necessariamente separa-se do mundo. Então, nada mais natural que aqueles, cujos corações ainda são montanhosos estranhem a vastidão das planícies; noutras palavras: Acusam-nos de radicais, fundamentalistas, preconceituosos, etc. 

Ora, se do ponto de vista natural é possível a convivência, no espiritual é totalmente impraticável. Paulo ensina: “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? Que comunhão tem a luz com as trevas? Que concórdia há entre Cristo e Belial? Que parte tem o fiel com o infiel? Que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, entre eles andarei; eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. Por isso saí do meio deles, apartai-vos, diz o Senhor; não toqueis nada imundo e eu vos receberei;” II Cr 6; 14 a 17 

Aos cristãos, mesmo devendo amar todos, não restam causas ímpias a defender; devem ser cumpridores, mensageiros da Vontade de Deus, o Único coração puro. 

Moradores de Jericó pediram ajuda a Eliseu, pois, as águas de sua terra eram ruins; ele lançou sal na fonte e purificou em nome do Senhor. Aquelas fontes tipificam todos os corações após a queda; o intento Divino é purificar via Seus servos, dos quais disse: “Vós sois o sal da Terra...” Se a carne viva acusa a ardência do sal, a que foi crucificada não se incomoda com ele.

sábado, 27 de junho de 2015

A busca inglória por um petista honesto

“E tu, Esdras, conforme a sabedoria do teu Deus, que possuis, nomeia magistrados e juízes, que julguem a todo o povo que está dalém do rio, a todos os que sabem as leis do teu Deus; ao que não as sabe, lhe ensinarás.” Ed 7; 25
Sempre que, determinado projeto de lei ancorado em valores cristãos é defendido por um congressista qualquer, opositores se dão pressa em lembrar que somos um estado laico; política e religião não se misturam, blá, blá, blá...
Acima temos trecho de um Edito Real de Artaxerxes, rei persa, instando a Esdras, sacerdote judeu, a escolher magistrados conhecedores da Lei de Deus, ou, dispostos a aprendê-la. Afinal, diverso do que se pensa, a Lei de Deus não produz religião, antes, justiça, como disse Isaías: “Com minha alma te desejei de noite, com o meu espírito, que está dentro de mim madrugarei a buscar-te; porque, havendo os teus juízos na terra, os moradores do mundo aprendem justiça.” Is 26; 9
Qual projeto de lei que vise a justiça social, se pode construir totalmente à parte dos valores cristãos...? Mesmo aqueles que regulamentam práticas contrarias aos preceitos bíblicos, ainda se harmonizam com A Palavra, na irrestrita preservação do livre arbítrio. Então, evocar a laicidade, nesse caso, não passa de preconceito disfarçado de argumento.
Se, não se pode impor a crença em Deus a ninguém, não é sábio ignorar que Ele, a despeito de nossas escolhas governa tudo. Muitas coisas atribuídas ao acaso, ou, determinados agentes humanos são, na verdade, as digitais de Deus trazendo à luz Seu juízo.
Diverso do imediatismo humano, O Eterno se cala, dada Sua longanimidade; mas, quando age, desmascara. Depois de falar contra a mentira, o engano, o roubo, o adultério, sentenciou: “Estas coisas tens feito, eu me calei; pensavas que era tal qual tu, mas, te arguirei, as porei por ordem diante dos teus olhos:” Sal 50; 21 Será que isso vale apenas para os Judeus de então, ou, para todos os rincões da Terra? Deus não muda.
Por muito tempo calei, mas, abrirei agora as cortinas diz O Senhor. Isso lembra algo? Será coincidência que, no ano treze de governo da “Estrela” as coisas ocultas comecem a vir à luz? Depois de ladrõezinhos de periferia, enfim, as investigações estão apontando o poderoso chefão, o “Brahma”. O palestrante mais caro do mundo, posto que analfabeto, será convocado a palestrar na Papuda.
Outro dia arranjei certas hostilidades ao defender num texto, que é impossível ser petista e honesto, ao mesmo tempo. Contudo, à luz dos fatos, o mais bem intencionado entre eles, caso haja, terá que se posicionar.
Se disser: “É mentira! Intriga da veja”; é desonesto intelectual. Basta processar à Revista o que ameaçaram e não fizeram, pois, sabem que é verdade.
Quem sabe diga: “Tá bom, a casa caiu, mas, pelo menos levei o meu; minha concessão, meu benefício pessoal.” Aí, é desonesto social, ao presumir que a política existe para benefícios particulares de apadrinhados, invés, da promoção justa do bem comum.
Quiçá, use o jargão que muitos usam: “O PT não está sozinho, pois, certos de outros partidos roubam também”; aí, temos um desonesto conformado com a parceria no lixão. Pinguim moral que carece de outros para o mútuo aquecimento no gelado polo da safadeza. Quem disse que os de outras bandeiras podem roubar também? Danem-se! Comprovadas suas falcatruas, sejam companheiros de cela dos Petralhas.
Quem sabe, exista uns que digam: “E daí, a coisa é mesmo assim, quem pode mais chora menos. Se ficar na reta afano de novo”. Esse é o desonesto engajado, convicto, o “melhor” de todos.
Contudo, diria alguém, mas, e um vereador ou prefeito distantes de Brasília, alheios à roubalheira toda, que desonestidade cometeriam? Ao receberem ajudas polpudas para suas campanhas, e conhecendo a origem corrupta das tais, no mínimo, são cúmplices de corrupção.
E pensar que ouvi imbecis comemorando o “carão” que nossos Senadores levaram do Maduro. Disseram que foi interferência indevida numa “Democracia” amiga. Essa é a sua noção de honestidade; Petistas presos cá, porque ladrões, são “presos políticos”; políticos presos na Venezuela porque oposição, são bandidos incomunicáveis.
Felizmente Deus resolveu entrar em cena, uma vez que o eleitorado é facilmente manipulável via frutos da corrupção.
Que todos sejam livres para crerem no que desejarem, mas, não tenham medo dos bons valores apenas porque derivam da Bíblia. Que minorias tenham preservados seus direitos, mas, não confundam com privilégios, imposições às maiorias.
Por fim, cabe lembrar que uns honestos vermelhos mudaram de cor, quando viram a feiura do bicho, como Fernando Gabeira e Hélio Bicudo, por exemplo. O honesto deveras, não precisa que a casa caia para sair fora, basta vê-la suja.

domingo, 21 de junho de 2015

Jean Willis, o "Notável"

“Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa... se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte do livro da vida, da cidade santa, das coisas que estão escritas neste livro.” Apoc 22; 19

Não é coincidência que tal advertência esteja justo no Apocalipse, o último livro da Bíblia. Deus dá Sua Revelação como acabada, e veta omissões, acréscimos. Assim, qualquer um pode nela crer, ou, duvidar; contudo, alterar não se faculta a ninguém. 

Acontece que o Deputado Federal pelo PSOL Jean Willis pretende “emendar” à Bíblia removendo trechos "homofóbicos". Ele disse que pretende convocar uma “comissão de notáveis”, para promover as mudanças. 

Ora, qualquer que a isso se proponha, comissionado ou não, é já um “notável” por sua estupidez. Quantos milhares de Bíblias arderam ao fogo, na idade média, sobretudo, e mais recentemente nos países comunistas na tentativa inglória de extirpar esse “mal”, e a difusão da Palavra só fez crescer? 

Bem ou mal, de modo professo, muitos hipócritas, outros tantos, reais, a imensa maioria da população professa crer em Deus e Sua Palavra. Mesmo muitos homossexuais. Acontece que, textos que denunciam como réproba tal prática os incomoda. Nasci assim, dizem, como eu mudaria agora? 

Acontece que todos nascemos “assim” de costas para Deus e Sua Vontade, vejamos: “O que é nascido da carne é carne, o que é nascido do Espírito é espírito.” Jo 3; 6  “O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos disse são espírito e vida.” Jo 6; 63 “Porquanto o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne, Deus, enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne; para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito... Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito, vida e paz. Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois, não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, pode ser.” Rom 8; 3, 4, 6 e 7 

Assim, a natureza caída que a Bíblia chama carne, na qual todos nascemos, é nosso obstáculo rumo à Salvação, sejamos gays ou héteros, tanto faz. O preceito é o mesmo para todos. “...Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.” Jo 3; 3 

Desse modo, não podemos, à força, cristianizar os gays, tampouco, eles, “engayzarem” o cristianismo. Cada um na sua.

Acontece que a coisa é tida como “opção” sexual, o que demanda escolha; se fosse determinismo biológico Deus seria injusto em pleitear que fossem diferentes. Ele não viola nossa liberdade de escolha, porém, não permite que escolhamos deturpar aos Seus valores, Sua Palavra. “Passarão céus e Terra, mas, minhas palavras não hão de passar”. 

Não omitiu que chegaria o tempo de inversão de valores, apenas lamentou com um “ai”. “Ai dos que ao mal chamam bem, ao bem mal; que fazem das trevas luz, da luz trevas; fazem do amargo doce, do doce amargo! Ai dos que são sábios a seus próprios olhos, prudentes diante de si mesmos!” Is 5; 20 e 21 

A identificação cabal com Cristo e Sua obra demanda séria renúncia, que ora se alegoriza como cruz, ora, de modo inda mais sombrio, ouçamos: “...Na verdade, na verdade vos digo que, se não comerdes a carne do Filho do homem e não beberdes seu sangue, não tereis vida em vós mesmos.” Jo 6;53 

Uma entrega assim é para gente ousada, corajosa, não para melindrosos suscetíveis, dados à certas frescuras, gays ou não. 

Enfim, enquanto democracia for a preponderância da vontade majoritária, que se faculte às minorias seu direito de serem o que são, bem como sua cidadania; não, de legislarem contra interesses da maioria.

Pois, se Deus não conta, tanto faz; no fim tudo acabará em nada; porém, se conta e vai julgar, como diz, só um completo imbecil ousaria “medir forças” contra O Todo Poderoso. 

Não sei qual argumento o nobre parlamentar usará na tribuna; se anulação de Deus ou a glorificação dos imbecis; qualquer das alternativas me parece “notável” como disse no começo, dado o lapso de neurônios, o imenso baldio do cérebro. 

Contudo, se existe um adversário à altura, O Eterno deseja duelar com ele: “Quem poria sarças e espinheiros diante de mim na guerra? Eu iria contra eles e juntamente os queimaria. Ou, que se apodere da minha força, faça paz comigo; sim, que faça paz comigo.” Is 27; 4 e 5

sábado, 20 de junho de 2015

Porque se lavar faz bem

“E destruirá neste monte a face da cobertura, com que todos os povos andam cobertos; o véu com que todas as nações se cobrem. Aniquilará a morte para sempre; enxugará o Senhor Deus as lágrimas de todos os rostos, tirará o opróbrio do seu povo de toda a terra...” Is 25; 7 e 8 

Quatro coisas saltam nesse texto: A destruição da cobertura da face, ou, máscara dos povos; aniquilação do poder da morte; extinção da tristeza e remoção do opróbrio, ou, vergonha do povo de Deus. 

Essa ordem posta em outras palavras é de uma coerência cristalina. Primeiro Deus expõe o pecador, desmascara; depois salva, vivifica, resgata da morte; a seguir, dá alegria espiritual, remove as lágrimas; por fim, glorifica trocando vergonha por honra.

Atrevo-me a dizer que, se a ordem fosse inversa muito mais gente acetaria ao “Evangelho”, mas, de que valeria se, no último capítulo os “abençoados” terminassem, enfim, desmascarados apenas? 

A Palavra de Deus nunca teve trânsito fácil, pois, sendo o que É, Luz, expõe todos por belos que pareçam, sujos e feios, tais quais são; Sabedores disso, muitos mascarados preferem guardar distância “segura”.

O Salvador denunciou: “E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, mas, os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3; 19 e 20 

A reprovação da impiedade, pois, os nomes aos bois, rasga as máscaras da presunção hipócrita, das religiões humanistas e da pretensa justificação via obras. A dupla identidade do “herói” é revelada; abdica de seus “superpoderes” abrigando-se sob as asas do Todo Poderoso, ou, segue sua fuga inglória, forjando novas máscaras com folhas, como Adão. 

Porém, quem se deixa conduzir pela Palavra, já não carece cobertura estranha, uma vez que recebe outra superior. Cobertura, aliás, que o mesmo profeta denunciou sua nação de ter abandonado. “Ai dos filhos rebeldes, diz o Senhor, que tomam conselho, mas não de mim; que se cobrem, com uma cobertura, mas não do meu espírito, para acrescentarem pecado sobre pecado;” Is 30; 1 

Dos crentes se diz diferente: “Em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido fostes selados com o Espírito Santo da promessa.” Ef 1; 13 

Assim, os mortos deixam suas máscaras e passam para nova vida mediante Jesus Cristo; ainda recebem a cobertura do Espírito Santo para os consolar e fortalecer. 

A extinção das lágrimas não deve ser tomada literalmente; uma vez que, até de alegria, gozo, é possível chorar. Então, a lágrimas no texto figuram a tristeza. Embora a remoção cabal só seja possível no porvir, dado que o Reino de Deus, de justiça e paz, ainda concorre com o mundo de mentira, violência, corrupção... ainda assim, os salvos desfrutam alegria espiritual como antegozo do virá na restauração final. “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo.” Rom 14; 17

Finalmente, a remoção do opróbrio, a glorificação. Nem mesmo as competições humanas premiam no início, antes, ao cabo; afinal, como identificar os vencedores antes do jogo acabar? Como premiar quem não venceu sem cometer injustiça? 

Então, somos peregrinos em plagas inóspitas, plenas de adversidades, tentações, provações, calúnias, privações, injustiças... Na corrida espiritual não são premiados os que chegam primeiro, mas, os que chegam. Paulo alegorizou usando nosso modo de prática esportiva para exortar à perseverança: “Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis.” I Cor 9; 24 

Concluindo; quem equaciona amor com mero sentimentalismo nunca entenderá ao Amor de Deus. Diverso de certa marca de sabão em pó que diz; “Porque se sujar faz bem”, o Senhor depois de rasgar as máscaras dos sujos os manda a Siloé, O Enviado, para que se lavem. Se o orgulho “santo” não se submete ao que lava, sentencia: “Se eu não te lavar não tens parte comigo”. 

Tiago aludiu aos que olham no espelho, mas, não se lavam; “Porque, se alguém é ouvinte da palavra, não cumpridor, é semelhante ao homem que contempla ao espelho seu rosto natural; contempla a si mesmo e vai-se; logo se esquece de como era.” Tg 1; 23 e 24 

Deus fez o que prometeu; o homem recusa-se a fazer o que precisa. A esbórnia do pródigo acaba ao findarem seus bens; porém, nesse caso é a vida; finda esta, já não dá pra voltar à casa do Pai.