domingo, 12 de outubro de 2014

Jesus, sem jeito pra política



“Disseram-lhe, pois, seus irmãos: Sai daqui e vai para a Judeia, para que também os teus discípulos vejam as obras que fazes. Porque não há ninguém que procure ser conhecido que faça coisa alguma em oculto. Se fazes estas coisas, manifesta-te ao mundo.” Jo 7; 3 e 4 

O departamento de marketing estava achando contraproducente, O Senhor, entregar tantas obras boas  sem a devida cerimônia de inauguração que elevaria Seu prestígio e alavancaria o apoio popular.  Se, fazes isso vai pra galera!  

Não podemos dourar a pílula; em termos de campanha política, O Salvador foi um fracasso. Invés de realçar as imensas vantagens de se pertencer ao Reino, muitas vezes, pareceu desencorajar possíveis interessados. “Aproximando-se dele um escriba, disse: Mestre, aonde quer que fores eu te seguirei. E disse Jesus: As raposas têm covis, as aves do céu, ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça.” Mat 8; 19 e 20   

Noutra parte vemos Ele dispersando um enorme comício espontâneo que se formou. O senso político era tão ruim, que, começou a discursar e a turma debandou. “Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do homem vos dará; porque a este o Pai, Deus, o selou... Na verdade, na verdade vos digo que, se não comerdes a carne do Filho do homem e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos. Muitos, pois, dos seus discípulos, ouvindo isto, disseram: Duro é este discurso; quem o pode ouvir? Desde então muitos dos seus discípulos tornaram para trás,  já não andavam com ele” Jo 7; 27, 53, 60 e 66   

Sua falta de tato público era tal, que após uma “carreata e buzinaço” O receber na Capital imediatamente se indispôs com autoridades.  “E muitos estendiam as suas vestes pelo caminho,  outros cortavam ramos das árvores e  espalhavam pelo caminho. Aqueles que iam adiante e os que seguiam clamavam, dizendo: Hosana, bendito o que vem em nome do Senhor; Bendito o reino do nosso pai Davi, que vem em nome do Senhor. Hosana nas alturas. E vieram a Jerusalém. Jesus entrando no templo, começou a expulsar os que vendiam e compravam; derrubou as mesas dos cambiadores e as cadeiras dos que vendiam pombas. Não consentia que alguém levasse algum vaso pelo templo. E os ensinava, dizendo: Não está escrito: A minha casa será chamada, por todas as nações, casa de oração? Mas vós a tendes feito covil de ladrões.” Mc 11; 8 a 10, e 15 a 17 

Essas ironias bastam para denunciar que a “teologia do domínio” onde a Igreja sonha implantar o Reino na Terra, em momento algum foi parte dos ensinos do Mestre. 

O chamado aos diligentes sempre foi no sentido de apartar-se de um sistema corrupto e condenado evitando perecer; como Ló e família quando do juízo de Sodoma e Gomorra.

As mensagens iniciais da Igreja também guiavam-se por essa bússola. E com muitas outras palavras isto testificava, e os exortava, dizendo: Salvai-vos desta geração perversa.” Atos 2; 40  

O foco é: Não se trata de salvar uma geração como tantos ensinam, antes, salvarem-se tantos quantos derem ouvido à Palavra, deixando o modo de vida de uma geração condenada.  

Sim, o Reino dos Céus é mero enclave no mundo, que lhe é totalmente adverso. Os cidadãos do Reino, peregrinos. “Todos estes morreram na fé sem terem recebido as promessas; mas vendo-as de longe, crendo-as e abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra.” Heb 11; 13 

Aliás, o capítulo 11 de Hebreus começa adjetivando a fé como “o firme fundamento das coisas que se não veem...” desse modo, os que carecem pompa e circunstância, templos majestosos na Terra, apoio popular, etc, não importa quão crentes se declarem, no fundo, duvidam. 

Pois, a narrativa de João que mostra alguns chegados de Jesus desafiando-O à popularidade, em seguida, interpreta o significado: “Porque nem mesmo seus irmãos criam nele. Disse-lhes, pois, Jesus: Ainda não é chegado o meu tempo, mas, o vosso sempre está pronto. Jo 7; 5 e 6 

O divisor de águas era o tempo. A fé pura descansa em Deus e aguarda o Reino no Seu tempo; o simulacro inquieta-se em si mesmo e tenta mascarar a miopia espiritual com a ilusão de ótica temporal. 

O Senhor não veio em busca de adeptos para governar; Ele governa a despeito disso. Contudo, deixou ingressos francos a todos que ousarem pegar onde os prendeu, na cruz. 

A fé genuína não faz estardalhaço, antes, provisão. “Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus.” Col 3; 1

sábado, 11 de outubro de 2014

Força da sabedoria



“Ou qual é o rei que, indo à guerra pelejar contra outro rei, não se assenta primeiro tomar conselho sobre se com dez mil pode sair ao encontro do que vem contra ele com vinte mil? De outra maneira, estando o outro ainda longe, manda embaixadores e pede condições de paz.” Luc 14; 31 e 32 

O Salvador evoca a figura de um rei prudente, que, na iminência de uma guerra, além de reconhecer os próprios limites conhece o poderio do adversário.  Tal, disse, vai à luta se tem possibilidade de vencer, senão, negocia paz, submete-se. 

Ainda que a incidência das guerras tome teatros amplos, a origem, como ensina Tiago, está na cobiça alojada no coração humano. De onde vêm as guerras e pelejas entre vós? Porventura não vêm disto, a saber, dos vossos deleites, que nos vossos membros guerreiam?” Tg 4; 1 

Aqui está uma guerra que frequentemente perdemos. A luta contra as cobiças que combatem em nosso interior. Com qual exército iremos contra elas? Temos condições de vencê-las, ou, carecemos negociar a paz?  Mas, a paz com os desejos naturais, que equivale ao mundo, não nos coloca em guerra contra Deus? Sim, o mesmo Tiago escreveu: Adúlteros e adúlteras; não sabeis que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” Tg 4; 4 

Assim, gostemos ou não, necessariamente estamos em conflito, dada a dualidade de forças espirituais antagônicas que nos cerca. Ou estamos nos braços do pecado e em guerra contra Deus; ou, à Sombra do Altíssimo em conflito com o mundo. Porventura não tem o homem guerra sobre a terra? E não são os seus dias como os dias do jornaleiro?” Jó 7; 1 

De qualquer forma, uma declaração de guerra ainda é preferível à sentença de morte; naquele caso, se pode até vencer; nesse, nada resta a fazer. Foi o caso da mensagem entregue à Nínive, mediante Jonas. Quarenta dias mais e a cidade será destruida. 

Não havia exército a arregimentar, ou, logística a preparar, pois, contra Deus a luta é impossível. Não há sabedoria, nem inteligência, nem conselho contra o Senhor.” Prov 21; 30 

Tanto é impossível pelejarmos contra Ele, quanto, nas nossas guerras horizontais, em última análise, o Eterno é quem escolhe o vencedor.  “Prepara-se o cavalo para o dia da batalha, porém do Senhor vem a vitória.” Prov 21; 31

O Rei de Nínive, porém, convocou humilhação e arrependimento para sonhar com alguma possibilidade; “Esta palavra chegou também ao rei de Nínive;  ele levantou-se do seu trono,  tirou de si as suas vestes, cobriu-se de saco e sentou-se sobre a cinza. E fez uma proclamação que se divulgou em Nínive, pelo decreto do rei e dos seus grandes, dizendo: Nem homens, nem animais, nem bois, nem ovelhas provem coisa alguma, nem se lhes dê alimentos, nem bebam água;” Jn  3; 6 e 7 
O Eterno agradou-se de tal postura de humildade e cancelou o juízo, pois, grande é Sua misericórdia .   

Davi, em seus dias, também preferiu “lutar” contra Deus, a enfrentar inimigos humanos, dado que esses são impiedosos e o Eterno, Benévolo. “Então disse Davi a Gade: Estou em grande angústia; porém caiamos nas mãos do Senhor, porque muitas são as suas misericórdias; mas nas mãos dos homens não caia eu.” II Sam 24; 14 

Nem sempre identificamos as causas de nossos conflitos, e, não raro, estando em atrito com Deus, buscamos amparo humano, não Nele. Israel fez assim em tempos idos. Ai dos filhos rebeldes, diz o Senhor, que tomam conselho, mas não de mim; que se cobrem, com uma cobertura, mas não do meu espírito, para acrescentarem pecado sobre pecado; descem ao Egito sem pedirem meu conselho; para se fortificarem com a força de Faraó, para confiarem na sombra do Egito. Porque a força de Faraó se vos tornará em vergonha; a confiança na sombra do Egito em confusão.” Is 30; 1 a 3 

O desafio de Cristo, enfim, é que lutemos contra o único que nos pode fazer mal, em última análise, nosso ego obstinado que não coexiste com a submissão ao Santo; precisa morrer.  Eis a vitória da cruz!   

Então, somos chamados a vencer não arregimentando forças, antes, enfraquecendo em nós e dependendo do Forte e Poderoso que venceu a morte. “Assim, pois, qualquer de vós, que não renuncia  tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo.” 

Acostumamos a aquilatar poder via força; Deus nos desafia a vencermos mediante sabedoria. “Então disse eu: Melhor é a sabedoria do que a força...  Melhor é a sabedoria do que as armas de guerra, porém, um só pecador destrói muitos bens.” Ecl 9; 16 e 18

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Duas testemunhas



“Todo aquele que matar alguma pessoa, conforme depoimento de testemunhas será morto; mas uma só testemunha não testemunhará contra alguém, para que morra.” Núm 35; 30 

Se ao homicida eventual  era facultado o recurso da cidade de refúgio, ao homicida doloso se aplicava a pena de morte; desde que, seu crime fosse atestado por duas testemunhas.  Acusação feita por só não tinha valor. Isso tolhia que o ódio de alguém usasse a justiça como pretexto para matar.

Nada impedia que dois biltres, porém, se associassem e tornassem lícito seu testemunho falso, como fizeram, aliás, os que acusaram a Nabote. Em casos assim, essa cumplicidade deveria prevalecer indefinidamente, para que a trama prevalecesse.  Poderiam, desse modo, ludibriar à justiça dos homens. 

Como seria se, invés de aceitar a sugestão do inimigo e comer da Árvore proibida, Eva solicitasse antes o parecer de Adão? Salomão disse algo interessante: “Melhor é serem dois que um, porque têm melhor paga do seu trabalho. Porque se um cair, o outro levanta o seu companheiro; mas ai do que estiver só; caindo, não haverá outro que o levante. Também, se dois dormirem juntos, se aquentarão; mas um só, como se aquentará? E, se alguém prevalecer contra um, os dois lhe resistirão;  o cordão de três dobras não se quebra tão depressa.” Ecl 4; 9 a 12  

É de se supor, baseado nessas premissas que, uma vez que a decisão seria de Adão que recebera a Lei diretamente do Criador,  provavelmente teria recusado, ou, ao menos desafiado a esposa a pensar melhor nas consequências.  

Mas, invés de quebrar o cordão de “três dobras”, o inimigo rompeu uma a uma.  Eva sucumbiu ao que viu e ouviu; Adão, talvez, para ficar ao lado da esposa, mesmo caído; Deus, a simples presença do pecado O afastou naturalmente.   

Quando imbuído de Sua Obra, o Salvador foi acusado de testemunhar de si mesmo, não sendo  digno de crédito. “Disseram-lhe, pois, os fariseus: Tu testificas de ti mesmo; o teu testemunho não é verdadeiro.” Jo 8; 13  “Eu sou o que testifico de mim mesmo e de mim testifica também o Pai que me enviou.” V 18

Sim, além das obras grandiosas que fazia em nome Do Pai, quando de Seu Batismo, o mesmo Pai disse desde os céus; “ Esse é o meu filho amado no qual me comprazo.”  Se a Lei requeria o testemunho de dois, Deus proveu acerca de Seu Enviado.  

Sem falar em João Batista que dissera ser  precursor do Messias. Assim, Dois testificaram do Senhor mesmo excluindo Seu próprio testemunho.  Todavia, se João apontou para o Salvador, Esse, o fez em direção ao Pai. Quando falou de Si, só foi como meio de chegar a Ele. “Eu sou o Caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão, por mim.” Jo 14; 6 

Contudo, os religiosos rejeitaram um de cada vez, seguindo o método da serpente; João, era asceta, sério demais; Jesus, festeiro, dado demais, nenhum servia. “Mas, a quem assemelharei esta geração? É semelhante aos meninos que se assentam nas praças; clamam aos seus companheiros e dizem: Tocamos  flauta e não dançastes; cantamos lamentações e não chorastes. Porquanto veio João, não comendo nem bebendo, e dizem: Tem demônio. Veio o Filho do homem, comendo e bebendo, e dizem: Eis aí um homem comilão e beberrão, amigo dos publicanos e pecadores. Mas a sabedoria é justificada por seus filhos.” Mat 11; 16 a 19   

Aqui estava a questão: Não eram filhos da sabedoria, antes, ciosos da religião e orgulhosos das tradições. Embora haja um “cordão de três dobras” testificando nos Céus e na Terra, muitos não creem. “Porque três são os que testificam no céu: o Pai, a Palavra, e o Espírito Santo;  estes três são um. E três são os que testificam na terra: o Espírito, a água e o sangue; estes três concordam num.” I Jo 5; 7 e 8 

Contudo, esse tríplice testemunho é um chamado à vida, não para levar alguém à morte.  Todos  nossos pecados são imputados como não intencionais; somos chamados à “Cidade de Refúgio”, Jesus Cristo.  Afinal, quanto à morte espiritual, essa pena foi aplicada desde o Éden;  O Salvador deu Sua vida para regenerar a nossa.  

Do que fez em nosso favor, quatro, Mateus, Marcos, Lucas e João depuseram em juízo e assinaram.  Assim temos o dobro de testemunhas do que é necessário, embora, nas coisas de Deus, à vezes recusamos a dançar ou chorar como os meninos birrentos citados.  

A morte que incide sobre nós pode ser evitada. “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus, a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor.” Rom 6; 23

Pesquisas eleitorais servem pra quê?



Os grandes derrotados, sem dúvida alguma, nesse primeiro turno das eleições foram os institutos de pesquisa. Apesar da ousada “garantia” que a margem de erro era de dois por cento pra mais, ou, menos, e a probabilidade de acerto de noventa e cinco por cento, vergonhosamente entraram mui fundo nos fatídicos cinco restantes onde reside a falha.  

Fica difícil acreditar que se trata de erro de método, simplesmente. A coisa parece mover-se à partir de interesses escusos, encomendados. 

De Aécio falavam em 19 a 21 por cento durante todo o tempo. Apenas no último dia, o que torna extremamente suspeito, o IBOPE lhe atribuiu 27%. Mesmo assim, ficou muito aquém dos 33, 5 obtidos por ele. 

No RS, onde vivo, colocavam Sartori em terceiro lugar o tempo todo, e de última hora em “empate técnico” com Ana Amélia, mas, sempre, ambos mui atrás de Tarso Genro. Porém, venceu por larga margem. 

Ao Senado também, deram 37 % para o “cavalo do comissário” Olívio Dutra e 31% para Lasier Martins; entretanto, esse venceu àquele por dois pontos percentuais. 

Há muitos exemplos mais, e um ou outro, acertos também, mas, mesmo relógio parado acerta a hora duas vezes por dia, de modo que pouco valem tais acertos para salvaguardar a utilidade de tais institutos em nosso cenário.   

Já que nos encheram o saco umas duas vezes a cada semana com as “profecias” desses falsos profetas cabem umas perguntas também: Para quê servem  divulgações de tais números? A quem interessa? 

Apenas duas possibilidade honestas; uma: Interessa ao eleitor; outra: Aos candidatos.  Vejamos as implicações de ambas, e a possibilidade de existir outros interesses.

Já discorri noutro texto que o eleitor “torcedor” que vota em quem está melhor nas pesquisas, “para ganhar” é um imbecil, que trai a si mesmo quando elege um corrupto pela satisfação do “voto útil”. Útil para quem? 

Os eleitores não precisam de números para fazer suas escolhas, antes, de pretérito limpo do candidato, propostas coerentes e possibilidade de executá-las uma vez eleito, nada mais. E essas coisas não advêm mediante pesquisas. 

Desse modo, para nós essa tralha em nada serve. Então, serviria aos candidatos? É, poderia argumentar alguém que, isso os ajuda a corrigir rumos de suas campanhas conforme seu desempenho nas ditas amostragens.  Ora, quem diz o que o eleitor quer ouvir apenas para melhorar seus índices começa a usar falsidade desde antes de eleito.   

Se, um candidato qualquer tem ideias distorcidas da realidade e nelas acredita, que as defenda até o fim da campanha; se, escolhido mesmo assim, ninguém poderá reclamar após. Agora, investigar o que o povo gostaria de ouvir para depois prometer que isso fará é construir castelos no ar.

Ademais, se é do interesse dos partidos saber a evolução das intenções de voto, que os tais façam pesquisas internamente, e se adaptem às variações detectadas como lhes convier, ninguém além deles, precisa saber de tais números. 

Assim, chego à preocupante conclusão que, as duas possibilidades honestas da utilidade das pesquisas inexistem. Restaria, talvez, outra, desonesta. 

Sim o uso da “máquina” por quem a domina para manipular tais amostras, a fim de criar um cenário fictício e direcionar os eleitores com a distorção dos fatos.  Ninguém pode ignorar que a obstinação do IBOPE em manter Aécio preso aos dezenove por cento até à véspera e no último dia dar um “salto” para vinte e sete foi muito suspeito. Pior, ainda saltou muito baixo, deveria ter dado outro pulo igual para atingir o patamar da verdade.

Assim, fica difícil acreditar na idoneidade de tal instituto.  Dado que,  na Bahia o erro foi contra o PT,  não a favor, como nos demais casos que citei, restaria a hipótese “virtuosa” do erro de método usado. 

Como aquele é um caso pontual, deve ser entendido em seu contexto. De qualquer forma, seja errando por meio de corrupção, seja falhando pela escolha do método, em nenhum dos casos a coisa se mantém; afinal, quem gostaria de basear suas ações sobre o patamar de erros alheios?   

Entretanto, darão duas ou três explicações sem pé nem cabeça e seguirão torrando nosso saquinho durante o segundo turno com a mesma baboseira de sempre. 

Pelos motivos postos e pela minha paciência esgotada para com eles, eu gostaria muito que tais se recolhessem as suas insignificâncias. Ou, se quiserem “acertar” dessa vez, que mudem suas garantias. 

Depois de suas sábias previsões, que advirtam aos eleitores que a margem de erro é de 20% para mais ou para menos, e que a possibilidade de erro é de 50%. Garanto que, assim, acertam “na mosca” e recuperam sua “credibilidade”.   

Não bastasse a corrupção de toda sorte no governo, ainda grassa, vergonhosa manipulação, até quando?

domingo, 5 de outubro de 2014

Que tipo de eleitor sou?

“Como  pássaro a vaguear, como a andorinha a voar, assim a maldição sem causa não virá. O açoite é para o cavalo, o freio é para o jumento, a vara para as costas dos tolos.” Prov 26; 2 e 3

A lei de causa e efeito na Bíblia. Sobre a maldição o pensador evoca uma causa que a move; no argumento seqüente alerta que a tolice é causa de dores, ( vara ) aos seus hospedeiros. Se há um momento em que devemos pesar causas e consequências é esse.
Embora não pareça, pequenos votos são sementes minúsculas que formarão plantas imensas.

Num primeiro momento me ocorrem quatro tipos de eleitores. O interesseiro, o torcedor, o religioso e o consciente.

O religioso é aquele que adota uma bandeira como se fosse um credo; uma demonstração de fé. Todos os erros que surgirem no partido do coração são por culpa da oposição, más companhias, deslizes eventuais. Todavia, seu clã, religião, segue sendo justo, verdadeiro, fiel, aconteça o que acontecer. O fanático sai às ruas com a bandeira suja de bosta acenando orgulhoso o símbolo de sua estupidez.  Qualquer que seja o candidato da vez, com os predicados que tiver, sendo do seu partido é o melhor e ponto.

O torcedor comporta-se como  um de clubes de futebol. Ele quer é “ganhar”, então, vota em quem estiver na frente nas pesquisas. Pouco importa a esse incauto se a dianteira for eventualmente de um corrupto, ladrão de marca maior; vota mesmo assim; ganhando seu  escolhido sente-se vencedor, capaz de provocar aos perdedores que “não souberam escolher”.  Esse tipo de imbecil é muito comum, infelizmente. 

Gente que põe o voto na urna como papel no lixo não tem direito algum de reclamar quando as consequências vierem; por desastrosas que sejam.

O interesseiro é o tipo mais comum. Como o adjetivo sugere, vota por interesse próprio, nunca, do país. Troca seu voto por um benefício qualquer, seja alimentação, material de construção, roupa, dinheiro, ou, ainda, se uma faceta qualquer do atuar de seu candidato o favoreça em seu âmbito de atuação, não importa ao interesseiro que o resto do país se dane. “para mim está bom” dirá. Conheço muitos assim.

Acontece que, gostando ou não, esse é o culpado pelos grandes escândalos de corrupção que, eventualmente vêm à luz. Sim, ao vender seu voto faz duas coisas extremamente graves. Primeira: Corrompe-se ao atribuir valor monetário vil ao que deveria ter valor moral e cívico, inegociáveis. Segundo: Promove aos píncaros do poder  outros corruptos como ele, que, se nas coisas pequenas, como um voto em particular já são desonestos, muito mais o serão nas grandes coisas que, estarão envolvidos durante o mandato.

Assim, nossas sementinhas viram árvores espinhosas, pois, nós as destinamos para que sejam isso. Na verdade, os que votam de tal modo são devidamente representados pelos grandes corruptos; não lhes resta o direito, sequer, à indignação quando a roubalheira vem à luz. 

Por fim, temos o tipo mais raro, tanto em valor, quanto, incidência; o eleitor consciente. A palavra consciência é aglutinação de duas; com, e ciência. Isso quer dizer, com conhecimento do que faz, por que faz, e as consequências esperadas.

Sua escolha baseia-se em valores universais, o bem do país, não, conveniências próprias ou, interesses imediatos. Já escrevi outras vezes que não assisto propaganda política nem mesmo me impressiono com quem sai melhor em debates, pois, essas coisas pouco ou nada valem para quem vota com consciência.

A propaganda lida muito com mentira, maledicências, utopias vertidas das veias de marqueteiros profissionais, não da essência do candidato que fala. Se, pretendo votar com consciência, devo, por suposto, ter ciência do histórico de vida pública daqueles que escolherei. Isso me basta, e vale mais que propaganda.

Não é o que dizem que farão, antes, o que fizeram que os credencia, ante minha consciência.

Alguns safados espalharam onde vivo, para pessoas ignorantes, que se a Presidente não for  reeleita acabarão o “Bolsa Família” e até aposentadorias; imaginem o impacto disso em mentes ignorantes!

Se outra razão não tivesse para votar contra a esses canalhas, essa bastaria.  Quem pretende assumir o poder via terrorismo psicológico e mentira não serve nem para varrer minha casa, muito menos, para me representar.

Eu não preciso de uma “Lei da ficha suja” para me proteger de eleger gente safada. Tenho já minha lei própria ao me informar devidamente sobre os passos de pessoas públicas e observar seu agir, antes que dançar sua música.

Faz mais de uma década que somos governados por gente pior que nós; tanto em competência quanto caráter. Sei que Deus não é brasileiro como dizem, mas, espero que se apiede um pouco do Brasil.