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quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Pau que nasce torto pode renascer

“Atentei para todas as obras que se faz debaixo do sol, tudo era vaidade e aflição de espírito. Aquilo que é torto não se pode endireitar; aquilo que falta não se pode calcular.” Ecl 1; 14 e 15

Devemos ler o Eclesiastes como ele se propõe; um compêndio de reflexões filosóficas de um homem que foi feito sábio, por Deus, Salomão. Contudo, não é a “Palavra de Deus” estritamente.

Quero dizer: Quando um profeta falava em Nome do Santo dizia: “Assim diz o Senhor!” Ou, se o evento fosse narrado “à posteriori”, quiçá, por terceiros, “Veio a ele a Palavra do Senhor...” etc. Em suma, o anúncio subsequente requeria o status de Palavra de Deus.

Contudo, o livro em apreço se introduz pretendendo ser mera reflexão humana, dado que sábia; sua inserção nas Escrituras, certamente é inspirada; ainda assim, restringia-se a uma visão, “debaixo do céu”. “Eu, o pregador, fui rei sobre Israel em Jerusalém. Apliquei meu coração a esquadrinhar, a informar-me com sabedoria de tudo quanto sucede debaixo do céu; esta enfadonha ocupação deu Deus aos filhos dos homens, para nela os exercitar.” Vs 12 e 13

Vemos que o sábio começa seus escritos como frutos de reflexões pessoais, não de revelação; no fim, meio que se desculpando por sua insipiência remete os pleitos mais difíceis a um Tribunal Superior, diz: “De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, guarda seus mandamentos; porque isto é o dever de todo o homem. Porque Deus há de trazer a juízo toda a obra, até o que está encoberto, quer seja bom, quer, mau.” Cap 12; vs 13 e 14

Assim, quando postula “inverdades” tipo: “Os mortos não sabem coisa alguma” ou, “aquilo que é torto não se pode endireitar” como acima, refere-se às coisas vistas de um mirante humano. Afinal se após nossa passagem, nada mais sabem os mortos, ou, durante ela, os “tortos” não têm conserto, no primeiro caso, o inferno não faria sentido; no segundo, a Obra de Cristo também não.

Quando se diz: “Pau que nasce torto morre torto”, é vero, se, levado ao pé da letra; digo, analisando a evolução de uma árvore mesmo. Contudo, como metáfora atinente ao caráter humano, não se firma, pois, o Salvador veio fazer precisamente isso. “Não vim chamar os justos, ( retos ) – disse – antes, os pecadores.” ( tortos )

Vaticinando a vinda do Seu precursor, João Batista, a “Voz que clama no deserto”, Isaías, adiantou parte de sua mensagem, dizendo: “Todo o vale será exaltado, todo o monte e outeiro serão abatidos; o que é torcido se endireitará, o que é áspero se aplainará.” Is 40; 4 O mesmo Salomão dissera, aliás: “Tira da prata as escórias, sairá vaso para o fundidor” Prov 25; 4

Os que adotam comportamento homossexual, por exemplo, usam em sua defesa o argumento que “nasceram assim”; portanto, teriam direito de assim permanecer. Contudo, a vida sexual começa aflorar na juventude, não na idade infante e um jovem é já apto a fazer escolhas. Todos nascemos inclinados ao pecado, o que pode diferir é a manifestação; assim é, a natureza caída que a Bíblia chama “carne”; vejamos: “Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas, os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito. Porque a inclinação da carne é morte; mas, a do Espírito, vida e paz. Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois, não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, pode ser.” Rom 8; 5 a 7

Essa “ambiguidade” de inclinações, contudo, só é possível aos que “nasceram de novo”. “O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos disse são espírito e vida.” Jo 6; 63 Assim, os que são vivificados Em Cristo, Pelo Seu Espírito, passam a ter possibilidade de escolha, entre agir segundo o Espírito, ou, segundo a carne. Os demais estão espiritualmente mortos, malgrado, sua existência natural; nesse caso se aplica a sentença aquela: “Os mortos não sabem coisa nenhuma.”

Embora os feitos humanos no mundo material possam ser portentosos, no prisma espiritual a humanidade sem Deus habita sepulcros. O Senhor nos mencionou como mortos que podem ouvir; “Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, e agora é, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, e os que a ouvirem viverão.” Jo 5; 25

Em suma: Em Cristo a retidão é possível; sem ela, o Céu é inatingível. “Os meus olhos estarão sobre os fiéis da terra, para que se assentem comigo; o que anda num caminho reto, esse me servirá.” Sal 101; 6