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terça-feira, 11 de julho de 2017

As pobres riquezas

“Não te fatigues para enriqueceres; não apliques nisso tua sabedoria. Porventura fixarás os olhos naquilo que não é nada?...” Prov 23;4 e 5

É comum ouvirmos o “desprezo” à matéria em frases tipo: “Dinheiro não traz felicidade;” “Da vida nada se leva”; “Vão-se os anéis, ficam os dedos”; etc. De modo que parece que a humanidade sabe reconhecer os verdadeiros valores. Contudo, na prática a teoria é outra, com diria Joelmir Beting.

Certa ambição é sadia; a que nos instiga ao trabalho, empreendedorismo, visando melhorarmos nossas condições de vida. O texto bíblico diz: “Não te fatigues para enriqueceres...” Adiante avalia: “... fixarás teus olhos naquilo que não é nada”. Lógico que temos diante de nós um conflito de valores. Aquilo que, para uns parece riqueza, para outro, foi aquilatado como nada. Temos uma hipérbole, um exagero de linguagem cujo fito é enfatizar algo, não, ser entendida ao pé da letra.

Óbvio que bens materiais têm seu valor! Compram o pão, vestes, habitação; toda sorte de conforto que a boa vida demanda. Entretanto, ao escopo de uma avaliação espiritual, essas coisas não são fins, antes, meios de viver; não, as verdadeiras riquezas; aquelas que têm durabilidade após a peregrinação terrena. “Não ajunteis tesouros na terra, onde traça e ferrugem tudo consomem, onde ladrões minam e roubam; mas, ajuntai tesouros no céu, onde nem traça nem ferrugem consomem; onde ladrões não minam nem roubam. Porque onde estiver vosso tesouro aí estará também vosso coração.” Mat 6;19 a 21

Salomão que escreveu a sentença primeira foi extremamente rico, falou do que conheceu; e, sua avaliação do que ficaria após sua morte foi ácida: “Vaidade de vaidades; tudo é vaidade.” Disse. Antes, avaliara a vastidão da cobiça; “Quem amar o dinheiro jamais dele se fartará; quem amar abundância nunca se fartará da renda; também isto é vaidade.” Ecl 5;10

Depois cotejara o dinheiro com a sabedoria: “Tão boa é a sabedoria como a herança, dela tiram proveito os que vêem o sol. Porque serve de defesa, como de defesa serve o dinheiro; mas, a excelência do conhecimento é que a sabedoria dá vida ao seu possuidor.” Ecl 7;11 e 12

De passagem contou a história de um pobre rico: “Houve uma pequena cidade em que havia poucos homens; veio contra ela um grande rei, a cercou, levantou contra ela grandes baluartes; encontrou-se nela um sábio pobre, que livrou aquela cidade pela sua sabedoria; ninguém se lembrava daquele pobre homem. Então disse eu: Melhor é a sabedoria do que a força, ainda que a sabedoria do pobre foi desprezada, e suas palavras não foram ouvidas.” Cap 9;14 a 16 Isso combina com o feito posterior do profeta Eliseu que livrou a cidade de Dotã cegando seus algozes pelo Poder de Deus e os levando presos a Samaria.

Estranha doença essa nossa de conhecermos em teoria os excelsos valores, e nos empenharmos, na prática, apenas pelos efêmeros, circunstanciais, menores. Aceitação humana, mais que, Divina, instiga insensatos a parecer o que não são; enquanto, seus passos apressados labutam na maratona do ter.

Paulo foi categórico, deixou por terra a “Teologia da Prosperidade: “...homens corruptos de entendimento, privados da verdade, cuidando que a piedade seja causa de ganho; aparta-te dos tais. Mas, é grande ganho a piedade com contentamento. Porque nada trouxemos para este mundo, e, nada podemos levar dele. Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso, contentes. Mas, os que querem ser ricos caem em tentação, em laço, muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é raiz de toda a espécie de males; nessa cobiça alguns se desviaram da fé; traspassaram a si mesmos com muitas dores. Mas, tu ó homem de Deus foge destas coisas...” I Tim 6;5 a 11

Aí alguém me pergunta: Pode um cristão jogar loterias? É pecado? Não diria que é pecado, antes, que é doença, cegueira, amor deslocado dos alvos sadios, voltado para o dinheiro. E pensar que multidões freqüentam “igrejas” porque os pilantras que lá ministram lhes acenam com riquezas terrenas...

Não é errado desejar riquezas, pois; é estúpido confundir bijuterias com jóias preciosas. Ouçamos o discurso da Sabedoria: “Aceitai a minha correção, não a prata; o conhecimento, mais do que o ouro fino escolhido... Riqueza e honra estão comigo; assim como bens duráveis e justiça. Melhor é meu fruto do que o ouro, do que o ouro refinado, e meus ganhos mais do que a prata escolhida. Faço andar pelo caminho da justiça, no meio das veredas do juízo. Para que faça herdar bens permanentes aos que me amam, e eu encha os seus tesouros.” Prov 8;10, e 18 a 21

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Entendimento, a luz que falta

“O bom entendimento favorece, mas, o caminho dos prevaricadores é áspero.” Prov 13;15

Muitos se perdem na diferença entre conhecer algo, e entender o que significa. Saber citar textos bíblicos, quase todos sabem, alguns, até os não convertidos conhecem, entretanto, entender o significado é algo que requer um pouco mais, que, mero decorar textos.

Quantas vezes O Salvador censurou escribas, fariseus, saduceus, com palavras que sugerem fata de entendimento? “Nunca lestes...?” “Examinais as Escrituras porque cuidais ter nelas, vida eterna, e são elas que de mim testificam.” “Ide e aprendei o que significa: ‘misericórdia quero, não sacrifício’” etc.
Se, até os líderes religiosos estavam sem entendimento, o que dizer do povo comum?

Em nossos dias, mesmo algo elementar, como o contexto, já se torna pedra de tropeço para os que se arvoram em intérpretes Bíblicos, sem o devido entendimento. Quantas vezes ouvi pregadores citando a torto e a direito, “Crê no Senhor Jesus, e serás salvo, tu e tua casa”. Mas, isso não é bíblico? Sim e não. Digo, sim, o texto está na Bíblia, mas, diz respeito unicamente ao carcereiro de Filipos, a quem foi feita a promessa, que se cumpriu logo depois, sendo batizado ele, e sua família.

Se, a Palavra dissesse: “Aquele que crer será salvo, ele e sua casa” aí sim, seria uma promessa que abrange todos os sujeitos que exibirem aqueles predicados. Mas, Jesus disse que veio trazer divisão, pai contra filho, sogra contra nora, de modo que, os inimigos do homem seriam seus familiares; pois, uns creriam, outros não; isso diz respeito a todos.

Assim, mesmo existindo o texto aquele, não deve ser pregado como promessa do Senhor, pois, contradiz algo que o Senhor disse expressamente. Estar na Bíblia é uma coisa, dizer respeito a nós, ou, a quem nos ouve, outra, bem diferente. Com a frase, “O Senhor é contigo, varão valoroso” dita a Gideão, muitos fazem o mesmo; com centenas de textos mais, pela mesma razão, falta de entendimento.

Salomão ensinou: “São justas todas as palavras da minha boca: não há nelas nenhuma coisa tortuosa, nem, pervertida. Todas elas são retas para aquele que as entende bem, justas para os que acham o conhecimento.” Prov 8;8 e 9

Muitos sem chamada ministerial, se apressam a ir onde O Senhor os não mandou; além de não fazerem nada produtivo, ainda estragam o trabalho alheio. Foi assim desde o princípio; há registro desses apressadinhos sem luz, atrapalhando a obra feita por Paulo e Barnabé. “...alguns que saíram dentre nós vos perturbaram com palavras, transtornaram as vossas almas, dizendo que deveis circuncidar-vos, guardar a lei, não lhes tendo nós dado mandamento”. Atos 15;24

Em seus escritos, Paulo denunciou uns que estavam “inchados em sua carnal compreensão”, e alegou que seus irmãos de sangue, os judeus, tinham zelo sem entendimento, o que, no fundo é o mesmo.

Falando nisso, não poucas vezes ouvi pregadores desse calibre baixando a lenha na vaidade, como se fosse pecado. Ora, a mesma palavra, bem como, o contexto de Eclesiastes, onde aparece mais, se encarregam de ensinar que trata-se de algo vão, sem fruto, que, “não infrói nem diminói” como diria o gaiato. Por exemplo: Posso repartir meu cabelo de um lado, outro, cortar espetado pentear para trás, etc. isso não me melhora nada diante de Deus, nem, piora. Ainda posso escolher usar uma camisa branca, verde, azul, dá no mesmo, são minhas vaidades.

O que me faz ter um bom depósito no Céu é a obediência à Palavra, a prática das melhores obras, a identidade moral com Deus, como mostra o salmo 15, ensinando que o “cidadão dos Céus” despreza ao réprobo, mas, trata com respeito a quem teme a Deus.

Infelizmente os ministérios para edificação, parece que têm surtido pouco efeito, ou, nenhum. A meninice espiritual ainda é grande, por isso, uns sequer sabem a diferença entre usos e costumes, e doutrina; outros, acercam-se a líderes hereges, sem menor discernimento que estão patrocinando a quem os rouba.

O alvo Divino não alcançado, pois, “ele mesmo deu uns para apóstolos, outros para profetas, outros, evangelistas, outros, pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo”. Ef 4;11 a 13

Se, pois, falta-nos entendimento, por que não atentarmos ao convite da Sabedoria? “Deixai os insensatos e vivei; andai pelo caminho do entendimento.” Prov 9;6

Salomão foi feito o mais sábio porque reconheceu sua carência, e pediu a coisa certa; bem que poderíamos fazer o mesmo, se, ao menos pudermos identificar nossa carência de entendimento.