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sábado, 3 de fevereiro de 2018

O Pão; os chocolates

“Desejei muito comer convosco esta páscoa, antes que padeça... Tomando o pão, havendo dado graças, partiu-o e deu-lho, dizendo: Isto é o meu corpo, que por vós é dado; fazei isto em memória de mim.” Luc 22;15 e 19

Sabemos que o “cardápio” da Páscoa era basicamente um cordeiro assado, e, ervas amargas. As demais coisas eram assessórios. Não há um texto sequer que permita inferir que aquela, a última Páscoa, tenha sido celebrada diferente.

O ritual tinha duplo sentido: um memorial ao livramento Divino do povo hebreu, então, escravo dos egípcios, e, um tipo profético apontando para O Cordeiro de Deus, cuja vinda obraria livramento maior.

Tanto que, apesar da presença dos elementos aqueles, o simbólico cordeiro, e, as eloquentes ervas amargas, foi para dois elementos novos que O Salvador apontou. Pão e vinho.

Sendo o cordeiro imolado uma figura do Salvador, não deveria ter Ele, tomado o mesmo, fracionado e dito: “Isto é o meu corpo que é partido por vós”? Sim, se pretendesse com ele um elo maior que, mero tipo; contudo, não era o caso. Aquele, como vimos, serviu como ritual para libertação terrena do povo escolhido; O Ministério do Messias tem uma abrangência infinitamente maior. “Disse-lhes Jesus: Na verdade, na verdade vos digo: Moisés não vos deu o pão do céu; mas, meu Pai vos dá o verdadeiro Pão do Céu. Porque o Pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo.” Jo 6;32 e 33

Se, o cordeiro pascal fora símbolo de libertação temporal e estrita, dos judeus, agora, O Pão dos Céus desce para dar vida ao mundo. Deixa de ser mero cuidado nacional com o povo eleito; passa a um chamado universal pra todos os povos.

Assim, a páscoa, malgrado seu simbolismo vital para os hebreus, nenhum sentido tem para nós, sequer, existe deveras. Somos filhos de uma Aliança Nova, figurada por elementos novos, pão e vinho, tipos do Corpo e do Sangue dados em nosso lugar. Não é de estranhar, pois, que a “páscoa” celebrada por aí seja um vazio, encher-se chocolate; e seus símbolos sejam ovo e coelho.

O símbolo escolhido para os Seus pelo próprio Salvador foi a ovelha, dado que, Ele é O Bom Pastor. “Em verdade, em verdade vos digo que eu sou a porta das ovelhas. Todos quantos vieram antes de mim são ladrões e salteadores; mas, as ovelhas não os ouviram. Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á; entrará, sairá e achará pastagens.” Jo 10;7 a 9

Sem essa que o ovo é símbolo da vida, muitos goram, ou, acabam fritos; nem que o coelho é o primeiro animal a sair da toca pós inverno. Tudo espúrio, extra-bíblico, pagão.

O ritual esperado pelo Senhor como memorial ao Seu Feito foi por Ele mesmo prescrito, não pelos contos da carochinha de alhures. “Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão; tendo dado graças partiu e disse: Tomai, comei; isto é meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim.” I Cor 11;23 a 25

Isso, do ponto-de-vista dos símbolos, pois, dos convertidos se espera muito mais que meros rituais. Paulo desafia aos batizados em Cristo ao novo proceder; “...fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim, andemos também em novidade de vida.” Rom 6;4 Escrevendo aos Coríntios disse que a novidade esperada se verificaria em todos os aspectos de nossas vidas, pois, “se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram; eis que tudo se fez novo.” II Cor 5;17

Entretanto, o elo com o mundo de muitos ditos cristãos é tão robusto que acham careta um escrito como esse, malgrado, bíblico; “legal” a “Páscoa”, mesmo que ímpia, espúria, pagã.

Se, as ervas amargas da Antiga Aliança tipificavam agruras do cativeiro dos hebreus, a doçura embriagante dos chocolates tipifica o quê? Cristo advertiu aos Seus: “No mundo tereis aflições” amarguras. O que é doce como chocolate é pecar, porém, é mortal. Portanto, no prisma espiritual a dita guloseima não vale nada.

A imbecilização massificante leva tudo de roldão; porém, os cristãos são membros do Corpo de Cristo, não porções fermentadas da massa do mundo. Quem, por comodismo, conveniência se recusa a andar na contramão, mesmo se dizendo no caminho estreito, a única coisa estreita que domina é a própria visão.

sábado, 6 de janeiro de 2018

Religião ou comunhão?

“... Não foram dez os limpos? Onde estão os nove? Não houve quem voltasse para dar glória a Deus, senão, este estrangeiro?” Luc 17;17 e 18

Jesus curara dez leprosos; não usou “água ungida”, “sabonete ungido” sal grosso, nada. Apenas disse: “...Ide, mostrai-vos aos sacerdotes. Aconteceu que, indo eles, ficaram limpos.” V 14

Um leproso só seria declarado limpo após supervisão dos sacerdotes. Havia certo ritual de purificação; duas aves limpas; uma seria sacrificada, outra, molhada com água da purificação misturada ao sangue do sacrifício, então seria solta; “Sobre aquele que há de purificar-se da lepra espargirá sete vezes; então o declarará por limpo, e soltará a ave viva sobre a face do campo.” Lev 14;7

Há um tipo profético nisso; o sangue de uma ave misturado com água aspergindo uma ave viva como sinal de purificação e retorno ao convívio social. Isso aponta para Cristo, a “Ave limpa” que deu Seu sangue misturado com água, (Sua Palavra) para que, sendo aspergidos sobre nós fôssemos purificados da lepra do pecado e voltássemos ao convívio com os santos.

No incidente acima Ele curou dez leprosos; o texto diz que apenas um, que era samaritano voltou para agradecer e glorificar a Deus. Talvez os judeus, conhecedores dos rituais de purificação se preocuparam mais com isso, que, mostrar gratidão. Seu zelo para com deveres religiosos era maior que o amor; o samaritano, não; seus passos após a cura foram em busca do Senhor para honrá-lO.

Os judeus curados comportaram-se como se Deus lhes devesse aquilo; como se não tivesse feito mais que uma obrigação; enquanto, o estrangeiro sentira-se abençoado grandemente.

Há muitos que se comportam assim em nossos dias; ser curados de sua lepra não os sensibiliza a ponto de manifestarem gratidão ao Salvador; antes, saem “declarando, decretando” isso ou aquilo, como se, a salvação fosse mero ingresso a um Reino onde se fazem co-regentes e começam controlar as coisas como desejam.

No caso dos judeus foi-lhes dada uma série de preceitos justos e sábios, que, cumprindo-os seriam um “Reino sacerdotal e nação santa” para abençoar em Nome do Senhor aos demais povos que se chegassem. Como o siro Naamã, certa vez. Não cumpriram quase nada do que lhes fora ordenado, contudo, sentiam-se santos; mais por decreto que, por observar modo de vida que Deus prescrevera-lhes.
Os leprosos atuais, uma vez curados cometem o mesmo erro; sentem-se numa posição privilegiada ante os demais como se, por decreto, não, pelo novo modo de vida.

O mesmo que Paulo disse dos judeus em Roma, bem se pode dizer a muitos crentes atuais: “Tu que tens por sobrenome judeu, (crente) repousas na lei, te glorias em Deus; sabes Sua vontade e aprovas as coisas excelentes, sendo instruído por lei; confias que és guia dos cegos, luz dos que estão em trevas, instrutor dos néscios, mestre de crianças, que tens a forma da ciência e da verdade na lei; tu, pois, que ensinas a outro, não ensinas a ti mesmo? Tu, que pregas que não se deve furtar, furtas? Tu, que dizes que não se deve adulterar, adulteras? Tu, que abominas os ídolos, cometes sacrilégio? Tu, que te glorias na lei, desonras a Deus pela transgressão da lei?” Rom 2;17 a 23

Como aqueles se ocuparam mais em rituais religiosos que com Cristo, muitos ainda perdem-se no mesmo erro como se, religião fosse mais relevante que comunhão.

Aí fazem seus “cultos da vitória”, campanhas de “derrubada de muralhas” como se, estar em Cristo já não fosse nossa vitória, ou, a queda de eventuais obstáculos dependesse de nossa iniciativa, não, da Soberania do Senhor.

Mas, foi O Senhor que os mandou ir e se apresentar aos sacerdotes; foi. Contudo, o mesmo Senhor disse, noutra parte: “Quando fizerdes apenas o que vos for mandado dizei: Somos inúteis”. Ele espera iniciativa, sobretudo, em direção ao amor, à gratidão.

Não somos servos por decreto; há certo pragmatismo que demonstra isso, ou, não. “O fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus; qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19, ou, “se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram; eis, que tudo se fez novo.” II Cor 5;17

Os samaritanos, os centuriões romanos, um anônimo, e Cornélio, estrangeiros que se avantajaram aos “santos” no conhecimento de Deus. Não que, conhecimento da Palavra não seja vital; mas, muitos perdem-se em teorias quando deveriam se achar num sadio relacionamento.

Salvação é muito mais que merecemos; motivo pra sermos eternamente gratos; se vier mais, será graça excedente, fruto do amor do Pai, pois, Ele não nos deve nada; e, amor não se reivindica; se vive, corresponde.

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Humanidade Pródiga

“... tudo que Deus faz durará eternamente; nada se lhe deve acrescentar e nada tirar; isto faz Deus para que haja temor diante dele.” Ecl 3;14

Ele mesmo encerra o Cânon reiterando isso: “Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas; se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará sua parte do livro da vida, da Cidade Santa e das coisas que estão escritas neste livro.” Apoc 22;18 e 19

Inicialmente O Santo tolerou guerras, escravidão, poligamia, coisas que, Paulo disse, eram segundo “os rudimentos do mundo, não segundo Cristo,” não significa que O Todo Poderoso esteja se aperfeiçoando ao longo do tempo; antes, que Sua Misericórdia perfeita lidou em amor com nossas imperfeições.

Tampouco, O Novo Testamento é um aperfeiçoamento do Velho; antes, o cumprimento dos vaticínios, demandas e tipos proféticos nele contidos. Se, em certos aspectos a Revelação de Deus e Seu Reino, vieram de modo progressivo, isso atina à humana capacidade de entendimento, não a alguma “evolução” Daquele no qual não há mudança nem sombra de variação; “Jesus Cristo é o mesmo, ontem, hoje, e eternamente.” Heb 13;8

Isaías situou aos replicantes: “Ai daquele que contende com seu Criador! caco entre outros cacos de barro! Porventura dirá o barro ao que o formou: Que fazes? ou a tua obra: Não tens mãos? Ai daquele que diz ao pai: Que é que geras? E à mulher: Que dás tu à luz?” Is 45;9 e 10

O fato de estarmos diante do Eterno deveria ensejar temor em nós; entretanto, nem sempre é assim.

O Eterno vetou hibridismos de plantas e animais, contudo, cheia deles está a Terra; “Não semearás a tua vinha com diferentes espécies de semente, para que não se degenere o fruto... Com boi e com jumento não lavrarás juntamente.” Deut 22;9 e 10 etc.

Há um determinismo biológico bem claro quando da formação dos seres vivos; tanto plantas, quanto, animais. “... Produza a terra erva verde, erva que dê semente, árvore frutífera que dê fruto segundo sua espécie, cuja semente está nela sobre a terra... Produza a terra alma vivente conforme sua espécie; gado, répteis e feras da terra conforme sua espécie...” Gên 1;11 e 24

As expressões, segundo sua espécie, ou, conforme sua espécie se repetem, à exaustão. Porém, não satisfeitos de alterar o que O Eterno disse, alguns ousaram negar frontalmente Sua Palavra. Desses veio a famigerada Teoria da Evolução, segundo a qual tudo teria se originado de modo casual, fortuito; evoluído ao longo de eras de modo que, as miríades de espécies existentes seriam variações evolutivas de uma apenas.

Contudo, com a descoberta do código genético, o DNA, ficou estabelecido cientificamente que cada espécie é distinta e preserva sua distinção, invés de se tornar outra. Então, descoberto e comprovado isso, o “homo sapiens” honesto que é presto assumiu que estava errado, abdicou de suas falsas afirmações, refez todos os livros didáticos que abordavam o tema e passou a ensinar ciência pelo viés criacionista; só que não.

Após esbanjar sua vasta herança, intelectual, experimental, teórica; e, como o pródigo gastar tudo no meretrício da falsa ciência, e acabar errante entre porcos, o obstinado e resiliente pecador finge que seus postulados ímpios inda estão em pé e parte para novos ataques contra O Criador; agora, com alteração da Palavra para que não mais condene ao homossexualismo, e, a nojenta e abjeta ideologia de gênero. Deus não teria criado macho e fêmea, mas, andróginos; a sociedade teria imposto isso aos pobres infantes, que deveriam se portar conforme seu gênero.

Eis a maldição de se por voluntariamente sob o domínio do deus desse século! Cegueira. “O deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus.” II Cor 4;4 Desafiados a mudar de postura e corresponder ao Divino Amor, endurecem seus corações; mostram, como os coevos do Senhor, amar mais as trevas que a Luz.

A humanidade mudou “para baixo” após a queda; alienada do Criador e Seus valores degenerou. O desafio da Cruz é para que neguemos essa fraude que nos tornamos, e sejamos regenerados segundo Deus. A imensa maioria, infelizmente, gosta demais da sugestão de decidir por conta acerca do bem e do mal; acaba trocando um pelo outro, pois, cega, e aprendendo “Braille” com um mestre que odeia a Deus, herda como seu o ódio daquele.

Os que temem ao Santo não mudam Seus conceitos de bem e mal; são capacitados pela misericórdia Dele a mudar de vida.

domingo, 12 de novembro de 2017

Por falta de óleo

“Tu, pois, ordenarás aos filhos de Israel que te tragam azeite puro de oliveiras, batido, para o candeeiro, para fazer arder as lâmpadas continuamente.” Êx 27;20

Quando alguém era escolhido para rei, sacerdote ou profeta, tal, era ungido com azeite fazendo firme sua escolha por parte do Eterno que enviava Seu Espírito para capacitá-lo.

Desse modo, além de ser o que é em si, azeite, o mesmo também é um símbolo do Espírito de Deus, como várias passagens mostram. “... Que são aqueles dois ramos de oliveira, que estão junto aos dois tubos de ouro, e vertem de si azeite dourado? Ele me falou, dizendo: Não sabes tu o que é isto? Eu disse: Não, Senhor meu. Então ele disse: Estes são os dois ungidos, que estão diante do Senhor de toda Terra.” Zac 4;12 a 14 Etc.

As lâmpadas de azeite puro iluminavam ao Tabernáculo, apenas; contudo, como “sombras dos bens futuros”, ou, tipos proféticos aludiam à pureza espiritual necessária na Obra do Senhor. “Porque, se alguém for pregar-vos outro Jesus que nós não temos pregado, ou, recebeis outro espírito que não recebestes, outro evangelho, que não abraçastes, com razão o sofrereis.” II Cor 11;4

Quem emitia a luz não era o azeite, mas, a lâmpada; todavia, essa morreria sem o combustível necessário. O espírito do homem é a lâmpada; iluminado com o “combustível” do Espírito Santo desfruta a Luz. “O espírito do homem é a lâmpada do Senhor, que esquadrinha todo o interior até o mais íntimo do ventre.” Prov 20;27

Mas, lâmpada não é a Palavra, segundo o salmo 119? Sim. A Luz que o Espírito Santo enseja atuando em nós é a capacidade de compreender e praticar a Palavra de Deus que João chamou de “andar na Luz”. I Jo 1;7

Ao “homem natural” falta azeite; sua lâmpada está apagada, e, incapacitado para ver na dimensão do Espírito. “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; não pode entendê-las, porque se discernem espiritualmente. Mas, o que é espiritual discerne bem tudo e de ninguém é discernido.” I Cor 2;14 e 15

Por isso O Salvador condicionou ao novo nascimento espiritual, tanto o ver, quanto, o entrar no Reino de Deus. “...aquele que não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus... aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar...” Jo 3;3 e 5

Como o azeite para luz do Tabernáculo deveria ser puro, igualmente, nosso lume espiritual deve ser isento de impurezas, tanto de “outro espírito” como vimos, quanto, das próprias propensões humanas, carnais. O primeiro passo rumo ao novo nascimento é um “suicídio”. “Negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-me”.

Se, o “si mesmo” estiver atuante (paixões naturais) seremos similares às sementes caídas entre espinhos que não frutificam com perfeição.

Como o incidente onde o Profeta Eliseu multiplicou azeite pra uma viúva endividada, à qual ordenou que provesse o máximo possível de vasos; enquanto teve vasos vazios houve azeite para enchê-los. De igual modo, tantos quantos conseguirem se esvaziar ante O Santo, haverá “azeite” para fazê-los espiritualmente plenos. “Pois se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?” Lc 11;13

Esvaziar-se não é algo fácil; requer o que Paulo chamou de “sacrifício vivo”; rejeição dos padrões, valores, modo de ser e agir desse mundo ímpio: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas, transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

Não andar conforme o mundo, renovar o entendimento para conhecer a Vontade de Deus, eis o desafio! Invés da ditadura ímpia do “politicamente correto”, não alinhar-se pela sábia opção do espiritualmente sadio.

Nesse mundo enganoso de tantos hibridismos, sincretismos, onde, “inclusão” é acoroçoada invés de conversão, a manutenção da pureza do “azeite” fatalmente nos deixará isolados. Pechas como fanáticos, radicais, fundamentalistas, certamente nos caberão. Porém, à medida que nos achegamos à saída do funil a fé vai sendo depurada.

Os que não se importam com a pureza acabarão aplaudidos nos palcos do ecumenismo; só quando da chegada do Noivo as virgens néscias descobrirão que sua amplitude inclusiva, a rigor, é apenas retrato da falta de azeite.

À “rica” Laodicéia O Senhor disse: “...não sabes que és um desgraçado, miserável, pobre, cego, e nu...” Apoc 3;17

“Em todo o tempo sejam alvas as tuas roupas, nunca falte o óleo sobre a tua cabeça.” Ecl 9;8

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Deus Está Ultrapassado?

"Levanta-te! Vai à grande cidade de Nínive, e prega contra ela a mensagem que te digo.” Jon 3;2

Um recall no ministério de Jonas; depois de hospedado por três noites no “Baleia’s Resort” arrependeu-se de sua fuga e se dispôs a pregar. O Senhor, invés de acrescer algo novo ao sabor dos acontecimentos mandou pregar a mesma mensagem; era a segunda chance para o profeta, não, segunda opinião de Deus.

Deixando por ora o arauto de Nínive olhemos para esse aspecto, a constância Divina em Suas decisões.

Platão dizia que os filósofos eram o meio termo entre sábio e ignorante. Esse – dizia - não filosofa porque sente-se seguro na ignorância; aquele, o sábio, não o faz porque não precisa. Sendo a filosofia uma busca pela sabedoria, quem já a possui não carece. Nesse molde apenas O Criador se encaixa.

Nós somos uma mescla de verdade e mentira, erros e acertos; opiniões que adiante carecemos refazer; pois, os fatos mostram que estavam erradas. Voltar atrás, muitas vezes é saudável; mostra evolução no processo de crescimento psicológico e espiritual.

Certa vez o rei moabita Balaque requisitou os serviços espirituais de Balaão. Ofereceu-lhe grandes somas para que fizesse suas mandingas; amaldiçoasse ao povo hebreu. Ele orou ao Senhor e a resposta foi que não tentasse aquilo, pois, tratava-se de um povo sob a proteção Divina.

Mas, estimulado pelo aumento do “cachê” insistiu uma e duas noites mais, tentando fazer o Senhor mudar de ideia e permitir uma amaldiçoadazinha básica em troca de tão vultosa oferta.

Vendo a teimosia do mercenário O Eterno disse: Vai. Mas, no caminho teve o espantoso episódio da mula recusando-se a ir; depois falando com ele, até que, enfim, o ganancioso suicida viu o Anjo do Senhor com espada nas mãos.

Assim acontece conosco quando desobedecemos. Fazemos-nos piores que os animais, marchamos por interesses doentios ao encontro da morte. O supra-sumo da ironia: Um que era profeta, portanto, apto a falar por Deus aos homens, sendo protegido por um “profeta” quadrúpede.

O Misericordioso Senhor o deixou ir, mas, não para anunciar uma segunda opinião; Dissera que aquele era um povo bendito, assim, só o poderia abençoar. “Deus não é homem para que minta; nem, filho do homem, para que se arrependa; porventura diria e não o faria? Ou falaria, e não o confirmaria? Eis que recebi mandado de abençoar; pois ele tem abençoado; eu não posso revogar.” Núm 23;19 e 20

O Eterno É a Sabedoria; portanto, Suas decisões não carecem emendas. Se, faz alguns arranjos temporais como o sacerdócio levítico, o faz para nos ensinar e suprir nossa incapacidade de entender plenamente o mundo espiritual; então, Sua revelação progressiva, mediante tipos proféticos, ou, “sombras dos bens futuros” se alinha com nossa incapacidade, não, com um aperfeiçoamento de quem É Perfeito.

“Jesus Cristo é o mesmo; ontem, hoje e eternamente.” Heb 13;8 “Toda a boa dádiva todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação.” Tg 1;17

Judas diz que Balaão amou o prêmio da injustiça; Ora, qualquer que faz o mesmo, opõe-se à Palavra de Deus anda por caminho semelhante; igualmente se perde no final. Acharmos que a Palavra está obsoleta, precisa ser modernizada, reinterpretada à luz da sociedade atual equivale a nivelar Deus conosco; estaria Ele, como nós, aprendendo.

Porém, Ele pretende certa diferença: “Porque meus pensamentos não são os vossos, nem, vossos caminhos os meus, diz o Senhor. Porque assim como os céus são mais altos do que a terra, são os meus caminhos mais altos que os vossos, e, meus pensamentos mais altos do que os vossos.” Is 55;8 e 9

Logo, os “teólogos liberais” que pretendem uma teologia “inclusiva” contrariando À Palavra dada não estão “aperfeiçoado” Deus; antes, blasfemando atribuindo-lhE estatura humana. “Onde tu estavas quando eu fundava a Terra”? Perguntou a Jó. A mesma questão cabe a esses.

Ontem deparei com posts imbecis dizendo que estamos voltando à Idade Média, porque o STF permitiu o ensino religioso confessional nos colégios, mesmo que, facultativo. Para esses “modernistas” ensinar A Palavra de Deus é coisa da Idade das Trevas.

Contudo, expor “arte” que promove zoofilia, homossexualismo, pedofilia, aí é um neo-iluminismo cultural. Se, O Santo fosse “aperfeiçoado” aos moldes desses tornar-se-ia igual ao diabo.

Jonas reconsiderou sua rebeldia, voltou atrás, salvou-se e a todos que lhe deram ouvidos.

Arrependimento, contudo, numa geração que se orgulha de dizer: “Só me arrependo do que não fiz” parece distante, infelizmente. Não foi a mula, mas, o mais sábio dos homens que falou desse tempo: “Há uma geração que é pura aos seus próprios olhos, mas, nunca foi lavada da sua imundícia.” Prov 30;12

domingo, 13 de novembro de 2016

A marca da heresia

“No qual também vós, tendo ouvido a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa. Não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção.” Ef 1;13 e 4;30

Estudos adventistas sobre a “Marca da Besta” que estão na NET defendem que, a tal, é a observância do domingo. Seria uma contrafação do inimigo ao “Selo de Deus” que, segundo eles, é o sábado. Citam: “Ata o testemunho, sela a lei entre meus discípulos.” Is 8;16, ou: “Demais lhes dei também meus sábados, para servirem de sinal entre mim e eles; a fim de que soubessem que sou o Senhor que os santifica.” Ez 20;12 etc. Baseados nisso concluem que o sábado é o selo de Deus.

A mudança sacrifical do Velho para o Novo testamento é pacífica, todos entendem. Saímos dos sacrifícios imperfeitos, tipos proféticos, para o Perfeito Cordeiro de Deus. Contudo, a transição da Lei para a Graça ainda segue sob um véu, para muitos.

Não significa, isso, que a graça seja sem lei. Antes, que sendo a Lei, espiritual, como ensinou Paulo, e na era da Graça sendo-nos, dado, O Espírito Santo, podemos transcender à superficialidade e chegar ao seu Espírito.

Os superficiais se contentavam em não matar; o Espírito da Lei tolhe, odiar; os superficiais ensinavam não adulterar, o Espírito requer, nem desejar; etc. Assim, a graça não é sem Lei, é sem legalismo. Quanto ao sábado, O Senhor disse que é lícito fazer o bem, nele. Mal, aliás, é ilícito todos os dias.

O selo de Deus, como mostram os dois versos iniciais, é O Espírito Santo. Paulo O contrapõe à Lei, como sendo, aquela, agente da morte, Esse, da vida. “O qual, também nos capacitou para sermos ministros dum novo pacto, não da letra, mas, do espírito; porque a letra mata, mas, o espírito vivifica.” II Cor 3;6

Invés de alianças, a Lei, “Aio para nos conduzir a Cristo” trazia espada, sua ameaça realçou, sobremodo, nossa carência do Salvador. Ele sela aos que creem, com Seu Bendito Espírito Santo, que, por Sua vez, “Sela a Lei” nos entendimentos dos discípulos, promessa dada a Jeremias, reiterada em Hebreus. “Porque repreendendo-os, diz: Eis que virão dias, diz o Senhor, em que estabelecerei com a casa de Israel e com a casa de Judá um novo pacto. Não segundo o pacto que fiz com seus pais no dia em que os tomei pela mão, para tirar da terra do Egito; pois, não permaneceram naquele pacto, e, para eles não atentei, diz o Senhor. Ora, este é o pacto que farei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o Senhor; porei minhas leis no seu entendimento, em seu coração escreverei; eu serei seu Deus, e eles serão meu povo; não ensinará cada um ao seu concidadão, nem cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece ao Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor deles até o maior. Porque serei misericordioso para com suas iniquidades, de seus pecados não me lembrarei mais. Dizendo: Novo pacto, tornou antiquado o primeiro. O que se torna antiquado, envelhece, perto está de desaparecer.” Heb 8;8 a 13

Assim, os do Velho Pacto ainda têm dez mandamentos, os do Novo, pelo Espírito, condensam em dois, como ensinou O Mestre: “Respondeu-lhe Jesus: Amarás ao Senhor teu Deus de todo teu coração, toda a tua alma, e todo teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.” Mat 22;37 a 40
Ou, abstraídos os alvos, podemos resumir mais: “O amor não faz mal ao próximo. De modo que, amor, é o cumprimento da lei.” Rom 13;10
Segundo sua hermenêutica, a passagem de Apocalipse onde os anjos são ordenados a deterem os quatro ventos até que sejam selados os servos de Deus, significa que não haverá calamidades naturais antes que os escolhidos guardem o sábado?? O Espírito Santo vem sendo dado desde o pentecostes, e, ventos tem feito estragos concomitantemente. Então, é provável que a interpretação seja outra.

A “Estatura de Cristo” que O Espírito Santo tenta nos dar, entre outras coisas, protege contra “ventos de doutrina”.

Paulo ensinou: “Pois, todos quantos são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque escrito está: Maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las.” Gál 3;10
“Mas, agora fomos libertos da lei, havendo morrido para aquilo em que estávamos retidos, para servirmos em novidade de espírito, não, na velhice da letra.” Rom 7;6

domingo, 10 de abril de 2016

O Lugar das Coisas, de Deus

“Indo eles, acharam como lhes havia sido dito; prepararam a páscoa... Tomando o cálice, havendo dado graças, disse: Tomai-o, reparti-o entre vós; tomando o pão, havendo dado graças, partiu-o, deu-o, dizendo: Isto é meu corpo, que por vós é dado; fazei isto em memória de mim.” Luc 22;13, 17 e 19

Sabemos que a Páscoa dos judeus tinha dois itens essenciais; um cordeiro, e ervas amargas. Entretanto, elementos que seriam periféricos ao ritual, pão e vinho, aparecem, aqueles, são omitidos na descrição.

Não há nenhuma razão plausível para concluirmos que estivessem ausentes, pois, se fosse mera divisão de pão e vinho, não demandaria uma preparação antecipada, como foi o caso.

Acontece que, a ocasião era precisamente de transição de um tipo futuro, para outro, pretérito. As amarguras da servidão estavam prestes a ser removidas, tipificadas pelas ervas amargas, o próprio Cordeiro de Deus, que o cordeiro pascal tipificava estava presente, prestes a dar-se, para tirar o pecado do mundo.

Então, O Salvador desviou a ênfase dos tipos que apontavam Sua vinda, para outros que, desde então, passariam a apontar Seu feito; “Fazei isso em memória de mim.”

Assim, embora a fé deva ser um eterno presente, de modo a pautar nossas escolhas na vida, “o justo viverá da fé”, mesmo assim, digo, lida bem com o passado e com o futuro. Tanto confia nas Sagradas narrativas, quanto, descansa nas suas promessas.

Para a humanidade pré-Calvário o Messias era uma promessa porvir; para os que o sucederam, uma realidade cumprida. O Câmbio de um sacerdócio imperfeito, também típico, por seu antítipo, o Sacerdócio Eterno, de Cristo.

"De sorte que, se a perfeição fosse pelo sacerdócio levítico (porque sob ele o povo recebeu a lei), que necessidade havia logo de que outro sacerdote se levantasse, segundo a ordem de Melquisedeque, não fosse chamado segundo a ordem de Arão? Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei.” Heb 7;11 e 12
“Que não foi feito segundo a lei do mandamento carnal, mas, segundo a virtude da vida incorruptível. Porque dele assim se testifica: Tu és sacerdote eternamente, Segundo a ordem de Melquisedeque. Porque o precedente mandamento é ab-rogado por causa da sua fraqueza e inutilidade” Heb 7; 16 a 18

Desse modo, mesmo a Lei de Moisés foi “deixada de lado” isto é, cumpriu seu papel, como os elementos da antiga páscoa, que foi “repaginada” na Santa Ceia. A Lei, disse Paulo, serviu de aio para nos conduzir a Cristo; após Ele, O Evangelho, baseado em dois mandamentos: Amor a Deus, e ao próximo. Aliás, o mesmo Salvador dissera: A lei e os profetas duraram até João; desde então é anunciado o reino de Deus; todo o homem emprega força para entrar nele.” Luc 16;16

Assim, os que pretendem fundir Graça de Cristo com alguns mandamentos do Antigo Pacto, de certo modo, mesclam a Santa Ceia com a Páscoa hebraica, num misto de pão e vinho, com ervas amargas e carne assada.

Mas, o mesmo Paulo não disse que a Lei é Santa, justa e boa? Disse. Socorro-me de Spurgeon: “Uma coisa boa não é boa fora do seu lugar.” A Lei, ensinou Paulo, tinha como fito manifestar o pecado e a consequente necessidade que temos do Salvador; por isso, “aio para nos conduzir a Cristo”.

A morte de fato que a Lei requeria dos pecadores, foi transmudada numa morte simbólica, o batismo, desde que, após ele, perseveremos na submissão ao Salvador. Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte? De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida.” Rom 6;3 e 4

Tão sério é isso, que o apóstolo equacionou a adultério, pretenderem os mortos para a Lei, voltarem a ela. “Porque a mulher está sujeita ao marido, enquanto ele viver, ligada pela lei; mas, morto o marido, está livre. De sorte que, vivendo o marido, será chamada adúltera se for de outro; mas, morto o marido, livre está da lei, não será adúltera, se for de outro marido. Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a lei pelo corpo de Cristo, para que sejais de outro, daquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de darmos fruto para Deus.” Rom 7;2 a 4


Como na transição Páscoa-Ceia, os elementos de ambas estavam presentes, mas, a ênfase foi nos da última, na conversão, os princípios morais da Lei de Deus também estão, porém, a ênfase é no amor, pois, esse, vivido devidamente, patrocina apenas o concurso das coisas contra as quais, não há lei.

sábado, 26 de dezembro de 2015

Santificação, o nome dos bois

“O mar estava posto sobre doze bois; três que olhavam para o norte, três para o ocidente, três para o sul e três para o oriente; o mar estava posto sobre eles; suas partes posteriores estavam todas para o lado de dentro... era para que os sacerdotes se lavassem nele.” II Cron 4; 4 e 6 Um dos utensílios do Templo de Salomão, o “mar”, na verdade uma grande banheira esculpida sobre doze bois.

Muitas coisas daquela época, além de sua utilidade imediata, traziam mensagens futuras. Para a teologia, são os “Tipos Proféticos”, ou, as “sombras dos bens futuros”, como alegorizado em Hebreus. Assim, o Cordeiro da Páscoa era um Tipo de Cristo; a água da rocha, Tipo de Sua Palavra; o maná, idem, símbolo do Pão do Céu; etc.

O aludido mar, sobre doze bois apontava profeticamente para algo, também? Ora, o próprio Salvador comparou Sua Palavra como “uma fonte que salta pra vida eterna”; “Água da Vida”; ou, um lavatório, quando disse: “Vós já estais limpos pela Palavra que vos tenho pregado.” Esse, aliás, é o “nascer da água e do Espírito” dito pelo Senhor. Da Palavra e do Espírito. Nada a ver com batismo que é mero testemunho público, a salvação se dá na conversão.

Paulo ensina: “Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas, segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e renovação do Espírito Santo”. Tt 3; 5 “Para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra.” Ef 5; 26

Vemos então, o concurso do Espírito e da Palavra, como agentes purificadores. Sendo a água, a Doutrina de Cristo, Seu corpo espiritual, a Igreja, todos os que O servem em Espírito e verdade formam o “Mar” que contém a água. Os doze bois que sustentam isso, óbvio, os doze apóstolos, iniciadores da obra e difusores da Doutrina. Se, Judas extraviou-se dada sua escolha, Matias foi posto em seu lugar, o “pedestal” foi refeito.

O fato de que cada grupo de três animais olhava numa direção tipifica o propósito universal, “toda criatura”. Todavia, aspecto mais relevante desse Tipo era que os sacerdotes deveriam se lavar antes de ministrarem. Isso não aponta para outra coisa, senão, para a necessária santificação dos que pretendem exercer o Ministério. 

Paulo foi didático: “Todo aquele que luta de tudo se abstém; eles fazem para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, uma incorruptível. Assim corro, não como a coisa incerta; combato, não como batendo no ar. Antes, subjugo meu corpo, o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado.” I Cor 9; 25 a 27

Três coisas são necessárias pra se lavar; primeira: Identificar a sujeira; segunda; querer; terceira, dispor dos meios. A Palavra mostra o pecado, insta ao arrependimento, e purifica com a Água da Vida, o perdão de Cristo.

Tiago alude a uns que, vendo-se sujos, recusam a se lavar; “E sede cumpridores da palavra, não, somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos. Porque, se alguém é ouvinte da palavra, não cumpridor, é semelhante ao homem que contempla ao espelho o seu rosto natural; porque contempla a si mesmo, vai-se, logo se esquece de como era.” Tg 1; 22 a 24

Pedro, por sua vez, a outros que, tendo se lavado uma vez, sentiram saudade da antiga sujeira e voltaram; “Deste modo sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao próprio vômito, a porca lavada, ao espojadouro de lama.” II Ped, 2; 22

O Senhor, quando lavou os pés dos discípulos, disse que deveriam, eles, lavar uns aos outros. Claro que, num sentido espiritual de corrigir, advertir, exortar, afinal, estavam em pé de igualdade; se, alguém quisesse ser o maior, deveria se fazer menor ainda.

Todavia, o Papa Francisco disse que todas as religiões são boas, mesmo os ateus “temem a Deus” quando fazem o bem. Assim, estão todos limpos, pra quê água ainda? Se é mesmo sucessor de Pedro, como pretende, deveria atentar ao que o Senhor falou àquele: “Se eu não te lavar, não tens parte comigo”.

O Senhor nunca pretendeu vistas grossas ante a sujeira, antes, que cada um, aprofunde suas escolhas, sejam virtuosas, sejam, viciosas; “Quem é injusto, faça injustiça ainda; quem está sujo, suje-se ainda; quem é justo, faça justiça ainda; e quem é santo, seja santificado ainda.” Apoc 22; 11

Sem santificação ninguém verá a Deus. Ele define o que é santo. Podemos até “decretar” que escórias e prata são a mesma coisa, mas, O Eterno tem métodos próprios de refino. “As palavras do Senhor são palavras puras, como prata refinada em fornalha de barro, purificada sete vezes.” Sal 12; 6

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Livremente algemados

“... Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. Responderam-lhe: Somos descendência de Abraão, nunca servimos a ninguém; como dizes: Sereis livres?” Jo cap 8

Apesar de categórico quanto às consequências, O Senhor as proferiu prefaciadas dum “se”, mantendo inviolável o direito de escolha. 

A permanência em Sua Palavra era o “sine qua non” para que se tornassem Seus discípulos, cujo alvo seria atingir o conhecimento da Verdade e seu efeito colateral mais visível, a liberdade. 

Eis um conceito, cujos louvores que recebe em muito excede ao entendimento dos que o proferem! Liberdade. 

A História da nação Israelita é plena de cativeiros, desde o Êxodo, quando foram libertos do Egito, até ao momento de então, quando eram vassalos dos romanos, contudo, disseram: “Nunca servimos ninguém”. Facilmente os identificamos privados da verdade, o que implica, servos da mentira; não, livres como se supunham. 

Quando O Salvador empregou a expressão, “verdadeiramente” temos aí uma censura tênue ao falso conceito de liberdade. Muitos associam-na a circunstâncias, fatores externos, quando, amiúde, vai mui além disso. É questão de consciência. 

Na cidade de Não me Toque, RS, onde trabalho atualmente, há uma pequena placa à entrada que diz: “Velocidade controlada pela sua inteligência”. Achei genial. Nenhuma placa delimitando, 30, 40, 50, 60 km p/hora, com tanto se vê. Aquilo, para uma pessoa inteligente, consciente, séria, é muito mais persuasivo que qualquer proibição. Delega total liberdade apostando na sapiência, na sensatez, no equilíbrio de quem lê. 

Desse modo Deus almeja que Seus filhos sejam livres. Se há todo um aglomerado de ritos, mandamentos, restrições, isso se dá em face à nossa insipiência, não, à perfeita Vontade de Deus. Como criança precisa de amparo de um adulto, ou, andador para ensaiar os primeiros passos, nós carecemos desses arranjos durante a infância espiritual. 

Quando, no célebre capítulo 13 de I Coríntios, Paulo sobrepôs o amor a todos os demais dons equacionou tal exercício com maturidade espiritual; disse: “Quando eu era menino falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.” V 11 

Se, fôssemos atribuir um predicado coerente ao amor cristão, certamente, ficaria bem, o altruísmo. Isto é: Deixar de se inquietar tanto pelas coisas próprias para se ocupar das necessidades alheias. Ora, Aquele que disse que sendo Seus alunos os ouvintes aprenderiam a Verdade desafiou-os precisamente a isso: “Negue a si mesmo...”

Mas, diria alguém, o que tem a ver a liberdade com o amor ao próximo? Bem, gostando ou não, egoísmo é um filho de nossas inseguranças, nossos medos; quem o vencer acaba livre desses monstrinhos também, como ensina João: “No amor não há temor, antes o perfeito amor lança fora o temor; porque o temor tem consigo a pena, e o que teme não é perfeito em amor.” I Jo 4; 18 

Assim, o legalismo e suas implicações foi mero “andador” esboço, tipo profético, ou, sombras, como ensina a Palavra: “Porque tendo a lei a sombra dos bens futuros, e não a imagem exata das coisas, nunca, pelos mesmos sacrifícios que continuamente se oferecem cada ano, pode aperfeiçoar os que a eles se chegam. Doutra maneira, teriam deixado de se oferecer, porque, purificados uma vez os ministrantes, nunca mais teriam consciência de pecado.” Heb 10; 1 e 2 

Vemos, pois, que o pecado é uma questão de consciência; não, a demanda de cumprir determinados rituais, que aplacavam as coisas externas, visíveis, mas, eram ineptas para a real purificação. De Cristo, contudo, se disse algo melhor: “...o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará as vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo.” Heb 9; 14 

Quem tem a consciência aperfeiçoada por Jesus e Seu Espírito, não carece de placas limitando nada, pois, a própria consciência se encarrega de desafiá-lo a “dirigir com prudência”. 

Engana-se quem pensa no Evangelho como um desafio de Cristo tipo: Creia e obedeça senão morrerás. O Salvador deixou claro que falava para mortos já, e lamentava a falta de interesse em mudar tal quadro; “E não quereis vir a mim para terdes vida.” 

Que todos herdamos a morte espiritual após a queda, esse é, talvez, o aspecto mais importante da Verdade que devemos conhecer. Quem não se souber perdido nunca buscará a salvação. 

Podemos sair da prisão com um tesouro, como Edmond Dante em “O conde de Monte Cristo”, ou, cavarmos o túnel da presunção que só leva de uma cela a outra, e nos faz perecer na ilha da justiça própria. 

Um falso conceito de liberdade é a mais fatal de todas as prisões.