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terça-feira, 7 de julho de 2020

A Impotência da Verdade


“Ainda não lestes esta Escritura: A pedra, que os edificadores rejeitaram foi posta por cabeça de esquina;” Mc 12;10

“... Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; escolheu as coisas vis deste mundo, as desprezíveis, as que não são...” I Cor 1;27 e 28

Será que O Eterno gosta de trabalhar só com “matéria-prima” ruim?

Bem, a exceção de Cristo, A Pedra Angular, rejeitada pelos edificadores, os demais são reciclados sim.

Todos estavam mortos em delitos e pecados; foram resgatados pelo Salvador, regenerados pelo Espírito Santo, O Edificador Celeste. “Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual, sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo.” I Ped 2;5

Contudo, embora pareça que O Santo faz uma obra excelsa com material ruim, isso é apenas uma ilusão no campo sensorial.

Devido à natureza da Obra, o que conta deveras nem é material, antes, espiritual.

“Material” vem de “máter” (mãe em Latim); tudo o que deriva da “terra máter” que tem natureza física é material.

Embora, coisas físicas sejam usadas, eventualmente, não passam de casulos onde nossas asas são desenvolvidas. “... temos esse tesouro em vasos de barro...” I Cor 4;7 (os da prosperidade pregam casulos vazios, a casca sem vida dentro)

Se, a conversão demanda novo nascimento, da água (Palavra) e do Espírito (Santo), então, não é com velharias carcomidas da natureza pecaminosa que O Senhor edifica. “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram; eis que tudo se fez novo.” II Cor 5;17

Se, mesmo para reedificação do templo físico após o cativeiro dos judeus, malgrado, o envolvimento do empenho braçal e de material de construção, a força motora que garantiu o sucesso da empresa foi O Espírito de Deus, “... Não por força nem por violência, mas sim pelo Meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos.” Zac 4;6 Qual seria a força edificadora dos tempos espirituais?
“... aquele que em vós começou a boa obra (O Espírito Santo) aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo;” Fp 1;6

Então, a rejeição da “Pedra Angular” Jesus Cristo, bem como, de todos que lhe são fiéis é algo perfeitamente “natural”, sendo Jesus quem É, Deus; e o mundo, o que a Bíblia diz; habitat da injustiça e mentira; motim contra o Criador, sob o principado de Satanás.

Quando Deus escolhe a um que o mundo rejeita, não significa que esse seja desprezível; antes, que o sistema despreza ao que Deus Preza; qualquer que abraçar aos Divinos valores e por eles pelejar será perseguido também.

Inevitável evocar a figura de nosso Presidente, Jair Bolsonaro. Por três décadas foi o “patinho feio” do Congresso. Incapaz de aprovar projetos pela aversão a conchavos e negociatas, motivo de zombarias discursando para um plenário vazio...

De repente, guardadas as gigantescas proporções entre O Messias e ele, outra vez, de uma pedra rejeitada Deus fez um Principal. O Patinho Feio virou cisne.

Ascendeu com um lema: “Brasil acima de tudo; Deus acima de todos.” Dizia mais: “Conhecereis a verdade e a verdade os libertará”. Pronto. Nem esperaram as eleições; tentaram “vencer” antes, alugando a um matador.

A maior súcia de mentirosos do planeta, o famigerado “Mecanismo” dominante no país há muito tempo, mediante negociatas e corrupção, não tendo ainda conseguido derrubar O Governo eleito, malgrado, várias tentativas, agora criaram o projeto contra as “Fake News” para, com pretexto de combater à mentira, calar vozes que realçam a verdade.

Constituição um escambau. Uma ditadura judicial imposta pelo STF que manda prender e cala a todos que apoiam ao Governo; valores como patriotismo, probidade, liberdade de expressão são criminalizados a torto e a direito, pelos mesmos que passaram toda a campanha eleitoral vociferando que Bolsonaro era ditador.

Não estou arrancando os cabelos nem cortando os pulsos, porque acredito sim, no “Deus acima de todos”.

Enquanto Ele permite essas coisas abjetas, ainda estamos navegando no modo “conhecereis a verdade”. Quando Ele disser, Basta!! A coisa ficará preta para os homens de preto.

A esquerda sempre vendeu que, ser de esquerda era ter consciência crítica, ser politizado. Os fatos mostram que é ser cúmplice de assassinos e corruptos.

Contudo, a lobotomia é tão invasiva que mesmo os fatos gritando, os idiotas úteis seguem defendendo mentirosos.

Outro dia brinquei com isso dizendo que, tanto vestiram asnos com pele de leões, que ainda hoje seguem sentindo-se os reis da selva comendo capim.

Ou seja, tanto venderam que defender a ideologia assassina era ser politizado que ainda a defendem contra quem os tenta libertar dos feitores. A verdade não consegue libertar que escolhe as grades da mentira.

domingo, 28 de junho de 2020

Mudança em apreço


“Sentimos nas mudanças certo alivio, ainda que estejamos mudando para pior.” Anônimo

Colhi alhures e esqueci de anotar o autor. Ninguém muda de uma situação que está boa, agradável, confortável; quem logra tais venturas, normalmente deseja permanecer assim; quiçá, melhorar inda mais.

Então, quando mudamos, embora a realidade nem sempre confirme expectativas, a ilusão que nos leva ao atrevimento da mudança sempre acenará com uma melhoria.

Não raro, acontece o contrário, essa desventura patrocinadora do clássico, “Eu era feliz e não sabia”. Claro que, não era feliz, senão, não teria mudado; mas, comparado ao novo estado pós mudança, melhor voltar a ser como era. Essa é a ideia da frase.

Ironicamente, alguns mudam muito, porque não mudam nada. Como assim cara pálida?? Outro dia postei uma frase bem humorada que dizia mais ou menos o seguinte: “Que inveja do Joãozinho!! Ele encontra o amor da sua vida doze vezes por ano; ou, não sabe o que é amor, ou o que é vida.”

Esse exemplo de inconsequência de assumir um “compromisso” por mês e não se firmar em nenhum, no Joãozinho do nosso exemplo é um caso clássico de um que muda muito, porque não muda nada.

Ou seja, muda de alvos para promessas frívolas, de hospedeiro para esperanças vãs; por ser um irresponsável, troca de pessoas ao primeiro atrito, como quem troca as vestes; e um pacto que era “pra sempre”, sempre acaba. Não esquece, claro! de postar no Face a as juras de “amor eterno”.

Se mudasse uma vez essa postura de irresponsável e inconsequente, não mudaria tanto de consorte, (ou seria com azar?) digo, teria mais sólidos seus projetos. Não seria essa biruta ao sabor do vento.

Claro que a rotina, a mesmice trazem seu peso enfadonho! Mas, se pode mudar isso fazendo algo novo, sendo criativo, viajando, inovando, sem mudar a parceria que se escolheu para viver. Dá para o mudar o mutável sem mudar o que deveria ser duradouro.

Desgraçadamente, mais rápido as pessoas dão seu sim, ao vício, que à virtude. Convites “Para baixo” recebem anuência mais rápido que os que ensejariam algo melhor. Quer testar isso? Convide uma dezena de pessoas para ir à igreja; chegue outrem, e convide às mesmas para “a balada”; observe qual escolha prevalecerá.

Em algum ambiente pontual, de pessoas previamente inclinadas a algo virtuoso pode prevalecer esse lado, mas na média, jamais prevalecerá. O vício sempre vencerá. Caso típico dos que estarão cambiando a monotonia por um caminho pior, e irão animados como se ganhando algo de real valor.

Sem dúvida o desafio mais radical a uma mudança sempre será a mensagem do Evangelho.

Apresentamos a mesma, e presto os ouvintes começarão a altercar sobre o que teriam que deixar para aceita-la; “Não poderei mais isso, aquilo...” ponderam. Seu cotejo invariavelmente será sobre o quê “perderão” nunca sobre o que estarão ganhando ao “Passar da morte para a vida” como ensinou O Salvador. Ser livres do medo da morte, ter seus nomes no Livro da Vida, contar com Divina proteção, quer passando pela água, quer, pelo fogo; ser herdeiros de dons espirituais, etc.

Claro que, sendo o que nos está proposto em Cristo, “Glorioso demais para ser fácil” como citou Dave Hunt, essas dádivas todas demandam um novo modo de viver, doravante, segundo Deus. As coisas verdadeiramente valiosas têm custo. Não se compra joias em lojas de 199,00 quiçá simulacros de plástico.

Assim, quem anseia coisas de valor pague o devido preço; quer a Vida Eterna com Deus? Tome o Jugo de Jesus, a cruz das renúncias; sem ela, nada feito.

E invés de um choramingar carnal como se estivesse renunciando muito em troca de pouco, leia com atenção o convite; Lá diz: “O Meu Jugo é suave e o meu fardo é leve.”

Sobre as “Liberdades pretéritas” dos que viviam de qualquer modo, Paulo questiona: “Porque, quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça. Que fruto tínheis então das coisas de que agora vos envergonhais? Porque o fim delas é a morte.” Rom 6;20 e 21

Não há pote de ouro no fim do Arco Íris como se diz vulgarmente; mas, O Eterno que deu o arco como signo dum pacto com a humanidade coloca um depósito de ouro em vasos frágeis, nos que se atrevem ao Novo Acordo em Jesus. “Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, não nossa.” II Cor 4;7

Deus se dispõe a mudanças extraordinárias, “... glória em vez de cinza, óleo de gozo em vez de tristeza, vestes de louvor em vez de espírito angustiado...” Is 61;3 se mudarmos da autonomia rebelde para submissão. O que vai ser?

terça-feira, 25 de dezembro de 2018

Ouro em Ruínas

“Como escureceu o ouro! Como mudou o ouro puro e bom! Como estão espalhadas as pedras do santuário sobre cada rua!” Lam 4;1

O que Jeremias tinha em mente aqui? Denunciar o envelhecimento e abandono de porções de ouro? Não. A Bíblia interpreta a Bíblia. De modo que, quem a manusear com certa destreza e honestidade intelectual, nunca, dela derivará matéria-prima para a construção de heresias, enganos.

O verso seguinte ilumina o “ouro” em questão; “Os preciosos filhos de Sião, avaliados a puro ouro, como são agora reputados por vasos de barro, obra das mãos do oleiro!” Lam 4;2

Linguagem poética aludindo à decadência espiritual, moral, social de um povo que, resistiu às mensagens do Senhor por mais de duas décadas; “Desde o ano treze de Josias, filho de Amom, rei de Judá, até hoje, período de vinte e três anos, tem vindo a mim a Palavra do Senhor; vo-la tenho anunciado, madrugando e falando; mas, vós não escutastes.” Jr 25;3

Num relacionamento bilateral, quando há discrepâncias, uma das partes tem que mudar; óbvio que, a que estiver errada. A Bíblia ensina que Deus sendo perfeito não passa por mudanças, sombra de variação, nem poderia. Então, quando muda algo em relação a nós é porque nós mudamos de alguma forma, de atitudes, ou, dos pretéritos erros nos arrependemos e patenteamos isso, diante Dele, entristecidos.

O Juízo de Acabe foi temporariamente suspenso, quando se humilhou compungido; e, a destruição de Nínive, por exemplo. O fato de Deus não mudar em Seu Ser, Misericordioso, Santo, O faz mudar em atenção às nossas carências se, O buscamos.

Sua Palavra antecipa Seu Juízo para dar tempo de arrependimento aos avisados. Nossas palavras súplices, as orações, tanto podem demandar perdão para nossas faltas, quanto, interceder em favor de outros. Porém, quando os “outros” em questão foram sobejamente avisados, como naquele caso, não restam orações intercessoras a fazer; o dilema é outro; obedecer, ou, sofrer o juízo pela rebelião.

Eis o porquê de tanta severidade naquela situação! A apostasia era geral; do populacho ao palácio, todos; “Ah Senhor, porventura não atentam os teus olhos para a verdade? Feriste-os, e não lhes doeu; consumiste-os e não quiseram receber a correção; endureceram suas faces mais do que uma rocha; não quiseram voltar. Eu, porém, disse: Deveras estes são pobres, loucos, pois, não sabem o caminho do Senhor, nem o juízo do seu Deus. Irei aos grandes; falarei com eles; porque eles sabem o caminho do Senhor, o juízo do seu Deus; mas, estes juntamente quebraram o jugo, romperam as ataduras.” Cap 5;3 a 5

Sendo assim, O Eterno, concomitante com o envio das mensagens proféticas vetou que Jeremias intercedesse mais pelo povo; “Tu, pois, não ores por este povo, nem levantes por ele clamor, ou, oração, nem, me supliques, porque não te ouvirei.” Cap 7;16 “Tu, pois, não ores por este povo, nem levantes por ele clamor nem oração; porque não os ouvirei no tempo em que clamarem a mim, por causa do seu mal.” Cap 11;14 “Disse-me mais o Senhor: Não rogues por este povo para seu bem.” 14;11

A rejeição obstinada à Palavra de Deus, cansa até à Longanimidade do Senhor; quando isso acontece já não há intercessão eficaz. É cada um por si diante de Deus.

Não negaremos “licença poética” a Jeremias para mensurar apenas o estado exterior dos seus coevos; a mudança de uma situação soberana, próspera, para outra de ruína e cativeiro. De, “ouro puro e bom”, para escurecido.

Porém, ao mesmo profeta o Senhor figurara o ser humano de maneira mais módica; “... Eis que, como o barro na mão do oleiro, assim sois vós na minha mão, ó casa de Israel.” Jr 18;6

Após a conversão O Espírito Santo passa a habitar nos renascidos; se, isso nos faz aceitáveis perante Deus, as essências inda são distintas, como ensina Paulo: “Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz é quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da Sua glória, na face de Jesus Cristo. Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus; não, nossa.” II Cor 4;6 e 7

Temos uma “Escritura de Propriedade” como Jeremias tinha literalmente. “Assim diz o Senhor dos Exércitos... Toma estas escrituras, este auto de compra, tanto a selada, quanto a aberta, coloca-as num vaso de barro, para que se conservem muitos dias.” Jr 32;14

No caso dele um terreno; no nosso, o resgate das nossas almas, com um registro fechado; nossa intimidade com Deus; outro, aberto; nosso testemunho.

Ao desventurado profeta restou compor suas lamentações entre ruínas do juízo; nossas escolhas não farão metais preciosos ou, ruínas. Mãos à obra!

sábado, 21 de julho de 2018

"Nossas" Vitórias em Deus

“Em Deus faremos proezas; porque Ele é que pisará nossos inimigos.” Sal 60;12

Certa confusão gramatical aqui; os predicados sinonímicos, “faremos proezas” e “pisará nossos inimigos” atinam a diferentes sujeitos; nós e Deus. De modo a parecer que, o que faremos, Ele fará.

Ensinam-nos os mestres de teologia, sobre inspiração, que, a origem da revelação dos escritores e profetas era Divina; a forma de expor, humana. Assim, a construção era uma amálgama, Divino-humana. De Deus o poder; do homem a disposição de cooperar com Ele.

O Eterno me faria saber de algo e deixaria que eu expusesse com minhas palavras, como me parecesse melhor. Isso explicaria pequenas “discrepâncias” entre os Evangelhos sinóticos. Os mesmos fatos por três repórteres diferentes. Mateus, Marcos e Lucas.

Em Ezequiel vemos um incidente onde Deus ordena algo ao profeta, e, de certa forma, Ele mesmo faz; “Disse-me: Filho do homem põe-te em pé, e falarei contigo. Então, entrou em mim o Espírito, quando Ele falava comigo; me pôs em pé e ouvi o que me falava.” Ez 2;1 e 2

Os defensores da predestinação dizem que, sendo nós pecadores, inclinados ao mal, não poderíamos desejar o bem; os “eleitos” seriam salvos sem cooperação nenhuma, apenas por eleição Divina. O problema mais sério de sua doutrina é que, ao exaltarem a Soberania ferem a Justiça Divina.

Porém, em certo sentido concordo com eles; somos maus e inclinados ao mal, contudo, a mesma “força” que O Senhor deu a Ezequiel dá a todos que escutam Seu chamado; possibilita obediência; porém, o “ouvi o que me falava” a ponto de reagir como o esperado, sempre será escolha humana; senão, não haveria diatribes contra os que resistem. “... vós sempre resistis ao Espírito Santo...” Atos 7;51 etc.

A salvação continua sendo Graça excelsa, mas, ninguém é forçado a aceitá-la. A “graça irresistível” patrocinaria uma parcialidade que destoa da justiça que ama, “O Juiz de toda Terra.”

Os filósofos, Immanuel Kant, sobretudo, faziam distinção entre essência e aparência das coisas. À primeira chamavam Númeno, ou, a coisa-em-si; à aparência, a percepção sensorial, o Fenômeno, ou, a coisa-para-si. Simplificando: Como as coisas são; e, como as percebo.

Quantas vezes ouvimos alguém dizendo que determinada calça ficou pequena, quando, na verdade foi a barriga que ficou grande? Assim, pode Deus parar a Terra por certo tempo enquanto Josué batalha, e o cronista narrar que pararam Sol e Lua. Nenhuma mentira no relato; apenas, uma variável entre o Númeno e o Fenômeno.

Então, quando o salmista diz que “Em Deus faremos proezas, porque Ele pisará nossos inimigos,” está já apresentando essa “fusão” perfeita dos que ouvem a Deus, obedecem-nO, e atuam conforme Suas diretrizes. Dele o Força, O Poder, o “Tesouro”; nossa a submissão, aquiescência, cooperação; o “vaso”. “Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus; não, nossa.” II Cor 4;7

Por isso é necessário o “negue a si mesmo”. Enquanto eu estiver no comando da minha vida, O Senhor estará do lado de fora; se, a conversão equivale a uma cirurgia de transplante de coração, onde, o coração endurecido é mudado por outro maleável, não somos tão “anestesiados” assim, a ponto de sermos forçados a querer.

Quando diz: “Porei dentro de vós Meu Espírito e Farei que andeis nos Meus estatutos...” Refere-se aos remanescentes fiéis, que receberam a “água pura” (doutrina) e foram purificados da idolatria.

Para que Deus faça proezas através de nós Ele demanda uma identificação, submissão tal, que possamos dizer como Paulo: “Não mais vivo eu; mas, Cristo vive em mim.” Pois, “Se, alguém me ama, guardará minha palavra; Meu Pai o amará; viremos para ele e faremos nele morada.” Jo 14;23
Embora, “em Cristo” pareça se referir a lugar é um “lugar” tão “invasivo” que acaba mudando o ser; “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram; eis que tudo se fez novo. Tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação.” II Cor 5;17 e 18

O que Deus fez por nós anseia fazer para outros usando-nos; por isso, Ele deu-nos o ministério da reconciliação.

Embora, “vitória” no contexto materialista atual seja a conquista de coisas, as “proezas” que glorificam a Deus são conquistas sobre o pecado, santificação. O Santo não poria mais lenha num fogo que deseja apagar; o egoísmo.

Ele pisará nossos inimigos; o mais cruel de todos, que todo dia quer me matar é meu ego; essa proeza de vencê-lo só é possível em Deus, na cruz. Não consigo amar meu próximo como a mim mesmo, a não ser que Cristo o faça, em mim.

domingo, 3 de junho de 2018

Dormindo com o Inimigo

“Desde então muitos dos seus discípulos tornaram para trás; já não andavam com ele. Então disse Jesus aos doze: Quereis vós também retirar-vos?” Jo 6;66 e 67

Como seria se nós começássemos a pregar para uma multidão, que, pouco a pouco fosse se dispersando ao ouvir-nos? Quantas inquietações! Questionamentos. Onde foi que errei? O que houve com minha unção?

Pois, como vemos acima, isso aconteceu com O Senhor; falara para uma multidão que o buscara rasteiramente, por anseios do ventre, não, da alma; ao ouvir uma mensagem que julgou dura demais, começou a se dispersar. Todavia, invés dos medos que nos poderiam assaltar, O Salvador dirigiu-se aos mais chegados e perguntou: “Quereis vós também retirar-vos?”

Uma das mais sutis tentações do ministro do Evangelho é a do desempenho, da performance. Sem perceber que isso de “arrasar”, “rasgar a boca do balão”, “abafar”, é uma “moral” do mundo, cujo sucesso se mede por reles quantidade, a despeito da qualidade, tendemos a buscar essas coisas vãs.

Ocorre-me uma frase de Spurgeon: “Preocupe-se mais com a pessoa para quem olhas, que, com seu modo de olhar.” Noutras palavras: faça-se entender, invés de se fazer aplaudir. Muito fácil é ecoarmos Pedro, quando, ele disse que vale mais agradar a Deus que aos homens; entretanto, transportar isso para o teatro das ações, aí, não é tão fácil assim.

Nossa dupla natureza pós-conversão traz em seu bojo o “Publicano” que reconhece a própria indignidade, e o “Fariseu” religioso, cheio de si, presumindo que agrada a Deus apenas por sua “bondade”. Quando nos achamos merecedores de algo, ou, que nosso ministério é um fim em si, furtamos ao Senhor; saímos da honrosa posição de “amigos do Noivo”, para a baixa patifaria de traidores.

Infelizmente, é de nossa natureza frágil, a propensão pra se inclinar ao engano mortal, desde que, doce, invés, da sobriedade que protege, pois, nos parece amarga. Deus dissera antes do pecado que não incorressem nele, pois, morreriam; o inimigo fez uma “reengenharia” no projeto e disse que não morreriam; quem foi ouvido pelo primeiro casal?

Como o nome de um antigo filme, vivemos, “dormindo com o inimigo”, uma vez que nossa natureza permanece nos assediando mesmo depois de convertidos, e, “... a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois, não é sujeita à lei de Deus, nem, pode ser.” Rom 8;7

Nenhum pregador, por santo que seja logrará um purismo, tal, em sua mensagem, de modo que sua fala seja cem por cento, Palavra de Deus. Muitas palavras meramente humanas são necessárias, como vasos são necessários para acomodar produtos. Paulo usou essa figura, aliás: “Temos esse tesouro em vasos de Barro”.

Parece-me didático compararmos a um comprimido, onde, a maioria do volume é polvilho, ou, afim, e apenas uma minúscula parte é o princípio ativo. Assim, nossas mensagens, sejam escritas, ou, faladas; há muito de “polvilho” e, um tantinho da substância milagrosa que cura, a Palavra de Deus.

Entretanto, se, essa substância vital estiver presente, a eficácia esperada se verificará. O problema de eventuais ministros auto-idólatras viciados em desempenho, é que tenderão ao abandono da mesma, se, imaginarem que essa pode comprometer sua aprovação. Aí, seu “comprimido” por vistoso que seja não passará de um placebo, capaz de certo abalo psicológico eventual, mas, inútil no objetivo de levar salvação.

Não que seja problema, um ministro ser loquaz, versado na Palavra, retórica, na arte de convencer pessoas; isso devidamente utilizado é uma bênção; porém, acho que foi George Miller que disse: “Não há limites ao que Deus pode fazer através de um homem; desde que, ele não toque em Sua Glória.”

Por talentoso que seja carece reconhecer que a fonte disso é a Bendita Graça do Senhor. Sempre é oportuno lembrar que Satanás tornou-se o que é não por ser feio; mas, por achar que sua formosura já o fazia igual ao Todo Poderoso; “Elevou-se teu coração por causa da tua formosura, corrompeste tua sabedoria por causa do teu resplendor; por terra te lancei, diante dos reis te pus, para que olhem para ti.” Ez 28;17

O sucesso de um ministério tem a ver com, quanto ele se alinha à Vontade Divina, não, às pessoas que atrai. Deus avisou de antemão a Ezequiel que seu trabalho seria inútil, mesmo assim, o mandou ir; “... a casa de Israel não te quererá dar ouvidos, porque não querem dar ouvidos a mim...” Cap 3;7

Ele falou “às paredes”, mas, teve seu ministério aprovado.

Enfim, quem se importa com aplauso da Terra, usufrua-o plenamente; é esse o fruto do seu trabalho.

“Ter fé é acreditar naquilo que você não vê; a recompensa por essa fé é ver aquilo em que você acredita.” Santo Agostinho

domingo, 4 de setembro de 2016

Sal, sem sal

Bom é o sal; mas, se o sal degenerar, com que se há de salgar?” Luc 14;34

Não carecemos esforço para perceber que, o “sal” em questão que, não deveria degenerar era o caráter dos discípulos, dos quais, dissera: “Vós sois o sal da Terra.” Por, degenerar, entendemos, a dissolução paulatina das propriedades originais de algo, ou, alguém. Assim, cada vez menor a pureza, tanto quanto, maior for a degeneração.

Entretanto, os discípulos viviam de modo natural até conhecerem ao Salvador e Nele crerem. Feito isso, foram chamados de discípulos, isto é, aprendizes; dos tais, se requer uma postura de aperfeiçoamento lento mediante a sã doutrina iluminada pelo Espírito Santo. Pois, depois da queda todos carecemos regeneração, não, manutenção da geração natural.

Assim, se careciam antes de tudo serem regenerados, isto é, gerados de novo, como poderiam degenerar estando ainda em fase de geração? O “conflito” se estabelece se, ignorarmos a questão da dupla natureza dos salvos. “O que é nascido da carne é carne, o que é nascido do Espírito é espírito.” Jo 3;6

Os convertidos, apenas eles, possuem natureza espiritual, o “novo nascimento”, de uma geração perfeita, habitando num “templo” corruptível, “tesouro em vaso de barro” inclinado ao mal, opositor do Santo. “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois, não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, pode ser.” Rom 8;7

A manutenção da ordem perfeita na nova natureza se dá, na exata medida que negamos as inclinações da velha, caída, corrupta e corruptível. Pois, antes de advertir sobre a degeneração do sal, O Salvador dissera: “Assim, pois, qualquer de vós, que não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo.” Luc 14;33

Aqui entra a “abstinência” voluntária que conhecemos como, cruz. À medida que, mortificamos as más inclinações, “crucificamos nossa natureza”, deixamos Cristo viver em nós, somo reputados inocentes, livres; “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas, segundo o Espírito. Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte.” Rom 8;1 e 2

Entretanto, se nossas ações, invés de oriundas da Luz de Cristo, vierem de outra fonte, degeneraremos espiritualmente, e preservaremos a impureza, da qual, a Virtude de Cristo nos quer livrar. “Esta é a mensagem que dele ouvimos, e vos anunciamos: que Deus é luz, não há nele trevas nenhumas. Se dissermos que temos comunhão com ele, e andarmos em trevas, mentimos, não praticamos a verdade. Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado.” I Jo 1;5 a 7

A degeneração tanto pode ser, nas ações, quanto, na doutrina, na crença, e ensinos. Por isso, as muitas exortações para a preservação da pureza de Cristo, contra o concurso de fontes espúrias. “...todas as minhas fontes estão em ti.” Sal 87;7  “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida.” Prov 4;23 “Dá-me, filho meu, o teu coração, os teus olhos observem os meus caminhos.” Prov 23;26

Claro que, o degenerado ministerial que ensina coisas estranhas à Palavra, ou, perverte a hígida interpretação, é também um degenerado moral, pois, ousa alterar, em sua perversão, ao que O Eterno disse ser inalterável. “O céu e a terra passarão, mas, as minhas palavras não hão de passar.” Mat 24;35

Como toda a semente gera conforme sua espécie, ministérios cujos líderes são sal degenerado, não podem produzir o sabor de santidade que tanto apraz ao Divino Paladar.

Ademais, até suas “bênçãos” trazem a extensão funcional de seus nefastos caracteres, uma vez que, O Eterno abomina a quem O desonra. “Se não ouvirdes e não propuserdes, no vosso coração, dar honra ao meu nome, diz o Senhor dos Exércitos, enviarei a maldição contra vós, e amaldiçoarei as vossas bênçãos; também já as tenho amaldiçoado, porque não aplicais a isso o coração.” Ml 2;2

Afinal, um produto que só serve ao monturo, para ser pisado pelos homens pecadores, serviria àquele que é “Tão puro de olhos que não consegue contemplar o mal”? Hc 1;13


Vivemos dias difíceis de uma superficialidade fugaz, onde, as pessoas saltam de uma arrogância a outra na velocidade virtual. Todos falam de Deus, ninguém consegue ouvir o que Ele fala. 

Afinal, que melhor maneira de se esconder a degeneração que a capa da espiritualidade? Faz essas coisas o incauto traidor de si mesmo que, importa-se mais com aprovação humana que, Divina. Porém, quanto vale a aprovação dos humanos, se, no juízo serão apenas réus?