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domingo, 5 de julho de 2020

A Profilaxia da Dor


“Porque na muita sabedoria há muito enfado; e o que aumenta em conhecimento, aumenta em dor.” Ecl 1;18

Sendo, o conhecimento consorte da dor, não seria mais “sábio” optar pela ignorância, para não sofrer; tipo: “O que os olhos não veem o coração não sente?”

Falando em Atenas, berço dos filósofos, Paulo disse que “Deus não toma em conta os tempos da ignorância...” Assim, essa “inocência” viria de lambuja, além da ausência da dor... Como será que se emburrece, depois de ter aprendido um pouco?

Com outras falas o mesmo sábio apresentou a progressão da sabedoria como feitora de dias piores; “Nunca digas: Por que foram os dias passados melhores que estes? Porque não provém da sabedoria esta pergunta.” Ecl 7;10
Ou, aquele dito sarcástico, “Quanto mais conheço os seres humanos mais gosto do meu cachorro.” O que é isso, senão, uma forma oblíqua de dizer: Quanto mais conheço os humanos, mais maldades encontro?

Em plena agonia da Cruz, O Salvador orou por Seus algozes nesses termos: “Pai, perdoa-lhes porque eles não sabem o que fazem!” Não são poucas nem desprezíveis, as “vantagens” da ignorância, pois.

Seria preciso uma maquininha desmemorizadora como aquela do filme MIB, que apagava lembranças, para quem já aprendeu um pouco.

Elaborar um texto assim dá trabalho; a qual fim? Levar uma centelha de luz alhures, para que, eventual beneficiado por isso sofra ainda mais? Deu vontade de parar...

Se, a mesma Palavra oferece tantas atenuantes à ignorância, por quê exorta-nos à busca da sabedoria?

Diz: “Melhor é a sabedoria que os rubis; tudo o que mais se deseja não se pode comparar com ela. Eu, a sabedoria, habito com a prudência, e acho o conhecimento dos conselhos. Riquezas e honra estão comigo; assim como os bens duráveis e justiça. Melhor é meu fruto que o ouro, que o ouro refinado, e meus ganhos mais do que prata escolhida.” Prov 8;10, 11, 18 e 19

Agora bateu a dúvida; não sei se me esforço por emburrecer, ou, aprender um pouco mais...

Um dos sinônimos ao adjetivo “melhor” que a Sabedoria usa em seu argumento é, “Superior”.

Acontece que a superioridade pode ser apenas sensorial, ou real.

Há diferença entre bom e bem. Aquele apela aos sentidos aos quais seduz, mesmo que na realidade faça mal; como certas doçuras e gorduras ao diabético, por exemplo, que, mesmo o paladar achando bom, para a saúde fará mal, não será um bem.

Dessa estirpe é o “bom” da ignorância; que ensejando uma sensação boa, ou, evitando a advento de uma ruim, a dor de ver as coisas como são, faz mal à saúde da alma que foi criada para a sabedoria, a luz.

Quando Paulo disse que Deus fazia vistas grossas ao tempo da ignorância referia-se ao passado que estava disposto a perdoar; mas dali em diante desafiava ao arrependimento e adesão a Cristo.

Por mais livramentos de dor que a ignorância possa trazer, eventualmente, no final do caminho será feitora de dores eternas, perdição às suas presas. “O meu povo foi destruído porque lhe faltou conhecimento...” Os 4;6

Por quê o inimigo se esforçaria na arte de cegar suas vítimas se, a cegueira não servisse cabalmente ao seu propósito assassino? “... o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus.” II Cor 4;4

Certa vez, em Torres, um irmão que pensava que eu tinha dons nessa área, do entendimento me pediu uma espécie de “receita” como se eu tivesse.

Respondi que não tenho nenhuma, mas a Bíblia traz algumas pistas de como Deus escolhe; “Filho meu, se aceitares Minhas Palavras, e esconderes contigo Meus mandamentos, para fazeres teu ouvido atento à sabedoria; inclinares teu coração ao entendimento; se clamares por conhecimento, por inteligência alçares tua voz, se como a prata a buscares e como a tesouros escondidos a procurares, então entenderás o temor do Senhor, acharás o conhecimento de Deus. Porque o Senhor dá a sabedoria; da sua boca é que vem o conhecimento e entendimento. Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos...” Prov 2;1 a 7

É Deus que dá e estabelece as condições. Ao alcance de qualquer um que se adequar às coisas listadas acima.

“Há um caminho que ao homem parece direito, mas no fim se revelará caminho da morte” Prov 14;12 Se o sentido se verificará no fim, não durante a caminhada, tanto os “bons” de agora podem ser letais, quanto as renúncias serão vitais. As dores da cruz serão ínfimas comparadas às da perdição.

Desgraçadamente, quem mais teme à dor fugindo dela nos prazeres ilícitos, mais dores terá no porvir.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

A Misericórdia do Senhor


“Pois assim como o Céu está elevado acima da Terra, assim é grande Sua misericórdia para com os que O temem.” Sal 103;11

A maioria da vezes em que enfatizamos a Grandeza Divina, o fazemos no tocante ao Poder. Não sei se é um subproduto de nossa fraqueza, nos impressionarmos mais com força, (ainda que seja impressionante) do que, com outro aspecto do Criador.

No verso do salmista vemos em realce a admiração pela grandeza da misericórdia.

Quando, mediante Isaías somos desafiados a cambiar nossos pensares pelos Divinos que são mais altos, (Porque Meus pensamentos não são os vossos, nem os vossos caminhos os Meus, diz o Senhor. Porque, como os Céus são mais altos que a Terra, assim são Meus caminhos mais altos do que os vossos, e Meus pensamentos mais altos do que os vossos.” Is 55;8 e 9)

Essa mudança é requerida para que, a grandeza da misericórdia atue a nosso favor; “Deixe o ímpio seu caminho, o homem maligno os seus pensamentos e se converta ao Senhor que se compadecerá dele; torne para nosso Deus, porque ‘grandioso é em perdoar’.” V 7

Essa grandeza não deve ser entendida como licença para pecar; antes, como estímulo a, tendo pecado, voltar-se arrependido para Aquele que perdoa. Como disse João: “Filhinhos, não pequeis...” o ideal; “... mas, se pecarmos temos um advogado...” o possível.

O Salvador chegou ao “absurdo” de rogar perdão aos que O crucificavam; não por que no fundo esses fossem bons; tampouco, porque a maldade humana não importasse para Deus; mas, porque a mesma era praticada sob patrocínio da ignorância. “Pai, perdoa-lhes, pois eles não sabem o que fazem.”

Então, se a Justiça Divina faz necessária a manifestação da Ira, O Amor do Santo traz a Misericórdia sempre disposta a germinar, onde encontra a terra fértil do arrependimento. Por isso a oração do profeta Habacuque: “Ouvi, Senhor, Tua Palavra, e temi; aviva, ó Senhor, Tua obra no meio dos anos, no meio dos anos faze-a conhecida; na Tua ira lembra-te da misericórdia.” Hab 3;2

Aliás, foi num cenário de terra arrasada pelo Juízo Divino contra Jerusalém e adjacências que Jeremias, o Profeta das lagrimas, compondo suas Lamentações exaltou ainda a misericórdia de Deus; “As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque Suas misericórdias não têm fim; novas são cada manhã; grande é a Tua fidelidade.” Lam 3;22 e 23 Fora consumida a cidade, debelado o poder, o governo entregue aos caldeus; mas, a maioria das vidas ainda fora poupada; o profeta via nisso a Santa Misericórdia.

Então, são falsos os argumentos dos que, amando às trevas mais que a Luz “justificam-se” dizendo agir assim por não ter escolha. “Para mim não tem mais jeito, já fiz maldade demais; Deus não me perdoaria”. Paulo argumenta; “Esta é uma palavra fiel, digna de toda a aceitação; Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal. Mas, por isso alcancei misericórdia, para que em mim, que sou o principal, Jesus Cristo mostrasse toda Sua longanimidade, para exemplo dos que haviam de crer Nele para a vida eterna.” I Tim 1;15 e 16

Paulo fora cúmplice da morte de Estevão, perseguira à igreja embrionária; tais atos, vistos depois com melhores olhos o faziam sentir-se o príncipe dos pecadores; mesmo assim, foi perdoado e feito ministro da Palavra. “Dou graças ao que me tem confortado, a Cristo Jesus Senhor nosso, porque me teve por fiel, pondo-me no ministério; a mim, que dantes fui blasfemo, perseguidor, injurioso; mas alcancei misericórdia, porque o fiz ignorantemente, na incredulidade.” I Tim 1;12 e 13

Outra vez, a ignorância como atenuante; não sem precedentes, pois, o apóstolo discursando aos atenienses disse que “Deus não toma em conta os tempos da ignorância”.

Entretanto, invés de erros derivados dessa, ultimamente temos visto agressões ao Santo, por meio de gente esclarecida, que decidiu abraçar à oposição.

Nesses tristes casos, onde, a humana obstinação faz inútil a Divina Misericórdia, só resta o juízo que é retardado, contudo, pela Longanimidade do Eterno cujo prazer maior é salvar. “... Vivo Eu, diz o Senhor Deus, que não tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu caminho, e viva. Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; por que razão morrereis...” Ez 33;11

Não será O Senhor que matará a alguém em juízo; serão as escolhas suicidas que frutificarão, contra a vontade do Santo que envia o convite do amor e é rejeitado.

“Porque o erro dos simples os matará, o desvario dos insensatos os destruirá. Mas, quem me der ouvidos habitará em segurança, e estará livre do temor do mal.” Prov 1;32 e 33

terça-feira, 10 de setembro de 2019

O Vale da Decisão

Então temeram os marinheiros e clamavam cada um ao seu deus...” Jn 1;5

Pagãos entre uma pavorosa tempestade, não mais confiantes em suas habilidades náuticas apelaram à fé; cada um orava ao seu deus. Jonas servo do Deus Vivo dormia nos porões do navio.

Encontrado confessou ser fugitivo do Senhor; assumiu que a tempestade era vinda por sua culpa; disse que a mesma cessaria se fosse jogado ao mar.

Relutaram inicialmente; mas, apavorados que estavam cederam e jogaram-no; feito isso, como previra, a tempestade cessou.

“Temeram, pois, estes homens ao Senhor com grande temor; ofereceram sacrifício ao Senhor e fizeram votos.” V 16

Ante tão estrondoso milagre deixaram cada um seu deus de outrora e sacrificaram e oraram ao Senhor. Então, não tinham razões mais para duvidar de quem É O Senhor. Como disseram os discípulos num tempo posterior: “Quem é Este que o vento e o mar obedecem?”

Deixando à saga de Jonas por ora, pego esse gancho para por em relevo um dito de Paulo quando pregou em Atenas: “Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, em todo o lugar, que se arrependam;” Atos 17;30

Como os marinheiros em suas ignorâncias serviam deuses alternativos, mas vendo uma demonstração cabal do Poder de Deus deixaram as crendices e oraram a Ele.

Não que a ignorância seja mérito; é apenas atenuante; enseja ausência de dolo.

A migração das trevas para a luz é a ordem natural, lógica, compreensível; o que causa espanto é tomar o caminho inverso; Como disse o mesmo Paulo escrevendo aos gálatas: “Quando não conhecíeis a Deus, servíeis aos que por natureza não são deuses. Mas agora, conhecendo Deus, ou, antes, sendo conhecidos por Deus, como tornais outra vez a esses rudimentos fracos e pobres...?” Gál 4;8 e 9

Pois, o ecumenismo em gestação traz duas nuances bem definidas: “Os reis da terra se levantam e os governos consultam juntamente contra o Senhor contra O Seu Ungido, dizendo: Rompamos suas ataduras, sacudamos de nós suas cordas.” Sal 2;2 e 3

Primeira: Iniciativa por interesses políticos, não espirituais; “os reis da Terra se levantam...” Segunda: baseia-se na remoção de Cristo e Seu Jugo, Seus parâmetros de salvação e relacionamento com Deus; “rompamos suas ataduras, sacudamos de nós suas cordas.

Nessa Arca, habitat de todos os bichos, digo, todos os credos, como se pretende, quem fará concessões para a mistura? Os islâmicos, espíritas, budistas, hindus, animistas?

A Doutrina de Cristo, se bem que amplamente inclusiva em seu âmbito, (pregai a toda a criatura) é extremamente restritiva em seu teor; “Ninguém vem ao Pai senão, por mim.

O esboço do Sínodo da Amazônia que se dará mês que vem em Roma sob regência de Francisco (que sai beijado os pés de islâmicos, mundo afora, em busca de união) traz entre outras coisas a proposta de reconhecer como válidas as noções “espirituais” das tribos nativas com seus feiticeiros e pajés que ensinam as superstições da “mãe Terra, espíritos dos rios, das matas, dos montes, etc.”

Se, todos os credos são válidos como pretendem os “reis da Terra” a ordem de se “pregar a toda criatura” já não precisa ser cumprida; essa “corda do Ungido” já pode ser rompida; afinal, os “marinheiros" na nau globalista preferem manter seus cultos cada um, ao seu deus do que, se render ao Deus Vivo, cujos ventos e mares obedecem.

“Aquele que habita nos céus se rirá; o Senhor zombará deles. Então lhes falará na Sua Ira; no Seu Furor os turbará.” Sal 2;4 e 5


Se, como ensinou O Salvador, ouvir Sua Palavra equivale a “passar da morte para a vida;” deixá-la depois de haver conhecido é fazer o caminho inverso; “Porquanto se, depois de terem escapado das corrupções do mundo, pelo conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, forem outra vez envolvidos nelas e vencidos, tornou-se o último estado pior que o primeiro. Melhor seria não conhecerem o caminho da justiça, que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes foi dado... O cão voltou ao seu próprio vômito, a porca lavada ao espojadouro de lama.” II Ped 2;20 a 22

Deixemos doenças rasteiras tipo, minha religião, sou dessa, daquela, ou, fulano também erra, etc.

A coisa é como o juízo iminente em Sodoma e Gomorra, de onde Ló foi tirado com urgência; “Escapa por tua vida, não olhes para trás.” A escolha é entre verdade e mentira, fidelidade e apostasia.

Duas opções bem patentes e opostas; alinhar-se ao motim global na fila da morte eterna pelo comodismo e aceitação ímpia, ou opor-se, ao custo de perseguições, pelo eterno prêmio.

“... Sê fiel até à morte e dar-te-ei a coroa da vida.” Apoc 2;10

segunda-feira, 2 de julho de 2018

Lisonjas ou, disciplina?

“Não retires a disciplina da criança; se, a fustigares com vara, nem por isso morrerá. Tu... livrarás sua alma do inferno.” Prov 23 13 e 14

A Salvação como “efeito colateral” da disciplina.

Invés da famigerada “Lei da Palmada” onde, o Estado, que, protege ladrões tenciona trazer para si, uma responsabilidade que é dos pais.

Educar crianças no bom caminho, no do Senhor, não é tarefa estatal, pois, quando se trata de assuntos espirituais, morais, o Estado apressa-se em dizer que é laico, mas, quando lhe interessa perversão de valores aí, se imiscui no que lhe não pertence.

Infelizmente, em nossos dias a disciplina é mais perceptível por sua ausência, que, por eventuais ações. Mesmo os adultos se mostram espinhosos, avessos, como se, encerrasse mera intromissão, quando, um que trilha pela senda do erro, cujo final será sua perda, é advertido a mudar.

Logo nos mandam cuidar de nossas vidas, ou, pagar suas contas, etc. Pior é que muitos desses intocáveis se dizem cristãos, filhos de Deus. Porém, a Palavra de Deus diz que os que recusam a disciplina são filhos da outra; “Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há que o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então, bastardos, não, filhos.” Heb 12;7 e 8

A disciplina não é uma coisa boa pela sensação que produz, mas, pelo resultado. Traz um sentir bem adverso, até. “Na verdade, toda correção, ao presente, não parece ser de gozo, senão, de tristeza, mas, depois produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela.” Heb 12;11

Então, mesmo, gerando uma tristeza pontual ela enseja alegrias futuras, sentimento de justiça, quando, o que foi nela exercitado entender os motivos. “Melhor é a mágoa do que o riso, porque com a tristeza do rosto se faz melhor o coração.” Ecl 7;3

Muitos sentimentalóides confundem frouxidão moral com amor; não bato em meu filho porque o amo. Ora, se ele for obediente e não fizer por merecer, óbvio, que não! Contudo, é o amor responsável, maduro, que, em tempo corrige e castiga, se, necessário; mesmo que, o ato de disciplinar não lhe seja agradável; nem para Deus, é. “O Senhor não rejeitará para sempre. Pois, ainda que entristeça alguém, usará de compaixão, segundo a grandeza das suas misericórdias. Porque não aflige nem entristece de bom grado aos filhos dos homens.” Lam 3;31 a 33

A correção do Senhor vista por seu paciente só será devidamente apreciada em tempo posterior, quando, seu fim for alcançado; “Antes de ser afligido andava errado; mas, agora tenho guardado tua palavra. Foi-me bom ter sido afligido, para que aprendesse os teus estatutos.” Sal 119;67 e 71

E guardar a Sua Palavra não é satisfazer eventuais caprichos Divinos, antes, ser livre da perdição que espreita aos rebeldes. Por isso O Senhor reitera: “Eu repreendo e castigo a todos que amo...” Apoc 3;19 Quem ama não quer perder; sabendo onde terminam os caminhos rebeldes, O Eterno corrige, para que, como o Pródigo arrependido, voltemos para casa.

A disciplina é cheia de justiça, pois, não atua num vácuo punindo alguém sem que ele saiba o motivo. A Bíblia diz que “Deus não toma em conta os tempos da ignorância...” Assim, não me cobra erros de quando eu ignorava Sua Vontade; mas, depois que conheci, se, recuso atuar conforme, aí já não lapso de saber, mas, rebeldia mesmo.

Muitos dos que são resilientes à correção escudam-se em certa desonestidade intelectual, como se, a disciplina fosse ideia humana, iniciativa voluntária do instrumento que Deus usa.

Ora, os ensinadores da Palavra são meras ferramentas de Deus; a disciplina que ensinamos a outrem, igualmente se aplica a nós, quando damos maus passos também.

Então, essa casamata mal educada onde muitos se escondem; tipo: “Só me corrijas quando tua vida for perfeita” não deriva de um apelo por coerência, mas, é só a máscara de um rebelde querendo fazer parecer intromissão humana, quilo que é Divino preceito.

“Liberte-me de minha ignorância; serás meu maior benfeitor” dizia Sócrates; essa postura não é mais encontrável numa geração arrogante, presunçosa e ignorante da própria ignorância; sobretudo, nas coisas de Deus.

Não podemos ensinar nada; uma correção qualquer, mesmo em termos educados e corremos risco de ser excluídos; algumas vezes já fui. O negócio que “bomba” é elogiar, bajular, curtir. Mas, como a disciplina mesmo sisuda é pacote feio que embala a vida, as lisonjas fáceis são apenas potes de veneno com rótulo de mel.

“Já vi jovens com a vida perdida serem salvos por correção e disciplina rigorosa. Mas, o que mais vi, foram jovens bons se perderem por exagerados elogios.” Bruce Lee

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

A máscara da ignorância

“Eles voluntariamente ignoram isto, que pela palavra de Deus já desde a antiguidade existiram céus, e terra; que foi tirada da água, e, no meio da água subsiste.” II Pedro 3;5

Descrevendo escarnecedores que surgiriam nos últimos dias, Pedro lhes atribuiu uma característica interessante: Ignorância voluntária. Sendo “Gnose” o conhecimento, “Agnose” ou, ignorância, é seu oposto, ausência de saber. Entretanto, voluntária?

A ignorância, propriamente dita, chega a legar certa “inocência” ao seu hospedeiro; Paulo escrevendo aos Romanos diz: “Não havendo Lei, não há transgressão.” Ou, quem ignora a Vontade Divina, não será tido por transgressor, se, agir de modo contrário. Discursando aos atenienses foi Preciso: “Deus não toma em conta os tempos da ignorância...”

Entretanto, essa “pureza” se perde, quando, a mesma é voluntária. Diversa da situação, onde, houve privação de conhecimento, agora, temos o concurso da vontade. Assim, não se trata de ignorar por não poder conhecer, antes, por não querer.

Ora, qualquer coisa sobre a qual, manifesto arbitrariamente minha vontade, não ignoro; antes, é, justo, meu conhecimento das implicações, das consequências, que me levam a “desconhecer” coisas das quais, não gosto.

Sintetizando: Ignorância voluntária não é ignorância, estritamente; antes, fingimento, hipocrisia de quem, prefere isso, a encarar consequências do que sabe.

Temos um caso bem didático quando, Jesus foi questionado sobre a fonte de Sua autoridade para purificar o templo, por exemplo. Anelavam que Ele “blasfemasse” dizendo-se Filho de Deus, para poderem apedrejá-lO.

O Senhor, sabedor de todas as coisas devolveu-lhes a malícia com outra pergunta: “Jesus, respondendo, disse-lhes: Também vos perguntarei uma coisa; se me disserdes, vos direi com que autoridade faço isto. O batismo de João, de onde era? Do céu, ou, dos homens? Pensavam entre si, dizendo: Se dissermos: Do céu, ele nos dirá: Então por que não crestes? Se dissermos: Dos homens, tememos o povo, porque todos consideram João como profeta. Respondendo a Jesus, disseram: Não sabemos. Ele disse-lhes: Nem eu vos digo com que autoridade faço isto.” Mat 21; 24 a 27

Vimos que, o “não sabemos” não derivava de ignorância, antes, de saber precisamente as consequências de ambas as respostas possíveis.

Temos exemplos práticos diariamente, nesses tempos escuros, onde tanta corrupção assoma. Os mesmos que, no pleito pelo poder “sabiam tudo” os malfeitos dos adversários, o que deveria ser feito em reparo, enfim, quais passos o “gigante” carecia para crescer inda mais, quando inquiridos, mesmo os indícios contra eles dando uma enciclopédia, nunca sabem de nada; sequer conhecem alguns camaradas de coexistência harmoniosa pretérita. “Não sei de nada, não vi nada”, virou bordão de humoristas denunciando essa desfaçatez.

Embora tais artifícios possam ter certa eficácia no confuso teatro social, onde, muitas vezes arbitra a paixão em lugar da justiça, ante Deus, a coisa não cola. Salomão já desaconselhou essa artimanha em seus dias, disse: “Se deixares de livrar os que estão sendo levados para a morte; aos que estão sendo levados para a matança; se disseres: Não sabemos; porventura não considerará aquele que pondera os corações? Não saberá aquele que atenta para a tua alma? Não dará ele ao homem conforme sua obra?” Prov 24;11 e 12

Não que devamos sair dizendo inadvertidamente tudo que sabemos; senso de ocasião ajuda muito. Quando a porta dos corações está fechada, melhor bater a espera de que se abra. “Botar o pé na porta” engendrará inimizades, invés de conversão. Quando Paulo aconselha Timóteo que pregue, quer seja oportuno, quer, não, tenciona encorajá-lo em face às adversidades daqueles dias; o mesmo Paulo prescreveu ao jovem pastor que se desse por exemplo em tudo, inclusive, mansidão, tolerância.

Imaginemos um caso de falecimento de um descrente, sabemos o que sucede nesses casos. Como aconselharíamos eventual parente que se nos acercasse em busca de palavras de consolo? Melhor seria direcionar o assunto da Bondade Divina incidindo sobre os vivos ainda, que prometer venturas ao que se foi, ignorando voluntariamente à essa mesma bondade. Nem tudo o que sabemos pode ser dito; não, em qualquer momento, digo. O Salvador agiu assim com seus discípulos; “Ainda tenho muito que vos dizer, mas, vós não podeis suportar agora.” Jo 16;12

Em suma, a ignorância voluntária é só um nome diferente que se dá à hipocrisia; pessoas que sabem bem as implicações de certas escolhas, e fingem não saber, para que, usando máscara sua rebelião pareça menos feia.


Quem não quer saber das coisas de Deus, foge deliberadamente da vida que lhe é oferecida, ao encontro de um assassino; trai a si mesmo.  “O que rejeita a instrução menospreza a própria alma, mas o que escuta a repreensão adquire entendimento. O temor do Senhor é a instrução da sabedoria, e precedendo a honra vai a humildade.” Prov 15;32 e 33