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domingo, 15 de março de 2020

O Aplauso de Deus


“Minha alma tem tédio da minha vida; darei livre curso à minha queixa, falarei na amargura da minha alma. Direi a Deus: Não me condenes; faze-me saber por que contendes comigo.” Jó 10;1 e 2

A contenda não era de Deus com Jó; antes, entre Deus e o inimigo que acusara ao fiel de o ser, por mero interesse material, não por valores espirituais. Em suma, o Capeta disse que o patriarca tinha a “fé inteligente” do Edir Macedo que serve para obter lucros, não para alicerçar relacionamento espiritual.

O infeliz foi tocado pelo “efeito colateral” de uma contenda entre O Todo Poderoso e a Serpente. Removidas as dádivas Divinas da vida de Jó, restaram as da oposição; tédio de viver, angústia, em face à privação de todos os bens, inclusive, dos filhos. Em dado momento o sofredor chegou a desejar a morte.

Ao suicida, não é a vida que incomoda, mas a dor; enganado pelos maus conselhos do Traíra é levado a crer que, tirando a vida tira a dor e tudo se resolve; se as coisas todas existissem apenas do lado de cá, talvez; mas, A Palavra adverte: “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” I Cor 15;19

Cá é onde, em Cristo, devemos adquirir ingressos para a vida eterna; suicidas são os que desistem na fila. Não me cabe julgar quem prefere a dor de morrer à de viver; mas segue o fato que essa opção é uma desistência.

Contudo, Jó não agiu desse modo, mesmo desejando que a morte lhe viesse como dádiva, não a buscou com as próprias mãos; em lampejos de fé ainda tencionava uma conversa com Deus para entender o porquê daquilo.

Há sofrimentos que são meras colheitas; consequências de maus passos; outros são gratuitos, advindos da inveja da oposição, à qual, incomoda o bom porte. Entre um e outro, não parece difícil escolher se tememos a Deus; “Porque é coisa agradável que alguém, por causa da consciência para com Deus, sofra agravos, padecendo injustamente. Porque, que glória será essa, se, pecando, sois esbofeteados e sofreis? Mas se, fazendo o bem, sois afligidos e sofreis, isso é agradável a Deus. Porque para isto sois chamados; pois também Cristo padeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais suas pisadas.” I Ped 2;19 a 21

Portanto, nem toda a crítica ou perseguição são, necessariamente, sinais de reprovação; é preciso uma análise contextual; percepção de quem reprova-nos, e por quais motivos, pois, as vaias do Diabo equivalem ao Aplauso de Deus. “Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus; bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem, perseguirem e mentindo, disserem todo mal contra vós por Minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós.” Mat 5;10 a 12

O mundo espalha seu “politicamente correto” visando massificar incautos; Cristo adverte-nos pela voz da consciência, pra que alinhemos nosso viver aos Seu Valores, a despeito do que o mundo pensa.

Quando andamos bem não é Deus Quem contende conosco mas aquele que carece que andemos mal, segundo suas perversas inclinações.

Somos testados em privações extremas, às vezes; quem possui um relacionamento sadio com Deus, descansa em Sua Integridade, mesmo quando os fatos parecem negar Seu amor ou cuidado; “Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do Seu servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor; firme-se sobre seu Deus.” Is 50;10

Se, somos chamados a crer, e “A fé é o firme fundamento das coisas que não se veem...” necessariamente devemos nos fortalecer em Deus a despeito do testemunho dos olhos; “Pela fé Moisés, sendo já grande, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, escolhendo antes, ser maltratado com o povo de Deus, que por um pouco de tempo ter o gozo do pecado; tendo por maiores riquezas o vitupério de Cristo do que os tesouros do Egito; porque tinha em vista a recompensa. Pela fé deixou o Egito, não temendo a ira do rei; porque ficou firme, como vendo o invisível.” Heb 11;24 a 27

Quem pensa ser a felicidade daqui, e aqui um lugar de descanso ainda não entendeu o jogo; “Levantai-vos, e andai, porque este não é lugar de descanso; por causa da imundícia que traz destruição; destruição enorme.” Miq 2;10

Os que perseverarem malgrado toda sorte de oposição e perseguição, se credenciarão ao lugar bendito, onde, “Deus limpará de seus olhos toda lágrima; não haverá mais morte, nem pranto, clamor, dor; porque já as primeiras coisas são passadas.” Apoc 21;4

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

O outro lado da dor

“Se Ele resolveu alguma coisa, quem então o desviará? O que a sua alma quiser fará.” Jó 23;13

Jó sentindo-se injustiçado por Deus, pois, dissera; Se eu for provado sairei como o ouro. Seus amigos, adeptos da teologia da imediata retribuição porfiavam para que Jó se arrependesse; pois, estando sofrendo daquele modo, só poderia ser por causa de pecados graves.

Todos tinham a mesma teologia. Os amigos acusavam a Jó de injusto, de ocultar pecados; ele sentia-se injustiçado por Deus, pois, não merecia sofrer aquilo. A “Meritocracia” espiritual era visão comum; Deus abençoava aos fiéis e amaldiçoava aos ímpios. E, não é assim?

De certo modo; “Deus não se deixa escarnecer; porque tudo que o homem semear, ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará corrupção; mas, o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará vida eterna. Não nos cansemos de fazer bem, porque a seu tempo ceifaremos...” Gál 6;7 a 9

Uma coisinha que pode passar despercebida; “a seu tempo ceifaremos”; afinal, o teatro da Ação de Deus é a eternidade; podemos supor que nos seja tempo de ceifa, quando, aos Olhos do Eterno seja época de plantio ainda.

O valor maior no Reino de Deus é o amor; e, “o amor é sofredor...” Desse modo, os justos podem sofrer sem culpa, como O Salvador, Estevão, e tantos outros.

Uma “fidelidade” mercantil, onde, pessoas, quais animais em processo de adestramento circense fazer certas coisas em troca de recompensas imediatas está muito aquém do que O Senhor merece e espera.

Esse escambo travestido de fé é subproduto do egoísmo, do amor próprio desmedido. A gente pode mais.

Se, os justos sofrem sem ser necessariamente punição por seus erros, uma gama muito maior de ímpios usufrui vastas benesses quando, suas obras mereceriam punição. Olhando isso Asafe ficou espantado: “Eu tinha inveja dos néscios, quando via a prosperidade dos ímpios. Porque não há apertos na sua morte, mas, firme está sua força... são ímpios, e prosperam no mundo; aumentam em riquezas.” Sal 73;3, 4 e 12

Se, as recompensas fossem imediatas, seria burrice seguir buscando a pureza quando, era aos impuros que as benesses sorriam; “Na verdade que em vão tenho purificado meu coração; e lavei minhas mãos na inocência.” V 13

Depois desse pensamento retórico voltou à sua convicção; “Se eu dissesse: Falarei assim; eis que ofenderia a geração de teus filhos.” V 15 Se a fidelidade é esforço vão, mera burrice, assim avaliaria a todos os que, antes dele foram fiéis.

Porém, indo ao Santuário meditar aprendeu o motivo; “Até que entrei no santuário de Deus; então entendi o fim deles. Certamente tu os puseste em lugares escorregadios; tu os lanças em destruição. Como caem na desolação, quase num momento! Ficam totalmente consumidos de terrores. Como um sonho, quando se acorda, assim, ó Senhor, quando acordares, desprezarás a aparência deles.” VS 17 a 20

Desse modo, nem o sofrimento dos justos deriva de eventuais culpas em processo de punição, nem, a prosperidade dos ímpios retrata algum compactuar Divino, ou, certa omissão do “Juiz de toda Terra”. Ambos os eventos são apenas processo de semeadura no chão do tempo, que, em tempo ulterior trarão os devidos frutos provenientes Daquele que julga segundo a obra de cada um.

Paulo aquilatou como sendo nada o usufruto dos mais preciosos dons divorciados do amor. De modo semelhante, o desfrute de todas as delícias da Terra, as riquezas e prazeres imagináveis ao alcance, redundarão no mesmo nada, no final das contas, se, não correspondermos deveras, o Amor de Deus. O clássico, “Ganhar o mundo inteiro e perder sua alma.”

As circunstâncias quer sejam aprazíveis, quer, dolorosas produzem em nós reflexos emocionas; porém, nosso culto deve ir muito além do enganoso tambor emotivo; devemos porfiar pelo conhecimento de Deus; o motivo do culto, da adoração deve ser o entendimento espiritual, a razão.

Acaso o marido que ama sua esposa quando elegantemente vestida deixa de amá-la pela manhã quando acorda desalinhada? 

O amor é o centro, as circunstâncias são a periferia; dessas Paulo falou como se deve: “...aprendi a contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, quanto, ter fome; tanto a ter abundância, quanto, padecer necessidade. Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece.” Fp 4;11 a 13

Como somos desafiados a ajuntar tesouros no Céu, cada ação correta, altruísta, amorosa, ou, cada sofrimento indevido são depósitos que no devido tempo usufruiremos.

Não estamos purgando “Karmas” de outras vidas quando sofremos; antes, sendo estimulados a lidar bem com as riquezas dessa. Pérolas começam como feridas e terminam como jóias.

domingo, 25 de junho de 2017

Na hora da angústia

“Por que estás ao longe, Senhor? Por que te escondes nos tempos de angústia?” Sal 10;1

Costumamos dizer que certos “amigos” o são apenas nas horas que tudo nos vai bem. Ou como os do Pródigo, quando estamos pagando a festa; porém, se, como aquele, falimos, junto com nosso dinheiro os amigos evaporam. Será que Deus é assim? Um aproveitador que está por perto quando estamos bem, mas, se a angústia chega Ele desaparece?

Na verdade, na Parábola do Semeador, é o crente superficial que se afasta de Deus, temendo a angústia, não, o contrario. “Não tem raiz em si mesmo, antes, é de pouca duração; chegada a angústia, perseguição por causa da palavra, logo, se ofende;” Mat 13;21

Além disso, como seria O Eterno, interesseiro, aproveitador no que tange a nós? O que falta a Ele que possa receber de nossas mãos? “Da tua casa não tirarei bezerro nem bodes dos teus currais. Porque meu é todo animal da selva, o gado sobre milhares de montanhas. Conheço todas as aves dos montes; minhas são todas as feras do campo. Se eu tivesse fome, não te diria, pois, meu é o mundo e toda sua plenitude.” Sal 50;9 a 12 Na verdade, invés de ausentar-se por ocasião de nossas angústias, chama-nos, para junto de Si:” invoca-me no dia da angústia; eu te livrarei, e tu me glorificarás.” Sal 50;15

Há angústias que são consequências de nossas rebeliões, portanto, devemos buscar pelas causas em nós. “Por isso, quando estendeis vossas mãos, escondo de vós os meus olhos; ainda que multipliqueis vossas orações, não as ouvirei, porque vossas mãos estão cheias de sangue.” Is 1;15

Adiante lembra que a causa de Seu afastamento está conosco mesmo. “vossas iniquidades fazem separação entre vós e vosso Deus; vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça.” Is 59;2 Mais que não ouvir as orações dos rebeldes, eventualmente se faz adversário deles. Após ter sido partícipe das angústias do Seu povo, Senhor pelejou contra, dada a rebelião dele. “Em toda a angústia deles ele foi angustiado; o anjo da sua presença os salvou; pelo seu amor, e sua compaixão ele os remiu; os tomou e conduziu todos os dias da antiguidade. Mas, eles foram rebeldes, contristaram seu Espírito Santo; por isso se lhes tornou em inimigo;Ele mesmo pelejou contra eles.” Cap 63;9 e 10

Então, voltando à pergunta do Salmista, por que Deus fica longe em tempos de angústia? Por duas razões: uma; um propósito mais elevado cuja realização compensa as angústias; outra, nossa edificação; o crescimento espiritual que auferimos mediante a dor também a faz valer à pena.

O alvo superior pode ser tipificado pelo Calvário; extrema angústia do Salvador, a ponto de suar sangue, tinha como alvo derrotar o Príncipe do mundo, o pecado e a morte. Nesse momento angustioso Ele perguntou: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”

Contudo, malgrado a imensa dor que isso causou ao Senhor, Ele, vendo o resultado regozija; “Ele verá o fruto do trabalho da sua alma e ficará satisfeito; com seu conhecimento, meu servo, o justo, justificará muitos; porque as iniquidades deles levará sobre si.” Is 53;11 Assim, o sofrimento dos justos é sacerdócio para bênção de terceiros; o servo sofredor transformado em dádiva Divina em favor de outros alvos do Seu amor.

No prisma da edificação, a tristeza segundo Deus obra a purificação de nossas superficialidades, melindres vários que só no Vale das sombras da morte, abandonamos deveras. “Foi-me bom ter sido afligido, para que aprendesse os teus estatutos.” Sal 119;71

Depois de uma dura reprimenda por carta à igreja dos coríntios, Paulo sabendo do “estrago” que fizera, quase que retirou suas palavras; porém, comemorou pelo fato de ter ensejado o necessário concerto. “Porquanto, ainda que vos contristei com minha carta, não me arrependo, embora já me tivesse arrependido por ver que aquela carta vos contristou, ainda que por pouco tempo. Agora folgo, não porque fostes contristados, mas, porque fostes contristados para arrependimento; pois, fostes contristados segundo Deus; de maneira que por nós não padecestes dano nenhum. Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende; mas, a tristeza do mundo opera a morte.” II Cor 7;8 a 10

Ademais, nossas almas inquietas, incapazes de esperar o tempo de Deus, angustiam-se ao desejarem certos bens, sem o devido processo que os produz; nesse caso, invés de nos abatermos, aprendamos esperar. “Por que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois, ainda o louvarei...” Sal 43;5

Deus nos ama de modo inefável; por isso, mesmo quando está “muito longe” inda está cuidando de nós.

sábado, 19 de novembro de 2016

Sofrimento cristão tem limite?

“Então sua mulher lhe disse: Ainda reténs tua sinceridade? Amaldiçoa a Deus, e morre.” Jó 2;9

Para a esposa de Jó, a sinceridade do servo deveria ser mantida dentro de certo limite; se, Deus ousasse testá-lo além, já era. À perda dos bens e filhos, suportou, mas, da saúde também, aí já era demais.

Uma coisa que ela, nem os mercadores espirituais atuais lograram entender, é que não existe integridade parcial, condicional. Integridade, como a palavra sugere, deriva de algo inteiro, total, cabal.

Assim, quem consegue “amar a Deus de toda sua alma, coração, entendimento”, mesmo ao aguilhão de duras circunstâncias, não “desama”. Embora, não entenda os desígnios do Criador, entende que Ele é confiável, tanto quando nos abençoa, quanto, quando nos permite sofrer. Isaías versou sobre isso: “Quem há entre vós que tema ao Senhor, ouça a voz do seu servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no nome do Senhor, firme-se sobre seu Deus.” Is 50;10

Ademais, “amor” que vige somente quando desfruta prazeres, recompensas, não passa de egoísmo envernizado. Não era dessa estirpe o de Jó, malgrado, fosse, em parte, o da esposa. Adiante, disse: “Ainda que ele me mate, nele esperarei; contudo, meus caminhos defenderei diante dele.” Cap 13;15

Seguro da fidelidade Divina, e, da própria integridade. Abalos, incompreensões, mesmo os íntegros sofrem. Pois, quando O Eterno falou, acusou-o de falar sem conhecimento, não, de falta de caráter; disse: “Quem é este que escurece o conselho com palavras sem conhecimento?” Cap 38;2

Então, nossa mente finita, limitada, não está apta a entender todas as coisas; há mais entre o Céu e a Terra, do que supõe nossa vã filosofia, como disse Shakespeare. Contudo, podemos entender o essencial; Deus nos ama. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira...” Jo 3;16; “Deus prova seu amor para conosco, pois, Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.” Rom 5;8

Assim, não permite nenhum sofrimento a nós, que Seu bendito Amor não julgue necessário; seja pela têmpera a incutir, para queimar nossas impurezas na “fornalha da aflição”, quiçá, como colheita de algum plantio indevido, ou, mesmo, tendo em vista a bênção de outros, como no caso de Jó, cujo sofrimento inefável, é, hoje, nosso tribunal de apelação quando pensamos explicar o sofrimento dos justos.

Paro o cristianismo raso atual, o “negue a si mesmo” tem sido equacionado com certas abstinências pontuais, comerciais, em cima das quais, “determinam, decretam, exigem” a realização do “Eu” inda entronizado, disfarçado de morto, contudo, muito vivo.

Paulo também não via limite até onde pudesse preservar seu amor, antes, patenteou: “Segundo minha intensa expectação e esperança, de que em nada serei confundido; antes, com toda confiança, Cristo será, tanto agora, quanto, sempre, engrandecido no meu corpo, seja pela vida, seja pela morte. Porque para mim, viver é Cristo, e, morrer é ganho.” Fp 1;20 e 21

Finalmente, a Epístola aos Hebreus coteja a mesma “linha de chegada” como sofrimento possível, aos que correm a carreira espiritual: “Considerai, pois, aquele que suportou tais contradições dos pecadores contra si mesmo, para que não enfraqueçais, desfalecendo em vossos ânimos. Ainda não resististes até ao sangue, combatendo o pecado.” Cap 12;3 e 4

Em suma, cristianismo vero é alistamento militar, para pelejar em terra estranha. Isso requer entrega tal, que quase nos faz indiferentes às coisas da vida prática, se, temos chamada ministerial, sobretudo; “Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra.” II Tim 2;4

Contudo, invés da têmpera que vence olhando adiante pela fé, vemos frouxidão moral engajada. Gente que não quer deixar suas comichões devassas e sujas, pleiteando a “desconstrução dos valores judaico-cristãos” em prol da “Teologia inclusiva” onde os pecados passariam a ser definidos pelos seus gostos, não, pela “radical, ultrapassada” Palavra de Deus.

Que Deus sofra a relativização da Sua Palavra, mas, os “cristãos” não se dispõem à cruz, de maneira nenhuma. Ora, se precisamos reescrever ditos Daquele que afirmou: “Minhas Palavras não hão de passar”, de duas uma: Ou, O achamos ignorante, imperfeito, ou mentiroso. Eis, uma geração seguindo à risca o conselho da mulher de Jó: “Amaldiçoa Deus, e morre.”

Por fim, muitos que dizem que, creem na Palavra como é, sem alterações, se fizeram tais, que invés de clamarem por arrependimento, justiça, laboram por números, pelejam por lã. Se, eventualmente mencionam à saga de Jó, é para enfatizar que Deus lhe deu em dobro o que perdera, não, que se dispôs a perder a vida sem perder a integridade.

Desgraçadamente, pilantras profanos enganam ensinando a fugir de um sofrimento necessário que terá recompensa, e, conduzem a outro, eterno, que será a recompensa, dos maus.

domingo, 3 de julho de 2016

A "Graça" do diabo

“A minha alma tem tédio da minha vida; darei livre curso à minha queixa, falarei na amargura da minha alma. Direi a Deus: Não me condenes; faze-me saber por que contendes comigo.” Jó 10;1 e 2 Jó, no auge da angústia, invés de usá-la como pretexto para maus passos, fez dela motivo de oração. Se, decidiu que iria dar curso à sua queixa, o faria a quem poderia resolver, Deus. Primeiro, usaria uma súplica: “Não me condenes”; depois, iria inquirir ao Santo: “Faze-me saber por que contendes comigo”.

O fato é que, as inclinações internas de cada um tendem a impulsioná-lo em momentos de crise. Quem tem por hábito temer, cultuar a Deus, a Ele recorrerá. Quem é propenso aos vícios, dissolução, usará um mau momento como pretexto para mergulhar na lama que gosta, afinal, “me esforcei e não deu certo”, dirá. Ora, esforço se faz, justo, quando as coisas não dão certo, afinal, quando tudo vai bem, todos os ventos conspiram, sequer dele necessitamos para singrar tais águas.

Acontece que, tendemos a absolutizar o ensino de que, cada um colhe o que planta. Isso não é bíblico? É. “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso, também ceifará.” Gál 6;7 Entretanto, o verso seguinte aponta para o tempo da colheita: “Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas, o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna.” Assim, tanto a corrupção da carne, quanto, a Vida Eterna, demandam certo tempo, de modo que a ceifa não acontece ao açodo de nossas expectativas imediatistas.

Porém, voltando a Jó, não era exatamente O Criador que contendia com ele. Havia uma contenda entre O Eterno e o inimigo, sobre a fidelidade do servo. Ele, posto que, “Reto temente a Deus, que se desviava do mal”, estava no centro de um pleito milenar. Deus o tinha por fiel em qualquer circunstância; o inimigo alegava que era mero interesseiro, de modo que, se as bênçãos do Senhor fossem removidas, a fidelidade sumiria. Deus permitiu que o inimigo lhe tocasse, para que ficasse demonstrado quem tinha razão.

Desse modo, se é certo que, no devido tempo teremos a colheita fiel, consoante com nossa semeadura, circunstancialmente, temos que conviver com “injustiças” de Deus, e injustiças do inimigo. Como, de Deus? Ora, coloquei essa entre aspas, pois, difere da do inimigo. Se, Deus nos tratasse em justiça estaríamos perdidos. Nos desse apenas o que merecemos sairia de cena Sua Majestosa Graça. “Mas se é por graça, já não é pelas obras; de outra maneira, a graça já não é graça...” Rom 11;6 Assim, Deus não é Justo com os salvos; é mais que isso: Gracioso, benevolente, misericordioso. O Preço pago por Jesus Cristo satisfaz à Sua Justiça, e aos arrependidos e fieis, justifica, mas, segue o fato que, somos pecadores injustos.

Contudo, a carreira dos salvos sofre o concurso da oposição. E, quando, depois de perdoados, justificados, mudam seu jeito de ser, segundo Cristo, entra em cena a “graça” do diabo. Digo, se, por um lado a bondade de Deus nos dá muito mais do que nossos méritos, dado que, injustos, pelo lado oposto, a maldade do traíra nos dá muito mais do que merecem nossas culpas, posto que, perdoados; atribula tanto, quanto pode, para que, ao peso de tais tribulações fraquejemos, e deixemos o caminho. Assim, o sofrimento dos “justos” é a confissão do diabo de que perdeu domínio sobre aqueles; que tais, foram conquistados pelo Salvador.

Ele não omitiu que passaríamos por isso, mas, considerou mera semeadura, cuja colheita viria no Reino dos Céus. “Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós.” Mat 5;10 a 12

Enfim, nem a colheita se dá no tempo que ansiamos, tampouco, a resposta de Deus aos nossos pleitos, ainda que, legítimos, como fora o de Jó. Invés de responder ao porquê da contenda, O Santo fez uma série de perguntas que fizeram seu servo levar a mão à boca e silenciar.

Porém, satisfeito o propósito Divino, abençoou duplamente ao servo fiel, e respondeu a tudo desde o início; senão, não teríamos a história contada em suas minúcias como a temos.


Concluindo, se a bem aventurança eterna aguarda aos, hoje, fieis, circunstancialmente, as lutas os assolarão, tanto, quanto, mais dedicados ao Senhor se mostrarem. Pois, o astuto inimigo não gasta suas setas contra alvos mortos.

domingo, 17 de abril de 2016

Aflições, o preço da vida

“Lembrai-vos, porém, dos dias passados, em que, depois de serdes iluminados, suportastes grande combate, aflições.” Heb 10;32

Interessante teor dessa exortação feita aos hebreus. Apresenta os combates, aflições, como consequência de terem sido iluminados. O labor inicial do inimigo é preservar seus cativos na cegueira. “Mas, se ainda nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto. Nos quais o deus deste século cegou entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus.” II Cor 4; 3 e 4

Contudo, aos que que têm olhos abertos pelo Senhor, esses, persegue, aflige. Diz-se, vulgarmente: “O que os olhos não vêm, o coração não sente.” Em parte isso é verdadeiro. Em parte, pois, saudade, por exemplo, sentimos de algo que escapa às nossas vistas. Mas, a ignorância espiritual pode ensejar sensação de segurança a alguém morto.

Lembro o comercial de certo detergente que dizia: “Porque se sujar faz bem”. A ideia era que, é salutar crianças brincarem livremente nessa idade de tantas descobertas, o que acaba sujando-as, mas, que fossem felizes, o dito sabão cuidaria da sujeira.

Tanto quanto, crianças tendem a se sujar de modo divertido, assim, nossa natureza. É muito mais fácil o pecado, mais confortável o escuro. Paulo escrevendo aos romanos lembrou-os de como era tranquila a vida deles, antes do advento da luz, disse: “Porque, quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça.” Rom 6;20 Ou seja: Não tínheis compromisso com obras justas, podíeis fazer o que quisésseis. Porém, restava uma questão: “Que fruto tínheis então, das coisas que agora vos envergonhais? Porque o fim delas é a morte.” V 21

Vemos que as facilidades de se viver “no escuro” alienados da justiça, são, no fim das contas, contraproducentes, pois, induzem à morte. Salomão dissera: “Há um caminho que parece direito ao homem, mas, seu fim são os caminhos da morte.” Prov 16;25

Assim, a Luz de Deus não incide sobre nós para que tenhamos facilidades, antes, vida. Aliás, o pretenso convertido que puder se gabar que vai tudo de vento em popa, sem problemas, “só vitória” como jactam-se alguns, tem boas razões par duvidar de sua regeneração. Combates, aflições, são inerentes à vida cristã.

Pedro expressou isso: “Amados, não estranheis a ardente prova que vem sobre vós para vos tentar, como se coisa estranha vos acontecesse; mas, alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de Cristo, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis. Se pelo nome de Cristo sois vituperados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória de Deus; quanto a eles, é ele, sim, blasfemado, mas, quanto a vós, é glorificado.” I Ped 4;12 a 14

Vemos que nossa firmeza, mesmo entre aflições, resulta na Glória de Deus. Nem toda aflição, porém, deriva de ataques do inimigo por causa de nossa fidelidade. A maioria delas, aliás, se dá pela infidelidade, por ficarmos aquém das Santas demandas do Espírito de Deus em nós. Há justos que sofrem sem causa própria, como Jó, Jesus Cristo, e, eventualmente, qualquer de nós; mas, geralmente arde o fogo das aflições com nossa própria lenha.

Se nos afligimos por que falhamos é a correção de Deus nos buscando; “Porque o Senhor corrige o que ama; açoita a qualquer que recebe por filho. Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há que o pai não corrija?” Heb 12;6 e 7

Também aqui deriva de termos sido iluminados, pois, como saberíamos que afrontamos Deus, se, desconhecêssemos Sua Vontade? Assim, nossa “conta de luz” espiritual requer que andemos segundo o que sabemos, para que a eficácia do Sangue de Cristo incida sobre nós. “Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado.” I Jo 1;7

Porém, se, fazendo tudo certo formos afligidos, aí será o inimigo “pagando recibo” que, Cristo em nós está visível como uma cidade edificada sobre um monte. Não descansemos até chegarmos a isso.

Pois, os hebreus, alvos da exortação inicial entraram à fé com bravura, suportando combates, mas, pouco a pouco começaram fraquejar; por isso, a evocação de seu bom início, e mais: “Não rejeiteis vossa confiança, que tem grande, avultado galardão. Porque necessitais paciência, para que, depois de haverdes feito a vontade de Deus, possais alcançar a promessa... Mas, o justo viverá da fé; se recuar, minha alma não tem prazer nele. Nós, porém, não somos daqueles que se retiram para perdição, mas, daqueles que creem para conservação da alma.

” Vs 35, 36, 38 e 39