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terça-feira, 23 de outubro de 2018

Ouro no Lixo

“Como se escureceu o ouro! Como se mudou o ouro puro e bom! Como estão espalhadas as pedras do santuário sobre cada rua! Os preciosos filhos de Sião, avaliados a puro ouro são agora reputados por vasos de barro, obra das mãos do oleiro!” Lam 4;1 e 2

A boa hermenêutica esposa que a Bíblia interpreta a si mesma. Estamos diante de um exemplo clássico. O ouro desvalorizado, escurecido, do primeiro verso, no segundo mostra tratar-se de uma metáfora para o caráter dos homens de então, não, do metal em si.

Assim o envilecimento do ouro é uma figura para a decadência do valor, do caráter humano. De passagem temos menção da ruína do Santuário, o que permite inferir licitamente que a decadência era derivada do abandono, ou, negligência para com as coisas santas.

Isaías mencionou um cenário global, (o de Jeremias era local) de decadência humana evidenciada de cima para baixo; isto é, desde os governantes. “A Terra pranteia e se murcha; o mundo enfraquece e se murcha; enfraquecem os mais altos do povo da Terra.” Is 24;4

De novo, negligência, quando não, oposição às Leis Divinas são a causa da maldição, do enfraquecimento; “Na verdade a Terra está contaminada por causa dos seus moradores; porquanto têm transgredido as leis, mudado estatutos, quebrado a Aliança Eterna. Por isso a maldição consome a Terra...” Vs 5 e 6

Natural que, os que temem ao Senhor sejam avessos às leis humanas que afrontam às Divinas. O Salmista fez uma pergunta retórica que encerra a questão: “Porventura se associa contigo o trono da iniquidade que forja o mal a pretexto de lei? Sal 94;20

Assim, muitas coisas “legais” ao escopo do mundo, se, são imorais perante os Estatutos Divinos devem receber nossa aversão, não, aquiescência. Pois, como A Palavra ensina, “importa mais obedecer a Deus, que, aos homens.”

Quando consequências da maldição incidem sobre o planeta em grandes catástrofes, os ímpios são os primeiros a culpar Deus pelo feito, pois, poderia impedi-las e não o fez. Ora, suponhamos que você tenha plantado algo; acaso desejarias que outrem interferisse com seu plantio tolhendo à colheita?

Pois, perante O Santo, seja na seara da virtude, seja, na do vício, nossas escolhas são sementes que Ele deixa frutificar. “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo que o homem semear, ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará corrupção; mas, o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará vida eterna.” Gál 6;7 e 8

Semear na carne é dar vazão plena às paixões naturais, humanas; torná-las lícitas até, como muito se vê; Semear no Espírito é ter como norma de vida os valores da Lei Divina.

Então, no mesmo escrito em que denunciou o “escurecimento do ouro”, Jeremias sentenciou: “De que se queixa, pois, o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus pecados.” Lam 3;39

Quando catástrofes “naturais” filhas da maldição nos visitam, pode até que inocentes padeçam junto, mas, certamente é a messe madura do plantio da maioria que está tremulando ao vento. Se, desse lado da vida Deus permite injustiças onde inocentes morrem por culpas alheias, no além, cada um receberá segundo suas escolhas; ninguém mais ceifará passivamente culpas de outrem.

Jeremias, aliás, o profeta das lágrimas é um exemplo de inocente atingido pelo juízo contra terceiros, os culpados; líderes civis e espirituais do povo que fomentaram a apostasia. “Os teus profetas viram para ti vaidade e loucura; não manifestaram tua maldade para impedirem o teu cativeiro; mas, viram para ti cargas vãs e motivos de expulsão.” Lam 2;14

Nítido é que, o dever dos homens espirituais é manifestar o que está errado aos Olhos Divinos. “Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento; da sua boca devem os homens buscar a Lei porque ele é o mensageiro do Senhor dos Exércitos.” Mal 2;7

Desse modo, enquanto os governos humanos ímpios se esforçam para forjar leis ao sabor das paixões, nós, servos de Deus temos dever de por em realce as prescrições da Lei Divina, tão somente, pois, “... havendo os teus juízos na Terra, os moradores do mundo aprendem justiça.” Is 26;9

Vemos A Palavra de Deus jogada no lixo como algo sem valor; tais atores de igual modo serão jogados no monturo. Deus É Inocente; Justos Seus Juízos; a escolha é nossa.

“... em vão tem trabalhado a falsa pena dos escribas. Os sábios são envergonhados, espantados, presos; rejeitaram a Palavra do Senhor; que sabedoria têm?” Jr 8;8 e 9

Enfim, muitos escondem seus corações da Palavra de Deus e endeusam a si mesmos; Nós, cristãos, andamos por trilho inverso: “Escondi Tua Palavra no meu coração, para não pecar contra ti.” Sal 119;11

domingo, 3 de julho de 2016

A "Graça" do diabo

“A minha alma tem tédio da minha vida; darei livre curso à minha queixa, falarei na amargura da minha alma. Direi a Deus: Não me condenes; faze-me saber por que contendes comigo.” Jó 10;1 e 2 Jó, no auge da angústia, invés de usá-la como pretexto para maus passos, fez dela motivo de oração. Se, decidiu que iria dar curso à sua queixa, o faria a quem poderia resolver, Deus. Primeiro, usaria uma súplica: “Não me condenes”; depois, iria inquirir ao Santo: “Faze-me saber por que contendes comigo”.

O fato é que, as inclinações internas de cada um tendem a impulsioná-lo em momentos de crise. Quem tem por hábito temer, cultuar a Deus, a Ele recorrerá. Quem é propenso aos vícios, dissolução, usará um mau momento como pretexto para mergulhar na lama que gosta, afinal, “me esforcei e não deu certo”, dirá. Ora, esforço se faz, justo, quando as coisas não dão certo, afinal, quando tudo vai bem, todos os ventos conspiram, sequer dele necessitamos para singrar tais águas.

Acontece que, tendemos a absolutizar o ensino de que, cada um colhe o que planta. Isso não é bíblico? É. “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso, também ceifará.” Gál 6;7 Entretanto, o verso seguinte aponta para o tempo da colheita: “Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas, o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna.” Assim, tanto a corrupção da carne, quanto, a Vida Eterna, demandam certo tempo, de modo que a ceifa não acontece ao açodo de nossas expectativas imediatistas.

Porém, voltando a Jó, não era exatamente O Criador que contendia com ele. Havia uma contenda entre O Eterno e o inimigo, sobre a fidelidade do servo. Ele, posto que, “Reto temente a Deus, que se desviava do mal”, estava no centro de um pleito milenar. Deus o tinha por fiel em qualquer circunstância; o inimigo alegava que era mero interesseiro, de modo que, se as bênçãos do Senhor fossem removidas, a fidelidade sumiria. Deus permitiu que o inimigo lhe tocasse, para que ficasse demonstrado quem tinha razão.

Desse modo, se é certo que, no devido tempo teremos a colheita fiel, consoante com nossa semeadura, circunstancialmente, temos que conviver com “injustiças” de Deus, e injustiças do inimigo. Como, de Deus? Ora, coloquei essa entre aspas, pois, difere da do inimigo. Se, Deus nos tratasse em justiça estaríamos perdidos. Nos desse apenas o que merecemos sairia de cena Sua Majestosa Graça. “Mas se é por graça, já não é pelas obras; de outra maneira, a graça já não é graça...” Rom 11;6 Assim, Deus não é Justo com os salvos; é mais que isso: Gracioso, benevolente, misericordioso. O Preço pago por Jesus Cristo satisfaz à Sua Justiça, e aos arrependidos e fieis, justifica, mas, segue o fato que, somos pecadores injustos.

Contudo, a carreira dos salvos sofre o concurso da oposição. E, quando, depois de perdoados, justificados, mudam seu jeito de ser, segundo Cristo, entra em cena a “graça” do diabo. Digo, se, por um lado a bondade de Deus nos dá muito mais do que nossos méritos, dado que, injustos, pelo lado oposto, a maldade do traíra nos dá muito mais do que merecem nossas culpas, posto que, perdoados; atribula tanto, quanto pode, para que, ao peso de tais tribulações fraquejemos, e deixemos o caminho. Assim, o sofrimento dos “justos” é a confissão do diabo de que perdeu domínio sobre aqueles; que tais, foram conquistados pelo Salvador.

Ele não omitiu que passaríamos por isso, mas, considerou mera semeadura, cuja colheita viria no Reino dos Céus. “Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós.” Mat 5;10 a 12

Enfim, nem a colheita se dá no tempo que ansiamos, tampouco, a resposta de Deus aos nossos pleitos, ainda que, legítimos, como fora o de Jó. Invés de responder ao porquê da contenda, O Santo fez uma série de perguntas que fizeram seu servo levar a mão à boca e silenciar.

Porém, satisfeito o propósito Divino, abençoou duplamente ao servo fiel, e respondeu a tudo desde o início; senão, não teríamos a história contada em suas minúcias como a temos.


Concluindo, se a bem aventurança eterna aguarda aos, hoje, fieis, circunstancialmente, as lutas os assolarão, tanto, quanto, mais dedicados ao Senhor se mostrarem. Pois, o astuto inimigo não gasta suas setas contra alvos mortos.