“Assim diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel:
Ajuntai os vossos holocaustos aos vossos sacrifícios e comei carne.
Porque nunca falei a vossos pais, no dia em que os tirei da terra do Egito, nem
lhes ordenei coisa alguma acerca de holocaustos ou sacrifícios. Mas, isto, lhes
ordenei, dizendo: Dai ouvidos à minha voz,
eu serei o vosso Deus, vós sereis
o meu povo; andai em todo o caminho que
eu vos mandar, para que vos vá bem.” Jr 7; 21 a 23
Eis uma coisa muito mal
entendida pelo povo, quando da vigência do Velho Testamento. Uma triste
necessidade humana como sinal externo de arrependimento foi tratada como sendo
uma espécie de culto, algo cujo fito seria agradar a Deus. Nada poderia estar
mais distante da verdade.
Mediante Davi o Espírito Santo foi preciso: “Porque
meu é todo animal da selva, o gado sobre
milhares de montanhas. Conheço todas as aves dos montes; minhas são todas as feras do campo. Se eu
tivesse fome, não to diria, pois meu é o mundo e toda a sua plenitude. Comerei
eu carne de touros? ou beberei sangue de bodes?” Sal 50; 10 a 13
Então, os
sacrifícios ofertados com pompa e circunstância, nada tinham de agradáveis a
Deus; “ ajuntai os vossos holocaustos aos vossos sacrifícios e comei carne...” Tal “culto” era mera forma rasteira de
satisfazer anseios naturais. O anelo Divino era mais alto: “Daí ouvidos à minha
voz. Andai em todo o caminho que Eu vos mandar...”
Assim, os sacrifícios que
amenizavam os descaminhos dos israelitas passaram a ser o centro de seu culto,
em sua parca visão.
Na verdade, a função sacerdotal era antes, profilática, que
saneadora. Deveria ser um ensinador dos caminhos santos, invés de mero “açougueiro”
a serviço de pecadores. “Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento;
da sua boca devem os homens buscar a lei porque ele é o mensageiro do Senhor
dos Exércitos.” Mal 2; 7 Assim, o povo daria ouvidos à voz de Deus, ouvindo ao
sacerdote.
Embora o Sacerdócio Eterno de Cristo, ensejado pelo Novo Testamento
em Seu Sangue elimine a repetição de sacrifícios, a doença de querer apenas o
perdão que conserta, não, o ensino que previne segue a mesma.
Pior, certos
cretinos encorajam a “sacrificar” para ser abençoado, como demonstração de fé.
Aquilo que era uma triste necessidade no Velho Testamento é vertido na “essência”
do Novo, como se, o Deus que rejeitara aquelas coisas, agora, as estivesse
requerendo.
A mensagem é diferente: “Nesses sacrifícios, porém, cada ano se faz
comemoração dos pecados, porque é impossível que o sangue dos touros e dos
bodes tire os pecados... Então disse: Eis aqui venho, para fazer, ó Deus, a tua
vontade. Tira o primeiro para estabelecer o segundo.” Heb 10; 3, 4 e 9
Não se trata de uma adição, antes, mudança.
Mas, dirão, sabemos
que somos justificados pelo sacrifício de Jesus; apenas estamos demonstrando
nossa fé para sermos abençoados. Ora, a “fé” que quer algo em troca,
assemelha-se à “fezinha” que os apostadores fazem quando jogam em loterias
diversas.
Fé em Jesus demanda compromisso, identificação. “Se me amais, guardai
os meus mandamentos.” Jo 14; 15 Uma vez mais: “Daí ouvidos à minha voz.”
O
Sacrifício que Deus aceita é apenas o De Cristo; quanto a nós, a identificação
com Ele requer certa renúncia também; mas, não se trata de oferecer coisas
para negociar, antes, uma vida para ser transformada segundo Ele.
“Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos
corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto
racional.” Rom 12; 1
Se, a razão, o entendimento são chamados à arena, então,
se espera de nós que não deturpemos as coisas. Não basta alguém se dizer sacerdote de Deus, para que,
automaticamente, tudo o que ensinar mereça crédito. Antes, além do testemunho
coerente deve ter afinidade escriturística tal, que possa dizer com verdade
como disse Paulo: “Por que eu recebi do Senhor o que também vos ensinei.”
Vivemos
dias difíceis; todos têm algo a dizer, poucos sabem ouvir. Contrariar eventual
erro equivale a ofender; temos o direito de “curtir”; jamais ensinar.
Pior;
vemos um festival de baboseiras sem base bíblica desfilando com status de
profecias, enquanto, a Voz de Deus, Sua Palavra é ignorada.
O preceito do “Sacrifício
vivo” nos faz agradáveis a Deus, embora, nem sempre compreendido pelos homens. Os
falsos profetas, entretanto, oferecem facilidades mentirosas com as quais
agradam ao homem, enquanto são odiados por Deus.
Ainda que, os mesmos melindrosos
“filosofem”: melhor prevenir que remediar, ouse alguém evocar a prevenção
segundo Deus; presto será rejeitado, pois, a dureza de muitos corações segue
irremediável...