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quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Os milagres e a vida

“Então Jesus lhe disse: Se não virdes sinais e milagres, não crereis.” Jo 4;48

Muitos que viveram nos dias do Salvador mesmo vendo sinais e milagres extraordinários não creram; pior; entregaram O Senhor à morte, temendo mais indispor-se com o Sinédrio que os instigava a gritar: Crucifica-o! ou, com os romanos; noutras palavras, temeram mais aos homens que a Deus.

Embora um milagre tenha esse efeito colateral de despertar a fé em alguns, em muitos casos, a má índole está entranhada de modo tal, que milagre nenhum consegue desentocá-la.

Como dissera Platão: “Trágico não é as crianças temerem o escuro; a real tragédia é os adultos terem medo da luz.”


A verdadeira fé repousa sobre a Palavra, não necessita de milagres. Se, a mesma ensina que tudo o que há foi criado pelo Eterno, então, a fé pode fartar-se de milagres apenas abrindo os olhos; “Os céus declaram a Glória de Deus, o firmamento anuncia a obra das Suas Mãos. Um dia faz declaração a outro, uma noite mostra sabedoria a outra. Não há linguagem nem fala onde não se ouça sua voz. A sua linha se estende por toda terra, suas palavras até ao fim do mundo...”

Charles Spurgeon comentando isso disse algo que convém lembrar; depois de elencar as obras maravilhosas do Criador luzindo diuturnamente nos céus afirmou: “Se, alguém contemplando isso tudo, ainda se apresenta como ateu, juntamente se declara imbecil e mentiroso.” A coisa é de uma evidência tal, que o sujeito precisaria mentir para si mesmo traindo seus olhos e consciência para negar.

Paulo ampliou: “Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto Seu Eterno Poder, quanto, Sua Divindade, se entendem, e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;” Rom 1;19 e 20

Resumindo: Para quem crê O Senhor não precisa provar nada; para quem duvida, mesmo falando de modo audível desde os Céus não bastará. “Pai, glorifica Teu Nome. Então veio uma voz do céu que dizia: Já o tenho glorificado, e outra vez o glorificarei. Ora, a multidão que ali estava, e que ouvira, dizia que havia sido um trovão. Outros diziam: Um anjo lhe falou.” Jo 12;28 e 29

O Eterno acabara de falar dos Céus, a Voz foi ouvida, tanto que, registrada; mas, uns disseram: Não foi Deus, foi um anjo; outros, nem tanto; foi apenas um trovão. Não importa se o céu está azul; a tempestade da incredulidade sempre dará um jeito de produzir seus trovões.

Não significa que não creiamos em milagres, nem que não oremos por eles; os vivenciamos já; apenas, que nossa fé não se estriba sobre eles, antes, sobre O Senhor e Sua Palavra mesmo que não vejamos mais nenhum deles. Ademais, as mudanças operadas dentro de nós depois que cremos são milagres mais eloquentes que eventuais portentos que apelem às nossas ludibriáveis vistas.

Milagres ostensivos podem ser falsos, “prodígios da mentira”, ou, de origem maligna, como o “fogo de Deus” que queimou aos rebanhos de Jó.

Embora O Senhor tenha zelo pelos Seus e os abençoe ainda nesta vida, os verdadeiros fiéis se manterão assim, pelo relacionamento vivido; quando pedem por um milagre para si, ou, para outrem mais necessitado, não o fazem para crer, como se, o relacionamento com O Santo demandasse alguma “prova de amor” mais, depois do Calvário. Pedem por conhecer ao poder e amor do Pai, todavia, aceitam submissos, se ao Altíssimo parecer bem não atender ao que 
pediram. “Seja feito como Tu queres, não como eu quero.”

Fé não é cartão de crédito com saldo infindo, nem Deus um caixa eletrônico; antes, uma confiança inabalável, que, vendo o invisível permite a falência da “conta” terrena, se Deus assim permitir, sabendo que Cristo pagou já o que era necessário e garantiu-nos um depósito eterno.

Milagres fazem parte relacionamento com Deus por causa do Seu Ser e Seu Amor; mas, não são o preço. Até porque, se tivesse um custo para nós não o poderíamos pagar. “Deus prova Seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.” Rom 5;8

Satanás não fez milagre para separar ao primeiro casal de Deus; bastou torcer à Sua Palavra; Cristo veio para desfazer isso: “Todo o vale será exaltado, todo o monte e todo o outeiro será abatido; o que é torcido se endireitará e o que é áspero se aplainará.” Is 40;4

Quem quer ver o milagre da vida, pois, abandone aos contorcionismos malignos que fogem da luz e deixe-se moldar pela Palavra. Quem um dia moldou o barro, agora quer regenerar ao espírito.

domingo, 28 de abril de 2019

A Fraqueza de Deus

“Em esperança da vida eterna, a qual Deus, que não pode mentir, prometeu...” Tt 1;2

Parece antagônico lermos À Palavra do Todo-Poderoso e descobrir algo que Ele “não pode”. “Deus... não pode mentir...”

Há mais coisas que Ele assumidamente “não pode”; condescender com a hipocrisia religiosa, por exemplo; “Não continueis a trazer ofertas vãs; incenso é para mim abominação; luas novas, sábados e a convocação das assembleias; ‘não posso’ suportar iniquidade, nem mesmo a reunião solene.” Is 1;13 “Se formos infiéis, Ele permanece fiel; 'não pode' negar a si mesmo.” II Tim 2;13 Nessa linha há mais variáveis que, O Santo “não pode”.

Conhecedores da “Fraqueza” Divina fica fácil a cada um dos Seus filhos tomar uma decisão em caso de dúvidas; “... sempre seja Deus verdadeiro e todo o homem mentiroso; como está escrito: Para que sejas justificado em tuas palavras e venças quando fores julgado.” Rom 3;4

Nada foi mais combatido pelo Salvador nos dias da Sua Carne, que a hipocrisia religiosa; o que é essa, senão, a verdade nos lábios, não, nas atitudes? Deus abomina a todas as formas de mentira.

Quando Ele quis julgar Acabe mostrou a Micaías o profeta a visão de um concílio celeste onde deu a palavra a uma assembléia de anjos facultando-lhes sugerir a forma da execução do já condenado rei. Um deles se propôs ser um espírito de mentira nos lábios dos falsos profetas dele. O Eterno concordou com esse uso eventual da mentira; mas, paralelo enviou Micaías a dizer a verdade. O Rei fez sua escolha como sempre.

Havia ali um duplo juízo; a morte pela apostasia e ainda “patrocinada” pelos falsos profetas, frutos dessa alienação apóstata. Amara a mentira em sua vida; que a mesma o acompanhasse até à morte.

Atualmente O Eterno está julgando outra vez dessa forma. Invés da aferição dos valores espirituais ser um cotejo entre verdade e mentira, como convém, isso, conforme A Sagrada Escritura, na maioria dos casos o misticismo que opera sinais, conveniências políticas e, afrouxamento moral condescendente, que alargam a “porta estreita” têm usurpado À Palavra e enchido o redil das ovelhas de toda sorte de bichos espúrios.

Uma vez mais, O Deus que ama à verdade farta aos mentirosos dos seus próprios caminhos, como disse mediante Ezequiel certa vez, “... Eu julgarei cada um de acordo com seus próprios caminhos".Ez 33;20

Assim, quando um ministro, ou, ministério cujas diretrizes não derivarem estritamente da Verdade, A Palavra de Deus, exibir qualquer indício de poder espiritual deve ser entendido, antes, como juízo do Deus da verdade, que, como Sua Operação.

O Pai da mentira vai encenar num teatro global seu poder nas pessoas do Anticristo e do falso profeta; essa ascensão miraculosa será juízo e galardão dos que se recusam a amar a verdade. “Esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, sinais e prodígios de mentira, com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem. Por isso Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira; para que sejam julgados todos os que não creram na verdade, antes tiveram prazer na iniquidade.” II Tess 2;9 a 12

Nesses dias líquidos onde tudo é “inclusivo,” negociável, quem ama à Verdade é acusado de dono da mesma, fundamentalista, radical. Ora, quando me recuso a crer diverso, afastar-me, não tem a ver com o que sou; antes, com o que a Verdade É.

É a “fraqueza” do Deus que não pode mentir; a “loucura” do Santíssimo ao buscar amoroso, por ímpios, que, O Faz infinitamente mais forte que tudo e todos; “Porque a loucura de Deus é mais sábia que os homens; a fraqueza de Deus é mais forte que os homens.” I Cor 1;25

Logo, veta-se a um profeta idôneo que faça concessões em algo que lhe não pertence. A mudança deve ocorrer em quem está do outro lado, para sua salvação. “Portanto assim diz o Senhor: Se tu voltares, então te trarei; estarás diante de mim; se apartares o precioso do vil, serás como a Minha Boca; tornem-se eles para ti, mas não voltes tu para eles.” Jr 15;19

Jeremias estava ”jogando a toalha” por descrer de um ministério verdadeiro num contexto de afeição pela mentira.

Não havia nenhum resquício de aclimação espiritual, “inclusão” ou coisas assim; antes, tratava-se de ruptura mesmo; “... se apartares o precioso do vil serás como Minha Boca...”

Urge que, nós que pregamos as coisas Divinas padeçamos da mesma “fraqueza” que O Pai, “... minha graça te basta, porque Meu Poder se aperfeiçoa na fraqueza... quando estou fraco então sou forte.” II Cor 12;9 e 10

domingo, 28 de outubro de 2018

A Justa Contenda

“Direi a Deus: Não me condenes; faze-me saber por que contendes comigo.” Jó 10;2

Por Deus Ser Todo Poderoso, muitas vezes as pessoas fazem análises superficiais, quando não, errôneas sobre os acontecimentos. Para o infeliz patriarca, as duras provas que lhe sobrevieram derivavam de alguma contenda que Ele tinha consigo. “Quem não entende, por todas estas coisas, que, a mão do Senhor fez isto?” Cap 12;9

Claro que, sendo ele justo, reto, temente a Deus, e tendo sido, até então, grandemente abençoado, tal revés, pensava, só poderia ser algum desagrado Divino ignorado que estava pesando sobre si.

Seus amigos insistiam na ideia de juízo contra presumidos pecados; ele via uma contenda por motivo ignoto; daqueles disse: “Vós, porém, sois inventores de mentiras, todos; médicos que não valem nada.” Cap 13;4

Os mentirosos “produzem” mais quando descansam que, quando “trabalham”; ele os desafiou a serem produtivos, pois; “Calai-vos perante mim; falarei eu, venha sobre mim o que vier.” Cap 13;13

Longe da presunção de achar que poderia afrontar ao Santo, convicto de seus princípios decidiu pelejar pelo que acreditava, mesmo que, isso lhe custasse a vida. “Ainda que me mate, Nele esperarei; contudo, meus caminhos defenderei diante Dele.” Cap 13;15

Que raros os homens cujos valores, convicções, princípios valem mais que a própria vida! Tais acessórios fazem-nos preciosos demais; considerando suas vidas coisas que podem perder legam lições que valem vidas.

Voltando; alongou-se o debate; Jó sempre defendendo sua integridade; os amigos acusando-o de pecados que não podiam evidenciar.

Enfim, O Eterno resolveu intervir.
Se, em dado momento Jó disse: “Qualquer um entende, que a Mão do Senhor fez isso...” O Senhor redarguiu; “Quem é este que escurece o conselho com palavras sem conhecimento?” Cap 38;2

A nós que foi facultado o entendimento do porquê, das coisas; ficou demonstrado que, por trás de todos os duros eventos que Jó padeceu estava a inveja de Satanás. Mas, a compreensão da existência, poder e atuação desse ente maligno escapava aos homens daqueles dias.

Quando da destruição dos rebanhos, o repórter narrou assim: “... Fogo ‘de Deus’ caiu do céu; queimou as ovelhas e os servos, os consumiu; só eu escapei para trazer-te a nova.” Cap 1;16

Tudo o que fugia ao entendimento natural, ou, por outra; tudo que parecesse milagroso, necessariamente viria “de Deus”.

Naquele contexto pré-revelação é compreensível esse lapso de luz; todavia, em pleno século 21 a maioria da geração atual exibe ignorância espiritual tão pujante, quanto, aquela.

Se, para efeito de consumo externo, ou, ginástica mental se menciona Deus e o inimigo, na prática, opta-se pelo veneno doutrinário caramelizado com o açúcar das sensações agradáveis que mata, em lugar da sisuda verdade que restaura, dá vida. Assim, o “inimigo” é o que não gosto, invés, daquele que me trai.

A forma que O Senhor ordenou que se abençoasse Seu povo evocava a Face Divina; “O Senhor faça resplandecer Seu Rosto sobre ti, e tenha misericórdia de ti; O Senhor sobre ti levante Seu Rosto e te dê paz.” Nm 6;25 e 26.

Sendo Deus, Espírito, não devemos pensar na Sua Face como imagem física, antes, espiritual; “Quanto a mim, contemplarei Tua Face na justiça; me satisfarei da Tua semelhança quando acordar.” Sal 17;15

Desse modo resulta necessária a conclusão que, se, o projeto original plasmou o homem à Imagem e Semelhança do Criador, e, a satisfação do salvo será a redenção dessa Imagem quando “acordar” na ressurreição, nossa peregrinação, acima de tudo, deve ser um aprendizado de justiça, mais que, um espetáculo de milagres.

Sendo O Senhor capaz de intervenções sobrenaturais, e, amando aos Seus, milagres eventualmente fazem parte do “pacote”. Porém, esses podem ser imitados um tanto, pelos “prodígios da mentira”.

Então, ainda que creiamos em milagres, tenhamos vivenciado muitos deles, esses sinais são periféricos ao que realmente importa; a salvação.

Um ministro idôneo, pois, antes de qualquer outra coisa deve ser um mestre de justiça. Invés da busca por poder pra fazer sinais deve buscar ao Santo, para ser justo e ensinar justiça; “Com minha alma te desejei de noite, com o meu espírito que está dentro de mim, madrugarei a buscar-te; porque, havendo os teus juízos na terra, os moradores do mundo aprendem justiça.” Is 26;9

Foi para demonstrar a justiça das recompensas que dava ao fiel Jó que O Senhor permitiu ao inimigo testá-lo de modo tão intenso. Assim, O Eterno “contendeu” com Jó para evidenciar Sua Justiça e a fidelidade do Seu servo.

E legou-nos uma preciosidade no que tange à compreensão do sofrimento dos justos.

Cada vez que somos tentados a cometer injustiça, por menor que seja, e resistimos, somos um milagre justificando ao Santo e envergonhando ao Pai da mentira.

quinta-feira, 15 de junho de 2017

Obedecer é poder

“Retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina, quanto, para convencer contradizentes.” Tt 1;9

Paulo alista uma série de predicados comportamentais que se espera de um obreiro; depois, o preceito supra que tem um âmbito espiritual que vale a pena considerar. “Retendo firme a fiel palavra que é conforme a doutrina, para que seja poderoso...” Diverso de um dom, simplesmente, o poder espiritual é apresentado como consequência de comprometimento cabal com a Palavra, ortodoxia doutrinária e prática capacitando o ministro, tanto, à exortação, quanto, ao pleito eficaz com opositores.

Adiante denunciou uns, cujos atos se encarregavam de anular as palavras; “Confessam que conhecem Deus, mas, negam-no com obras, sendo abomináveis, desobedientes, reprovados para toda boa obra.” V 16

Já no Velho Testamento temos gente que perdeu a autoridade espiritual por causa da apostasia: “Efraim mui amargosamente provocou a sua ira; portanto deixará ficar sobre ele seu sangue, seu Senhor o recompensará pelo seu opróbrio. Quando Efraim falava, tremia-se; foi exaltado em Israel; mas, se fez culpado em Baal, e morreu.” Os 12;14 e 13;1

Quando Efraim falava como mensageiro de Deus ensejava temor; mas, vertido em idólatra tornou-se “cadáver” espiritual.

Algo que, embora saibamos, nem sempre consideramos com devida seriedade; Quem tem poder É Deus; opera mediante Seu Espírito e Sua Palavra. Se, alguém exibe sinais milagrosos, malgrado, sua vida e ensinos destoem da Santa Palavra, trata-se de “prodígios da mentira” não, poder de Deus. Assim, sinais sobrenaturais não são aferidores de medida, espirituais.

Entretanto, muitos ministérios de mercenários adubam lavouras da cobiça natural com o “fertilizante” dos testemunhos dos que foram “abençoados” pelo ministério tal. Ora, testemunho espiritual não é algo que se conte; antes, que se é. “Recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e me sereis testemunhas, tanto em Jerusalém quanto, em toda a Judéia, Samaria, até aos confins da terra.” Atos 1;8

Enquanto uma testemunha nos tribunais humanos geralmente diz o que sabe, ou, viu, a espiritual é paciente de uma transformação tal, que outros vêem, o milagre que nela O Senhor operou: “Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs meus pés sobre uma rocha, firmou meus passos. Pôs um novo cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus; muitos verão, temerão, e confiarão no Senhor.” Sal 40;2 e 3

Enfim, a testemunha espiritual autêntica, invés de um modo de falar que postula algo, é um modo de agir que ilumina. “Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai, que está nos céus.” Mat 5;16

Claro que tais feitos são demasiado altos para nossa natureza caída, por isso, a indispensável capacitação do Espírito Santo, Sua Virtude ao dispor dos que querem agradar a Deus.

Se, como vimos, um ministro “poderoso” é o que retém firme a Palavra, um salvo, recebe a Palavra Viva, Jesus Cristo, e junto com Ele, a adoção de filho espiritual capacitado a agir de modo agradável ao Criador. “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas, de Deus.” Jo 1;12 e 13

Por fim, uma consideração mais. Paulo usa a expressão reter a palavra; o que traz a ideia de ter novamente, como se, por um momento tivéssemos perdido, esquecido, ignorado. Acontece que, tanto nossa natureza, que não se converte, deve ser mortificada, quanto, apelos do mundo que “Jaz no maligno”, fazem tudo para dela nos alienar, separar, quando não, indispor.

Na parábola do semeador a primeira figura é da semente que caiu à margem do caminho; as aves comeram; Tipo dos corações refratários nos quais, a Palavra não obtém o efeito esperado. Mas, mesmo as que caem em boa terra, correm risco do concurso das ervas daninhas do desânimo, das tentações, e só um hipócrita omitirá que já fracassou alguma, ou, muitas vezes nesses quesitos.

Daí, ao estímulo de uma memória evocada pelo Espírito, de um verso bíblico, uma mensagem, enfim, recobramos as forças, a confiança, e temos novamente a Palavra de Deus pelo que É. Verdadeira e Fiel.

É óbvio que não posso receitar um remédio espiritual a outrem como eficaz, sem antes, ter verificado sua eficácia sobre meus males. “estando prontos para vingar toda a desobediência, quando for cumprida a vossa obediência.” II Cor 10;6

Em suma, poder não é algo que se busque; antes, consequência de termos, pelo Espírito, buscado viver de um modo que alegre ao Senhor. “A alegria do Senhor é nossa força”.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Pode o diabo curar um cego?

“... Pode, porventura, um demônio abrir os olhos aos cegos?” Jo 10; 21 Uns, acusavam ao Senhor de possesso, outros, defendiam; alguém colocou a questão: Pode um demônio abrir os olhos de um cego? Uma boa pergunta.

O próprio cego que fora curado, fizera defesa de Jesus sobre o vácuo de testemunhos de cura atribuídas ao inimigo, disse: “Desde o princípio do mundo nunca se ouviu que alguém abrisse os olhos a um cego de nascença. Se este não fosse de Deus, nada poderia fazer.” Cap 9; 32 e 33

A Bíblia registra “milagres” satânicos, como a mediunidade da pitonisa ante Saul; tempestade, e “fogo do céu” destruindo bens de Jó; adivinhação em Filipos... O Mago Simão, nem demandava poder diabólico direto, mas, mero engano, ilusionismo. Os magos de faraó imitaram os três primeiros sinais de Moisés, contudo, assumiram, implicitamente, que foi obra de engano, pois, quando Moisés transformou pó em piolhos, eles disseram, “não brincamos mais”, noutras palavras: Não é magia, é Dedo de Deus.

Se, até os dias de Jesus faltava, tal cura, atribuída a satanás, depois, a ausência continua. Mas, diria alguém, omissão não é suficiente como prova. Assim sendo, olhemos para as ações do inimigo em busca de traços; de que calibre eram?

No caso dos egípcios e Simão, magia, engano; no de Jó, poder para destruição; na pitonisa de Filipos que adivinhava, engano também. Um espírito maligno, por sua natureza, sabe coisas que escapam aos humanos, mas, quando as revela atribuindo o conhecimento à pessoa, mente; diferente de um profeta que revela o oculto, e tributa a revelação a quem de direito, O Senhor.

Certo que a Palavra adverte sobre sinais e prodígios de mentira. Contudo, esses, carecem da permissão Divina. O “poder” associado ao mau caráter, mentira, é aferidor de nossa fé. “Não ouvirás as palavras daquele profeta ou sonhador de sonhos; porquanto o Senhor vosso Deus vos prova, para saber se amais o Senhor com todo o vosso coração, com toda a vossa alma.” Deut 13; 3

Essa advertência é contra um que operou um sinal genuíno, mas, a doutrina afrontava Deus. Assim, canalhas mercenários usando testemunhos de milagre pra ganhar dinheiro, invés de almas, deveriam angariar asco, repulsa, diatribe violenta, invés de seguidores, como tanto ocorre.

Os sinais falsos são juízo Divino aos que recusam a verdade; “segundo a eficácia de Satanás... poder, sinais e prodígios de mentira, ... engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem.” II Tess 2; 9 e 10

A condição de criatura força satã a depender da permissão Divina pra seus “milagres” como foi no caso de Jó, onde derrubou sua casa com um vendaval, ou, queimou ovelhas com “fogo do céu”.

Aliás, quando do desafio do Carmelo, cujo sinal buscado era esse, não poderia ele, ter feito descer fogo aos sacerdotes de Baal que o representavam na arte de enganar? Poderia, mas, lá, não tinha permissão.

A cura via medicina, os transplantes de córneas, por exemplo, também devemos a Deus que nos dá inteligência. A “Árvore da Ciência” que foi vetada significava independência humana em relação ao Criador; a possibilidade de decidirmos por nós mesmos a questão moral do bem, e do mal.

A vera ciência aproxima de Deus, a falsa afasta. “...guarda o depósito que te foi confiado, tendo horror aos clamores vãos, profanos, e às oposições da falsamente chamada ciência, a qual, professando-a alguns, se desviaram da fé.” I Tim 6; 20 e 21

Se, o maligno não pode curar a cegueira física, a espiritual, muito menos. Nesse prisma, até o canhoto carece luz, é cego. Não fosse, deixaria a obstinação de lutar uma batalha perdida d’antemão.

Não podendo nos curar, porém, pode fazer o contrário, e faz. “...o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus.” II Cor 4; 4 Vemos que a falta de luz espiritual se equaciona à falta de entendimento... essa é cegueira que mata a tantos.

E uma coisa vital que devemos entender é que Deus não lega dons com finalidades carnais, para promover, ou, enriquecer ímpios na Terra. “Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil.” I Cor 12; 7


 Se diz que o pior cego é o que não quer ver; a cegueira espiritual é dessa estripe; tem mais a ver com vontade rebelde, que, com restrição. A capa de ignorância espiritual faculta seguir pedindo esmolas pra carne. Os que são curados têm responsabilidades no Reino; isso assusta alguns, menos que a morte; acabam escolhendo o “mal menor”, infelizmente.