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domingo, 16 de julho de 2017

Homens atrás do seu tempo

“Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos, vede; perguntai pelas veredas antigas, qual o bom caminho, e andai por ele; achareis descanso para as vossas almas...” Jr 6;16

O dito: “É pra frente é que se anda”; embora pareça dizer apenas o óbvio, traz algumas variáveis a considerar.

Normalmente temos o novo, o moderno, como símbolo de excelência; quem não tiver o aparato de ponta, de última geração, sente-se defasado, inda que possua algo bom, funcional. A corrida insana do “progresso” derivada da “Árvore da Ciência”, que, de mãos dadas com o positivismo filosófico amoral pergunta apenas, como? Jamais, por quê?

Muitos visionários que se anteciparam em algum aspecto à marcha humana foram tidos como homens à frente de seu tempo. Malgrado, seja duvidoso que a busca de conforto e comodismo a todo custo seja o alvo certo, pois, isso tem descartado o humano em prol do robótico, (e o humano ocioso tende ao vício, não à virtude) não obstante essa dúvida, digo, a coisa parece inevitável. Não sabemos o que há do outro lado da ponte, mas, investimos sobre ela a toda velocidade.

Em tempos mais remotos quem sobressaía por algum talento na arte, escrita, esportes era uma singularidade. Tocar acordeom, por exemplo, no Rio Grande do Sul admirava-se Mary Teresinha e Jeanete. Hoje, basta olharmos no Youtube a vastidão de jovens talentosas mandando ver. Atrevo-me a pensar que os dons sempre estiveram latentes, mas, os meios, não. Agora ambos se encontraram. Isso em todos os aspectos.

Assim, por um lado temos um tsunami de talentos; por outro, um deserto moral. Isso, porque demos corda sistemática ao relógio da ciência, enquanto relegamos ao ferro-velho, os “mecanismos” da filosofia, e do Espírito. Fomentamos o carisma, ignoramos o caráter.

Não existe progresso possível naquilo que já é perfeito. Se houver nisso algum movimento será rumo à degeneração, decadência. Como quem escala o Everest; a partir do topo só pode descer. O progresso espiritual existente e necessário atina à nossa inserção e caminhada na senda Daquele que é perfeito e labora por nos aperfeiçoar. Nele, Sua Palavra, Sua Obra, não há “mudança nem sombra de variação.” É o Topo.

Portanto, nesse caminho, os melhores ministros não são homens à frente de seu tempo, antes, que preservam valores; tanto doutrinários, quanto, comportamentais. Por isso, mediante Jeremias O Eterno falou do retrovisor; “Perguntai pelas veredas antigas qual é o bom caminho e andai por ele.”

Quando Lutero promoveu a Reforma não trouxe novidade alguma; a degeneração adquirira intensidade tal, que o desafio pro retorno às “veredas antigas” soou como, intempestivo, revolucionário.

Óbvio que a ideia do novo está ligada ao Evangelho! É a aglutinação aportuguesada das “Boas Novas”. Temos nele o Novo Nascimento, novidade de vida, tudo se faz novo, etc. Porém, o que é novo ao nascituro é rotina ao experiente.

Entretanto, mesmo carecendo urgentemente uma nova Reforma, isso não é mais possível, dada a dissolução doutrinária, a multifacetada besta das heresias, com suas lideranças de origem obscura e fins, igualmente.

Não ecoa mais um brado acusando que determinado meio está errado para servir a Deus, em ouvidos que tencionam servir-se. Deus é pretexto. Quando a Estátua de Daniel estava nas duas pernas se podia optar num cenário dual; hoje estamos nos dedos, mistura de barro e ferro.

Assim, os partidários da ciência correm até que em dado momento consigam romper a fita em que a máquina descartará o homem; os “de Deus” em sua imensa maioria estão mui adiante do seu tempo, já descartaram O Santo por “Obsoleto”, malgrado, preservem o “Rótulo” que tem certa utilidade.

Ora, na senda espiritual, os caminhantes que põem a mão no arado não devem olhar para trás, como a tola mulher de Ló; antes, fixar seus alvos no novo; entretanto, os que os ensinam, dicipulam, não têm permissão para inovar no conteúdo, inda que possam nos métodos; devem fazê-lo segundo as “Veredas antigas.” “...Por isso, todo escriba instruído acerca do reino dos céus é semelhante a um pai de família, que tira do seu tesouro coisas novas e velhas.” Mat 13;52

Não que a ciência em si seja um mal; mas, ponderarmos os porquês dessa competitividade doentia não nos faria dano. Muitas vezes no afã de buscarmos o que não precisamos acabamos perdendo o que é vital. A desertificação moral tem aguçado nossa sede de valores, mormente nos cenários político e eclesiástico.

Entretanto, não joguemos a toalha, apesar das dificuldades, pois, como disse o pequeno Príncipe, “O que dá beleza ao deserto é que esconde uma fonte em qualquer parte.” E por enquanto, como cantou Raul Seixas, a “Água Viva ainda está na fonte”. “Se alguém tem sede, venha a mim e beba”.

domingo, 12 de março de 2017

Digitais da fé

“Quando o Senhor edificar a Sião, aparecerá na sua glória.” Sal 102;16

O aparente conflito entre fé e vista se estabelece quando, incorremos nalguma confusão contextual. Quando a Palavra diz que, “não andamos por vista, mas, por fé”, equivale a afirmarmos: Mesmo que as circunstâncias apontem em rumo diverso do que creio, não me deixarei dissuadir por elas.

Isso não significa que coisas visíveis não valham nada; apenas, como diz o adágio, aparências enganam, por outro lado, “Quem crer não será confundido”. Se, a fé, em parte despreza à vista, seu produto salta aos olhos, uma vez que, mudando o ser, necessariamente muda o agir; esse, se dá no plano visível. “Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.” Mat 5;16

Infelizmente, a faculdade que deveria ser aio para conduzir muitos à salvação, a visão, tem obrado em sentido oposto, dado sofrer a febre da vontade. Vendo pessoas de pretérito sujo, congregando entre os salvos vivendo nova vida, muitos depreciam apontando para trás, como se, para ser salvo alguém devesse ter alguma credencial a mais, que, estar perdido.

Ora, ser tirado da lama e vertido em adorador é ensino bíblico, deveria saltar aos olhos ensejar emulação salvadora, invés de crítica barata, superficial. Ouçamos Davi: “Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs meus pés sobre uma rocha, firmou meus passos. Pôs um novo cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus; muitos, verão, temerão, e confiarão no Senhor.” Sal 40;2 e 3

À mudança da lama para a Rocha, deveriam aprender a confiar no Senhor, mas, a vontade costume ver o que quer, aí, é ela que engana, não, a aparência.

Quando perguntado sobre tempos, sinais, da Sua Vinda, a primeira coisa que O Salvador disse foi: “Vede que ninguém vos engane.” E, nada mais enganável que a visão, filão que faz a fortuna dos ilusionistas profissionais.

O fato de mecanismos de vídeo terem se tornado acessíveis, comuns, tem nos tornado também, superficiais, pueris, incapazes de uma análise crítica da vida, das escolhas. Um texto como esse demandaria de cinco a sete minutos de leitura, dependendo do ritmo de cada um, ora, isso é uma “eternidade”. Daria para rir, apreciar ou depreciar umas dezenas de vídeos, invés de perder tempo numa introspecção assim, tão carrancuda.

Os cérebros que usam todo o potencial que conhecem, inda são limitados; que dizer dos que “navegam” como se, comendo peixe; onde, fazem das reflexões, espinhos, e das tolices, alimento? Não é de se admirar que a presente geração cultue como ídolos uma leva de imbecis tatuados, cujo talento é saber apertar botões, e sua “poesia” traz pérolas tipo: “Meu p.. te ama”.

Reflexão é paladar adquirido, não nasce fortuita, requer certo esforço. Esse “positivismo” filosófico, onde, nos interessa apenas, o “como”, não, o porquê, tem nos tornado destros em cultura inútil, e alienados da Fonte da Vida, Deus.

Sua Palavra tem sido ignorada, e perfeição da Sua Obra, desviada, tributada ao acaso. Invés da inverossímil Teoria da Evolução, a natureza grita louvores ao Criador, mas, além de cegos, estamos surdos. “Porque, suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto, seu eterno poder, quanto, sua divindade, se entendem, claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; porquanto, tendo conhecido Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes, em seus discursos se desvaneceram, seu coração insensato se obscureceu.” Rom 1;20 e 21

Assim, se a fé não anda por vista, o que está visível corrobora a revelação, na qual, ela se firma. De Moisés se diz que deixou o Egito, “Firme como quem vê o invisível”. Isso é confiança irrestrita no Senhor, que, tendo criado tudo que vemos, bem pode criar algo novo, se quiser, em atenção aos que Nele confiam, como fez no deserto, aliás, fazendo cair Maná.

O que vejo convence minha lógica, e, se me firmo nisso, apenas, anulo Deus e Suas possibilidades, nego a fé. Isso foi a queda. O homem em si, alienado de Deus. A fé dá um pé na bunda de si, o intruso, “Negue a si mesmo” e recoloca O Senhor no Trono.

Fazer isso requer uma cruz, na qual, as más inclinações devem ser pregadas todo dia. Pois, pecar não é paladar adquirido; após a queda, é nossa inclinação natural.

Todavia, os que se arrependem, mudam, paulatinamente começam a conhecer o prazer de ser livres, a leveza de uma consciência em paz. Creram de ouvir, no que não viram. Porém, se fazem pacientes de uma transformação tal, que suas vidas se tornam, como a criação, eloquentes anunciantes do Criador.