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segunda-feira, 11 de junho de 2018

A Régua do Juízo

“De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.” Rom 14;12

Por um lado somos arbitrários de modo que, as possibilidades todas estão ao nosso dispor, por outro, devemos ser consequentes, pois, podendo escolher o plantio pela liberdade, nos é necessária a colheita, pela justiça.

Como vimos acima, o juízo será individual. O que a massa diz, ou, pensa, não será atenuante a ponto de diluir nela, as escolhas que me são intransferíveis. Se, aquela, uma vez nela impregnado enseja certa abolição do indivíduo, a decisão de fazer parte da mesma ou, não, ainda será uma escolha ímpar, de alguém que, livremente optou por isso.

“A liberdade é a possibilidade do isolamento. Se te é impossível viver só, nasceste escravo.” Fernando Pessoa

De certa forma, no prisma espiritual nascemos escravos sim, do pecado; entretanto, no teatro das escolhas, livres. Se, cada um dará conta de si mesmo é porque recebeu do Senhor tal “mordomia” de administrar às próprias escolhas.

Os que advogam que, sendo maus não podemos escolher o bem, que nos seria oposto, desconsideram a eficácia da Palavra de Deus, bem como, do Espírito Santo; somos apresentados a Cristo, ante o Qual, o “si mesmo” deverá ser mortificado pela imitação da postura Dele, para que, enfim, vivamos de modo agradável ao Santo. “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte?” Rom 6;3

Surgiria então, a pergunta: Se, cada um deverá dar conta de si mesmo a Deus, como negará a si mesmo, tendo que, um dia responder por isso? O contexto em que a expressão foi usada por Paulo é o da tolerância com fracos na fé; devemos acolhê-lo a despeito das fraquezas deixando o juízo com Deus. A individualidade de um salvo, ainda é um “si mesmo”, no sentido que ele não é o outro; mas, não o é “em” si mesmo, antes, em Cristo.

Temos muita facilidade com a justiça quando, ela se aplica distante de nós. “Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus;” Rom 7;22 Porém, o “homem interior” a consciência no Espírito só é livre se for livre também, de si mesmo; senão, terá valores justos mesclados com ações ímpias; “Porque o que faço não aprovo; pois, o que quero não faço, mas, o que aborreço, isso faço.” Rom 7;15

Assim, a consciência que olha “de fora” aponta para a justiça, presa num indivíduo refém das próprias paixões cativas do pecado. Por exemplo: Quase todos apoiaram à greve dos caminhoneiros, que, seriam explorados pelo sistema; entretanto, circulam na Rede vários vídeos de caminhões acidentados, onde, transeuntes, invés de se ocuparem com o socorro da vítima, apressaram-se a saquear a carga. Os mesmos que vociferam alto e bom som contra os ladrões de Brasília, sentem-se melhores que aqueles, agindo dessa forma.

Como vimos, a justiça parece sempre boa, quando me favorece, mas, nem sempre, quando me corrige. O homem interior com suas justas noções de valores sucumbe ao bicho externo acostumado ao vil interesse. Esse é o “Si mesmo” que deve ser negado tomando a Cruz de Cristo, se, queremos mesmo andar pela vereda da Vida. Senão, não passaremos de animais mortos-vivos, aguardado a fatídica hora em que a ampulheta do nosso tempo se esvaziará e será tarde demais para a salvação.

Muitos rejeitam à mensagem evangélica apontando para eventuais escândalos que há entre os cristãos. E, há muitos. Entretanto, as más escolhas de terceiros não serão abono às minhas; aqueles hão de colher o que lhes couber em justiça perante Deus, como eu, do mesmo modo.

Enfim, se, para as coisas terrenas contam os aglomerados numerosos, os clamores das multidões, no Céu não haverá passeatas reivindicatórias, palavras de ordem, bandeiras, ativismos vários, multidões. Digo, haverá multidão, mas, de indivíduos julgados um a um.

É fácil desprezarmos grandes corruptos e ladrões da praça; mas, nossas pequenas corrupções do dia a dia serão julgadas pelas mesmas palavras que dirigimos a eles; pois, Deus não julga números, mas, pessoas, caracteres.

Aí, quem rouba dez reais, ou, um milhão, na escala Divina são iguais; ladrões. Por isso, aliás, Ele mesmo diz: “Quem é fiel no pouco, também o é no muito”. O fiel não é movido por volumes, mas, por valores espirituais. Pois, a ocasião não faz o ladrão; apenas desperta ao ladrão que dormia na caverna quentinha da hipocrisia das relações sociais.

Por fim, invés de dar conta de si mesmo no juízo, apenas, podemos nos antecipar pregando esse traidor na Cruz de Cristo. Feito isso, invés de mim mesmo, aparecerá em meu lugar o Justo Salvador; Sua Justiça será imputada a mim, e serei co-herdeiro com Ele.

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Caráter em falta

“O homem sábio é forte; o homem de conhecimento consolida a força.” Prov 24;5

Interessante apreço da força que, uma vez tida sob os auspícios da sabedoria, carece ser consolidada em consórcio com o conhecimento.

Uma coisa pode ser forte sem ser sólida. Por exemplo: O concreto usado na construção civil recém feito; sua constituição é forte capaz de sustentar enorme peso com a devida armação e cura; porém, assim novo é tal, que pode ser furado com as mãos. Sua força carece ser consolidada pela ação do tempo; o propósito há de ser alcançado mediante o conhecimento que projetou algo, e, forjou as ferragens e formas para determinado fim. Eis, uma força consolidada com auxílio do conhecimento. Senão resultará em mera pedra sem propósito, estorvo.

Se nosso apreço mirar no caráter humano, a consolidação de um que reputamos forte no prisma dos valores, constância, lealdade, não é necessariamente a ação do tempo que o testa, mas, as adversidades e até, as facilidades se encarregam de mostrar a “matéria prima” de cada um.

O concurso do tempo geralmente é necessário não pelo tempo em si, mas, para expor o caráter às circunstâncias que, não estão presentes “full time”; daí se diz que, para conhecer deveras, alguém, devemos comer um Kilo de sal juntos. Como o “gado” humano não come sal puro, isso demora um bocado.

Então, quando se diz, como vulgarmente, que a ocasião faz o ladrão, de duas uma: Ou a culpa é da ocasião que se assanhou e seduziu um bom caráter que estava quieto, ou, o sujeito era já mau caráter, e, falta de oportunidades para o testar fazia parecer que era algo diverso.

A Bíblia aquilata ao ser à partir de princípios, dizendo que o fiel no pouco há de ser também no muito. Como Deus pode ver corações, jamais terá por fiel um hipócrita, inda que nós, o possamos ter.

Sim, muitos posam de pessoas honrosas, ilibadas, em contextos de parcas oportunidades; avaliando como melhor uma reputação de homem decente que os frutos possíveis com a indecência; passam por homens de caráter até deparar com uma oportunidade que avaliem melhor que a honra; então seu vero ser assoma, como as unhas do gato que escondidas faziam macio seu toque. A ocasião não o faz; tira sua máscara.

Platão dizia mais ou menos o seguinte: “Quando alguém for tido por justo, honrado, lhe caberão por isso reconhecimentos, encômios, aplausos; nós ficaremos sem saber se é justo por amor à justiça, ou, aos muitos aplausos e louvores que recebe. Convém, pois, tirar-lhe tudo, expondo-o a um ambiente hostil sem o mínimo conforto, ou, favor; se ainda assim seguir sendo justo, por certo, esse, o é, por amor à justiça."

A ideia é que o caráter não se dobra às circunstâncias, quer agradáveis, quer adversas. Atestando a integridade de João Batista Jesus disse: “O que fostes ver? Uma cana agitada pelo vento?” Assim são os hipócritas, e a imensa maioria dos políticos; Inclinam-se sempre ao vento dominante; são o que sua plateia for.

“Como dente quebrado e pé desconjuntado é a confiança no desleal, no tempo da angústia” Prov 25;19 É; onde esperamos caráter, firmeza, probidade, eis um lapso! Muitas vezes a culpa é nossa, pois, esperamos de uma pessoa muito mais que ela é; tendo bom caráter costumamos balizar expectativas pelo que somos não pelo que as pessoas são; invariavelmente nos decepcionamos. “O caráter é como uma árvore e a reputação como sua sombra. A sombra é o que nós pensamos dela; a árvore é a coisa real.” Abraham Lincoln

Aos signos de nossa escrita chamamos caracteres; o plural de caráter. Cada tecla traz sobre si sua identidade; o que ele grafará quando premida; com escreveríamos se os resultados fossem variáveis? Assim deveríamos ser. Aquilo que a aparência promete deveria resultar sempre na escrita dos nossos atos, malgrado, a ocasião.

Marquês de Maricá dizia: “Deve-se julgar da opinião e caráter dos povos pelo dos seus eleitos e prediletos.” Estando ele certo, e acredito que está, essa corja que todos os dias testa nossa paciência com notícias sobre corrupção e deslizes de toda sorte é nossa cara; a cara da nação.

Nossos votos foram as sementes, agora que as árvores cresceram estamos furiosos com os frutos. Pior, tem gente que se alegra quando desafetos partidários são flagrados e ignora aos seus.

Mesmo depois de sofrer os venenos da corrupção ainda estão em paz com certos corruptos e irados com outros. 

Falta de informação, ignorância são males menores; mas, falta de caráter, justifica certa frase que achei meio ácida a princípio e começo a repensar, dizia: “Quanto mais conheço os humanos, mais gosto do meu cachorro.”