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sábado, 19 de novembro de 2016

Sofrimento cristão tem limite?

“Então sua mulher lhe disse: Ainda reténs tua sinceridade? Amaldiçoa a Deus, e morre.” Jó 2;9

Para a esposa de Jó, a sinceridade do servo deveria ser mantida dentro de certo limite; se, Deus ousasse testá-lo além, já era. À perda dos bens e filhos, suportou, mas, da saúde também, aí já era demais.

Uma coisa que ela, nem os mercadores espirituais atuais lograram entender, é que não existe integridade parcial, condicional. Integridade, como a palavra sugere, deriva de algo inteiro, total, cabal.

Assim, quem consegue “amar a Deus de toda sua alma, coração, entendimento”, mesmo ao aguilhão de duras circunstâncias, não “desama”. Embora, não entenda os desígnios do Criador, entende que Ele é confiável, tanto quando nos abençoa, quanto, quando nos permite sofrer. Isaías versou sobre isso: “Quem há entre vós que tema ao Senhor, ouça a voz do seu servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no nome do Senhor, firme-se sobre seu Deus.” Is 50;10

Ademais, “amor” que vige somente quando desfruta prazeres, recompensas, não passa de egoísmo envernizado. Não era dessa estirpe o de Jó, malgrado, fosse, em parte, o da esposa. Adiante, disse: “Ainda que ele me mate, nele esperarei; contudo, meus caminhos defenderei diante dele.” Cap 13;15

Seguro da fidelidade Divina, e, da própria integridade. Abalos, incompreensões, mesmo os íntegros sofrem. Pois, quando O Eterno falou, acusou-o de falar sem conhecimento, não, de falta de caráter; disse: “Quem é este que escurece o conselho com palavras sem conhecimento?” Cap 38;2

Então, nossa mente finita, limitada, não está apta a entender todas as coisas; há mais entre o Céu e a Terra, do que supõe nossa vã filosofia, como disse Shakespeare. Contudo, podemos entender o essencial; Deus nos ama. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira...” Jo 3;16; “Deus prova seu amor para conosco, pois, Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.” Rom 5;8

Assim, não permite nenhum sofrimento a nós, que Seu bendito Amor não julgue necessário; seja pela têmpera a incutir, para queimar nossas impurezas na “fornalha da aflição”, quiçá, como colheita de algum plantio indevido, ou, mesmo, tendo em vista a bênção de outros, como no caso de Jó, cujo sofrimento inefável, é, hoje, nosso tribunal de apelação quando pensamos explicar o sofrimento dos justos.

Paro o cristianismo raso atual, o “negue a si mesmo” tem sido equacionado com certas abstinências pontuais, comerciais, em cima das quais, “determinam, decretam, exigem” a realização do “Eu” inda entronizado, disfarçado de morto, contudo, muito vivo.

Paulo também não via limite até onde pudesse preservar seu amor, antes, patenteou: “Segundo minha intensa expectação e esperança, de que em nada serei confundido; antes, com toda confiança, Cristo será, tanto agora, quanto, sempre, engrandecido no meu corpo, seja pela vida, seja pela morte. Porque para mim, viver é Cristo, e, morrer é ganho.” Fp 1;20 e 21

Finalmente, a Epístola aos Hebreus coteja a mesma “linha de chegada” como sofrimento possível, aos que correm a carreira espiritual: “Considerai, pois, aquele que suportou tais contradições dos pecadores contra si mesmo, para que não enfraqueçais, desfalecendo em vossos ânimos. Ainda não resististes até ao sangue, combatendo o pecado.” Cap 12;3 e 4

Em suma, cristianismo vero é alistamento militar, para pelejar em terra estranha. Isso requer entrega tal, que quase nos faz indiferentes às coisas da vida prática, se, temos chamada ministerial, sobretudo; “Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra.” II Tim 2;4

Contudo, invés da têmpera que vence olhando adiante pela fé, vemos frouxidão moral engajada. Gente que não quer deixar suas comichões devassas e sujas, pleiteando a “desconstrução dos valores judaico-cristãos” em prol da “Teologia inclusiva” onde os pecados passariam a ser definidos pelos seus gostos, não, pela “radical, ultrapassada” Palavra de Deus.

Que Deus sofra a relativização da Sua Palavra, mas, os “cristãos” não se dispõem à cruz, de maneira nenhuma. Ora, se precisamos reescrever ditos Daquele que afirmou: “Minhas Palavras não hão de passar”, de duas uma: Ou, O achamos ignorante, imperfeito, ou mentiroso. Eis, uma geração seguindo à risca o conselho da mulher de Jó: “Amaldiçoa Deus, e morre.”

Por fim, muitos que dizem que, creem na Palavra como é, sem alterações, se fizeram tais, que invés de clamarem por arrependimento, justiça, laboram por números, pelejam por lã. Se, eventualmente mencionam à saga de Jó, é para enfatizar que Deus lhe deu em dobro o que perdera, não, que se dispôs a perder a vida sem perder a integridade.

Desgraçadamente, pilantras profanos enganam ensinando a fugir de um sofrimento necessário que terá recompensa, e, conduzem a outro, eterno, que será a recompensa, dos maus.