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segunda-feira, 10 de abril de 2017

O ímpio em relevo

“Porque o ímpio gloria-se do desejo da sua alma; bendiz ao avarento, e renuncia ao Senhor.” Salm 10;3

Três características do ímpio. Primeiro, é egoísta; seus próprios desejos são seus parâmetros de ação, e, gloria-se disso; segundo, faz de seus defeitos, “valores” uma vez que, aprova os passos de outros semelhantes; bendiz ao avarento que, também é uma espécie de egoísta. Esse apega-se ao dinheiro, idolatra, fazendo dele, mau uso, um fim, não, meio; por fim, seu brado de independência espiritual, sua autonomia suicida; “renuncia ao Senhor.”

Entretanto, essas três “virtudes” são apenas o cabeçalho do livro da vida do ímpio, a ponta do iceberg. Para gloriar-se dos próprios desejos, carece assessoria do orgulho; não raro, deparo com nuances “filosóficas” do egoísta e orgulhoso: “Viva o hoje como se não houvesse amanhã, não ligue para o que os outros pensam, pois, o que importa é estar bem consigo mesmo...” Etc. Essas incoerências de mandar todos os outros a m. enquanto aconselha aos outros, chega a ser bisonha, mas, desfila como sábia em passarelas ignorantes.

O Cristão está inserido no coletivo, célula de um corpo; deve ter cuidado com outros, estar bem com Deus, antes que, consigo mesmo. “Para que não haja divisão, antes, tenham os membros igual cuidado uns dos outros. De maneira que, se um membro padece, todos padecem com ele; se um membro é honrado, todos se regozijam com ele. Ora, vós sois o corpo de Cristo, e seus membros, em particular.” I Cor 12;25 a 27

Ao aprovar atos de outros de má índole, se faz pedra de tropeço, uma vez que, eventual influência que exerça sobre terceiros, será nociva, não, benéfica. A avareza requer falsidade, disfarce; seus filhos não costumam admiti-la. “... as armas do avarento são más; ele maquina invenções malignas, para destruir os mansos com palavras falsas...” Is 32;7

Um político corrupto em campanha, sonhando com as benesses do poder, e adoçando seus lábios demagogos ante incautos é um belo exemplar de falsidade, avareza; e, há tantos.

Por fim, renunciando ao Senhor, mostra-se arrogante, e, necessariamente, profano. Mesmo aqueles que, recusam a obedecer, sequer se importam em conhecer ao Senhor, em dado momento, usam seus, “graças a Deus”, ou, “se Deus quiser”; o que, dado o lapso de relacionamento é, tomar Seu Nome em vão, profanar O Santo.

Claro que, a coisa é ainda mui pior que isso, porém, essa pequena amostra basta para que vejamos quão sério é, alienar-se o homem, de Deus, e atuar em pretensa autossuficiência; comprazer-se na aprovação humana, e desprezar a Divina.

Pois, além do que é em si mesmo, se faz paciente de certos “efeitos colaterais” da impiedade. É amaldiçoado por Deus; “Assim diz o Senhor: Maldito o homem que confia no homem, faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do Senhor!” Jr 17;5

Tal maldição permite que, até desfrute certa calmaria, jamais, a verdadeira paz. Essa, deriva da justiça; ele ignora a árvore e desconhece o fruto. “Os ímpios são como o mar bravo, porque não se pode aquietar, cujas águas lançam de si, lama e lodo. Não há paz para os ímpios, diz o meu Deus.” Is 57;20 e 21

Mais ainda, sua companhia é desaconselhada, pois, sendo alguém que escolheu a maldição, contagia outros à sua volta. “Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem, se assenta na roda dos escarnecedores.” Salm 1;1
Afinal, os pecadores que se arrependem, confessam e mudam de vida, inda que, de pretérito ímpio, passam a ser reputados justos; tais, são comparados a alguém que foi tirado da lama, e firmado sobre uma rocha, enquanto, os que persistem na impiedade, são equacionados como cisco ao vento, que serão desmascarados quando tentarem se esconder entre os justos. “...os ímpios são como a moinha que o vento espalha. Por isso os ímpios não subsistirão no juízo, nem os pecadores na congregação dos justos.” Sal 1;4 e 5

Infelizmente, após a queda, a impiedade é nossa vocação natural; depois que ouvimos O Evangelho, passa a ser uma escolha. Se, antes a culpa era herdada, agora, foi “conquistada” por nossos “méritos”. Por isso, Deus, que a todos ama, malgrado seus erros, amorosamente chama: “Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto. Deixe o ímpio o seu caminho, o homem maligno os seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para nosso Deus, porque grandioso é em perdoar.” Is 55;6 e 7

A esperança tem duas filhas lindas, a indignação e a coragem; a indignação nos ensina a não aceitar as coisas como estão; a coragem, a mudá-las.” Santo Agostinho