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quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Mau Tempo e Abrigo

“Será aquele homem como esconderijo contra o vento, refúgio contra a tempestade; como ribeiros de águas em lugares secos e como sombra de uma grande rocha em terra sedenta.” Is 32;2

Óbvio que Isaías refere-se ao Salvador, O Único ao qual cabem esses predicados todos. Falando neles, três referem-se a ameaças externas; vento, tempestade, sol; um, a água, atina a necessidades íntimas. Sintetizando: Tal Homem seria abrigo para males exteriores e refrigério para anseios internos.

Quem vive uma relação harmônica com O Senhor sabe que Ele É isso tudo, e muito mais. Todavia, o que É em Si, para ser usufruído depende de uma resposta nossa. De nada vale a água ao dispor do sedento se ele recusar beber; ou, abrigo ao alcance durante a tempestade, se, o errante resistir a se abrigar. Assim, a Excelência de Cristo passa ignorada por muitos, que, preferem manter distância.

Na parábola dos dois fundamentos a alma foi figurada como casa; as Palavras do Mestre como rocha; obediência do servo, equacionada à prudência do construtor que fundou sua obra na Rocha. Tentações do mundo, ventos e tempestades que testariam a resistência. Desse modo, usufruímos a segurança de Cristo se observarmos Sua doutrina; praticarmos e perseverarmos nela, sobretudo, em dias de tentações.

Ele é a “loucura de Deus” que é mais sábia que os homens, como disse Paulo. O problema para muitos que não conseguem ver além, as sombras eventuais são mais desejáveis que A Eterna; escondem-se ao abrigo enganoso da matéria, ignorando que o essencial é a vida. “Porque a sabedoria serve de sombra, como de sombra serve o dinheiro; mas, a excelência do conhecimento é que a sabedoria dá vida ao seu possuidor.” Ecl 7;12

O mundo está cheio de ditos que, se reconhecem certa utilidade do metal para bens externos, o qualificam como inferior, ao dizer: “Vão se os anéis ficam os dedos”; “dinheiro não traz felicidade”; “Dinheiro compra colchão macio, não, o sono” etc. Mesmo o canhoto obstinado, uma vez, mantida a integridade de Jó após sua falência, apelou para o valor supremo, a vida: “Tudo que o homem tem dará pela sua vida”, disse; rogando permissão para afligi-lo inda mais.

Desse modo, mesmo as posses legando abrigo ante as circunstâncias temporais, resta a questão proposta pelo Senhor: “Que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro se perder sua alma?”

As tempestades em questão são espirituais, não meteorológicas; as consequências podem pesar no curso da vida aqui; um juízo temporal. Ouçamos Isaías: “Porquanto dizeis: Fizemos aliança com a morte, com o inferno fizemos acordo; quando passar o dilúvio do açoite, não chegará a nós, porque pusemos a mentira por nosso refúgio, debaixo da falsidade nos escondemos... vossa aliança com a morte se anulará; o vosso acordo com o inferno não subsistirá; quando o dilúvio do açoite passar, então, sereis por ele pisados.” Is 28;15 e 18

A hipocrisia religiosa sentindo-se segura, malgrado, aos olhos Divinos fosse mera aliança com a morte, acordo com o inferno. A Doutrina do Senhor varreu o refúgio da mentira; as consequência dos que seguiram nela apegados foram duras, com a destruição de Jerusalém 37 anos após a crucificação do Messias.

O Mesmo Senhor que É abrigo onde recebido pela fé, acaba sendo tempestade para aqueles que se Lhe opõem confiados na hipocrisia. “Quem crer e for batizado será salvo; quem não crer será condenado.”

Como a proteção contra males externos requer que o fugitivo adentre ao abrigo, o refrigério demanda que beba da Água da Vida. “Mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte que salte para a vida eterna.” Jo 4;14

Esse “beber” na verdade é uma figura para crer, descansar integralmente na fidelidade do Senhor, isso traz repouso as nossas almas cansadas; “Porque nós, os que temos crido, entramos no repouso...” Heb 4;3

Crer é muito mais que uma anuência abstrata; é uma identificação com a renúncia do Próprio Senhor, que chamou de jugo, e nos instou a tomarmos também, caso ansiemos descanso interior. “Vinde a mim, todos que estais cansados e oprimidos, eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque meu jugo é suave e meu fardo é leve.” Mat 11;28 a 30

Nosso abrigo em Cristo não nos guarda das intempéries da vida; antes, do aguilhão da morte, coloca-nos acima dela. “Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho” Fp 1;21 “Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória?” I Cor 15;55