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domingo, 22 de dezembro de 2019

Idades Espirituais


A Palavra de Deus apresenta a conversão como sendo um novo nascimento.

Isso não é mera alegoria, se dá, de fato e é indispensável à salvação; “... Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o reino de Deus.” Jo 3;3 Primeiro ensina que sem o nascimento espiritual ninguém pode ver o Reino; isso explica a “visão” dos ateus; depois, que sem os mesmos predicados não se pode entrar. Isso deixa patente a inutilidade de tanta religiosidade sem Cristo.

Pedro aconselha aos que passaram por isso: “Desejai ardentemente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo.” (I Ped 2; 2)

Paulo por sua vez, observa uma mudança de estágio: “Quando eu era menino falava como menino, pensava e discorria como menino; mas, quando me tornei adulto deixei as coisas de menino.” (I Cor 13; 11)

Já em Hebreus, encontramos a maturidade espiritual como alvo, com o “efeito colateral” do discernimento: “O alimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem, quanto o mal.” (Heb 5; 14)

Vemos então, nos textos supra, o recém-nascido, o menino e o varão perfeito. Isso posto resulta uma questão: Como é possível identificar a idade espiritual de alguém? Não deriva, como a vida natural, do tempo decorrido; contudo, fica evidente pelo crescimento alcançado.

Diferente da vida física que é mensurada pelos ciclos naturais, o viver espiritual se pode aferir pela liberdade de consciência e entendimento que, cada um atinge em Deus.

O recém-nascido vive a anomia, ausência de lei; seu agir se dá de maneira meramente instintiva; daí carece ser conduzido. Como o cego que O Senhor levou pela mão para fora da aldeia e o curou, os iniciantes precisam ser também conduzidos de igual modo.

O adolescente espiritual atinge o que pode chamar de heteronomia; (hetero do grego, outro) onde as suas ações são pautadas pelas aparências; daí, o que outros vão pensar conta mais do que o que Deus quer.

O jovem atinge o que se pode denominar socionomia; uma lei social. Uma espécie de ética de grupo; consciente que as implicações dos seus atos se refletem sobre todo o âmbito no qual se insere, vive um estágio de maior responsabilidade que o menino e o adolescente.

O homem maduro, o dito “varão perfeito”, chega à autonomia. Não em relação a Deus, mas em relação aos humanos apreços; não vive a sua maneira, tampouco, sem lei; não age para agradar os outros ou por mera conveniência coletiva; antes, sua consciência em Deus, a escala de valores morais do Espírito expressas na Palavra pautam o seu viver, mesmo que, eventualmente, contrarie opiniões circunstantes.

Aí reside a meta de Deus, no novo pacto; Ele estabeleceu funções várias, “Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, para que não sejamos mais meninos inconstantes levados ao redor por ventos de doutrinas...” Ef 4;12 a 14

E o Novo Testamento, diferente de um conjunto de leis a se observar tem como alvo a intimidade espiritual e o conhecimento de Deus. “Esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o Senhor: Nas suas mentes imprimirei minhas leis, também sobre os corações as inscreverei; eu serei o seu Deus, eles serão o meu povo. E não ensinará jamais, cada um ao seu próximo, nem cada um ao seu irmão dizendo: Conhece ao Senhor, porque todos me conhecerão…” (Heb 8; 10 e 11)

Contrário, pois, a um mero exercício ritual, um teatro de aparências, ou rigor legalista, o anelo de Deus é a purificação de nossas consciências no Espírito, porque, “O Sangue de Cristo que pelo Espírito Eterno, a si mesmo ofereceu sem mácula a Deus, purificará nossa consciência das obras mortas, para servirmos ao Deus vivo.” (Heb 9; 14)

Tal purificação é vital; sem ela corremos o risco de nos perdermos como adverte Paulo escrevendo a Timóteo; “Conservando a fé e a boa consciência, a qual, alguns rejeitando fizeram naufrágio na fé.” I Tim 1;19

Afinal, o que parecemos ante os outros, pode formar uma imagem, nem sempre verdadeira; o que somos perante Deus, porém, identifica um caráter e direciona a uma eternidade.

“Preocupe-se mais com sua consciência que com sua reputação. Porque sua consciência é o que você é; sua reputação, o que os outros pensam de você. E o que os outros pensam, é problema deles.” (Bob Marley)

segunda-feira, 5 de agosto de 2019

Idolatria "Evangélica"

"Dar-vos-ei pastores segundo Meu coração, os quais vos apascentarão com ciência e inteligência. Sucederá que, quando vos multiplicardes e frutificardes na terra, naqueles dias, diz o Senhor, nunca mais se dirá: Arca da Aliança do Senhor, nem lhes virá ao coração; nem dela se lembrarão, não a visitarão; nem se fará outra.” Jr 3;15 e 16

Em tempos de rebeldia, mediante Jeremias O Senhor acenou com um tempo porvir no qual, pastores íntegros guiariam ao rebanho; isso se daria à Luz de uma Nova Aliança; seria superada e esquecida a Arca da Aliança, e vetou que se fizesse outra.

A Epístola aos Hebreus escrita após o cumprimento disso explica a transição e mudança: “De tanto melhor Aliança Jesus foi feito fiador...” que “pode salvar perfeitamente os que por Ele chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles.” Cap 7;22 e 25

Na antiga Aliança a Arca ficava atrás dum véu, no “Santo dos Santos;” O Cordeiro de Deus ao morrer dando Sua Vida para estabelecer o Novo Testamento, por ocasião de Sua morte o véu do templo se rasgou de alto a baixo.

O Sacerdócio de Cristo, não demanda mais sacrifícios de animais, tampouco restringe o acesso a alguns poucos escolhidos; antes, Nele qualquer um tem acesso ao Trono da Graça. “Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que Ele nos consagrou, pelo véu, isto é; sua carne.” Cap 10;19 e 20

Se Deus disse que não se faria outra Arca, porque algumas dezenas de igrejas pelo país exibem cada uma, uma cópia segundo a imaginação dum artífice qualquer? Os pastores que o Próprio Deus afirma que seriam segundo o Seu Coração trabalhariam com ciência e inteligência.

Nenhuma pessoa dotada desses atributos agiria como idólatra estando ciente de quanto O Eterno abomina à idolatria.

Desde quando que esses simulacros têm algum poder? Nem mesmo Aquela, a Única que O Senhor mandou fazer tinha poder. A Presença de Deus que fazia a diferença.

Quando os filhos de Eli, Hofni e Finéias após muitas baixas numa batalha resolveram levar a Arca ao front para que Deus pelejasse por eles, O Senhor permitiu total derrota e a morte dos profanos; e a Arca foi tomada pelos Filisteus.

Uma coisa que os pastores com ciência e inteligência hão de saber é que, vivendo de forma agradável a Deus, as pessoas não precisam de fetiches para ser abençoadas; nem “Sal de Jericó, Rosa Ungida, Azeite de Israel, porta disso, daquilo;” nem esse lamentável ídolo “gospel;” esse caixote que incautos pensam ter alguma virtude mas, não passa de um ídolo, tão detestável aos olhos Divinos como os demais que Ele odeia.

Ele disse pra não se fazer outra Arca; todos que fazem agem em rebelião. Samuel disse a Saul, da parte do Senhor, que rebelião é como pecado de feitiçaria.

Desgraçadamente vivemos com o nome de igreja, que deveria ser “coluna e baluarte da verdade;” mas, atuamos com mentalidade de empresas, onde o que conta mesmo é quantidade. Em busca disso se faz toda sorte de “macumba gospel”, se prega mensagens ufanistas onde deveria apenas verter a Água pura, ou, o “Leite racional, não falsificado;” com figurou Pedro.

Deus não é democrata. Não está buscando votos, tampouco se comove com números; de dinheiro ou pessoas.

Nos dias de uma apostasia coletiva, onde não tinha ninguém pelejando pela pureza e verdade, O Eterno disse que pouparia a todos se achasse um só, mas estava em falta; “Busquei dentre eles um homem que estivesse tapando o muro, estivesse na brecha perante mim por esta terra, para que Eu não a destruísse; porém a ninguém achei. Por isso derramei sobre eles minha indignação; com o fogo do meu furor os consumi...” Ez 22;30 e 31

Um que Deus aceite pode livrar a uma cidade por sua intercessão; porém, nem todos os fetiches do mundo bastam para fazer O Santo suster Seu Juízo quando Ele se ira. Na verdade essas coisas acentuam a Ira Daquele que disse que busca adoradores que O adorem em “Espírito e verdade” não com os amuletos da mentira.

Ele mesmo ensina: “Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo coração,” não com todos os badulaques. Ele quer ser conhecido e amado, não, usado, manipulado.

O Conhecimento do Santo é melhor que a força, as riquezas e sabedoria natural, pois, dá vida. “A vida eterna é esta: que te conheçam...” Jo 17;3

“... Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem o forte na sua força; não se glorie o rico nas suas riquezas, mas o que se gloriar glorie-se nisto: em me entender e conhecer...” Jr 9;23 e 24

quinta-feira, 11 de outubro de 2018

O Bem da Crise

“... Simão, Simão; Satanás pediu para vos cirandar como trigo; Mas, Eu roguei por ti, para que tua fé não desfaleça; tu, quando te converteres confirma teus irmãos.” Luc 22;31 e 32

Que ofensa ao orgulho de Pedro! Estava há mais de três anos com O Mestre e não era convertido? Como assim, “quando te converteres?” “Senhor, estou pronto a ir contigo até à prisão e morte.” v 33 O Senhor tocou inda mais fundo na ferida: “... Digo-te, Pedro, que não cantará hoje o galo antes que três vezes negues que me conheces.” V 34

Como saber se, não estamos cometendo o mesmo erro de Pedro? Sermos chegados do Senhor, simpatizarmos com Ele, aprendermos Dele, andarmos, sem sermos convertidos?

Conversão sempre é traumática, pois, demanda “morte” para herdar a vida. Essa morte consentida na verdade, mortificação, negação de si mesmo, cruz, requer uma entrega que, em tese fazemos; mas, muitas vezes em momentos de crise, como o de Pedro, descobrimos que era fugaz, superficial, sem substância.

Quando, enfim, desalojado da enganosa fortaleza da autoconfiança, digo, quando Pedro chorou no seu próprio velório, só então, Cristo nasceu nele. “Virando-se o Senhor, olhou para Pedro; ele lembrou-se da palavra do Senhor, como lhe havia dito: Antes que o galo cante hoje, me negarás três vezes. Saindo para fora chorou amargamente.” VS 61 e 62

Após a ressurreição O Senhor perguntou três vezes se Pedro O amava; numa espécie de contraponto às três vezes que O negara; “... Simão filho de Jonas; amas-me? Simão entristeceu-se por lhe ter dito terceira vez: Amas-me? E disse-lhe: Senhor, Tu sabes tudo; Tu sabes que Te amo. Jesus disse-lhe: Apascenta minhas ovelhas.” Jo 21;17

Ele que, na carnal confiança se dissera pronto a ir até à morte, agora foi desafiado a outro tipo de “morte”, sem valentia, presunção, mas, entrega, serviço. “Na verdade, na verdade te digo que, quando eras mais moço, cingias a ti mesmo, andavas por onde querias; mas, quando já fores velho, estenderás tuas mãos, outro te cingirá e te levará para onde tu não queiras. Disse isto, significando com que morte havia ele de glorificar a Deus...” Vs 18 e 19

A “morte” que glorifica a Deus, pois, não é nossa escolha natural; antes, a entrega após os desígnios do Senhor.

Então, as crises servem para evidenciar se, nossa conversão é “maciça”, ou, apenas um verniz; o serviço testifica para terceiros, sobre o que Cristo fez em nós.

Pois, se a fé vem pelo ouvir, e, ouvir à Palavra de Deus, a vera conversão é tão impactante que salta aos olhos dos nossos circunstantes; “Tirou-me (O Senhor) dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs meus pés sobre uma rocha, firmou meus passos. Pôs um novo cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus; muitos verão temerão e confiarão no Senhor.” Sal 40;2 e 3

Essa balela de, “Deus como você O Concebe”; ou, “sirvo a Deus do meu jeito” são folhas de parreira tentando ocultar a nudez da rebelião, ainda ativa. Talvez seja até melhor negarmos bisonhamente ao Senhor, como Pedro, se, isso abalar as bases da carnal confiança e nos levar a uma entrega irrestrita e veraz, que, seguirmos hipocritamente traindo a nós mesmos, jogando com a vida que, nem temos, abusando da longanimidade Divina.

Dave Hunt disse que a incredulidade tem muitas faces; a mais perniciosa é quando se mascara de piedade, pois, usa o ventriloquismo da religião oca para encenar trejeitos; dar voz a um morto.

Um sintoma necessário após o novo nascimento é desejo de “mamar” do Espírito; “Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo;” I Ped 2;2 Quem se presume cristão e não tem prazer na Palavra de Deus, duvide; converta-se da sua “conversão”.

Vivemos a era dos “memes” e textos sucintos, mas, assim como não se cura câncer com Aspirina, também não se transmite verdades eternas em miniaturas. O convertido, se, a mensagem tem sabor espiritual ele vai até o fim.

A Palavra de Deus não é instrumento para deleite, antes, fonte de vida; “... Nem só de pão viverá o homem, mas, de toda Palavra que procede da Boca de Deus”. Luc 4;4

Saibamos; as crises não nos afastam de Deus; quando muito revelam o quão distantes estamos. Se, uma delas logra me abrir os olhos ao próprio engano, sem crise, digo, mesmo dolorosa, me fará mais bem do que mal.

Às vezes nosso coração não é falso; é duplo. Quer Deus e o mundo. Urge uma escolha cabal; “Chegai-vos a Deus, Ele se chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores; vós de duplo ânimo, purificai os corações” Tg 4;8

sábado, 9 de junho de 2018

A Segunda Casa

“Então Salomão congregou em Jerusalém... para fazerem subir a Arca da Aliança do Senhor, da cidade de Davi, que é Sião.” II Crôn 5;2

Então, isto é, após acabar o Templo, bem como, seus móveis necessários ao serviço; depois de tudo pronto, a Arca da Aliança foi buscada por ordem de Salomão. Ainda que, “Deus não habita em templos feitos por mãos humanas;” a Arca era um objeto sagrado, símbolo da Santa Presença; deveria sim, ser tratada com mais alta reverência.

As paredes da “casa” onde O Eterno anela habitar são revestidas com amor; “Jesus respondeu, e disse-lhe: Se alguém me ama, guardará minha palavra e meu Pai o amará; viremos para ele e faremos nele morada.” Jo 14;23

Diferente das falas vazias que ouvimos alhures pretendendo falar de amor, esse não é tão sentimento assim, que possa existir prescindindo de um comprometimento com o seu objeto; “... se alguém me ama guardará Minha Palavra...” Assim, se, o amor a Deus é o primeiro mandamento, tanto na Antiga, quanto, na Nova Aliança, esse demanda como demonstrativo de autenticidade o compromisso com a Palavra.

Alguns afirmam amar a Deus, entretanto, confrontados com justas demandas da Sua Palavra, presto dizem ser apenas um livro humano. Assim, na calmaria da conveniência acham Deus amável; nos ventos da responsabilidade evadem-se e blasfemam fazendo-O Mentiroso.

Entretanto, diverso do templo feito por Salomão, a vida espiritual após o novo nascimento em Cristo, não carece ser uma obra acabada, perfeita, para que, então, Deus nela habite. É justo, Sua Habitação Bendita, que aviva-nos na consciência, edifica possibilitando conhecer Seu Ensino, consola nas nossas dores, e nos garante Sua assídua presença, quer, passemos pela água, quer, pelo fogo.

Como dissemos, a Arca era símbolo da presença, não, estrita habitação do Senhor, que, certa vez permitiu que fosse tomada pelos inimigos de Israel, quando, fizeram dela um ídolo, invés de um símbolo como era.

Assim, se, a presença da Arca contendo A Palavra do Senhor estava vinculado aos que pretendiam compromisso com Ele, igualmente agora, um mínimo de conhecimento e prática da Palavra se espera de quem pretende ser servo do Senhor. Essa balela do “sirvo a Deus do meu jeito” atua do jeito de Satanás, pois, foi ele que sugeriu e “facultou” tal “autonomia”, ensejando a queda.

Não nos enganemos, pois; quem não tem paladar para a Palavra de Deus, não tem Deus habitando em si. Escrevendo aos “recém nascidos” Pedro ordenou que buscassem a devida “amamentação natural”, para que o bebê não morresse; “Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo;” I Ped 2;2

E, habitados pelo Santo já, foram comparados a obras em andamento; “Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo.” V 5

Assim, o “leite” é para os novos convertidos; os edificados um tanto já precisam dieta mais sólida; aprofundamento; “Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça; é menino.” Heb 5;13

Esse aprofundamento certamente nos enriquecerá com o Conhecimento de Deus; necessariamente impactará nossas vidas, de modo a exceder nossos limitados templos, em busca de novos servos para Deus. “Vós sois a geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para sua maravilhosa luz;” I Ped 2;9

Tendo já feito pelo Espírito Santo, o ditoso percurso, “das trevas para a Luz”, o mínimo que se espera é que sejamos cooperadores para indicar o caminho a outros alvos do Amor Divino.

Esses que acenam a conversão como bilhete lotérico para “melhorar de vida,” a rigor, são patifes mentirosos que jamais conheceram Deus.

No âmbito pessoal passamos da morte para a vida; ou seja, recebemos vida nova; no funcional, no Corpo de Cristo, é para que laboremos pelo Reino Daquele que “nos amou primeiro” como forma de correspondência e gratidão por Seu amor; assim, “Buscai primeiro O Reino de Deus e Sua Justiça...” a busca prioritária das demais coisas é indício de alienação do Deus Provedor.

Enfim, se no primeiro Templo era preciso acabar antes da Santa Presença, agora, carecemos dela desde o início, para que haja templo e sejamos aperfeiçoados. “Tendo por certo isto mesmo, que, aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo;” Fp 1;6

A primeira casa, a natural foi edificada com os refugos do mundo ímpio; a segunda, após o novo nascimento em Cristo, precisa ser feita nos Divinos parâmetros da Sua Palavra, só assim, “A glória da última casa será maior do que a da primeira...” Ag 2;9

sábado, 2 de dezembro de 2017

A pequena grande estatura

“Até que todos cheguem à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina...” Ef 4;13 e 14

Quando Paulo alude à Estatura de Cristo como alvo, de certa forma soa-nos a missão impossível. E, essencialmente é. Nenhum de nós, o mais santo dos homens que já viveu, vive, ou, viverá atingirá tal esplendor.

Contudo, a “perfeição” desejada é antes, funcional que essencial; ou seja, mesmo que fiquemos a anos-luz do Ser, do Senhor, Ele É Criador, nós, criaturas podemos agir como Ele agiria em termos de maturidade, diante de eventuais embates; heresias, sobretudo. “... não sejamos mais meninos inconstantes levados em roda por todo vento de doutrina...”

A Epístola aos hebreus cobrou daqueles, exatamente, essa “perfeição”; maturidade espiritual, discernimento. “Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos ensine os primeiros rudimentos das palavras de Deus; vos haveis feito tais que necessitais de leite, não, de sólido mantimento. Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça, porque é menino. Mas, o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir o bem e o mal.” Heb 5;12 a 14

Invés de, decidir sobre o bem e o mal, discernir a ambos; identificá-los mesmo quando se acham camuflados. Coisa que Paulo declarou impossível aos homens naturais, e, “natural” aos espirituais. “O homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parece loucura; não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas, o que é espiritual discerne bem tudo e de ninguém é discernido.” I Cor 2;14 e 15

Se, pois, em antítese à perfeição colocou “meninos inconstantes”, óbvio que sua ideia é mesmo a maturidade espiritual. Quando escreveu seu célebre texto sobre o amor, equacionou a vaidade frívola dos dons em si e disputas parciais com meninice; por fim, evocou seu próprio crescimento como uma sutil exortação a que o imitassem; “Quando eu era menino falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.” I Cor 13;11

Por que o homem natural não consegue ver espiritualmente? Duas razões concorrem; um lapso e uma barreira. Após a queda todos resultaram espiritualmente mortos, daí, “...aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.” Jo 3;3 Além disso, “...o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho...” II Cor 4;4

Entretanto, mesmo os renascidos por sonolentos, omissos, podem ser enganados pelos ministros de Satanás transfigurados em ministros de justiça. Desgraçadamente essa geração “fast food” não tem paladar para a Palavra de Deus; é presa fácil dos enganadores, pois, a identificação do falso requer conhecimento do verdadeiro.

O “cristianismo” de muitos se limita a compartilhar e dar seus améns às “orações poderosas” que circulam; porém, conhecer À Palavra do Todo Poderoso, por ela, Sua Vontade, aí são poucos. Os ministros da moda desafiam os incautos a fazer grandes sacrifícios como prova de fé; quanto maiore$ o$ $acrifício$, mais fé. Ora a Palavra de Deus é categórica: Deus não quer isso; antes, deseja ser conhecido, amado. “Pois desejo misericórdia, não, sacrifícios; conhecimento de Deus em vez de holocaustos.” Os 6;6

Por isso, Pedro desafiou aos nascituros que tivessem apetite pelo seio materno; “Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo;” I Ped 2;2

Muitos devaneiam em vestir roupas novas sem tomar banho; querem o exercício dos dons espirituais, sem se deixar ser purificado pela ação do Espírito. A primeira mudança se requer em nós, nosso caráter, para sermos capacitados pela Sabedoria Divina a ajudar outros; “Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade.” Prov 2;7

Em outras palavras: Só receberemos autoridade espiritual após sermos devidamente exercitados na submissão; “Estando prontos para vingar toda a desobediência, quando for cumprida a vossa obediência.” II Cor 10;6

Enfim, a Estatura de Cristo de nós requerida nada tem com grandeza; antes, com maturidade, humildade. “haja em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas, esvaziou-se, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; achado na forma humana humilhou a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.” Fp 2;5 a 8
Os maiores espiritualmente não se fazem notar; contribuem para que Deus seja notado.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

O fim de "tudo"

“Por mim mesmo, o rei Artaxerxes, se decreta a todos os tesoureiros que estão dalém do rio que tudo quanto vos pedir o sacerdote Esdras, escriba da lei do Deus dos céus, prontamente se faça. Até cem talentos de prata, até cem coros de trigo, até cem batos de vinho, até cem batos de azeite; e sal, à vontade.” Esd 7;21 e 22

Anexo ao decreto para reedificação do templo, o rei persa, Artaxerxes, enviou aos governadores “dalém do rio” instruções para que dessem ao sacerdote Esdras, “tudo” que pedisse; depois, circunscreveu esse tudo, dentro de certo limite, exceto o sal, que seria à vontade.

Ninguém tem dificuldade de compreender hipérboles, exageros de linguagem, cujo fim, é realçar algo, não, dar uma informação precisa. Assim, quando se diz que “todo mundo está presente” em determinado recinto, significa estritamente, todos os que eram esperados, não, literalmente, todo mundo.

De igual modo, quando Deus nos diz certos “tudos” devemos atentar ao que significam deveras, não, nos comportarmos cretinamente como caçadores de palavras, como se, “abatendo” uma, tivéssemos O Todo Poderoso nas mãos.

Então, quando O Salvador disse: “Tudo o que pedirdes em Meu Nome, eu farei”, deve ser entendido dessa maneira. Tudo que possa ser identificado ao Meu Nome; tudo que se coadune à Vontade do Pai; Tudo que contribua para nossa salvação, edificação... E, quando Paulo diz: “Posso tudo Naquele que me fortalece”, idem. Ninguém pode pecar em Cristo; quando o faz, age na carne, segundo a natureza caída. O mesmo Paulo ensinou: “Se alguém está em Cristo, nova criatura é, as coisas velhas já passaram, eis que tudo se fez novo”. II Cor 5;17

Desgraçadamente, muitos que levam a Bíblia pra lá e pra cá, invés do devido escrutínio de quem nela “medita dia e noite”, a fizeram apenas um tribunal de apelação das suas carnalidades travestidas de espírito, incharam na carnal compreensão; quem não comunga com eles, por bíblico que seja, não passa de “falso profeta”. 

Invés de andarem cada dia em novidade de vida, como convém, viraram barro endurecido, em seus moldes rançosos que aprenderam alhures quando neófitos, e diferente de Davi que não sentiu-se à vontade com a armadura de Saul, esses, “grudaram” no molde; apenas o que dizem ou pensam, é a “verdade”, mesmo que embasem em coisas que ouviram aqui ou acolá, desvinculadas da Palavra.

Estribam-se no fato de que há muitos que pensam como eles, e usam isso como argumento, como se, estupidez compartilhada se tornasse sabedoria.

A impressão que tais nos passam é que o crescimento espiritual é limitado, ao rés do chão, pois, sabendo alguns mantras góspeis sabem o que necessitam; quem cresce uns centímetros vira alvo de suas ácidas críticas que dizem: “Nossa, quem te viu, quem te vê, como você mudou”.

Ora, sua crítica é o melhor elogio que nos podem fazer, pois, se, tendo nascido de novo um dia, não crescêssemos, seríamos meras anomalias espirituais, meninos velhos, como se tornaram os destinatários da epístola aos Hebreus; deles se disse: “Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar quais os primeiros rudimentos das palavras de Deus; vos haveis feito tais que necessitais de leite, não, de sólido mantimento. Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça, é menino. Mas, o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem quanto o mal.” Heb 5;12 a 14

Os “perfeitos” outra hipérbole, isto é, os espiritualmente maduros, inda que imperfeitos, têm discernimento de valores, pois, se exercitaram nisso, desejaram crescer, buscaram e receberam mais luz. A epístola aos Efésios ensina que devemos crescer até a “Estatura de Cristo” algo que duvido que alguém consiga, logo, devemos morrer tentando crescer um pouco mais.

Como se trata de estatura espiritual, que, alinha-se ao caráter, não, à inteligência, quem não buscar primeiro, justificação em Cristo, nada receberá de Luz; porém, quem se submete a Ele, é reputado, justo, o tal, se desejar, nas palavras de Pedro, o “Leite racional, não falsificado”, terá em abundância.

Mesmo não podendo jamais dizer-se formado na "faculdade da Luz", há de ver o suficiente para discernir o bem e o mal, para não andar no escuro, malgrado, as trevas circunstantes, como ensinou Salomão: “Mas, a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” Pro 4;23

Como o “tudo” do rei era limitado, e sal sem conta, assim Deus; Tudo, dentro de Seus parâmetros, e, Água da Vida, Sua Palavra, sem limites. “Quem tem sede, venha a mim e beba.”

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Salvos pela morte... pela vida

  “Porque se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, tendo sido já reconciliados, seremos salvos pela sua vida.” Rom 5; 10 

Duas coisas chamam atenção na afirmação de Paulo: Apresenta a reconciliação dos cristãos com obra concluída; “... fomos reconciliados...” a salvação, como algo a ser feito; “... seremos salvos...”. Mais: A reconciliação se deu pela morte de Cristo; a salvação se dará pela vida. 

Normalmente acostumamos a ver a coisa como única. Aceitei ao Sacrifício de Cristo em meu favor, me arrependi, confessei, estou salvo. Tudo se encerraria com a morte do Salvador. Entretanto, os reconciliados são chamados à vida de, e, em Cristo, para, enfim, gozarem a salvação. 

Assim, se para reconciliação se nos requer identificação com a morte, a salvação demanda identidade de vida. “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte? De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida.” Cap 6; 3 e 4

Viver a vida de Cristo só por imitação, claro! Como dissera Jó sobre sua relação com Deus: “Nas suas pisadas os meus pés se firmaram; guardei seu caminho, não me desviei dele.” Jó 23; 11 

O que nos pode encerrar no erro do simplismo irresponsável é a ideia de tratarmos a vida eterna pela duração, não pela essência; então, seria mera existência sem fim que herdaríamos após o sono do corpo. Contudo, vai mui além disso. Tem mais a ver com o caráter de quem a lega, do quê, com extensão. Algo em que podemos e devemos ingressar ainda em nossa peregrinação terrena. “Milita a boa milícia da fé, toma posse da vida eterna, para a qual também foste chamado, tendo já feito boa confissão diante de muitas testemunhas.” I Tim 6; 12 Essa é a Vida de Cristo que somos instados a viver. 

Vários textos apresentam a conversão como “passar da morte para a vida”; ou, “nascer de novo”. Se, no âmbito natural é considerado um ser vivo aquele que nasce, cresce, vive, reproduz e morre, no espiritual, a última parte deixa de existir, a morte. 

Pedro preceitua a alimentação dos renascidos: “Deixando, pois, toda a malícia, todo o engano, fingimentos, invejas, as murmurações desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo;” I Ped 2; 1 e 2 Algumas coisas bem “adultas” precisamos deixar, concomitante ao recebimento da alimentação infantil. 

Feito isso virá o crescimento espiritual, como asseverou Paulo. “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.” I Cor 13; 11 

Todavia, o negligenciar essa faceta prioritária da vida em Cristo atrofia, paralisa, como se deu com certos hebreus. “Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar quais sejam os primeiros rudimentos das palavras de Deus; vos haveis feito tais que necessitais de leite, não de sólido mantimento. Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça, porque é menino. Mas, o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem quanto o mal.” Heb 5; 12 a 14 Então, um traço visível de maturidade espiritual é discernimento. 

Em suma: A reconciliação mediante o Sangue de Jesus Cristo é papel nosso, dos cristãos promover entre os que se mantêm em inimizade com o Pai. “De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamos, pois, da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus.” II Cor 5; 20

Entretanto, a vida do reconciliado é de responsabilidade sua; não lhe é tolhido o arbítrio por ocasião da conversão; apenas é facultado pelo Espirito Santo escolher as coisas que agradam ao Pai, desde então. “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome;” Jo 1; 12 

Desse modo, nossa salvação é “provisória”; “Porque em esperança fomos salvos...” Rom 8; 24 coisa que requer perseverança e desenvolvimento para gerar certeza. “Mas, desejamos que cada um de vós mostre o mesmo cuidado até ao fim, para completa certeza da esperança;” Heb 6; 11 

Infelizmente, a negligência na edificação enseja vermos clamando pelo Sangue de Jesus pessoas que recusam viver Sua vida. Se a Obra da salvação é completa, perfeita aos olhos de Deus, de nós se requer tomar a cruz todos os dias.