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domingo, 5 de abril de 2020

Julgar ou não; eis a questão!


“Não julgueis, para que não sejais julgados. Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados; com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir.” Mat 7;1 e 2

Esse texto tem servido de biombo atrás do qual, muito falcatrua tenta se esconder. A ideia vulgar é que se pode agir como quiser; ninguém deve dizer nada pois, estaria “julgando” coisa que pertence a Deus apenas; será?

Parece que Paulo pensava diferente no espectro das ações humanas. Vejamos: “Não sabeis vós que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo deve ser julgado por vós, sois porventura indignos de julgar coisas mínimas? Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos? Quanto mais as coisas pertencentes a esta vida?” I Cor 6;1 e 2

Estariam Cristo e Paulo em contradição? Não. Qual a consequência de julgarmos, segundo O Salvador? “Com a medida que medires sereis medidos...” Isonomia; isso é mau? Ora, não julgamos ações segundo nosso valores? Digo, se desprezamos ao ladrão, ao mentiroso, ao hipócrita, poderíamos agir como eles sem ser motivo de desprezo? A mesma medida, ora.

Uma coisa elementar que as pessoas fingem não entender é que, quando determinado comportamento é rejeitado com base na Palavra de Deus, não é quem apresenta A Palavra que está julgando, antes, está apenas sendo um veículo do Juízo de Deus.

Querendo ou não, julgar as ações com essa “medida” no devido tempo todos seremos por ela julgados; “Quem rejeitar a mim, não receber Minhas Palavras, já tem quem o julgue; A Palavra que tenho pregado, essa o há de julgar no último dia.” Jo 12;48

O que O Senhor vetou foi o juízo temerário que não vendo ações de terceiros presume-as patrocinado pela malícia, ou, vendo coisas legítimas atribui razões torpes.

Outro dia em face a algo que escrevi fui chamado de egoísta, vaidoso, e até meu esmero em escrever da melhor forma que posso foi atacado como algo mau.

Invés de julgarem ao que escrevi, que pode e deve ser julgado, (Examinai tudo e retende o bem) julgaram-me e atribuíram-me motivos que desconhecem; esse foi o juízo que O Senhor desaconselhou.

Como eu, observando alguém que canta bonito, por exemplo, diria que ele(a) faz aquilo por egoísmo, vaidade invés de ser para a Glória de Deus que lhe deu tal talento? Tal juízo é indevido, temerário e traria uma sentença contra mim.

A Epístola aos Romanos denuncia a alguns que eram ciosos ao julgar erros alheios e omissos em vigiar os próprios; o saldo, invés do encorajado “Tesouro nos Céus” foi um “tesouro” de juízo. “Segundo tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus;” Rom 2;5

O que falamos aqui é registrado nos Céus, será usado no devido tempo; “Então aqueles que temeram ao Senhor falaram frequentemente um ao outro; O Senhor atentou e ouviu; um memorial foi escrito diante Dele, para os que temeram o Senhor; para os que se lembraram do Seu Nome.” Mal 3;16

Ora, se A Palavra não é tão inclusiva, tão ecumênica assim, antes, demanda que, para nosso bom relacionamento com Deus ser preservado nos separemos dos que tomam atitudes réprobas, como faremos isso sem certo julgamento? Como identificaremos de quem nos separar? “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? Que comunhão tem a luz com as trevas?” II Cor 6;14

Aliás, além dos infiéis há uma prescrição contra os falsos cristãos ainda mais severa; “Já por carta vos tenho escrito, que não vos associeis com os que se prostituem; isto não quer dizer absolutamente com os devassos deste mundo, ou com avarentos, ou os roubadores, ou os idólatras; porque então vos seria necessário sair do mundo. Mas agora vos escrevi que não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, avarento, idólatra, maldizente, beberrão, ou roubador; com o tal nem ainda comais.” II Cor 5;9 a 11

Dizemos com frequência que aparências enganam; baseados nesse lapso, sejamos prudentes com o que não vemos claramente. Mas, certas atitudes são de calibre tal, que nem precisamos conhecer à Palavra de Deus para rejeitar. Isso não é julgamento, é decência, coerência, compromisso com valores. E reitero, segundo À Palavra, o juízo vem de Deus.

Somos desafiados a ser sal e luz. Um cristianismo que não influencia pelo exemplo seria luz que não ilumina, ou sal que não tempera.

Cristo em nós deve ser visível como uma cidade sobre um monte; porém, ausência Dele também é visível, para quem tem discernimento. Nesses o logro da aparência é dissipado pela Luz do Espírito Santo.

sábado, 1 de fevereiro de 2020

Nossa Falta de Juízo


“... Deus te ferirá, parede branqueada; tu estás aqui assentado para julgar-me conforme a lei, e contra a lei me mandas ferir?” Atos 23;3

Paulo estava julgando o julgamento a que estava submetido; pois, se seu fito era salvaguardar à Lei, o próprio tribunal a estava transgredindo; portanto, desmoralizando-se pela parcialidade, invés de estar preservando à justiça como convinha.

Usou para isso uma figura semelhante à usada pelo Senhor, que chamara de “sepulcros caiados” aos hipócritas que colocavam pesados fardos nos alheios ombros, os mesmos que se recusavam a carregar. Parede branqueada, sepulcro caiado evocam a mesma ideia; uma capa de virtude disfarçado o vício.

Se esse incidente lembra nosso garboso STF, não é coincidência; apenas o mesmo modo ímpio de sempre, hospedado em novos viciados. A lei pune aos outros, a mim ignora, quando não, absolve. “Todos iguais perante a lei”, menos eu; eu sou a lei.

“... alguns, se entregaram a vãs contendas; querendo ser mestres da lei, não entendendo o que dizem nem o que afirmam. Sabemos, porém, que a lei é boa, se alguém dela usa legitimamente;” I Tim 1;6 a 8

Nessa linha de parcialidade inconsequente tendemos a achar que as Promessas Divinas nos dizem respeito, mesmo quando, não; e Suas advertências não são contra nós; mesmo quando são.

O sofista mor, especialista desde o Éden em perversão da Palavra tentou a Jesus precisamente nisso; a parcialidade de apresentar o que “está escrito” para forçar O Salvador a pecar; Ele revidou com, “também está escrito”, em contraponto à superficialidade de se atentar apenas ao que convém à vontade natural; erro filho da pretensão de um Deus serviçal, à mercê dos nossos desejos sem condições prévias.

Se, é verdade que O Eterno “Trabalha por quem Nele espera”, Is 64;4 Também é que, estar “Nele” demanda submissão aos Seus preceitos e ao Seu tempo, até porque, esperar é já uma atitude de submissão àquele que tem poder de fazer acontecer as coisas quando lhe aprouver.

Se, nos âmbitos humanos a isonomia é uma coisa falsa que ocupa discursos e some na hora dos fatos, perante O Santo, Sua Justiça requer. É uma palavra grega composta de duas; -Iso- que quer dizer equidade, igualdade, e -Nomia-, de Nomos, Lei. A boa e velha igualdade perante à lei.

Paulo ao escrever aos romanos pontuou novamente sobre o juízo atirado contra terceiros que incidiria sobre os “juízes”: “Tu, ó homem, que julgas os que fazem tais coisas, cuidas que, fazendo-as tu, escaparás ao juízo de Deus?” Rom 2;3

“Tu julgarás a ti mesmo – respondeu o rei. – É o mais difícil. É bem mais difícil julgar a si mesmo que julgar os outros. Se consegues fazer um bom julgamento de ti, és um verdadeiro sábio.” Saint Exupérry (O Pequeno Príncipe)

Exatamente por nossas noções de justiça seremos julgados para que não reste nenhuma “instância” de apelação como se, nossa insipiência fosse atenuante de pecados; “Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, com a medida com que tiverdes medido hão de medir a vós.” Mat 7;2

Não significa, contudo, que se eu for omisso concedendo a terceiros o direito de pecar tal “direto” me será facultado; antes, que quando censuro atos alheios em nome da justiça, estou escrevendo a “jurisprudência” do meu próprio julgamento.

Nossas falas, quer em juízo, quer não, estão todas registradas; “Então aqueles que temeram ao Senhor falaram frequentemente um ao outro; o Senhor atentou e ouviu; um memorial foi escrito diante Dele...” Ml 3;16

Não sem razão, quando menciona a cena do julgamento a Bíblia fala que foram “abertos os livros”. A lei que cada um “escreveu” será parâmetro do seu juízo.

Não se entenda com isso, porém, um endosso ao fugaz “não julgueis” dos que, quando apresentamos o juízo Divino, Sua Palavra, por falta de vontade de se submeter fazem parecer que trata-se um erro nosso, um juízo precipitado ao evidenciarmos o que Deus Falou.

O risco do juízo temerário é precisamente ser julgado pelo juízo esposado; quando apresentamos o Divino julgamento, claro que seremos também julgados pelo mesmo. Não precisam nos advertir do óbvio.

No entanto, como anseia salvar, mais que julgar, a misericórdia Divina fez nosso juízo recair sobre O Salvador; portanto a quem se Lhe submete, não resta julgamento; o registro de pecados está apagado; “... Tu lançarás todos os seus pecados nas profundezas do mar.” Miq 7;19

Enfim: Tão válidas quanto as promessas Divinas são Suas advertências; somos alvos de ambas. Aquele “crente” que espera de Deus apenas o que lhe agrada crê na mentira de Satã que seria nossa a escolha sobre bem e mal.

Então, quem quer ser abençoado por Deus, acredite Nele, não no inimigo.

sábado, 10 de novembro de 2018

A Cura do Câncer

“Não devias tu, igualmente, ter compaixão do teu companheiro, como tive misericórdia de ti?” Mat 18;33

Se, pensarmos num valor muito presente na Palavra de Deus facilmente ocorrerá a isonomia. “Perdoa nossas dívidas assim como perdoamos nossos devedores...” “Tudo o que quiserdes que outros vos façam, fazei a eles.” Etc. Isonomia é uma composição de duas palavras gregas, cujo significado é, lei igual, ou, mesma lei.

A inter-relação preceituada é tal, que, nos faz partícipes até das questões emocionas de nossos semelhantes; “Chorai com os que choram...” ou, no caso dos cristãos, que enfermidades físicas, espirituais de outrem, ou, vitórias, sejam um pouco suas também; “... se um membro padece, todos os membros padecem com ele; se, um é honrado, todos se regozijam com ele.” I Cor 12;26

No verso inicial acima, temos o Senhor condenando a um que, tendo sido perdoado de uma grande dívida se recusou a perdoar outra, pequena.

De certo modo, pois, somos legisladores nos valores que abraçamos; aquilo que pleiteamos como justo para conosco, igualmente se faz justo para terceiros, mesmo, eventuais desafetos. “Mas, vos digo que de toda palavra ociosa que os homens disserem hão de dar conta no dia do juízo. Porque por tuas palavras serás justificado; por tuas palavras serás condenado.” Mat 12; 36 e 37

Assim, lícito é dizer que, Deus deixou as “clausulas pétreas” na Lei; permite-nos certas “emendas” que não as contrariem. Pois, dada a gama de possibilidades de ações humanas no teatro da vida, especificar cada uma demandaria um volume impensável; se, O Santo legislasse no varejo, invés de, no atacado.

O “Atacado” Divino reduz nossos atos todos ao campo dos valores, princípios. Por exemplo: Não há ensino Bíblico sobre não cruzarmos no sinal vermelho; sequer, carros existiam, então; porém, A Palavra preceitua: “Obedecei às autoridades, são ministros ordenados por Deus” Rom;13 ss etc.

Desse modo, quando O Salvador nos exortou a irmos além do que foi mandado desafiou nossa criatividade; “Assim também vós, quando fizerdes tudo que vos for mandado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos somente o que devíamos fazer.” Luc 17;10

O Senhor não tencionou com essa fala dizer que seria inútil para Deus fazermos o que devemos; mas, vacinou contra a presunção; ainda; desafiou a irmos além do trivial; mostrarmos amor pela obra, não uma obediência mecânica apenas.

Entretanto, se, ir além do mandamento Lhe é desejável no aspecto da entrega, do amor ao próximo, na questão doutrinária isso é expressamente vetado; “Eu, irmãos, apliquei estas coisas por semelhança a mim e Apolo, por amor de vós; para que em nós aprendais a não ir além do que está escrito, não vos ensoberbecendo a favor de um contra outro.” I Cor 4;6

Ou, “Ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema.” Gál 1;8

Ainda: “... se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará sua parte do livro da vida...” Apoc 22;18 e 19 etc.

Muito deparei com uma ameaça disfarçada de religião; “Que Deus te dê em dobro tudo o que me desejares.” Isso não é bíblico? Não! Dizer, como numa canção antiga: “Não mexe comigo que ponho seu nome lá no meu terreiro, eu sou macumbeiro.” É o mesmo princípio dos “evangélicos” que revidam ofensas com: “Entreguei pra Deus”.

Primeiro; O Eterno não carece que lhe entreguemos nada; tudo já está em Suas Mãos; inclusive, nossas vidas; Depois; perdão é o mandamento mais presente na Sua Lei, o que é diametralmente oposto ao desejo de vingança.

Perdoar é uma atitude difícil, no prisma fraterno, que faz bem maior a quem oferece, que, a quem recebe. Mágoa é como um câncer que vulnera seu hospedeiro, não a terceiros; então, quando alguém que me magoou pede perdão, embora esteja primeiramente tratando suas culpas, por extensão ajuda na minha cura também.

Logo, quando O Criador demanda que perdoemos como fomos, por Ele, perdoados, age como um Pai cioso que requer dos Seus filhos que sejam cuidadosos com a saúde psíquica e espiritual.

Nada de pagarmos na mesma moeda, pois; digo; na mesma usada por quem nos fez mal. Mas, de quitarmos a conta, quando pedido, com a mesma “Moeda” de valor inestimável com a qual Deus nos comprou; “Nenhum deles (dos ricos) de modo algum pode remir seu irmão, ou dar a Deus o resgate dele; Pois, a redenção da sua alma é caríssima...” Sal 49;7 e 8

“O perdão é um catalisador que cria a ambiência necessária para uma nova partida, para um reinício.” Martin Luther King

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Quem tem medo da polícia?

“Fizeram-lhe seus filhos assim como ele lhes ordenara. Pois, o levaram à terra de Canaã e sepultaram na cova do campo de Macpela...” Gên 50;12 e 13

Os filhos do finado Jacó cumprindo após sua morte algo que ele ordenara.

As sociedades modernas dispõem de robustos aparatos militares e policiais, que, detêm legalmente o monopólio do uso da força; para coibir, ou, para punir aos que descumprem o pacto social maior, a Constituição.

As possibilidades são duais; as consequências também; ou, o sujeito cumpre as diretrizes, é um cidadão, que, por observar deveres usufrui direitos; ou, coloca-se à margem disso, ao risco de privação da liberdade, quiçá, da vida, como consequência da opção marginal.

Somos instados ao cumprimento dos deveres, pois, uma ameaça punitiva ronda aos que fizerem diverso. Claro que me refiro a sociedades minimamente saudáveis, sem as parcialidades tiranas das ditaduras, nem, as “isonomias” dos privilegiados “mais iguais que os outros”.

Todavia, não havendo ameaça por desobediência, o que nos faria cumprir uma promessa? No caso dos filhos de Jacó, ele estava morto; se, fosse sepultado no Egito mesmo, poupando a todos de exaustiva empresa até Canaã, quem os puniria por isso?

Cresci ouvindo que, uma vez descumprida a vontade de alguém que faleceu, o espírito do tal volveria assombrar aos culpados. Parecia muito real; depois de adulto se revelou tolice.

Mas, pensando bem, de certa forma o finado credor “volta” sim, se, o desonrarmos. Só que, o que assombra não são as travessuras de uma “alma penada”; invés do “Gasparzinho” são as dores de uma consciência relapsa que pesam ao devedor.

A cauterização da consciência é opção marginal, espiritual, de todos que adotam o pecado com modo de vida. Estando em suas possibilidades a existência ou não, da “Polícia” interior optando pelo “crime”, eliminam-na.

Por isso, após a conversão coisas erradas que antes fazíamos sem culpa não são mais possíveis. Digo; possíveis, sem culpa. Paulo ensina aos romanos que no seu pretérito de erros estavam isentos de tal polícia; “Porque, quando éreis servos do pecado estáveis livres da justiça.” Rom 6;20

Entretanto, essa “liberdade” era mortal, invés da servidão a Cristo, que dá vida. “Que fruto tínheis, então, das coisas de que agora vos envergonhais? Porque o fim delas é a morte. Mas, agora, libertados do pecado, feitos servos de Deus, tendes vosso fruto para santificação; por fim a vida eterna.” Vs 21 e 22

Erros de “então” com consciência morta, que agora, (convertidos) “vos envergonhais”. O que fora normal na vida de um rebelde se tornou vergonha sob a lupa espiritual que passou a ter, regenerada sua consciência.

Porém, a Bendita Graça de Cristo faz muito mais que escavar fósseis no sítio arqueológico de nossos pecados. Remonta osso por osso o arcabouço de nossas culpas para que nos arrependamos; depois disso purifica e mantém vivas as consciências no Espírito. “Porque, se, o sangue dos touros e bodes, a cinza de uma novilha esparzida sobre os imundos, os santifica, quanto à purificação da carne, quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu imaculado a Deus purificará vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo? Por isso é Mediador de um novo testamento...” Heb 9;13 a 15

Muitos, os legalistas, sobretudo, equacionam efeitos do Evangelho a certa uniformização ritual, funcional, dos salvos como se esse fosse o fim. Não. O alvo é mais sublime que mera encenação. “Ora, o fim do mandamento é o amor de um coração puro; de uma boa consciência, e uma fé não fingida.” I Tim 1;5

Amor de um coração puro é dever de minha relação com o próximo e com Deus; uma boa consciência minha relação comigo mesmo e com O Senhor; uma fé não fingida é o resumo das duas qualidades primeiras; senão, a hipocrisia tomará seu lugar apenas encenando o verossímil onde deveria habitar o verdadeiro.

Não precisamos que “Jacó” esteja vivo para obedecermos Sua Vontade; digo, Cristo, O Senhor, em Pessoa. Basta Seu Espírito em nós avivando nossas consciências; Sua Palavra conhecida para identificação do Seu querer.

Quando Paulo ordenou que nos sujeitássemos às autoridades disse que, tais são ministros de Deus. Nossa sujeição deveria transcender aos deveres meramente cidadãos para chegar às fontes espirituais; “é necessário que lhe estejais sujeitos, não somente pelo castigo, mas, também pela consciência.” Rom 13;5

Se, no caso do Patriarca era apenas um desejo de onde repousarem seus restos mortais, no caso de Cristo, Príncipe da Vida, o anseio é de um lugar santo onde, habite Ele, Seu Pai e Seu Espírito. “... se alguém me ama, guardará a minha palavra; meu Pai o amará viremos para ele, e faremos nele morada.” Jo 14;23

sábado, 28 de janeiro de 2017

Maravilhas ignoradas

“Duas coisas me deixam maravilhado, o céu estrelado acima de mim, e a lei moral, dentro de mim”. ( Kant )

Quem padece necessidade de melhores olhos, vê apenas o imediato, não raro, vê problemas, como o jovem que andava com Eliseu, para o qual, o profeta rogou que se lhe abrissem os olhos. Feito isso pode ver maravilhas Divinas.

O céu estrelado acima de mim...” foi versado por Davi no salmo 19, e, invés de ensejar uma teoria, tipo, Big Bang, deu azo a belos louvores, reconhecendo o autor, de tais obras. “Os céus declaram a glória de Deus, o firmamento anuncia a obra das suas mãos. Um dia faz declaração a outro, uma noite mostra sabedoria a outra. Não há linguagem nem fala, mas, ouve-se sua voz. A sua linha se estende por toda a terra, suas palavras até ao fim do mundo. Neles pôs uma tenda para o sol, o qual é como um noivo que sai do seu tálamo, se alegra como um herói, a correr seu caminho.” Vs 1 a 5

Spurgeon comentando tal texto disse: “Aquele que, após contemplar a vastidão dos céus, astros, estrelas em sua perfeita harmonia, ainda se declara ateu, juntamente se declara imbecil e mentiroso.” Pois, os céus proclamam a Glória de Deus.

Mas, voltando a Kant, havia uma segunda coisa que o maravilhava; “... a lei moral dentro de mim.” Disse. O mesmo livro dos salmos traz a Onipresença Divina, em miúdos: “Para onde me irei do teu espírito, ou, para onde fugirei da tua face? Se, subir ao céu, lá estás; se, fizer no inferno minha cama, eis que ali estás também. Se, tomar as asas da alva, habitar nas extremidades do mar, até ali, tua mão me guiará, a tua destra me susterá. Se, disser: Decerto que as trevas me encobrirão; então, a noite será luz à roda de mim. Nem ainda as trevas me encobrem de ti; a noite resplandece como o dia; trevas e luz são para ti a mesma coisa;” Sal 139;7 a 12

Ora, lícito nos seja concluir que o autor não foi a esses lugares todos, nem poderia. Como sabia, então, que neles, Deus estava? A “lei moral dentro de mim” também chamada, consciência, faculdade do Espírito, o fazia saber que, onde quer que fosse Deus estaria, uma vez que, estava nele. 


Mesmo quem ignora, em parte, as Divinas demandas, ainda possui esse aferidor moral mencionado por Paulo: “Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei; os quais mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente, sua consciência, e seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os.” Rom 2;14 e 15

Quantas pessoas que, sequer conhecem à Palavra, contudo, têm boas noções sobre direitos, deveres, equidade, isonomia, coisas que se alinham aos preceitos bíblicos. Se agirem à luz disso cumprem a lei moral que identificam.

Porém, a miopia espiritual que, atualmente grassa, não permite ver mais essas maravilhas. Nem as internas que me desconfortam sempre que fico aquém dos reclames do Espírito, nem as externas, que gritam alhures sobre a Majestade do Criador.

O Eterno tem sido usurpado em Sua Glória, por uma geração de pregadores com a “visão” do jovem auxiliar de Eliseu, que, não consegue transcender o imediato; suas mensagens não vão além da matéria, suprimento do ventre e outras vaidades acessórias.

Alguém disse com acerto: “Quando você aponta uma estrela para um imbecil, ele olha pra ponta do seu dedo.” Claro que os imbecis em questão, são tais pregadores, pois, fazem uso da Palavra, cujo Centro, Alvo, Meta, é a Estrela de Davi, Jesus Cristo; eles, não conseguem prestar o culto racional, onde, a Razão a serviço do Espírito, patentearia ante eles, a Vontade de Deus.

A Palavra e Suas justas demandas se tornou como um Moisés no monte, demorado em seu retorno, e o povo tinha pressa. Como aqueles fizeram o bezerro de ouro dando vazão às suas comichões, esses, veem naqueles, “sombra dos bens futuros” tipo de sua “teologia” cuja única maravilha que põe em relevo é a Longanimidade de Deus.

As maravilhas da criação, bem como, o fato de estarmos “condenados” a sermos justos, deveriam tremelicar nossas antenas, como fizeram com Immanuel Kant, mas, a galera está sonolenta demais para isso.

Como são justos todos os reclames Divinos, ou respondemos favoravelmente a eles, ou, não teremos verdadeira paz interior. “O efeito da justiça será paz, a operação da justiça, repouso e segurança para sempre.” Is 32; 17 Isso, ou, a opção ímpia e suas consequências: “Os ímpios não têm paz, diz o Senhor.” Is 48;22

sábado, 23 de julho de 2016

O egoísmo sadio

“Eis que, como foi tua vida hoje de tanta estima aos meus olhos, assim seja a minha vida de muita estima aos olhos do Senhor, ele me livre de toda a tribulação.” I Sam 26;24

Davi, acabara de poupar a vida de Saul que o perseguia para matar, e disse tais palavras. Mesmo estando em suas mãos ferir ao rei, temeu e não fez; depois, alto e bom som desejou que, assim com tratara seu desafeto fosse tratado pelo Senhor.
Nada mais certo no que tange a orações atendidas, que orarmos segundo a Vontade de Deus. Mais tarde, o mesmo Senhor ensinaria que tal isonomia faz parte do agir Divino para conosco. “Perdoa nossas dívidas assim como perdoamos nossos devedores...” Ou, mesmo nas relações interpessoais; Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lhes também, porque esta é a lei e os profetas.” Mat 7;12

Desse modo, o agir idôneo, a coerência entre atos e palavras é mais que bom exemplo como defendem alguns. É indício de saúde espiritual, consciência silenciada pela mordaça da integridade. Jeito de ser que agrada a Deus, que, uma vez satisfeito com Seu filho, o abençoa.

Pois, se alguém diz as coisas certas, eventualmente, é como um paciente qualquer na medicina da vida que possui a devida receita, contudo, se age em dissenso com o que diz acreditar, assemelha-se a uma criança que recusa tomar o remédio dado seu sabor amargo, quiçá, sua dor, em caso de uma injeção, por exemplo. Seu “conforto” circunstancial acaba sendo avaliado mais importante que a saúde geral. Isso soa insano como se, um cego que vivesse de esmolas recusasse uma cura possível, preferindo sua sina, a ter que trabalhar pra ganhar a vida, uma vez recuperada a visão. Isso é loucura?? Pode ser. Entretanto, precisamos de figuras palpáveis para identificarmos verdades espirituais, como fez O Maior dos Mestres, usando parábolas e metáforas para ensinar.

Quando digo as coisas certas, meu alvo são os outros. Quando faço as coisas certas, mesmo que isso se reflita sobre os outros, me preocupo comigo, com os ditames da consciência, que demanda que eu seja, tal qual, ensino.

A purificação da consciência, aliás, é o “Upgrade” do Velho para o Novo testamento. A “purificação” do sacerdócio Levítico era externa, cerimonial, e uma vez cumpridos os ritos sacrificais pelo pecador, retornava à sua rotina “purificado” mesmo que, seu coração persistisse em sua obstinação egoísta. O Bendito Sangue de Jesus Cristo pretende fazer melhor: Porque, se o sangue dos touros e bodes, a cinza de uma novilha esparzida sobre os imundos, os santifica, quanto à purificação da carne, quanto mais, o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará as vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo?” Heb 9;13 e 14

Quem conhece a história da queda da humanidade sabe que o problema era sempre externo, no outro. Para Eva fora a serpente, para Adão, fora Eva que o induzira. Assim, o culto hipócrita faz seu “mise em scène” tendo como alvo o outro, que assiste tal encenação. Por essa razão, aliás, O Salvador altercou com os religiosos da época que, mesmo zelosos das aparências, foram comparados a sepulcros caiados, cheios de podridão por dentro.

O home íntegro traz certo “egoísmo” acusatório de modo a procurar pelas falhas primeiro em si, antes de qualquer vislumbre do outro. O clássico remover sua trave primeiro, antes de ver o cisco alheio. Entretanto, um que ensine a Palavra, mesmo que tenha também, eventuais falhas, não é necessariamente um hipócrita, desde que, aplique contra si mesmo, as exortações que apregoa alhures.

Muitos ímpios refratários a Deus e Sua correção rejeitam ensinos porque os mestres não são perfeitos, ignorando que, tais, derivam de Cristo, e Ele é perfeito, sim. Temos um tesouro em vasos de barro, como disse Paulo, e os que padecem a miopia da carnal preferência, veem o vaso apenas, sem identificar o conteúdo valioso. Assim a isonomia aquela, onde Deus nos trata como tratamos aos homens, O fará ver apenas defeitos, malgrado, eventuais virtudes. Por isso, disse: “Ao que tem, mais se lhe dará, e terá abundância; ao que não tem, ( fé obediência ) até o que tem, ser-lhe-á tirado”.

Quem quer lavar-se com água suja, pois, encontrará em abundância. Digo, justificar seus erros ancorado nos alheios; contudo, ante Deus, apenas Água da Vida, Jesus Cristo, como Ele mesmo disse: “...Se eu te não lavar, não tens parte comigo.” Jo 13;8

Ele não lava mais, pessoalmente aos Seus, antes, O Faz mediante Sua Palavra. Para a santificar, ( a igreja ) purificando-a com a lavagem da água, pela palavra” Ef 5;26