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terça-feira, 30 de julho de 2019

Os Piores Cegos

“Será que a vara do homem que Eu tiver escolhido florescerá; assim farei cessar as murmurações dos filhos de Israel contra mim, com que murmuram contra vós.” Nm 17;5

Moisés acusado de nepotismo; de escolher aos seus para o sacerdócio e atribuir a escolha a Deus. O próprio Senhor que ordenara todos os feitos do Seu escolhido estava prestes a “assinar” que a opção fora Sua. Doze varas mortas seriam colocadas perante Ele; uma floresceria.

Vergonhoso que, depois dos sinais operados no Egito para livrá-los da servidão, da abertura do Mar Vermelho, de sanar às águas de Mara, etc. tudo usando Moisés como Seu instrumento, ainda restassem dúvidas que Deus falava e agia mediante ele.

Muitos devaneiam com fartura prometendo que, de posse dela serão fiéis; terão todo tempo para servir a Deus. Mentem para si mesmos traídos pela estupidez que envergam. Fidelidade é mais encontrável na carência do que na fartura.

Séculos de escravidão no Egito, onde, tinham apenas a ração diária e trabalho duro sob o chicote dos feitores de Faraó. Muitos deles certamente oravam por libertação fiados no relacionamento pretérito do Eterno com Abraão, Isaque e Jacó.

Não tendo tempo nem espaço para nada mais além de trabalhar e orar, de certa forma eram fiéis. Então, “alforriados” miraculosamente, com tempo, liberdade e espaço, amplos, isso já lhes não bastava. Precisavam devanear com poder também.

Invés de olharem para trás para ver como era boa a nova posição, olhavam para um porvir imaginário que fazia o bom parecer ruim.

A imensa maioria dos “problemas” humanos deriva de um olhar indevido, foco deslocado da realidade que, invés do sólido alicerce dos fatos pisa nas areias movediças da cobiça. “Melhor é a vista dos olhos que o vaguear da cobiça; também isto é vaidade e aflição de espírito.” Ecl 6;9

Se, esses fruíssem sozinhos, às aflições oriundas das suas concupiscências, “vá bene”! Mas, desgraçadamente projetam-nas sobre terceiros que não têm nada a ver com seus desarranjos de alma; no caso em apreço, sobre Aarão e Moisés. A “boa” e velha inveja que costuma ter olhos sagazes para ver frutos, posição, privilégios, sempre é míope para ver o preço, as dores, o trabalho de quem é seu alvo.

Não sem razão, pois, sua origem latina, “invídia” significa não querer ver. O dito que o pior cego é o que não quer ver, num sentido mais amplo significa que o pior cego é o invejoso.

Desses O Salvador também falou: “Se, porém, teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Portanto, se, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!” Mat 6;23

Aos romanos que estavam em luta com suas carnalidades resilientes, ao que parece pela exortação de Paulo, ele desafiou que olhassem para trás, para a esbórnia suicida em que viveram e a comparassem com o dom recebido em Cristo. “Porque, quando éreis servos do pecado estáveis livres da justiça. Que fruto tínheis, então, das coisas de que agora vos envergonhais? Porque o fim delas é a morte.” Rom 6;20 e 21 Se, o passado era motivo de vergonha e o presente os tinha no dom da vida, estavam muito melhor.

Se, é pra frente que se anda como falam, há uma bagagem pretérita de experiências, dores, aprendizado que deve andar conosco para que as lições dos passos idos não sejam desperdiçadas.

Por Jeremias o Próprio Deus aconselhou o povo a olhar um tiquinho para trás; “Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos, e vede; perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho e andai por ele; achareis descanso para vossas almas; mas eles dizem: Não andaremos.” Jr 6;16 Nesse caso, gente que andara bem, e se desviara.

O que muitos chamam de seguir em frente não passa se fuga da sombra de correr sem alvo, foco. Onde querem chegar? Daniel anteviu o progresso da ciência nos últimos dias, e a corrida insana também; “... muitos correrão de uma parte para outra, e o conhecimento se multiplicará.” Dn 12;4

Lembrei uma antiga canção que dizia: “A vida é de quem corre menos em busca de mais...”

Quando O Salvador acenou com “vida com abundância” estava falando de vida eterna, não de fartura terrena, facilidades. Advertiu das aflições.

Nele (como a de Aarão) somos varas mortas que recebem o dom da vida.

O agricultor não planta para o deleite das plantas, mas, para obter frutos; assim espera que frutifiquemos invés de devanearmos com coisas que não nos pertencem. “Eu sou a videira verdadeira; meu Pai é o lavrador. Toda vara em mim, que não dá fruto tira; e limpa aquela que dá fruto, para que dê ainda mais.” Jo 15;1 e 2

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

Mortais Mentirosos

“Está morto; podemos elogiá-lo à vontade. (Machado de Assis)

Comentaristas usam dizer que goleiro e juiz só se elogia depois que o jogo acaba. Suas funções são de relevância tal, que, uma falha bisonha apenas, colocaria um eventual bom desempenho, a perder.

Li alguém interpretando a frase de Machado de Assis e dizendo ser essa a ideia; só se elogia abertamente a alguém depois que morre; pois, o tal estaria impedido de cometer desacertos que maculassem nossos elogios.

Atrevo-me a pensar que não era isso que o ilustre escritor tinha em mente. É fato inegável que as pessoas tendem a certa “vista grossa” para os defeitos de alguém recentemente falecido; enquanto, são pródigas em exaltar às qualidades. “As pessoas ficam boas quando morrem;”, dizem.

Se, elogio alguém o faço em relação ao que conheço dele; não pretendo que meu encômio o coloque numa saia justa que o impeça de falhar para que minha opinião não se revele igualmente, falha.

Se, elogiasse apenas a um que não mais pode falhar pela ausência de ocasião, em virtude da morte, não seriam as suas qualidades que estariam em relevo, mas, meus defeitos; presunção de infalibilidade, orgulho. Seria digno que o finado se levantasse do esquife e vaiasse minha miséria moral.

Desgraçadamente o homem não consegue praticar o preceito Bíblico; “Chorai com os que choram; alegrai-vos com os que se alegram.” Especialmente, a segunda parte. Conheço gente que se remorde inveja quando outro melhora de moradia, carro, ou, outro bem qualquer. É visível o mal estar de muitos, invés de se alegrarem com as conquistas de seus semelhantes.

Efeito colateral dum foco desviado no sentido da vida; invés da salutar coexistência, a predadora e voraz competição. O outro deixa de ser meu semelhante vira uma coisa, que eu posso usar se, me trouxer alguma vantagem.

Por essa insana lupa, quando alguém morre deixa de ser uma “ameaça”; enfim, podemos elogiá-lo (a) à vontade.

A Palavra de Deus evidencia a causa: "Também vi eu que todo o trabalho, e toda a destreza em obras, traz ao homem a inveja do seu próximo. Também isto é vaidade e aflição de espírito.” Ecl 4;4

Mais que exaltar às qualidades do que partiu muita “boa intenção” perde a noção do ridículo; atreve-se pródiga numa senda que desconhece; a dizer para onde foi no além, aquele que já não incomoda à sua inveja. Se o que foi jogava futebol, agora “joga pra Jesus”; se era cantor, canta nos Céus; se, poeta, recita para os anjos, etc.

Quem disse a morte é sinônimo de salvação? Que, não importam as escolhas que alguém faça, quando vivo, mas se morreu está com Deus? A Bíblia, autoridade Divina sobre os dois lados da vida não ensina assim em lugar nenhum; que à morte sucede a salvação, antes, “... aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo...” Heb 9;27

Esse Juízo será segundo Deus e Sua Palavra, não segundo meus desejos voláteis, movediços.

Uma coisa é respeitarmos a dor dos enlutados; se possível abrandarmos à mesma, invés de aumentarmos; outra, porém, é sair como papagaios repetindo asneiras sem pé nem cabeça pensando que, em momentos de dor as mentiras estão liberadas. Não é assim.

Quando alguém morre significa que sua redoma de tempo e espaço para encontrar a Deus quebrou-se; acabou. Com o que fez até então, comparecerá perante O Criador. “De um só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e limites da sua habitação; para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, o pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós.” Atos 17;26 e 27

Por contraditório que pareça, Deus não aprova aos que “Fazem o bem”, antes, aos que fazem Sua Vontade. Para conhecê-la deveras, carecemos romper com tantas coisas... “... apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

Vá a um cemitério e verás; 99% dos sepulcros terão uma estrela assinalando o nascimento; uma cruz à morte. Uma clara intenção de identificação com Cristo.

A "Estrela de Davi" brilha pra mim quando O recebo arrependido; a Cruz tomo ainda em vida quando decido obedecê-lo. O que outros fizerem ou disserem de mim após minha morte não vale nada para efeito de salvação. Pra isso é necessário nascer de novo, não, morrer.

Então, “... Eis aqui agora o tempo aceitável, eis aqui agora o dia da salvação...” II Cor 6;2

domingo, 13 de janeiro de 2019

O Veneno da Verdade

“Estevão, cheio de fé e poder fazia prodígios; grandes sinais entre o povo.” Atos 6;8

A saga rumo ao apedrejamento não foi por algum sacrilégio, feitiçaria, adultério; por exemplo. O Espírito Santo capacitara Estevão a fazer prodígios, milagres entre o povo.

Quando um falsário tipo João de Deus faz suas mandingas e perversões temos cumplicidade, aquiescência, silêncio; porém, a um veraz, presto surge oposição.

A causa é a mesma desde Caim; inveja. “Também vi que todo trabalho e destreza em obras traz ao homem, a inveja do seu próximo...” Ecl 4;4

“Levantaram-se alguns que eram da sinagoga chamada dos libertinos, cireneus, alexandrinos, da Cilícia, Ásia e disputavam com Estevão.” V 9 Chama atenção a facilidade que a maldade tem de recrutar adeptos, dirimir diferenças movida pelo ódio comum. Contra Cristo, escribas, fariseus, saduceus, herodianos, malgrado, as diferenças e rivalidades uniram-se.

Agora; libertinos, cireneus, alexandrinos, cilícios, asiáticos todos “falavam a mesma língua”. Acho que isso explica porque o ecumenismo é tão fácil, tão natural para muitos.

Em comum o afrouxamento doutrinário, abandono da ortodoxia bíblica, que, A Palavra chama de “libertar-se” de Cristo; motim. “Por que se amotinam os gentios, os povos imaginam coisas vãs? Os reis da terra se levantam os governos consultam juntamente contra o Senhor e contra seu ungido, dizendo: Rompamos suas ataduras, e sacudamos de nós suas cordas.” Sal 2;1 a 3

Voltando aos oponentes de Estevão; tinham um problema maiúsculo. “Não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito com que falava.” V 10 Natural evocar o texto de Paulo que diz: “Nada podemos contra a verdade; senão, pela verdade.” II Cor 13;8

Poderia aqui um apressadinho objetar: “Como nada se, eles terminaram matando o que falava a verdade”? Paulo estava escrevendo aos cristãos de Corinto; assim, nada podemos contra a verdade os que somos cristãos. Ainda que ousemos contra ela, no fim, culminará em nada; pois, “ficarão de fora os mentirosos...”

Aqueles, porém, como a verdade não lhes era favorável recorreram ao “plano B”; “Então subornaram uns homens, para que dissessem: Ouvimos-lhe proferir palavras blasfemas contra Moisés e contra Deus.” V 11

Almas prostitutas que topam tudo por dinheiro sempre existiu. Para tais, qual problema de contar solenemente uma mentira e faturar algum? Nesse sentido que Salomão ensinara que poder para vida ou morte está em nossa língua. Não como fazem parecer alguns falsários, que, nossa palavra tenha virtude como a de Deus.

Assim, acusando Estevão de Blasfêmia teriam atenção do Sinédrio; porém, para reforçar buscaram mais; “Excitaram o povo, os anciãos e os escribas... v 12

A multidão - diziam os gregos – é uma besta acéfala. Ou seja: Um monstro sem cérebro. Desgraçadamente é. Claques são contratadas em programas de auditório para aplaudir, o que, interesses mesquinhos mandam; e o restante do povo aplaude junto. Se, num ajuntamento como o que promoveram contra Cristo meia dúzia de incendiários começasse a gritar: “Crucifica-o” dali a pouco seria uníssono; e foi.

Essa acefalia suicida faz a fortuna de populistas; políticos, artistas ou falsos profetas. Os inocentes úteis; gado que berra que lhes mandam por absoluta inépcia na arena do pensamento.

Enfim, Estevão no tribunal exerceu direito de defesa. Seu discurso é uma joia de conhecimento escriturístico. Impecável. De Abraão, Isaque, Jacó; passou pelos Patriarcas, Profetas sem omitir nada relevante; até que chegou a Jesus Cristo.

Porém, quando concluiu que Esse era Inocente, que fora por eles assassinado foi a gota d’água; perdeu sua audiência. “Ouvindo eles isto enfureciam-se em seus corações; rangiam os dentes contra ele.” V 54

Não houve um veredicto oficial. Pelos crimes tais, previstos nos códigos tais, o réu fulano de tal é condenado por esse tribunal à pena tal. Nada. O tribunal era o principal réu na acusação de resistir à verdade; fora o Sinédrio que entregara O Salvador aos romanos e incendiara à “besta acéfala” pedindo a crucificação.

A condenação do infeliz foi sumária, emocional, selvagem. Levaram-no à força e cobriram de pedradas até à morte. Deprimente, quando, o Tribunal que deveria evitar o crime comete-o. Isso lembra algo?

Esse incidente é didático para entendermos por que a Palavra de Deus é tão combatida, e seus ministros probos odiados. Ela ameaça aos ímpios com seu “veneno” letal, A Verdade. Subornaram Darwin, Nietzsche, Marx, Sartre, etc. contra ela e não adiantou.

Como Estevão, destemidamente continua deixando nus, todos os assassinos de Jesus Cristo. Contudo, ela não os apedreja; tão somente exorta a que se arrependam e promete perdão.

O mesmo Senhor que se levantou do trono para honrar à fidelidade de Estevão É O Fiador da regeneração de todos que se arrependem.

Isso, ou, o mega motim que se forma já, sob a batuta do Anticristo para a eterna perdição.

domingo, 9 de dezembro de 2018

Inveja; melhor nem ver

"Teu coração não inveje os pecadores; antes, permanece no temor do Senhor todo dia. certamente acabará bem; não será malograda tua esperança.” Prov 23;17 e 18

A inveja, pela sua natureza tem um consórcio com o sucesso. Os fracassados nunca serão seu alvo. Como se diz vulgarmente, não se atira pedra em árvore sem frutos. Assim, sempre será o desfrute de posses, poder, talento, afeição, o motor da inveja de terceiros.

Entretanto, a exortação supra desaconselha que invejemos pecadores. O que eles têm que não temos? Na verdade desfrutam uma “liberdade” que cristãos não possuem. “Porque, quando éreis servos do pecado estáveis livres da justiça.” Rom 6;20

Ou seja: Não têm compromisso de atuar como filhos da Luz, servos do Senhor. Sua morte espiritual é seu “sucesso”, sua “segurança”. Lembrei uma cena do filme “O Auto da Compadecida” onde, no além, o poltrão João Grilo afrontou ao temido Severino de Aracaju. Ele ameaçou revide; o espertalhão respondeu: “Vai fazê o quê? Já tamo morto mesmo.” (Sic)

Desse modo, a ousadia do ímpio que lhe permite ser “livre” da justiça deriva do fato de estar morto, nada tem a perder. Seu único “risco” é de vida; de ouvir Cristo, arrepender-se por crer, e passar da morte para a vida, senão, tanto faz. “Curta a vida que a vida é curta”; a dele é.

É muito enganoso esse aspecto que pode ensejar inveja a desavisados. A porção dos ímpios reside apenas na terra; então, podem lançar mão de injustiças para serem prósperos aqui; e, muitos o são. Aí, um que se purifica pelo temor do Senhor, arbitrado por uma consciência viva segundo A Palavra leva uma existência modesta, quando não, de privações; se, olhar de modo superficial irá se confundir.

Essa perspectiva foi cantada em prosa e verso; “Pois, eu tinha inveja dos néscios, quando via a prosperidade dos ímpios. Porque não há apertos na sua morte, mas, firme está sua força. Não se acham em trabalhos, nem são afligidos como outros homens. Por isso a soberba os cerca como um colar; vestem-se de violência como adorno. Os olhos deles estão inchados de gordura; têm mais do que o coração podia desejar. São corrompidos e tratam maliciosamente de opressão; falam arrogantemente. Põem suas bocas contra os céus; suas línguas andam pela terra.” Sal 73;3 a 9

Eventualmente, um deles migra do palácio à cadeia, ainda nessa vida; mas, a maioria vai-se impune até o Juízo de Deus. Então, olharmos para isso da perspectiva puramente material poderia ensejar inveja; seria uma “conversão” avessa, passaríamos da vida para a morte.

O mesmo salmista, que usou sua “inveja” apenas como exercício retórico, depois, refez o rumo da prosa na conclusão; “Se eu dissesse: Falarei assim ofenderia a geração de teus filhos. Quando pensava em entender isto foi para mim muito doloroso; até que entrei no santuário de Deus; então entendi o fim deles. Certamente tu os puseste em lugares escorregadios; tu os lanças em destruição.” Vs 15 a 18

E, há muitos pregadores que desafiam incautos nesses termos: “Fulano tem isso, cicrano aquilo, beltrano conquistou aquilo outro; você nessa derrota, nessa miséria”. Em nenhum momento de suas prédicas aparecem as palavras-chave, pecado, arrependimento, cruz, salvação. Embora se digam ministros do Evangelho, não passam de pregoeiros da inveja dos ímpios.

Falando ao jovem pastor Timóteo, Paulo ensinou: “Os que querem ser ricos caem em tentação e laço; em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; nessa cobiça alguns se desviaram da fé; transpassaram a si mesmos com muitas dores. Mas, tu, ó homem de Deus, foge destas coisas; segue a justiça, piedade, fé, amor, paciência e mansidão.” I Tim 6;9 a 11

Aludindo à sua própria experiência disse mais: “Aprendi contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido e também ter abundância; em toda a maneira, em todas as coisas estou instruído, tanto, ter fartura, quanto, ter fome; tanto ter abundância, quanto, padecer necessidade. Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece.” Fp 4;11 a 13

Por fim, mostrou para onde aponta a escala de valores dos abastados espirituais; “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” I Cor 15;19

O texto inicial coloca em contraponto à inveja, esperança. Só abdicando dela, da confiança no Eterno e no que prometeu poderíamos insanamente invejar quem tem muito menos que nós. Os cristãos verazes, como disse Spurgeon, “não trocam de lugar com reis em seus tronos, se, esses não conhecem a Cristo.”

A inveja é pequena demais para combinar com as grandezas reservadas aos filhos de Deus.

domingo, 5 de novembro de 2017

Inveja; Razão da Fome e da Sede

“Estevão, cheio de fé e poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo. Levantaram-se alguns que eram da sinagoga chamada dos libertinos, cireneus, alexandrinos, dos que eram da Cilícia e da Ásia, e disputavam com Ele. Não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito com que falava. Então subornaram uns homens para que dissessem: Ouvimos-lhe proferir palavras blasfemas contra Moisés e contra Deus.” Atos 6;8 a 11

Esse incidente realça algumas nuances humanas que faz sentir vergonha de pertencer à espécie; isso, após sermos regenerados por Cristo, pois, antes éramos do mesmo calibre.

Algum tempinho atrás Estevão era nada, não incomodava ninguém; mais um na multidão. Promovido pela igreja à humilde posição de diácono, mero garçom, mas, capacitado por Deus a operar prodígios e sinais, passou de irrelevante, a alvo de disputas, de inveja.

Essa, do latim Invídia, significa uma recusa em ver as coisas como são, ou, aceitá-las. Sempre o invejoso estará olhando assim para alguém que supõe numa condição superior à sua. Ninguém olha para baixo e recusa ver algo que o coloca em superioridade.

Salomão ensina: “Também vi eu que todo o trabalho, toda a destreza em obras traz ao homem a inveja do seu próximo...” Ecl 4;4

Aliás, não foi, justo, essa vetusta, atuante desde o Éden que patrocinou a crucificação do Salvador? Ele Era a junção da pureza com autoridade, carisma, sabedoria e poder; tudo o que os religiosos queriam ser quando crescessem; mas, seu nanismo moral e espiritual impedia; então, restou a violência motivada pela inveja. “Porque ele (Pilatos) bem sabia que por inveja os principais dos sacerdotes o tinham entregado.” Mc 15;10

Desde que o primeiro casal aceitou a sugestão de autonomia humana em relação a Deus, de decidirmos o bem e o mal sem interferência “externa”, o bem, passou a ser visto pela perspectiva diabólica. Esse, além de “Pai da Mentira” é genitor da inveja; dele se diz: “Tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei meu trono; no monte da congregação me assentarei, aos lados do norte. Subirei sobre as alturas das nuvens; serei semelhante ao Altíssimo.” Is 14;13 e 14

Assim como o canhoto lida mal com a submissão hierárquica, seu “legado” à espécie caída inoculou no homem o mesmo vírus. Afinal, de onde brota a inveja, senão, de se constatar eventualmente que outrem desfruta uma posição “superior” à nossa? Seja, na posse de bens, dotes, circunstâncias, talento...? Ao vermos algo assim, não que o ditoso visto seja nosso superior hierárquico, estritamente, mas, por usufruir de algo que desejaríamos para nós soa como tal.

Desse modo, nossa perversão do bem enseja também a perversão da justiça; pois, de certo modo passamos a achar injusto algo que aconteceu alheio a nós, sem nos fazer dano algum, muitas vezes, nos beneficiando, até.

Como um abismo chama outro, depois de suplantados o bem e a justiça, afundamos também a verdade. Voltemos aos invejosos de Estevão. Se, “não podiam resistir ao Espírito com que falava” partiram para o plano B. Subornaram falsas testemunhas em “defesa da virtude” para acusarem Estevão de vício.

Onde está o limite da maldade? Até onde o ser humano pode afundar na lama sem se incomodar, sem ter um estalo e pensar: Puxa, preciso parar com isso?

Naquele caso, esse limite não foi encontrado. Pois, malgrado a brilhante defesa do diácono, num resumo correto e sábio de todas as Escrituras, então, existentes, mesmo assim, sua defesa de nada valeu; foi apedrejado à morte.

O fogo do capeta produz calor sem gerar luz; açoda paixões e cega entendimentos; seus títeres são levados a defender interesses dele presumindo ser os seus. “O caminho dos ímpios é como a escuridão; nem sabem em que tropeçam.” Prov 4;19

Por isso temos mães expondo os próprios filhos à ambientes geradores de pedofilia, prostituição, em nome de um pretenso bem; liberdade. Será que é mesmo isso? Não. São apenas fantoches do Satã usados para afrontar ao que ele inveja; a Santidade de Cristo, representada, inda que timidamente pela igreja e a família.

Em seus domínios nossa defesa resulta inútil como foi a de Estevão, posto que, perfeita. Por quê? Porque, como nosso malfadado STF, seu tribunal também está abaixo da linha de pobreza moral; não julga segundo fatos, evidências, provas, em busca da justiça. Antes, segundo suas más inclinações; sua inveja. Seu senso de “justiça” resume-se a condenar desafetos.

Por isso, pois, somos desafiados a sofrer fome e sede de justiça por amor a Cristo. Porém, no seu tempo seremos fartos. “Porque Deus há de trazer a juízo toda a obra, mesmo, tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau.” Ecl 12;14

quinta-feira, 6 de julho de 2017

O difícil amor ao próximo

“Também vi que todo o trabalho, toda a destreza em obras, traz ao homem a inveja do seu próximo. Também isto é vaidade e aflição de espírito.” Ecl 4;4

Quando certo escriba perguntou ao Senhor: “Quem é o meu próximo?” O Salvador contou a parábola do Bom Samaritano; irônico que aquele benfeitor fosse oriundo de um povo com o qual os judeus tinham inimizade. Mostrou com isso que, nosso próximo nem sempre conta com nossa afeição, natural. É preciso irmos além dela e fazermos o que agrada a Deus, malgrado, o necessitado esteja distante de nós pelos sentimentos.

O texto do Eclesiastes coloca-o como alguém que sofre com nossas conquistas, inveja-nos. Assim, o mandado: “Ama a teu próximo como a ti mesmo” requer de nós que sejamos bons para com pessoas que são más para conosco.

Isso de “só vou gostar de quem gosta de mim” como diz uma canção do Roberto Carlos, não é o modo correto de agirmos se, pretendemos agradar a Deus. “Bendizei os que vos maldizem, orai pelos que vos perseguem” diz o preceito.

A “aflição de espírito” dada como causadora da inveja e demais vaidades, tem causa espúria; não procede de Deus. “Porque do pó não procede a aflição, nem da terra brota o trabalho. Mas, o homem nasce para tribulação, como as faíscas se levantam para voar.” Jó 5;6 e 7

Aflições, tribulações são coisas “normais” depois da queda, onde, o ser humano deixou a comunhão com O Criador e se fez servo do pai da mentira. Da inveja também possui paternidade, pois, foi sua obsessão por ser igual a Deus que o colocou subjugado por Terra. “Já foi derrubada na sepultura tua soberba com o som das tuas violas; os vermes debaixo de ti se estenderão, os bichos te cobrirão. Como caíste desde o céu, ó estrela da manhã, filha da alva! Como foste cortado por terra, tu que debilitavas as nações! Dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono; no monte da congregação me assentarei, aos lados do norte. Subirei sobre as alturas das nuvens; serei semelhante ao Altíssimo.” Is 14;11 a 14

Assim, a inveja humana, fruto de “aflição de espírito” facilmente identificamos qual espírito fomenta aos invejosos para que sofram com nossas conquistas invés de partilharem de nossas alegrias.

Não que sejam meros joguetes do inimigo; antes, arbitrários fazem suas escolhas; mas, como o vício é imensamente mais fácil que a virtude, optam por aquele invés dessa. 

Nossa parte, dos convertidos é mostrarmos uma influência espiritual superior, Divina, para sermos luz ante os que ainda padecem nas trevas. Por isso Paulo aconselha que nosso agir seja “ilógico” sobrenatural; depois de aconselhar o culto racional deu uma amostra do que deve permear as razões espirituais; uma mentalidade diferente da vigente no mundo. “Não vos conformeis com este mundo, mas, transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rom 12;2

Adiante ampliou: “Abençoai aos que vos perseguem, abençoai, não amaldiçoeis. Alegrai-vos com os que se alegram; chorai com os que choram; sede unânimes entre vós; não ambicioneis coisas altas, mas, acomodai-vos às humildes; não sejais sábios em vós mesmos; a ninguém torneis mal por mal; procurai as coisas honestas, perante todos os homens. Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens. Não vos vingueis, amados, mas, dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor. Portanto, se teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas, vence o mal com o bem.” VS 14 a 21

Agindo assim demonstraremos de modo prático nossa relação com Deus; Se, por um lado aqueles que se distanciam sofrem aflições de outro espírito, cabe-nos um modo de vida pautado em valores “de cima”; nosso “Tesouro no Céu” que também servirá com luz a eventuais candidatos à salvação. “Não se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas, no velador; dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos céus.” Mat 5;15 e 16

Enfim, se nosso próximo decide de certo modo se manter distante sigamos atuando como quem está próximo de Deus, até que, mesmo por emulação desejem estar em nosso lugar.

Quando nosso próximo “caído” traz feridas na alma, não no corpo, nosso exemplo se faz o melhor azeite e vinho a ser aplicado sobre as feridas.

quarta-feira, 19 de abril de 2017

Reconciliação

“Mas, eles foram rebeldes, contristaram seu Espírito Santo; por isso se lhes tornou em inimigo, Ele mesmo pelejou contra eles.” Is 63;10

A ideia de termos inimizades, por inócuas que sejam, nunca é um pensamento agradável, embora, em algumas situações, pouco, ou, nada possamos fazer. Há casos, nos quais, mesmo que nada tenhamos feito de mal às pessoas, por inveja, ou, alguma outra razão insana, não gostam de nós, saem espalhando veneno a nosso respeito. “Orai pelos que vos perseguem e abençoai aos que vos maldizem”; a receita Bíblica, porque, pessoas assim, certamente, têm carência espirituais grandes.

Contudo, quando algo mais que isso pode ser feito, devemos fazê-lo. “Portanto, se trouxeres tua oferta ao altar, e te lembrares de que teu irmão tem algo contra ti, deixa diante do altar tua oferta, vai reconciliar-te primeiro com teu irmão, depois, vem e apresenta-a. Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele, para que não aconteça que o adversário te entregue ao juiz, o juiz te entregue ao oficial, e te encerrem na prisão.” Mat 5;23 a 25

Se, meu irmão tem algo contra mim, foi porque falhei com ele, nesse caso, reconciliação depende de mim. Quando depende dele, nada posso fazer, exceto, orar.

Não podemos chegar a Deus, saltando sobre o semelhante. “Aquele que odeia seu irmão está em trevas, anda em trevas, não sabe para onde deva ir; porque as trevas lhe cegaram os olhos.” I Jo 2;11 “Se alguém diz: Eu amo Deus, e odeia seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama seu irmão, ao qual viu, como pode amar Deus, a quem não viu? Dele temos este mandamento: que quem ama Deus, ame também seu irmão.” Cap 4;20 e 21

Entretanto, quando nossa inimizade é contra Deus, motivada por rebeldias, aí, temos um problema de outra dimensão. Eli, o sacerdote relapso, pusera a questão aos filhos: Pecavam, esses, nas coisas do próprio sacerdócio; invés de exercer com vigor sua autoridade, apenas ergumentou: “Não, filhos meus, porque não é boa a fama que ouço; fazeis transgredir o povo do Senhor. Pecando homem contra homem, os juízes julgarão; pecando, porém, o homem contra Deus, quem rogará por ele?” I Sam 2;24 e 25

O Eterno pôs a questão noutros termos, o de quem luta contra Ele. “Quem poria sarças, espinheiros diante de mim na guerra? Eu iria contra eles e juntamente os queimaria. Que se apodere da minha força, faça paz comigo; sim, que faça paz comigo.” Is 27;4 e 5

Fazer paz com Deus, eis a questão! Embora incautos vejam no Evangelho apenas um desafio a mudar de religião, uma “busca por clientes” estilo telemarketing, ( nalguns casos, infelizmente, é ) no fundo, é um apelo do amor de Deus, que pelo Seu Espírito fala em nós, apresentando aos inimigos eventuiais, uma mensagem de reconciliação. Inimigos? Isso não seria dramático demais? Não. É ser bíblico. “Adúlteros e adúlteras, não sabeis que amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” Tg 4;4

Assim, a medida que apresentamos de modo sadio a mensagem do Único Mediador, somos feitos agentes da reconciliação entre pecadores e O Santo. “Tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, nos deu o ministério da reconciliação; isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; pôs em nós a palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus.” II Cor 5;18 a 20

Claro que isso demanda que deixemos de vez, a rebeldia que, se, por um lado nos dá independência para agirmos como quisermos, por outro, nos distancia do Pai, como fez o filho pródigo em sua insana e egoísta saga. Achou que poderia se virar muito bem por conta; foi usado pelas cobiças alheias quando tinha o que dar; empobrecido, terminou comendo com porcos.

Quem não pode dizer de modo verdadeiro, como aquele? “Pai, pequei contra o céu, e perante ti”? Reconhecimento de culpas, eis, o primeiro passo para reconciliação com O Pai! “O que encobre as suas transgressões nunca prosperará, mas. o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia.” Prov 28;13

Feito isso, poderemos, dizer como Paulo: “Se o Senhor é por nós, quem será contra nós”. Quem, que tenha poder maior? Contudo, “soltos das patas” digo, por nossa conta, estamos em inimizade com Deus, a mercê de um que, mesmo fingindo gostar de nós é traidor, assassino. Rogo, pois, de parte de Deus, que vos reconcilieis com Ele, mediante a cruz de Cristo.

sábado, 26 de novembro de 2016

Entre a cruz e as pedradas

“Tendo anunciado o evangelho naquela cidade e feito muitos discípulos, voltaram para Listra, Icônio e Antioquia, confirmando os ânimos dos discípulos, exortando-os a permanecer na fé; pois, que por muitas tribulações nos importa entrar no reino de Deus.” Atos 14;21 e 22

“Confirmando os ânimos...” parece que havia razões para operar desânimo nos discípulos gerados por Paulo naquela região, de modo que, contra essas, aconselhava, exortava.

Mas, quais seriam as razões? Ora, o próprio Paulo, que operava pelo Espírito de Deus, grandes sinais, sobrevivera a um apedrejamento recém, de modo que, trazia sobre si as marcas, o que, visto pelos discípulos, poderia ser um “marketing” contraproducente, algo a ensejar medo, a fazer desistir. Mas, Paulo os fazia entender que tais coisas eram necessárias para ingressar em algo tão grandioso como O Reino de Deus.

Na verdade, pouco importava o que ele fizesse em termos de sinais, pois, o ódio que cega e atua mediante fanatismo possuía os corações dos judeus que se lhe opunham, de modo que, matá-lo a pedradas lhes era ideia fixa.

Após uma bem sucedida empresa ministerial em Icônio, o apedrejamento foi desejado por seus desafetos; “E havendo um motim, tanto dos judeus quanto dos gentios, com os seus principais, para os insultarem e apedrejarem”. V5

Cientes disso, Paulo e Barnabé fugiram para Listra e Derbe, onde, Deus usou a Paulo para curar um homem coxo. Os nativos boquiabertos os queriam tratar como deuses, o que, Paulo rejeitou veemente, mas, aí chegaram os das pedras, do ódio, da inveja, e dessa vez, fizeram o que queriam, havia muito. “Sobrevieram, porém, uns judeus de Antioquia e de Icônio que, tendo convencido a multidão, apedrejaram a Paulo, o arrastaram para fora da cidade, cuidando que estava morto.” V 19

O servo de Deus se revelou duro de matar, e mesmo marcado pelas pedradas, seguiu seu trabalho cuidando em amenizar a situação, para que, as chagas de seu corpo não ensejassem outras iguais, nas almas dos que lhe ouviam.

Contudo, deixando esse viés, por ora, outra questão assoma: Por quê, o ódio é tão convincente? Sim, o povo estava prestes a cultuar em louvor a dois “deuses” tal a admiração pelo sinal operado, mas, bastou que chegasse a turma da inveja turbinando o ódio, para que, a mesma multidão se deixasse convencer, e participasse do apedrejamento.

A palavra convencer sugere a ideia de vitória conjunta, vencer, com. Paulo anunciava O Amor de Deus, mediante Cristo, e operava grandes sinais demonstrando isso; era perseguido pelo establishment religioso, cujos traços do Salvador, buscava apagar a todo custo, mesmo que, com sangue, como se viu na tentativa de assassinar ao apóstolo.

Na verdade, o ódio é muito mais fácil de seguir, que o amor. Esse, demanda renúncia, abnegação, empatia, compromisso, verdade; aquele, não tira nada de bom de mim, antes, lança mão de “qualidades” baratas, como inveja, maldade, presunção, fanatismo, de modo que, me faz juiz, em egoísmo doentio, de quem eu discordar; e desse, vítima de minha “justiça”. Não preciso abdicar de nada, antes, ao seu motor posso dar vazão aos meus instintos mais primitivos, mais bárbaros, de modo que, às almas por ele possuídas, chega a ter certa doçura.

Assim, às muitas tribulações externas aventadas por Paulo para ingresso no Reino, estão anexas também essas maldades internas, que são nossas, como primeiro front de luta caso ousemos crer de modo a buscarmos conversão. “Se alguém quiser vir após mim, negue a si mesmo, tome a cada dia sua cruz, e siga-me.” Luc 9;23 é o desafio do Salvador.

Em suma, o chamamento do ódio me instiga a mandar pedradas em coisas que presumo, erros alheios; o do amor, a mortificar na cruz, as coisas que Deus declarar más, e habitam em mim. O ódio, pois, é mais fácil, por enfrentar a outrem com a mentira; o amor, mais duro, pois, careço enfrentar a mim mesmo, com a verdade. Óbvio que dói menos atirar pedras em outrem, que submeter-me à cruz.

Embora o seguimento calvinista insista que Deus faz tudo sozinho quando, salva-nos, nem seríamos arbitrários, apenas, eleitos, na verdade, opera por nos convencer, mediante O Bendito Espírito Santo; naqueles que convence, vence com; salva. “Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo.” Jo 16;8

Convencido que minhas “qualidades” são pecado diante de Deus; que, a justiça Dele se cumpre em Cristo, e que, não me abrigando à Sua sombra serei réu, sou, pelo Mesmo Espírito, encorajado e capacitado a corresponder ao Amor de Deus.

A ação do Espírito, não me adestra para pedradas, antes, arrependimento. O fogo do ódio, do fanatismo, arde apenas por calor, destruição; o do Espírito Santo, por luz, edificação.

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

O lado corajoso da força

“Então subornaram uns homens, para que dissessem: Ouvimos-lhe proferir palavras blasfemas contra Moisés, contra Deus. Excitaram o povo, os anciãos, escribas; e, investindo contra ele, o arrebataram e levaram ao conselho.” Atos 6;11 e 12

Estevão era o alvo dessas “providências” todas. Calúnias de gentalha venal, mentiras travestidas de zelo religioso, para causar tumulto e levar o servo de Deus a julgamento. Mas, o que ele fizera que incomodava tanto aos agitadores? “Estêvão, cheio de fé, de poder, fazia prodígios, grandes sinais entre o povo.” V 8

Desde a queda, o ego, esse bastardo assassino que tomou toda humanidade, sempre emulou à competição, às disputas, inveja, de modo que, até mesmo os discípulos de Cristo em dado momento queriam saber quem era o maior. Então, alguém irrelevante, de repente começar a fazer prodígios, sinais, cheio de poder, era demais para os que, ainda preservavam sua insignificância.

A única coisa decente nos invejosos é a autocrítica. Nunca se levantam contra outrem que invejam assumindo a razão; antes, inventam outros motivos mais “palatáveis”, pois, até esses enfermos morais, no fundo, reconhecem sua doença, ainda que, jamais admitam. A Estevão, atribuíram blasfêmias, não se levantavam contra ele por serem maus, antes, zelosos da virtude; assim, tentavam parecer, pelo menos.

Já considerei noutro texto que deve ser mui trabalhoso ser hipócrita, pois, é como um ator interpretando uma personagem, que, deve encenar o tempo todo, sob pena de cair a máscara. Ser íntegro, além da saúde espiritual e física, que enseja, dá muito menos trabalho. Tal sujeito, o hipócrita, deve ser “honesto” quando, só, com seus botões, mas, à aproximação de alguém, é como se ouvisse o clássico, “Luzes, câmeras, ação!”

Pensando melhor, deve ser bem mais difícil ser honesto, senão, a maioria seria. Nessa senda, não poucas vezes, temos que enfrentar a nós mesmos, um “adversário” terrível, segundo Salomão: “Melhor é o que tarda em irar-se do que o poderoso, o que controla o seu ânimo do que aquele que toma uma cidade.” Prov 16;32 Se, é melhor o que domina a si mesmo, que outrem que toma uma cidade, esse tal “si mesmo”, é duro na queda.

Por isso, pois, cristianismo, contrário dos motejos imbecis de uns e outros que nos acusam de covardes, de nos “escondermos atrás da Bíblia”, é coisa pra valente, que não opta por enfrentamentos fáceis, antes, aceita o primeiro desafio do Salvador: “Se alguém quer vir após mim, negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.” Luc 9;23

Que fácil é seguir a manada gritando, impropérios, calúnias, até! Agora, seguir à justiça, não raro, nos faz réus, condição muito menos administrável que a barulhenta empreitada de juiz dos alheios motivos.

Há um chiste que circula nas redes sociais que parece, ora, oportuno, diz: “Quando quiseres falar mal de mim, me chame; sei cada coisa a meu respeito!” Embora o alvo seja certa ironia bem humorada, não deixa de ser verdadeiro. Todos sabemos coisas muito ruins sobre nós, e justamente para fugir delas, preferimos apontar as de terceiros, ou, usarmos nossa máscara mágica que “embeleza” um tiquinho.

Os “covardes” de Cristo sabem da seriedade do que está em jogo; Paulo ensinou: “Porque, se nós julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados.” I Cor 11;31

O Sacrifício do Salvador no Monte Santo foi para rasgar máscaras mesmo, como Isaías dissera: “Destruirá neste monte a face da cobertura, com que todos os povos andam cobertos, o véu com que todas as nações se cobrem.” Is 25;7

Que adianta usarmos máscaras no teatro humano, se o “Oscar” espiritual será dado pela “Academia” Divina? Ou, que vale fazer tipo ante humanos se estamos nus diante de Deus? “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, mais penetrante do que espada alguma de dois gumes; penetra até à divisão da alma e do espírito, juntas e medulas; é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração. Não há criatura alguma encoberta diante dele; antes, todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele, com quem temos de tratar.” Heb 4;12 e 13

Então, é mais fácil sim, para um convertido, enfrentar a si mesmo, ser honesto, que atingir temerariamente a terceiros. Por quê? Porque depois de Cristo, nasceu de novo. “Assim, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram; eis que tudo se fez novo.” II Cor 5;17 Se, mudou tudo, também, o conceito de beleza. “Dai ao Senhor a glória devida ao seu nome, adorai-o na beleza da santidade.” Salm 29;2


Essa, não enseja competição, antes, acentua, onde existe comunhão. O “si mesmo” ficou na cruz. O regenerado herdou sem merecer, a inocência de Cristo. “Que Ele cresça, e eu diminua”.

segunda-feira, 21 de março de 2016

A "Mansidão" dos eleitores corruptos

“Vi que todo o trabalho, toda destreza em obras, traz ao homem a inveja do seu próximo. Também isto é vaidade, aflição de espírito. O tolo cruza as suas mãos, come a sua própria carne.” Ecl 4;4 e 5

Nenhuma das opções é muito encorajadora. Se trabalhar com destreza, talento, o sujeito colhe inveja; se cruzar os braços, se omitir, prejudica-se, “come a própria carne”.

Ao meu ver, compensa mais ser diligente mesmo ao custo pesado dos canhões da inveja, que autofagia da omissão.

O “trabalho” proposto ao país atualmente é que cada um tome posição, em face à crise política que vivemos. Minhas posições claras, contundentes, contra a roubalheira, corrupção, enfim, pela deposição da quadrilha que se apossou do poder tem me colocado em pleitos ácidos.

Vejo apenas dois tipos de eleitores. O cidadão consciente, e o corrupto cooptado. Aquele, pelas próprias aspirações de sua moral, não se importa com interesses privados ao fazer sua escolha, antes, com o que acha melhor para a nação como um todo, ou, para o maior número possível de pessoas. Noutras palavras: Não vota por ter recebido algum benefício pontual, antes, por identificar em sua escolha o melhor para o país. Esse tipo, de mente esclarecida, motivação coletiva, alma nobre, é mui raro, infelizmente; transformado em líder político seria o Estadista.

O eleitor corrupto é exatamente sua antítese. Se faz eterno devedor de um partido, uma ideologia, se, recebeu mediante atuação dela, algum benefício pessoal, ou, um familiar seu recebeu. Tal, não vê a classe política como gestora eficaz, equânime da coisa pública; antes, como “pistolões” que devidamente infiltrados, podem “abrir portas” a interesses particulares, quiçá, negociar favores.

Claro que, quem não tem medo da verdade reconhece que o PT, sobretudo no início quando pegou a casa em ordem, em cenário favorável fez coisas boas em vários setores. Isso, atingiu muitas pessoas. 

Mas, a “democracia” deles não consegue conviver com a república. A saudável alternância de poder, como vemos nos Estados Unidos, que, mesmo tendo dois partidos apenas, o máximo que cada legenda consegue em sequência são oito anos. O PT vai já para dezesseis, e, qualquer denúncia contra a corrupção, segundo eles, visa desestabilizar a candidatura de Lula em 2018. Assim eternizarem-se no poder, é sua visão peculiar de democracia.

Ninguém sabe gerir, senão, eles. Quem objetar a legalidade de sua permanência indefinida, mesmo havendo já quatro motivos para Impeachment, é “golpista”. Quatro? Mas, Dilma nunca roubou. É já ouvi muitos dizendo que não motivo nenhum.

Há três motivos jurídicos: As “Pedaladas fiscais” descumprindo à Lei de Responsabilidade; as denúncias de três delatores de que, dinheiro de corrupção irrigou a campanha; a nomeação de Lula ao Ministério da Casa Civil, um gesto golpista visando apenas a obstrução da Justiça.

Um motivo político; o estelionato eleitoral da última campanha, onde prometeu coisas várias, e fez exatamente o oposto, após eleita. Mas, para esses alistadores de “manifestantes” a pão, mortadela e trinta pila, impeachment, é golpe.

Não respeito gente que desrespeita os fatos, o valor das palavras, o bem comum, a verdade.

O PT no Governo continua PT; esquece que suas ações, uma vez eleitos, são assuntos de Estado, não, partidários. Devem governar no interesse de todos. Constroem uma faculdade qualquer com dinheiro público, do Estado, que os está pagando para bem gerir, fazem parecer que foi o partido que fez. Assim, se os eleitores beneficiados não seguirem eternamente devedores a eles, enfim, se “eles” a Elite Maldita vencer a eleição, o novo Estado vai destruir o que foi feito. Canalhas!!

Agora, que figurões do partido estão em maus lençóis, nomeiam um “Ministro da Justiça” para ameaçar, se possível, barrar o trabalho da Polícia Federal. Ora, se fosse Ministro do Estado, atentaria justo ao interesse da maioria, estimularia à promoção da justiça, doendo a quem doesse; mas, é só um petralha a serviço da causa, não é um Ministro.

Quando pensam ter razão, mesmo em coisas discutíveis, destroem laboratórios, laranjais, mudas de espécies em pesquisas, cortam cercas, invadem propriedades, gritam nas ruas: “Fora Sarney! Fora Collor! Fora Itamar! Fora FHC”, haja ou não, razões. Agora, um punhado de razões contra eles, é golpe? Canalhas!!

Os valentões, agora que estão cagados, depois de dividir o país entre “povo” e “elite”, nordestinos e sulistas, negros e brancos, heteros e gays, enfim, de fomentar toda sorte de luta de classes, agora, redescobrem a mansidão, o “Lulinha paz e amor está de volta”. Canalhas!!


Deram muitos tapas na cara de gente pacífica; agora que a paciência acabou, que os mansos arregaçam mangas, eles dizem que é brincadeira? Agora quem quer brigar somos nós, o Brasil decente. Os eleitores conscientes irão abafar a súcia dos corruptos.