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terça-feira, 5 de junho de 2018

O Desprezo por Sophia

“Come mel, meu filho, porque é bom... é doce ao teu paladar. Assim será para tua alma o conhecimento da sabedoria; se, a achares, haverá galardão para ti, não será cortada a tua esperança.” Prov 24;13 e 14

Como mel ao palato seria à alma, a sabedoria. Lembro um amigo que, criticando meu uso de molho de pimenta na comida dizia: “Paladar estragado”. Pois, observando a geração atual e seus laços com o saber a impressão que dá é que tem problemas de paladar.

Quando entram num pleito qualquer, pouco importa se os argumentos, (quando usam) têm violação lógica, perversão dos fatos, ou, desonestidade intelectual; se, o mesmos servem de arrimo às suas paixões, agarram-se a eles como tábua de salvação, ou, arma de ataque ante oponentes.

Em questões de saber, nenhum é uma obra acabada; todos nós estamos na escola. Quem se recusa a rever posições, se, convencido por argumentos opostos, ou, mesmo, a ouvi-los, assemelha-se ao cavalo com tapa olhos, ao qual apenas a visão que interessa ao seu dono é permitida. Desse calibre, os fanáticos políticos, religiosos... Ora, um homem intelectualmente livre não tem donos; tem princípios, valores, ética.

“Tudo o que sei é que nada sei” célebre frase de Sócrates, que, nem sempre é bem compreendida; ele sabia muito; era tido como o mais sábio de Atenas. Isso era o cerne de seu método de ensino, que estimulava os pupilos a chegarem a conclusões por si mesmos, invés de seguirem cegamente um guru que lhes dissesse como as coisas são a despeito de entenderem que são, deveras, assim.

Ele sempre desprezou a retórica persuasiva e vazia dos sofistas que produzia crença sem ciência; fé sem entendimento. Então, quando um deles elogiava um valor qualquer, justiça, nobreza, verdade, etc. o filósofo colocava-se como aprendiz do tal, enchendo-o de perguntas para que, ele falasse de si mesmo, o que entendia ser a virtude que esposava.

Caso se revelasse impreciso, ou, ignorante do que afirmava, ele, sempre com o método dialético levava ao aprendiz a descobrir sua incoerência ou imprecisão em suas próprias palavras, ao responder questões paralelas, cuja lógica servia de modo diáfano, ao assunto em apreço.

Resumindo: Ele não queria produzir crença sem ciência, tipo; vão por mim, sei o que digo. Antes, queria exercitar os cérebros aprendizes de modo que, tivessem participação ativa se fizessem “co-autores” do próprio saber, invés de meros papagaios repetidores de sons ouvidos alhures.

Afinal, se, como disse Salomão, Sabedoria acarinha ao “palato” da alma com sabor de mel, seria egoísmo de Sócrates se ele furtasse seus discípulos desse deleite.

Dois sintomas de ignorância saltitam nos perdigotos da geração atual; são espinhosos, avessos ao ensino; e, ignorantes engajados, repetidores de mantras que sequer conhecem o real sentido. Algo de muito errado há em nossa educação.

Isso no prisma filosófico; ortografia é melhor nem falar. Cheias estão as redes sociais de, “fica na sua, não se meta com minha vida, pague minhas contas ou cale a boca”, etc. isso e muito mais, que, como sebe de espinhos guarda o castelo dos apedeutas, onde, príncipes e princesas da ignorância não querem ser incomodados.

Porém, caso ousem altercar com outrem, e ousam muito, como não podem pilotar a clássica nave dos argumentos, usam a tosca funda de atirar mantras, chavões; “Fascista, nazista, homofóbico, reaça, fundamentalista, radical, burguês, elitista...”

Intentar debater com eles usando método filosófico que prima pela honestidade intelectual, que faz concessões aos fatos e aos bons argumentos é perder tempo. Nada disso tem valor ante tais sábios que não passam de robôs de vomitar mantras, convencidos que são o supra-sumo da politização; e quem não comunga das suas bandeiras só pode ser um “analfabeto político.”

Sempre recorro a Plutarco: “A mente não é um vaso para ser cheio; é um fogo a ser aceso.” Esses têm seus vasos repletos de velharias acumuladas em bancos escolares; foram privados de acender o fogo do saudável raciocínio.

Os que dizem que a fé e cega imaginam erroneamente que Deus anseia um amontoado de robôs programados para dizer: “Eu creio”.

Antes, nos deu Sua Doutrina, exortou-nos a aprender, e adverte que sem isso seremos destruídos. “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também te rejeitarei...” Os 4;6 e “... os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento; da sua boca devem os homens buscar a lei...” Mal 2;7

Além da aversão ao saber, aprenderam aversão a Deus e Sua Palavra; Perguntemos a um viciado se ele prefere cocaína, ou, mel... Assim está essa geração de paladar estragado.

“Oh! quão doces são tuas palavras ao meu paladar, mais doces do que mel à minha boca.” Sal 119;103

sexta-feira, 3 de março de 2017

A Obra; as obras

...Que faremos para executar as obras de Deus? Jesus respondeu: A obra de Deus é esta: Que creiais naquele que Ele enviou.” Jo 6;28 e 29

Os interlocutores do Senhor se dispunham a um trabalho plural; “obras de Deus.” Entretanto, foi apresentado um desafio singular. “A Obra de Deus é Esta: Que creiais...” Isso deve ter facilitado as coisas, ou não?

Bem, tendemos a ser varejistas, onde O Criador é Atacadista. Digo, Ele trata primeiro coisas mais relevantes, num prisma geral; depois, as menores, no particular. Assim, quando João Batista apresentou O Messias, o fez, nesses termos: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo!” Notemos a singularidade uma vez mais; “O pecado”.

Uma série inumerável de pecados acontece a cada segundo num mundo tão autônomo, despido de valores como esse; contudo, o que estava em jogo na Cruz de Cristo, era o pecado da rebelião contra O Domínio de Deus; a independência sugerida pelo traíra. Qualquer que, ouvindo a Boa Nova se arrependa e confesse, deixa “O pecado”, da rebelião, embora, ainda cometa muitos pecados.

O convertido reconhece o Senhorio do Eterno, pois, mesmo estando inda refém, pelo hábito, dos pecados, o pecado da autonomia, já foi deixado. O abandono gradativo dos erros, o processo de santificação, é algo que, nos acompanha por toda a vida.

Do ponto de vista de Deus, a questão do pecado está resolvida; tanto que, ao vencer, O Salvador disse: “Está consumado!” Porém, no tocante a cada um de nós, toda vez que erramos o alvo, restam pendências espirituais, que mediante nosso Advogado, precisamos dirimir. “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar e purificar de toda a injustiça.” I Jo 1;9

Dito isso, a questão da Obra e das obras segue rumo paralelo. A Bíblia não chama uma boa obra do ímpio, de má; antes, de obra morta, uma vez que, assim está espiritualmente seu protagonista. 

Outro dia deparei com uma zombaria de ateus escarnecendo do que chamaram de “lógica cristã”, onde, um de vida torta, más obras, se converteu perto da morte e foi salvo; outro, de muitas boas obras, morreu e se perdeu “apenas” por ser ateu.
A ignorância prudente até posa de sábia, à sombra do silêncio; mas, quando perde a modéstia, se faz engajada nas suas trevas, invariavelmente cai no ridículo.

Sua ênfase era tal, que pareciam ter achado nosso “Tendão de Aquiles.” Ora, obras só contam depois “da Obra”; “que, creiais naquele que Deus enviou.” Esse passo, transporta da morte para vida, e, vivendo, devemos sim, praticar boas obras, como testemunho da regeneração, não, como meio de patentear pretensa justiça própria. “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie; porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais, Deus preparou para que andássemos nelas.” Ef 2;8 a 10

A implicação da incredulidade é blasfema, pois, equivale a chamar Deus de mentiroso. Por isso, os incrédulos são vistos em companhia de outros não muito recomendáveis, vejamos: “Mas, quanto aos tímidos, incrédulos, abomináveis, homicidas, fornicadores, feiticeiros, idólatras e a todos os mentirosos, sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre; o que é a segunda morte.” Apoc 21;8

Em Cristo, a Obra de Deus propõe um segundo nascimento, ou, novo nascimento, “da água, (Palavra) e do Espírito;" mas, os que recusam crer preservam a atual morte espiritual, e rumam à segunda morte, a separação eterna do Criador.

Se, o prisma é a lógica, e, a sentença pelo pecado, a morte, me soa cristalinamente lógico, que, enquanto o pecado não for tratado pela “Obra de Deus”, estejam necessariamente mortas, as melhores obras humanas. Após a conversão, até dar um copo d’água terá galardão.

Enquanto incrédulos recusam O Dom de Deus, recebem compulsoriamente Sua Justiça. “Porque o salário do pecado é a morte, mas, o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor.” Rom 6;23

Cornélio, o romano, tinha muitas obras boas, entretanto, não bastaram para que fosse salvo; Pedro foi enviado a ele, para que anunciasse Jesus. Ele creu; foi salvo.

É possível que um morto bem maquiado tenha melhor aparência que um maltrapilho, sujo. Porém, esse está vivo. Assim, o que crê, por ruim que seja seu pretérito, recebe o presente da vida; o incrédulo por boas que tenham sido suas ações, rejeitando “A Obra de Deus”, trai a si mesmo. O Túmulo de mármore ainda é um túmulo.

Ninguém eleva-se do solo puxando os próprios cabelos; “sem mim, - disse O Salvador - nada podeis fazer”.