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terça-feira, 11 de outubro de 2016

A Vereda da Justiça

“Assim como as moscas mortas fazem exalar mau cheiro e inutilizar o unguento do perfumador, é, para o famoso em sabedoria e honra, um pouco de estultícia.” Ecl 10;1

Que animais em decomposição causam mau cheiro, não é novidade, contudo, moscas logrando isso é uma sutileza surpreendente. Acontece que, a reflexão em apreço atina a um pouco de estultícia, na vida do, que, se reputa sábio. Uns dizem que temos cinco minutos de bobeira todos os dias, outros, que errar é humano; então, cometer um pouco de estultice nos parece inevitável.

Contudo, nós, pessoas comuns, como tais, esperam que nos portemos. A estultícia mínima é vetada ao sábio. Tiago desenvolveu de modo diverso: “Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo. Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se, alguém não tropeça em palavra, tal, é perfeito, poderoso para também refrear todo o corpo.” Tg 3;1e 2 Se, alguém é mestre no falar, pois, que seja perfeito no agir.

Mesmo os apóstolos, durante seu discipulado, após, até, cometeram eventualmente, suas falhas. Como seria, porém, se Jesus Cristo, o Mestre dos Mestres, em cujos “lábios não se achou engano” incorresse nalguma? Tal incidente seria a predileção dos inimigos, o banquete dos ateus, uma dolorosa ferida aos Seus seguidores. Entretanto, esse lapso inexiste, glória a Deus!

Na verdade, o mesmo erro, em contextos diversos sofre diversos apreços; produz pesos diferentes, proporcionais às circunstâncias de vida, do, eventual, errante. Paulo ensinou: “Quando eu era menino, falava como menino, discorria como menino, mas, tornando-me adulto, acabei com as coisas de menino.”

A Epístola aos Hebreus, aliás, traz dura reprimenda a uns que, malgrado o curso do tempo, negligenciaram o crescimento espiritual. “Do qual ( Cristo ) muito temos que dizer, de difícil interpretação; porquanto vos fizestes negligentes para ouvir. Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais que se vos torne a ensinar quais os primeiros rudimentos da Palavra de Deus; vos haveis feito tais, que necessitais de leite, não de sólido mantimento. Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça, é menino. Mas, o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem quanto o mal.” Heb 5;11 – 14 Dos “perfeitos” em questão, pois, se esperava discernimento de valores, coisa relevante.

De que coisas sofrem apreço distinto em diferentes circunstâncias temos um exemplo didático no que ocorreu na vida do “presidenciável” Donald Trump. Disse algumas porcarias grosseiras sobre mulheres quando era apenas um playboy mimado; se, tivesse “vazado” então, seria essa a repercussão; garoto mimado metido a besta, grosseirão. Algo assim, que em pouco tempo seria esquecido. Contudo, veio a lume agora, que postula o cargo de Presidente dos Estados Unidos. Isso pode custar a eleição dele. Um peso infinitamente maior, dado seu novo contexto.

Igualmente nós, os mesmos erros que cometemos, em ocasiões diferentes podem ter pesos diversos também. Daqueles que são mais chegados a Si, O Senhor espera uma postura melhor que de outros que estão alienados Dele. Mediante Isaías, narra como “normal” a idolatria dos gentios, mas, de Israel, povo escolhido, esperava algo mais. “Porém, tu, ó Israel, servo meu, tu Jacó, a quem elegi descendência de Abraão, meu amigo; tu a quem tomei desde os fins da terra, te chamei dentre os seus mais excelentes, te disse: Tu és o meu servo, te escolhi, nunca te rejeitei. ( ?) Is 41;8 e 9

Necessária a conclusão que o crescimento espiritual tem preço; tanto para aquisição, quanto, para exercitar-se nele com devida coerência. Se, por um lado é “natural” na vida do cristão; por outro, escolher a vereda da justiça, como disse o salmista é o “sine qua non”, para que sejamos iluminados. “a vereda dos justos é como a luz da aurora; vai brilhando mais e mais, até ser dia perfeito.” Prov 4;18

Voltando à mosca morta, O Senhor acusou aos hipócritas de coarem um mosquito, e engolirem um camelo. Dessa vez a mosca estava na bebida, não no perfume. Tais, eram ciosos de ninharias e cegos para grandes erros. Desse modo, tanto podemos tirar a mosca por apuro espiritual, quanto, por hipócritas razões, para encenarmos ante terceiros, um zelo que não temos.


Spurgeon dizia que uma coisa boa não é boa fora do seu lugar. Assim, zelo onde a demanda é por misericórdia é só aridez espiritual; ênfase na graça quando o caso é correção, é frouxidão moral, conivência, cumplicidade. Saibamos, como O Mestre, diferir circunstâncias. Era amoroso, brando, com os fracos, terrível, com os falsos. Paulo disse que somos o perfume de Cristo; preservemos a pureza que Ele ama.