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sábado, 11 de julho de 2020

O Chamado de Deus


“... Deus... de antemão te designou para que conheças Sua vontade, vejas aquele Justo e ouças Sua voz. Porque hás de ser Sua testemunha...” Atos 22;14 e 15

O que se deu com a chamada de Paulo, de certa forma se dá com todos os cristãos.

“Designa de antemão”, predestina; Não significa, como entendem os calvinistas, que Deus pré-escolhe; escolhe aqueles que aceitam os termos da reconciliação mediante Cristo; prepara de antemão o destino; “Vou preparar-vos lugar...” Eis a “predestinação”!

“Para que conheças Sua Vontade...” A condição essencial, o negue-se, fará necessariamente o convertido cambiar suas vontades naturais pela Divina.

Conhecê-la será impossível, enquanto a minha ainda estiver no comando; “Porque assim como os céus são mais altos que a terra, são Meus caminhos mais altos do que os vossos, e Meus pensamentos mais altos do que os vossos.” Is 55;9 “Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, não nas que são da terra;” Col 3;1 e 2

Se, para negar à própria vontade e buscar as coisas de cima é necessário “ressuscitar com Cristo”, óbvio que, antes carecemos “morrer” com Ele; “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte?” Rom 6;3

“... Vejas Aquele Justo...”
Se, Deus por ser Espírito não pode ser visto, O Verbo Encarnado, Deus Manifesto, pode. “Quem vê a mim vê O Pai” Ensinou. “... sendo o resplendor da Sua Glória, e a Expressa Imagem da Sua Pessoa...” Heb 1;3

Atributos atinentes ao Poder e Sabedoria, as próprias obras da Criação mostram; “... Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto Seu eterno poder, quanto Sua divindade, se entendem, e claramente se veem pelas coisas que estão criadas...” Rom 1;20

No entanto, os sentimentos Divinos foram demonstrados cabalmente na Obra de Cristo; “Ninguém tem maior amor que este, dar alguém Sua vida pelos seus amigos.” Jo 15;13 Ou, “Deus prova Seu Amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.” Rom 5;8

Acontece que, se, por ter se feito semelhante a nós, Jesus pode ser visto, tocado... não é numa imagem física que se O vê, deveras. (Deus vetou imagens, de iniciativa humana, aliás; algumas ordenou; querubins sobre a Arca e uma serpente de metal, não para ser cultuadas, mas para propósitos pontuais.)

Paulo nosso apóstolo em apreço teve o privilégio de ver a Cristo fisicamente mas, colocou como superior o conhecimento espiritual; “... ainda que também tenhamos conhecido Cristo segundo a carne, contudo agora já não O conhecemos deste modo.” II Cor 5;16

Então, o conhecimento espiritual, invés de uma satisfação mental, de suprir uma curiosidade por ter “visto” algo, ou, no caso, alguém, enseja uma identificação transformadora; “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram; eis que tudo se fez novo!” II Cor 5;17

Mais que numa imagem tangível pois, Deus quer ser conhecido por identificação espiritual, em Seus Atributos e valores. O Salmista dissera que esperava ver a face de Deus na justiça; “Quanto a mim, contemplarei Tua Face na justiça; e me satisfarei da Tua semelhança quando acordar.” Sal 17;15

“Porque hás de ser sua testemunha...” Normalmente se passa por alto a essência de ser testemunha como se, a mesma fosse qualquer um que, dissesse saber ou, ter visto algo acontecer.

Entretanto, mesmo nos imperfeitos tribunais humanos, eventual testemunha, antes de inquirida jura com a mão sobre a Bíblia não dizer nada mais que a verdade; se, eventual oponente puder provar que, a mesma mentiu em parte, todo o testemunho será descartado, bem como a testemunha deixará de ter relevância.

Ademais, faz diferença “ser” testemunha ou “ter” um testemunho a dar. Mais que algo a contar, simplesmente, aquele que é testemunha de Cristo, deixa isso patente com ações; “Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai, que está nos céus.” Mat 5;16

Parecer algo é coisa muito fácil; as redes sociais estão aí para demonstrar que a maioria sabe cultivar rosas que não dão espinhos.

Porém viver Cristo, num mundo que cultua a mentira, não raro, nos faz parecer loucos. “Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus.” I Cor 1;18

segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

A "nossa" Justiça de Cristo

“Se te voltares ao Todo-Poderoso... livrará até ao que não é inocente; porque será libertado pela pureza de tuas mãos.” Jó 22;23 e 30

Um dos “amigos” de Jó presumindo a iniquidade como causa do infortúnio e exortando-o ao arrependimento. Feito isso, disse, sua intercessão seria eficaz; a pureza das suas mãos obraria livramento até dos culpados.

Deixando isso, por ora, quero discorrer sobre a identificação; onde, méritos do intercessor advogam a favor de outrem. A pureza das mãos do justo se mostra eficaz ao impuro.

A identificação funciona, tanto, para bem, quanto, para mal. Digo; tanto a pureza de quem ora por mim pode me abençoar, quanto, sua apostasia, profanação, atrair maldição. “... A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos.” Tg 5;16

Deus mesmo, mediante Ezequiel disse que a intercessão de um justo, em determinado contexto, se houvesse, teria livrado o povo; “Busquei dentre eles um homem que estivesse tapando o muro; estivesse na brecha perante mim por esta terra, para que Eu não a destruísse; porém, ninguém achei.” Ez 22;30 Vemos, pois, que, não só é eficaz a intercessão de um justo, como, Deus busca-a; deseja-a.

Por outro lado, as orações e “bênçãos” de quem desonra ao Altíssimo não são coisas apreciáveis, se, temos algum senso; “Se, não ouvirdes, não propuserdes no vosso coração, dar honra ao Meu Nome, diz o Senhor dos Exércitos, enviarei maldição contra vós; amaldiçoarei as vossas bênçãos; já as tenho amaldiçoado, porque não aplicais a isso o coração.” Mal 2;2

Diatribe contra sacerdotes corruptos da Antiga Aliança.

Porém, o princípio da identificação continua válido no Novo Pacto. Quando um ministro ora por alguém com imposição de mãos identifica-se com a necessidade daquele por quem intercede.

Contudo, se, impuser as mãos num ato de consagração ministerial, por exemplo, se faz fiador daquele; recomenda-o identificando-se com seu caráter. Nesse caso, Paulo aconselhou cautela a Timóteo; “A ninguém imponhas precipitadamente as mãos, nem participes dos pecados alheios; conserva a ti mesmo puro.” I Tim 5;22 Assim, recomendar ao Senhor perante a Igreja alguém indigno é “participar” dos seus pecados, por identificação.

Por esse caminho chegamos à Eficácia de Cristo para a Salvação. Primeiro, nossa carga de culpas é tal que não pode ser removida por um “mediador” remediado; “Porque nos convinha, tal, Sumo Sacerdote, Santo, Inocente, Imaculado, Separado dos pecadores, feito mais sublime que os Céus; que não necessitasse, como os sumos sacerdotes, oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados, depois, pelos do povo; porque isto fez Ele, uma vez, oferecendo a si mesmo.” Heb 7;26 e 27

Dada a estatura ímpar do Santo requerido, Ele é o Único. “Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.” I Tim 2;5

Há falácias católicas que dizem que, sendo a Igreja o “Corpo de Cristo” isso faria que dela derivassem mediadores também. O texto é claro. “Jesus Cristo, homem”. Não se trata de um corpo espiritual, mas, encarnado para nos representar; o que passa disso é mentira. O sacerdote mentiroso é canal de maldição, não, de bênçãos.

A Expiação do Nosso Salvador resolve as culpas do nosso passado, quando éramos ovelhas sem pastor; depois de conhecê-lo, a Ele pertencer, somos desafiados a nos identificar com Sua morte para herdar a vida.

Sua cruz foi literal; a nossa demanda crucificação dos maus desejos, mortificação testificada pela nova vida que passamos a ter depois de convertidos. “... todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte. De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela Glória do Pai, assim, andemos em novidade de vida.” Rom 6;3 e 4

Quando João recusava-se a batizar Jesus, dizendo que ele carecia sê-lo pelo Mestre, não estava errado. Porém, naquele momento solene O Salvador identificava-se conosco; “participava” dos nossos pecados, para que, os remidos que lhe obedecem participem da Sua Justiça.

Nada valem as ditas “orações fortes” da praça. As aceitáveis ante O Santo vêm de vidas que Ele aprova; as demais, pecados; “O que desvia seus ouvidos de ouvir a lei, até sua oração será abominável.” Prov 28;9

Ironicamente, o que acusou Jó de ímpio, desafiou-o ao arrependimento dizendo que, com mãos puras livraria ao injusto; quando as circunstâncias mudaram, não o caráter de Jó, que era reto, ele teve que ser liberto pela oração do sofredor. “... meu servo Jó orará por vós; porque a ele aceitarei...” Cap 42;8

Oração “forte” é a que O Todo Poderoso aceita; as que não forem pelo caminho, sequer, chegarão à Sua Apreciação. “... ninguém vem ao Pai, senão, por mim.” Jo 14;6

terça-feira, 13 de novembro de 2018

Deus me Representa

“O que anda com os sábios ficará sábio, mas, o companheiro dos tolos será destruído.” Prov 13;20

Sempre fomos advertidos quanto aos riscos das más companhias. A diferença entre caminhar com sábios ou, tolos temos expressa nas consequências; no primeiro caso, ficar sábio; no segundo, ser destruído.

O que nos levaria a desejar caminhar junto com alguém? Amós perguntou: “Porventura andarão dois juntos, se, não estiverem de acordo?” Am 3;3

Esse “estar de acordo” a ponto de convergirem caminhos se pode definir como, identificação. Os valores que alguém abraça seu modo de viver, de alguma forma me representam, e, por identificação desejo andar junto como esse alguém.

Claro que, não herdamos qualidades ou, defeitos meramente por estar perto de quem os possui; mas, ao nos identificarmos com os mesmos tendemos a imitá-los; essa “clonagem” gradativa engendrará em nós os mesmos valores, bons, ou, maus que apreciamos.

A Sabedoria no prisma espiritual nada tem a ver com intelectos robustos, antes, com escolhas espirituais que fazemos, às quais, Deus recompensa com Sua a dádiva preciosa. “O temor do Senhor é o princípio do conhecimento...” Prov 1;7 “Ele reserva a verdadeira sabedoria para os ‘retos’...” 2;7 “A vereda ‘dos justos’ é como a luz da aurora, que, vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” 4;18 etc.

Os “dois” em questão que não andariam junto sem estar de acordo eram O Senhor e Israel, no texto de Amós. No nosso contexto, o homem e Deus.

Sem estar de acordo com Ele, não andaremos pelos Seus Caminhos; para estar, carecemos abdicar de nossos conceitos; “Porque meus pensamentos não são os vossos, nem, vossos caminhos os meus, diz o Senhor.” Is 55;8 Então, “não vos conformeis com este mundo, mas, transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável e perfeita Vontade de Deus.” Rom 12;2

Antes de uma escolha positiva temos algumas negativas para andarmos com Deus num mundo que “jaz no maligno”. O Salmo primeiro chama bem aventurado o homem que, “... não anda segundo o conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.” V 1

Após recusar a essas três alternativas ele coloca seu x na alternativa “D”. “Antes, tem seu prazer na lei do Senhor; na sua lei medita de dia e de noite.” V 2

“Andar com os sábios”, nesse caso é espiritual, não, uma escolha imanente; ao meditarmos, pautarmos nosso viver pela Lei do Senhor, andamos com reis, sacerdotes, profetas, gente que nos precedeu no Senhor, e, por seus ensinos, ou, exemplo, desafiam-nos ao mesmo caminho.

Essa caminhada pode ser feita nas botinas da meditação espiritual que abre-nos o entendimento, e capacita a atuarmos segundo os valores do Eterno. “Tenho mais entendimento do que todos os meus mestres, porque, os teus testemunhos são minha meditação. Entendo mais do que os antigos; porque guardo teus preceitos.” Sal 119;99 e 100

Embora muitos dos pregadores da atualidade acoroçoem incautos à busca das “demais coisas”, façam do dinheiro um fim, a Palavra sempre faz da vida, o alvo, não, nuances de conforto eventual enquanto se ruma à destruição, à morte. “Porque a sabedoria serve de sombra, como, de sombra serve o dinheiro; mas, a excelência do conhecimento é que a sabedoria dá vida ao seu possuidor.” Ecl 7;12

Diverso das coisas materiais, as verdadeiras riquezas são modestas, “ostensivas” ao avesso, invés de exaltar na Terra seus hospedeiros; “A estultícia está posta em grandes alturas, mas, os ricos estão assentados em lugar baixo. Vi os servos a cavalo, e príncipes andando sobre a terra como servos.” Ecl 10;6 e 7

Esses príncipes “peões” que, se assentam em lugares baixos, de bom grado desprezam aos aplausos da Terra em busca da aceitação do Céu.

A vida terrena segue “muito bem”, até que, uma enfermidade, uma morte acontece; então, os renegados que não tinham vez, passam a ter voz; “Encontrou-se nela um sábio pobre, que livrou aquela cidade pela sua sabedoria; ninguém se lembrava daquele pobre homem. Então disse eu: Melhor é a sabedoria do que a força, ainda que a sabedoria do pobre foi desprezada; as suas palavras não foram ouvidas.” Ecl 9;15 e 16

Assim como consertamos o telhado em dias de sol, não, durante a chuva, os prudentes buscam fazer o bom depósito quando tudo está bem; fazem de seu andar com os sábios um caminho natural; quando a força do braço achar seu termo, os que confiam no Senhor nem farão força; “Porque o erro dos simples os matará, o desvario dos insensatos os destruirá. Mas, o que me der ouvidos habitará em segurança e estará livre do temor do mal.” Prov 1;32 e 33

domingo, 1 de abril de 2018

O Intercessor

Livrará até ao que não é inocente; será libertado pela pureza das tuas mãos.” Jó 22;30

Elifaz conselheiro eventual de Jó, que, por incapaz de entender o que se passava fez uma leitura do ser, a partir do estar; julgou os méritos de Jó pelas circunstâncias. Como eram sobremodo dolorosas concluiu que ele deveria ter pecados graves, dos quais, o acusou. Depois, exortou-o a que se voltasse pro Criador, pois, assim, “Orarás e Ele te ouvirá...” v 27 livrará até ao culpado por causa da pureza das tuas mãos. Disse.

Malgrado os seus achômetros infelizes, nessa parte ele estava certo; isto é; a eficácia de uma intercessão depende da aceitação do intercessor. Tiago reiterou isso com outras palavras: “... A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos.” Tg 5;16

Isso se verificou então, pois, quando O Eterno resolveu se manifestar ordenou que os amigos de Jó oferecessem sacrifícios de arrependimento; o desventurado e enfermo Jó oraria por eles, pois, apenas sua intercessão seria aceita. “Tomai sete bezerros e sete carneiros; ide ao meu servo Jó, e oferecei holocaustos por vós; meu servo Jó orará por vós; porque a ele aceitarei, para que eu não vos trate conforme vossa loucura; porque não falastes de mim o que era reto como meu servo Jó.” Cap 42;8

Interessante que, diretamente nenhum deles falou contra Deus, antes, contra Jó; no entanto, as afrontas com as quais o afrontaram O senhor tomou sobre si; “... não falastes de mim o que era reto...”

Que humilhação para os presunçosos que, apenas por estar vendo a prova de fora acharam que isso os fazia melhores!! Nunca leiamos a espiritualidade de alguém pelas dores que sofre, não é esse o aferidor. Muitas vezes, quanto mais perto do Senhor alguém está, mais facilmente será alvo dos ataques malignos; isso se deu com O Próprio Senhor encarnado, com Paulo, Estevão, os apóstolos...

Paulo após escapar de um naufrágio na ilha de Malta foi acometido por uma vibra, pensaram os nativos que Deus o odiava e perseguia para matar; nada sofrendo foram para o outro lado supondo-o, um deus. Nem uma coisa nem outra. Sofria consequências adversas da vida como todos, mas, Deus era com ele.

Embora o Evangelho traga o ensino cristalino de que, na conversão passamos da morte para a vida, os pregadores da moda ensinam que na adesão às suas mandingas se passa do desemprego para o labor; da solidão para o casamento, da pobreza para a prosperidade, etc.

Além de passarmos da morte para a vida passamos da situação de inimigos de Deus, para a sina ditosa de filhos adotivos; se, isso não garante que não veremos adversidades, assegura a contínua presença do Santo conosco. “Quando passares pelas águas estarei contigo; quando, pelos rios não te submergirão; quando passares pelo fogo não te queimarás, nem, chama arderá em ti.” Is 43;2

Embora o contexto refira-se à nação de Israel, os que, graças ao Sangue Bendito do Messias de Israel também herdam a nobre posição de servos de Deus, por certo contarão com a mesma proteção fiel; O Santo não muda.

Quando Elifaz mencionou à pureza das mãos do intercessor, por certo usou uma figura de linguagem para ilustrar a retidão do caráter. Pode que, tenha aludido ao hábito de se impor as mãos ao orarmos.

No entanto, nesse caso, tanto a pureza do intercessor pode ser comunicada, quanto, a impureza daquele no qual se impõe as mãos. Paulo ensina: “A ninguém imponhas precipitadamente as mãos, nem participes dos pecados alheios; conserva a ti mesmo puro.” I Tim 5;22

Há duas situações distintas: Quando imponho mãos sobre um pecador e oro por ele identifico-me com suas necessidades; porém, se imponho as mãos separando alguém para o ministério, identifico-me com o caráter do separando; caso esteja em situação indigna, minha precipitação me fará partícipe dos pecados dele. Daí, a prudência prescrita: “Não participes dos pecados alheios.”

Mas, “Olhando Deus para a Terra não viu nenhum justo, sequer.” Quem seria intercessor por nós? “Porque nos convinha tal, sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, feito mais sublime que os céus.” Heb 7;26

Ele, Cristo é o que livra aos culpados por causa da pureza das suas mãos. O Único Intercessor; “Porque há um só Deus; um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.” I Tim 2;5 Permitiu que Sua Mãos Santas fossem transpassadas, para que nossas vidas ímpias fossem santificadas.

Identificou-se com nossas dívidas pagando-as por nós; chama-nos agora à identificação com Seu caráter, a novidade de vida, a santificação.

Lava-nos, para que, limpos, possamos ajudar outros que carecem conhecê-lo também. E, “... Os limpos de coração verão a Deus.”

sábado, 5 de agosto de 2017

O juízo desde já

“Também o Pai a ninguém julga, mas, deu ao Filho todo juízo... Deu-lhe poder de exercer o juízo, porque é O Filho do Homem.” Jo 5;22 e 27
A necessidade da encarnação de Jesus, aos olhos da Divina Justiça, algo que nem sempre foi bem compreendida. Para Deus é necessário que um Homem julgue a humanidade. Assim, o juízo é uma pasta do “Filho do Homem”.

Isso evitaria, talvez, eventual queixa de um condenado que diria: Deus é injusto ao nos condenar, pois, sendo Ele espírito, não sabe o que passamos num corpo de carne inclinado ao mal.

Então, “O Verbo se fez carne e habitou entre nós.” Quanto ao sofrimento, quem rivaliza com Ele? “Porque, na verdade, ele não tomou os anjos, mas, tomou a descendência de Abraão. Pois, convinha que em tudo fosse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo que é de Deus, para expiar os pecados do povo. Porque naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados.” Heb 2;16 a 18

Assim, além do prisma jurídico, Sua encarnação O colocou no âmbito da empatia; identificação com nossas dores, por tê-las vivido também, em escala superlativa.

Não que seja Homem estritamente, Ele mesmo disse: “Antes que Abraão existisse, Eu Sou”. Porém, funcionalmente se fez como nós, para, reduzido às nossas limitações demonstrar cabalmente que é possível vencer ao pecado; se, não para nós em nossa condição caída, para nossos pais que herdaram ao paraíso, era. Mas, “... pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem abundância da graça, do dom da justiça, reinarão em vida por um só, Jesus Cristo. Pois, assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos para condenação, também, por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida.” Rom 5;17 e 18

Entretanto, graça não equivale a ter carta branca para pecar, antes, nos conduz a um compromisso de fidelidade para com Quem, graciosamente nos resgatou. “Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens, ensinando-nos que, renunciando à impiedade e concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, justa, e piamente.” Tt 2;11 e 12

Se, pensamos em Cristo como, O Juiz, e Ele É, O imaginamos condenando os maus; mas, o ensino Bíblico O mostra salvando os maus arrependidos, pois, o juízo se deu por ocasião da queda, quando, toda espécie se perdeu. “Porque o Filho do homem veio salvar o que se tinha perdido.” Mat 18;11

Cada um ao qual Sua Palavra é apresentada querendo ou não está num tribunal. Ou, apresenta provas de sua inocência, (Quem o pode?) ou, arrepende-se e roga perdão. Pois, se, formalmente o julgamento será “no último dia”, pra efeitos práticos se dá durante nossas vidas, quando ouvimos a mensagem que Salva. “Quem rejeitar a mim, não receber minhas palavras, já tem quem o julgue; a palavra que tenho pregado o há de julgar no último dia.” Jo 12;48

Reitero, o juízo do último dia será apenas a formalização oficial de nosso juízo que, opta pela salvação ou pela perdição quando, como Pilatos recebe Jesus para Julgar. Aquele O recebeu fisicamente; nós, em espírito, pela Sua Palavra. “Quem crer e for batizado será salvo; mas, quem não crer será condenado.” Mc 16;16

Não O julgamos como réu, antes, como digno de crédito, ou não. A opção de não crer equivale à blasfêmia de chamá-lO mentiroso. “Quem crê no Filho de Deus, em si mesmo tem o testemunho; quem a Deus não crê mentiroso o fez, porquanto não creu no testemunho que Deus de seu Filho deu.” I Jo 5;10

Em Suma, no juízo celeste está Ele como Juiz e testemunha; A Palavra; no Terreno, como água que purifica; a mesma Palavra, e Sangue que Redime; Sua vida Imaculada. “Porque três são os que testificam no céu: o Pai, a Palavra, e o Espírito Santo; estes três são um. Três são os que testificam na terra: o Espírito, a água e o sangue; estes três concordam num.” I Jo 5;7 e 8

Se, Ele se fez Homem, pra se identificar com nossas fraquezas, além do resgate, nos dá O Bendito Espírito Santo, para que nos identifiquemos com Seu caráter; a santificação. A regeneração da “Imagem e Semelhança” perdida na queda. Por isso: “Sede santos porque Eu Sou Santo”.

Não se trata de uma opção dos crentes que quiserem maior intimidade. É a coisa indispensável, se, queremos ser salvos; finalmente, agradecer face a face, Nosso Bendito Salvador. “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual, ninguém verá o Senhor;” Heb 12;14

sábado, 15 de abril de 2017

O santo, em relevo

“Ser-me-eis santos, porque eu, o Senhor, sou santo, vos separei dos povos, para serdes meus.” Lev 20;26
Uma das coisas mais incompreendidas da vida espiritual, é a concepção de santidade. Pra uns, é poder de fazer milagres; se, fez pelo menos dois, em vida, pós morte, “canonizam”; outros, disposição interior para fazer o bem; mesmo que sua doutrina seja blasfema, à Luz da Bíblia, se “só faz o bem” vira santo; outros, ainda, o rigoroso cumprimento de certas regras eclesiásticas, usos, costumes, leis, uma espécie de Fariseus modernos... contudo, temo que as três correntes padeçam certa alienação do vero sentido.

Primeiro requisito alistado no verso acima: Pertencer a Deus; “ser-me-eis”; ou seja: Sereis para mim. Parece simples, mas, não é. A coisa mais difícil de negar, a mais resiliente, é a vontade. Para sermos do Senhor, precisamos negar a nossa, em prol da Dele. Isso relega ao nada, nossas predileções, opiniões, concepções de vida. Nos anulamos Nele, regidos por Sua Palavra, quer concordemos, quer, não. Abdicamos de nossas ilusões eventuais, confiados na Sabedoria Daquele que conhece onde cada caminho leva. “Há um caminho que ao homem parece direito, mas, o fim dele são os caminhos da morte.” Prov 14;12

Facilmente, pessoas se dizem de Deus, se, a consequência esperada for bênção; não tão simples, se, for para obedecer Sua Palavra. O “Negue a si mesmo”, contraponto à sugestão do traíra no Éden, “decida por si mesmo” é indispensável para reversão dos efeitos da queda, e restabelecimento da comunhão. Feito isso, e tomada a cruz, por mais nefasto que seja nosso pretérito, sujo mesmo, posicionalmente passamos a ser santos; Pertencemos a Deus.

Aí, vamos ao segundo passo: Identificação. “...porque Eu, O Senhor, Sou Santo...” Assim como um pai humano alegra-se ao ver seus traços na fisionomia dos filhos, Deus quer ver, nuances do Seu Ser, no homem que regenera, para que, seja, outra vez, Sua Imagem. É um processo longo. Acostumados que estávamos a agir de nosso modo, ignorantes da Vontade Divina, dois lapsos precisam ser preenchidos.

Primeiro: Devemos abdicar de nossas ideias e aprender a Vontade de Deus. “Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos, se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para nosso Deus, porque grandioso é em perdoar. Porque os meus pensamentos não são os vossos, nem os vossos caminhos os meus, diz o Senhor.”Is 55;7 e 8
Segundo: Conhecida a Vontade do Altíssimo, ela deve moldar nosso pensar e agir, doravante. Saber e não praticar inda é decidir por si, seguir no conselho do inimigo. Dispor do remédio e convalescer na doença, pela recusa de ingeri-lo. “Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as fizerdes.” Jo 13;17
Claro que, os renascidos não podem de suas próprias forças lograrem isso. Porém, O Senhor enviou O Espírito Santo, que atua em ambas as frentes; tanto nos alumia para que compreendamos A Palavra, quanto, nos fortalece, encoraja, para que, a cumpramos. Seu alvo, nosso aperfeiçoamento; Seu tempo para nós, até O Dia do Senhor. “Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo;” Fp 1;6
Por fim, uma consequência horizontal. “Vos separei dos povos...” Essa separação, entenda-se, não é geográfica, tampouco, física; antes, espiritual. Escrúpulos morais, eventualmente, tolhem nossa presença em certos ambientes, mas, como o sol visita o pântano, leva luz e calor sem sujar-se, podem, os espirituais, andarem, se necessário, em lugares adversos, sem se contaminarem com as circunstâncias. Quando trabalhei entregando produtos de limpeza, em Porto Alegre, muitas vezes entreguei-os em bordéis. Fiz meu trabalho e o ambiente não me devorou.

Óbvio que é muito mais fácil, aprazível, o convívio com outros da mesma fé; entretanto, os que inda não creem carecem ser estimulados pela Luz de Deus em nós; isso requer convívio. “Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.” Mat 5;16

Ademais, a separação recomendada não é dos pecadores, estritamente, antes, dos hipócritas. “Isto não quer dizer absolutamente com os devassos deste mundo, ou com avarentos, ou, roubadores, ou, idólatras; porque então vos seria necessário sair do mundo. Mas, agora escrevi que não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, avarento, idólatra, maldizente, beberrão, roubador; com o tal, nem ainda, comais.” I Cor 5;10 e 11
Em suma: Santidade é pertencer ao Senhor; identificar-se com Seu Ser, mediante Sua Palavra, Seus Valores, e separar-se da corrupção do mundo. O santo não precisa fazer milagres, mas, permitir que Aquele que faz, remova sujeiras que maculam a Santa Imagem de Deus. “Os limpos de coração verão a Deus.”