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domingo, 2 de abril de 2017

Anomalias espirituais

“Porventura sou Deus de perto, diz o Senhor, não, também, de longe?” Jr 23;23

No contexto, mediante Jeremias, dura diatribe contra falsos profetas está posta; intrínseco, a ideia que, pelo fato de estarem, os falsos, distantes, privados da intimidade com Deus, estariam longe, também, do Juízo. Entretanto, proferindo sentenças oriundas dos próprios corações e atribuindo-as ao Eterno, funcionalmente, se pretendiam, chegados do Senhor.

Ele reclamou Sua inocência: “Não mandei esses profetas, contudo, foram correndo; não lhes falei, mas, profetizaram.” V 21 Após, colocou a necessária distinção de conteúdo, se, fossem os tais, Seus: “Se estivessem estado no meu conselho, teriam feito meu povo ouvir minhas palavras, o teriam feito voltar do seu mau caminho, da maldade das suas ações.” V 22

Estranha doença nossa, nos presumirmos ao alcance Divino, para sermos abençoados, e distantes, para sermos responsabilizados por nossos atos. Assim, teríamos O Altíssimo perto de nossos anseios, e longe da Sua Justiça.

Ora, falar da parte de um Ser, “Tão puro de olhos que não pode contemplar o mal” a um mundo que “jaz no maligno”, corrupto, mentiroso indulgente, omisso, egoísta, adúltero, etc. e tentar agradar às duas partes ao mesmo tempo, seria fusão de óleo e água; impossível.

As “caixas de promessas”, o festival doentio de “profecias” dando chaves, posse da vitória, que grassa nas redes sociais, são sintomas desse utilitarismo espiritual, onde Deus nos serve do nosso jeito, não, nós a Ele, nos Seus termos.

Alguém contou o número fabuloso de promessas bíblicas e chegou a alguns milhares; esqueceu, porém, que sempre, pegada a uma promessa de bênção associada à fidelidade, temos o contraponto da maldição pela desobediência. Assim, ou, aceitamos os dois lados da moeda, ou, deixemos Deus fora disso; vivamos do nosso jeito.

Desde de Moisés, aliás, a coisa foi posta objetiva e séria; a nós, legado o privilégio da escolha: “Céus e Terra tomo hoje por testemunhas contra vós, de que te tenho proposto a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e tua descendência.” Deut 30;19

Infelizmente, grande parte da “Igreja” atual, concebeu um hibridismo numismático, uma “moeda extraordinária” que de um lado traz todas as benesses do Reino dos Céus, do outro, a pomposa efígie de César. Digo, propaga uma mensagem que nos faz “abençoados” em dois reinos opostos; O de Deus, e o mundo.

Tiago foi um tiquinho radical no tocante a isso: “Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para gastardes em vossos deleites. Adúlteros e adúlteras, não sabeis que amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus. Ou cuidais vós que em vão diz a Escritura: O Espírito que em nós habita tem ciúmes? Antes, dá maior graça. Portanto, diz: Deus resiste aos soberbos, mas, dá graça aos humildes. Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo; ele fugirá de vós. Chegai-vos a Deus, Ele se chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores; vós de duplo ânimo, purificai os corações.” Tg 4;3 a 8 O duplo ânimo, aliás, é tema central de toda a epístola de Tiago, basta ler com atenção.

Cristo também não foi nada “inclusivo” quanto às demandas para se entrar no Reino, ainda que, facultando entrada a todos, disse: “qualquer que não levar a sua cruz, não vier após mim, não pode ser meu discípulo... qualquer de vós, que não renuncia tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo.” Luc 14;27 e 33

E, essa seriedade toda era apenas para matrícula como discípulo, ou seja, aprendiz, não, profeta, ou, próspero, como se apregoa modernamente.

Inflar à Graça Divina, e baratear a justiça, como se, Deus fosse Bom, sem ser Justo, tem engendrado seres fantásticos como os da mitologia grega; ovelhas com cabeças de asnos e chifres de bodes... O Criador, tão cioso da Perfeição da Sua Obra determinou que a mesma se reproduzisse “segundo sua espécie”, e, não receberá no novo mundo, monstrengos, anomalias espirituais, caminhantes da larga avenida estreita... quem pariu Frankenstein que o embale.

Claro que, O Santo abençoa materialmente, inda nessa vida, os fiéis, mas, não é prioridade; muitos deles morrem na miséria, só terão recompensas no além. O chamamento prioritário de Cristo é das trevas, para a Luz; da perdição, para a salvação; da morte, para a vida. As circunstâncias são meros acessórios.

Ademais, quem aprender a permanecer perto de Deus, mediante obediência, intimidade, conhece Seu segredo de modo que, não mais confunde meios, com fins. “O segredo do Senhor é para aqueles que O temem; Ele lhes mostrará a sua aliança.” Sal 25;14 

Os demais, mesmo morando em igrejas, estão longe das bênçãos, infelizmente, e perto do juízo.

domingo, 8 de janeiro de 2017

A regeneração

“Fez Deus as feras da terra conforme sua espécie, o gado conforme sua espécie, todo o réptil da terra conforme sua espécie; e viu Deus que era bom. E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme nossa semelhança;” Gên 1;25 e 26

Embora, uns advoguem que somos produto da evolução natural, a Bíblia é categórica, tanto, em situar os demais seres vivos no âmbito do determinismo biológico, “conforme sua espécie”, quanto, em deixar patente que o homem, é superior à natureza, uma vez que, O Criador, o projetou à Sua imagem.

A morte na queda, matou, sobretudo, a capacidade humana de exibir os atributos comunicáveis de Deus; vida espiritual, amor, justiça, equidade, verdade, santidade, etc.

Diferente da morte física que separa alma e corpo, a espiritual separou criatura e Criador; aquela, subsumiu numa escravidão tal, aos domínios do corpo e alma, que, sua faculdade mais incisiva, a consciência, foi, pouco a pouco, cauterizada; eventuais anelos por justiça ficaram cada vez mais tênues, pois, a vontade enferma pela carne, passou a inclinar-se aos anseios da alma, não, do espírito.

Como, então, O Eterno soprou nele Seu Espírito, igualmente o fez, Jesus, sobre os discípulos, como figura do Espírito Santo que viria. Sem esse “nascer de novo”, não podemos ver nem entrar no Reino de Deus, que, visa em Cristo, regenerar-nos, à Sua imagem.

Quando O “Filho do Homem” disse: “Eu e o Pai somos Um”, ou, “Quem vê a mim vê o Pai”, dizia isso: Eu sou, o homem perfeito como foi criado, Imagem e Semelhança do Criador. Ainda que, em essência fosse mais que isso, Deus feito Homem, funcionalmente era o protótipo da nova criação, parâmetro de nossa santificação, se, queremos deveras, agradar a Deus. “...falou-nos nestes últimos dias pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo. O qual, sendo o resplendor da sua glória, expressa imagem da sua pessoa...” Heb 1;1 a 3

Assim, o espírito humano “morto”, isto é, alienado de Deus, subjugado às vontades do corpo e da alma, reféns do pecado que passou a habitar em nós, ainda conseguia exprimir vagamente seus anseios por justiça, mas, era impotente para praticá-la. “De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas, o pecado que habita em mim. Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; com efeito, querer está em mim, mas, não consigo realizar o bem. Porque não faço o bem que quero, mas, o mal que não quero, faço. Ora, se eu faço o que não quero, já não faço eu, mas, o pecado que habita em mim. Acho então esta lei em mim, que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo.” Rom 7;17 a 21
“Não sou eu que faço o mal, mas, o pecado que habita em mim.” Supõe que o “Eu” verdadeiro o homem espiritual está impotente, sua "casa" foi tomada por um tirano déspota, o pecado, que faz ali, sua vontade, apesar de “eu”.

Quando o apóstolo brada: “Graças a Deus por Cristo Jesus”, é porque identifica Nele O Libertador, não apenas um Mártir, Exemplo, Mestre.

Sua Graça não equivale a concluir que não nos resta esforço, que Ele Fez tudo, antes, que, por Sua Justiça Sublime, e Inefável Misericórdia, tornou-nos possível, o que antes, não era, obedecer. “Porquanto o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne, Deus, enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne; para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas, segundo o Espírito.” Rom 8;3 e 4

A primeira dádiva é que Ele nos dá poder de agirmos de um modo que antes éramos incapazes. “A todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas, de Deus.” Jo 1;12 e 13

À criação original, tudo era lícito, exceto, certa Árvore; após o “Segundo Adão”, nada é possível sem Ele. O pecado maculou a pureza da criação, trouxe maldição à Terra. Cristo regenera aos arrependidos, O Espírito Santo aperfeiçoa, mas, num cenário adverso, de aflições; nos faz embaixadores de um Reino que não é daqui.

Plantas, animais, seguem reproduzindo-se, relativamente, conforme sua espécie, salvos alguns hibridismos; o homem afastou-se tanto, que tem medo da aproximação, até, da Palavra de Deus, quiçá, Sua Pessoa. Mas, como o Pródigo que toparia ser serviçal, e foi recebido por filho, assim, recebe Deus, a todos os que voltam arrependidos perante Ele.