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quinta-feira, 26 de julho de 2018

A Graça possibilita, não facilita

“Rogo-vos, pois, eu, preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados.”

Os que pretendem uniformizar a sorte dos salvos teriam um problema aqui; “... eu, o preso do Senhor, rogo, que andeis...” Dissera Paulo. O preso admoestando sobre os passos dos que eram livres, pois, “a graça foi dada a cada um de nós segundo a medida do dom de Cristo.” V 7

Os utilitaristas atuais teriam dificuldade de entender como um prisioneiro inocente seria alvo da Graça; normalmente as pessoas não associam Graça a um favor imerecido; antes, ao patrocínio de um desejo almejado; alguém preso, por certo, sonharia ser livre; só assim seria agraciado. Todavia, ao apóstolo, a salvação era suficiente, mesmo que perdesse sua vida, como, de fato, perdeu.

Se, não estamos presos como Paulo, tampouco, somos tão “livres” assim, a ponto de, nossas doentias inclinações prevalecerem à Vontade do Senhor. Somos “presos livres”, como se, usássemos tornozeleiras eletrônicas, que facultam liberdade dentro de certos limites.

A “liberdade” absoluta era para antes, quando, mortos; “Quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça.” Rom 6;20 “Mas, agora, libertados do pecado, feitos servos de Deus, tendes vosso fruto para santificação; por fim a vida eterna.” V 22 Notemos que, a progressão da salvação deve culminar em santificação, o que, resulta em menos poder, no quesito liberdade.

Como qualquer pai amoroso cercearia os passos a um filho se, ele rumasse às drogas ou, outros vícios, assim, Deus, nos disciplina dentro de Seus limites, para nos proteger, não, para limitar.

Os avessos à Sua Disciplina não são Seus Filhos; “Porque o Senhor corrige ao que ama; açoita a qualquer que recebe por filho. Se, suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, não, filhos.” Heb 12;6 a 8

João Batista exortara os “salvandos” a produzirem frutos dignos de arrependimento; Paulo escreveu aos salvos demandando frutos de santificação; requerendo maturidade espiritual. Afinal, santificação, separação do mundo e seus valores pervertidos não é um upgrade possível aos salvos; Antes, uma demanda indispensável, para os que desejam ver a Bendita Face do Santo. “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual, ninguém verá o Senhor;” Heb 12;14

Diferente do que ensina o catolicismo, que santificação seja a operação, em vida, de, pelo menos dois milagres, redundando num processo de reconhecimento e “Canonização” após a morte; a Bíblia ensina que é uma separação paulatina dos valores profanos do mundo, mudando nossos pensamentos pelos Divinos, infinitamente mais elevados, para que sejamos reputados, então, limpos de coração. “Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus;” Mat 5;8

Esse papo moderninho de que os tempos são outros; a onda é ser “politicamente correto” e, a pretexto de “tolerância” devemos aquiescer com toda sorte de vícios amalgamados ao cristianismo é apenas perversão do inimigo infiltrado; pois, aquilo que é eterno jamais demanda um processo de “atualização” como se, biodegradável fosse.

Desgraçadamente “progredimos” de uma geração de heróis que nem mesmo o martírio era coação suficiente para que negassem a fé, como Paulo; para uma igreja pusilânime, covarde, onde críticas, zombarias são “provas” muito duras; francamente!

Esperam que, a Graça Divina, necessariamente lhes trará facilidades, favores, fama, aplausos, grandeza... Essa seria a “Fé inteligente”, que “toma posse” das chaves disso ou, daquilo. Nos últimos dias os homens serão amantes de si mesmos; tendo aparência de Piedade, mas, negando sua eficácia. Disse Paulo a Timóteo.

Tiago denunciou a duplicidade em Sua Epístola; e, diverso da santificação que O Senhor deseja, essa redunda em impureza. “Chegai-vos a Deus; Ele se chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores; vós de duplo ânimo, purificai os corações.” Cap 4;8

Em Cristo somos vocacionados ao Reino dos Céus; se, devemos andar de modo digno, é o “aplauso” Celeste, não, terreno que devemos buscar; Pois, disse O Salvador aos Fariseus: “... Deus conhece vossos corações, porque o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação.” Luc 16;15

Por aqui podemos estar presos, desempregados, enfermos, humilhados; se, malgrado essas variáveis todas estivermos em paz com Deus, então, inda estaremos sob as asas de Sua Graça. Senão, mesmo que tenhamos ganhado o mundo inteiro, nossa efêmera presunção de donos, de poderosos será apenas o disfarce pontual, camuflagem de nossa prisão eterna.

Muitos que andaram na Fé, segundo a vocação Divina sofreram bem mais que nós; as perseguições lhes impetradas não maculou quem eram; mas, realçou quem o mundo é; “Dos quais o mundo não era digno...” Heb 11;38

Na vereda da fé carecemos de ouvidos para ver melhor.

sábado, 19 de maio de 2018

"Sete coisas que teu pastor não te falou sobre o dízimo"

“Não ligarás a boca ao boi que debulha. Digno é o obreiro do seu salário... Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; nessa cobiça alguns se desviaram da fé” I Tim 5;18, 6;10

Qualquer pessoa minimamente informada sabe que vivemos dias tristes onde há ladrões travestidos de obreiros; mercadores da Palavra, como se Deus fosse vendedor de bênçãos. Entretanto, a existência desses não elimina a necessidade do dízimo, como, a existência dos corruptos não nos autoriza a sonegar impostos.

Deparei com as “Sete coisas que teu pastor não te falou sobre o dízimo.” Indício de uma geração de analfabetos bíblicos que consome o que os “Ungidos” dizem, apenas. Ora “O Senhor é Meu Pastor”; contou tudo que preciso saber.

Vamos a elas;

a) O dízimo não era em dinheiro, sim em alimento; Naquela época não era tão comum como hoje o dinheiro, havia mais escambo que moedas; e daí? Ainda hoje, cereais e animais valem dinheiro.

b) Só levitas recebiam; é vero. Era uma tribo sacerdotal que administrava as coisas espirituais no Tabernáculo; estava para Israel, como obreiros para a Igreja. Parece que isso não mudou.

c) Era entregue de três em três anos; isso quando se tratava de animais. Imaginemos um pequeno pastor que criasse umas setenta ovelhas; seu rebanho aumentasse oito num ano. Dizimaria 0,8? Os cereais eram oferecidos todo ano, as primícias; isto é, a primeira parte da colheita; “Honra ao Senhor com teus bens, com a primeira parte de todos os teus ganhos;” Prov 3;9

d) Além dos Levitas, órfãos viúvas e estrangeiros podiam receber; isso aumenta a necessidade de provisão, não diminui; portanto, como argumento contra o dízimo é estúpido.

e) A reprimenda em Malaquias é contra os sacerdotes apenas; será? “Esse mandamento toca a vós sacerdotes” está no capítulo 2; atina a dar honra ao Nome do Senhor, guardar o conhecimento e não fazer acepção de pessoas; o dízimo é tratado no Cap 3 e inclui todos; “Trazei TODOS os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa...” v 10 Contudo, acima dizem que só os sacerdotes podiam receber; agora, que só eles devem pagar. Gente com essa hermenêutica, esse nível de estupidez, fácil se faz guia dos avarentos.

f) Devorador era um Gafanhoto não demônios; é verdade, mas, é um método lícito que todo pregador usa; figuras de linguagem. Assim como os gafanhotos devorariam a seara dos infiéis, os demônios danariam a vida dos atuais. O método é lícito, pois, o demais é outro assunto.

g) Abrir Janelas do Céu não significava salvação, mas, abençoar a Terra com chuvas para a colheita farta. É. Mas, como a sociedade não é mais agro-pastoril apenas, há muitas formas de se ganhar dinheiro; figuradamente, até uma porta de emprego é “uma janela no céu”; Nunca ouvi, nem mesmo os piores safados pregando o dízimo como meio de salvação. Até porque, no Céu não se entra por janelas, mas, pela “Porta” Cristo.

“Deus não precisa dinheiro, Dízimo é Lei, Evangelho é graça; de graça recebestes, de graça daí”. Concluem.

Deus também não precisava de cereais ou, animais, no entanto, ordenou que se desse para os que trabalhavam na Obra.

Quem disse que Graça é “Casa da Sogra” onde podemos tudo? Era “Não adulterarás” Jesus disse: Apenas cobiçar já é adultério; A Lei dizia: “Não Matarás” Jesus disse: Apenas odiar já te faz réu do fogo do inferno. A Lei requeria rituais; a Graça requer purificação da consciência. Sempre exigências maiores.

De graça recebestes de graça dai O Senhor disse vetando que, como Geazi cobrassem por bênçãos Divinas; mas, ordenou que comessem junto dos que seriam abençoados“...porque digno é o operário do seu alimento.” Mat 10;10 A manutenção desses é desejo do Senhor.

Entretanto, como esses ensinam a abençoar aos pobres invés de dizimar, onde encontramos suas igrejas, que fazem tudo sem custo, pregam o evangelho, ministram a Santa Ceia, realizam batismos, casamentos, oficiam autos fúnebres, assistem estrangeiros órfãs e viúvas, e dão cestas básicas aos pobres?

Essa desculpa de não dizimar porque o pastor usaria indevidamente o “meu” dinheiro, me muda da posição de servo, que deve obedecer pra de juiz, que julga; primeiro: O dinheiro não é meu, é do Senhor; segundo, não estou autorizado a ser relapso com minha parte porque outro está sendo na dele, senão, vamos pecar à vontade, afinal, há tantos pecadores...

Em suma, erram os ministros que fazem do dízimo o cerne das pregações; é assunto para culto administrativo com devida prestação de contas; como erram os infiéis também. Sofrem todos da mesma doença, amor ao dinheiro.

“A avareza perde tudo ao pretender ganhar tudo.” La Fontaine

domingo, 31 de maio de 2015

Graça; o tempo para um passo vital

“Todo aquele que matar alguma pessoa, conforme depoimento de testemunhas, será morto; mas, uma só testemunha não testemunhará contra alguém, para que morra. E não recebereis resgate pela vida do homicida que é culpado de morte; certamente morrerá.” Núm 35; 30 e 31 

Textos como esse, com pena de morte prescrita para assassinos “escandaliza” certos adversários da Bíblia; acusam que Deus seria vingativo no Antigo Testamente e gracioso no Novo, o quê, O faria incoerente; daí, falso. A Bíblia, mera compilação humana que “evoluiu” de acordo com o processo civilizatório. 

Bem, caso seja assim, Jesus não “evoluiu” tanto, uma vez que, em Seus ensinos preservou o tratamento isonômico para os pecadores em face aos seus pecados. “Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados; com a medida com que tiverdes medido hão de medir a vós... Portanto, tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-lhes também, porque esta é a lei e os profetas.” Mat 7; 2 e 12

Desse modo, não apenas o assassinato, mas, toda sorte de malfeitos está sujeita à retribuição. Paulo desenvolveu de outro modo: “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear também ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas, o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna.” Gál 6; 7 e 8 

O que mudou, então, na transição da chamada era da Lei, para a da graça? O “simples” fato de que as penas que deveriam incidir imediatamente sobre os transgressores foram retidas; enquanto se faz a “aspersão do Sangue de Jesus”, como alegorizou Pedro, a difusão de Sua mensagem e Seus feitos. 

Aos que O receberem, a pena que caberia pelos seus erros, por graves que sejam, é anulada pelo Seu Sacrifício perfeito; “...ele foi ferido por causa das nossas transgressões; moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele; pelas suas pisaduras fomos sarados.” Is 53; 5 

Quanto aos demais, seguem sob o jugo da Lei, que não foi anulada, apenas, cumprida cabalmente pelo Senhor. A sua acusação deveria conduzir os culpados ao Salvador, embora, muitos resistam à ideia. “De maneira que a lei serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados.” Gál 3; 24 

Afinal, se era vetado receber resgates em favor de homicidas, o Sacrifício perfeito do Salvador é resgate suficiente para todo tipo de pecados e todo número de pecadores que decidirem obedientemente se abrigar sob suas asas. 

Acontece que, se a Graça amplia o tempo e possibilita perdão, em sua essência é mais severa que a Lei; ouçamos: “Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; mas qualquer que matar será réu de juízo. Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo; e qualquer que disser a seu irmão: Raca, será réu do sinédrio; e qualquer que lhe disser: Louco, será réu do fogo do inferno.” Mat 5; 21 e 22 etc. 

Assim, a graça não é uma licença para pecar, antes, a possibilidade de escapar do juízo pelo caminho proposto. O Santo não evolui como nós, tampouco, muda. Se cria tipos, “sombras” e os cumpre no devido tempo é porque É Eterno; o Maior dos Mestres; age visando nos iluminar o bastante, para que voltemos ao Seu regaço. 

Entretanto, baratear a graça, brincar, blasfemar, como alguns fazem, em nada a vilipendia; segue sendo o que é. E não é salvo conduto para rebeldes, antes, agravo. “Quebrantando alguém a lei de Moisés, morre sem misericórdia, só pela palavra de duas ou três testemunhas. De quanto maior castigo cuidais vós será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus; tiver por profano o sangue da aliança com que foi santificado e fizer agravo ao Espírito da graça?” Heb 10; 28 e 29 

Embora as consequências das escolhas sejam eternas, o tempo para fazê-las é limitado. A duração de nossa vida terrena. Sendo essa qual um vapor que aparece e desaparece como disse Tiago, mesmo a Graça Divina cruzando dois milênios já, nosso tempo é exíguo, abraçá-la urge. “Enquanto se diz: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais vossos corações, como na provocação.” Heb 3; 11 

Deus não se importa se alguns “civilizados” se escandalizam com Sua “violência;” mas, importa-se tanto com o homem que Criou, que submeteu Seu Unigênito à maior e mais ultrajante violação, para que possa salvar.

Quem não se incomoda de ser, em parte, culpado por isso, Deus não importará com sua opinião quando for julgar. Enfim, abraçamos voluntariamente a graça, ou, nos será imposto o rigor da Lei. 

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Desgraçando a graça

“Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus…Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus.” Mat 4; 4 e 7
 
É comum depararmos com  coxos espirituais; digo, os que têm a perna da graça “sarada” e a da sã doutrina, atrofiada. Chegam a opor Jesus à Bíblia, quase, como se fossem excludentes. Essa seria legalista, fria; enquanto Ele é amor, graça, salvação. 

Afirmam a irrelevância da vida pregressa dos candidatos a salvos como se fosse uma revelação ao invés do “óbvio ululante”. Qualquer pecador, por mais sujo que esteja traz em si os “méritos” necessários para ser salvo; está morto e precisa reviver, como o pródigo.

Entretanto, quando essa obviedade pacífica passa a ser argumento contra a disciplina dos salvos, surgem as primeiras digitais da vigarice espiritual e intelectual. 

Como as instruções normativas aos salvos derivam basicamente das epístolas, não diretamente de Jesus seriam irrelevantes, de menos valia; quando não, contaminadas pelo farisaísmo; de Paulo, sobretudo.

Ora, nos textos supra, o Senhor derrota satanás com palavras “de Moisés”, ao invés de criar algo novo, mesmo podendo. Mais que isso; quando o Allan Kardec da vez tentou criar o espiritismo, o Senhor remeteu a Moisés e aos profetas como melhor alternativa: “…Têm Moisés e os profetas; ouçam-nos.” Luc 16; 29  

Embora, aqueles seriam do Velho Testamento, não estavam obsoletos a ponto de ser desconsiderados.

Suspeito que essas ênfases na graça não visam colocar em relevo o óbvio; mas, pacificar sem mediador ao pecador contumaz. Claro que renovamos todos os dias nossos erros, e, paralelamente  a misericórdia se “renova a cada manhã”; como enfatizou Jeremias. 

Isso não basta para que pretendamos andar sem disciplina, como adverte a epístola aos Hebreus; “Porque o Senhor corrige o que ama, e açoita a qualquer que recebe por filho. Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, e não filhos.” Heb 12; 6 a 8

Na verdade Cristo tornou a Lei mais rigorosa em Sua releitura; ensinou a ir além das expressões visíveis buscando as sementes, no coração. A diferença em relação ao Antigo Testamento é que Seu sacrifício basta, não carece ser renovado; nosso arrependimento, sim. O Advogado não cria processo sem petição do cliente.

O legalismo não consiste em observar a Lei; antes, em descansar na aparente observância ignorando a intenção espiritual no preceito da mesma. Por isso o Senhor advertiu: “Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus.” Mat 5; 20
 
Não se trata de pleitear salvação pelas obras; mas, de evitar que a graça seja barateada a tal ponto, que venha a prescindir dos devidos frutos que testificam o que  ela fez. “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.” Ef 3; 10
 
O Renovo da “raiz de Jessé” não brotou para fazer sombra nas árvores adoecidas ; antes, para mudar suas naturezas. Onde isso não ocorreu, resta trabalho a ser feito. “… todas as árvores do campo baterão palmas. Em lugar do espinheiro crescerá a faia, e em lugar da sarça crescerá a murta; o que será para o Senhor por nome, e por sinal eterno, que nunca se apagará.” Is 55; 12 e 13

Embora seja muito mais confortável parecermos “legais”, por incrível que pareça, somo desafiados a ser santos. Não, “canonizados” após a morte dado o reconhecimento de dois milagres, como faz o catolicismo; antes, demonstrando em vida a eficácia de dois milagres: A salvação, e a santificação mediante o Espírito. 

Isso deve ser tão visível, quanto uma cidade edificada sobre um monte; radiante como a luz, relevante como o sal. “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.” Mat 5; 17

Enfim, não há dificuldade com o passado de nenhum pecador; antes, com o presente de ministros que se esforçam mais em agradar aos homens que a Deus. A Palavra de Deus foi rejeitada em Moisés, em Josué, em Samuel, em Jesus, sobretudo; em Paulo… por que não o seria em nós?

Ainda assim, nosso papel é anunciar retamente a mensagem da graça que desafia o agraciado com um sonoro, “não peques mais”! 

Se gastarmos nosso tempo martelando a penha da doutrina para alargar o caminho estreito seremos inúteis a Deus e aos homens. Esperar da graça mais do ela dá, acabará em desgraça.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

O medo da sombra

"E disse-lhe Jesus: Hoje veio a salvação a esta casa, pois também este é filho de Abraão.”
  
A inclusão de Zaqueu na “genealogia” abraãmica se deu após uma postura de arrependimento, não, uma comprovação genética. Embora o conceito teológico da filiação pela fé não estivesse assente na mentalidade dos discípulos, ( na verdade alimentavam ainda preconceitos raciais ) o ensino estava patente; o Mestre nunca fez diferença entre judeu ou gentio, no sentido de preferir àquele e preterir a esse; antes, sempre socorreu quem O buscou.

Na verdade, o precursor do Messias começou suas exortações justo contra isso; a pretensa eleição, a despeito de frutificarem ou não; ele disse: “Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento, e não comeceis a dizer em vós mesmos: Temos Abraão por pai; porque eu vos digo que até destas pedras pode Deus suscitar filhos a Abraão. E também já está posto o machado à raiz das árvores; toda a árvore, pois, que não dá bom fruto, corta-se e lança-se no fogo.” Luc 3; 8 e 9

Assim, se é certo dizer que a mensagem do Batista não punha em relevo a origem de eventuais filhos de Deus, podiam vir de Abraão ou de pedras, colocava como essenciais, os frutos.

A inveja dos religiosos sedizentes, filhos de Abraão, testificava o contrário, como o mesmo Salvador demonstrou; “Bem sei que sois descendência de Abraão; contudo, procurais matar-me, porque a minha palavra não entra em vós.” Jo 8; 37  

Descendência, O Senhor reconhecia; mas, filiação espiritual não; “Responderam, e disseram-lhe: Nosso pai é Abraão. Jesus disse-lhes: Se fôsseis filhos de Abraão, faríeis as obras de Abraão.” V 39 

Como Jesus desmascarou tal pretensão, ousaram dizendo-se filhos de Deus. “Se Deus fosse o vosso Pai, certamente me amaríeis, pois que eu saí, e vim de Deus; não vim de mim mesmo, mas ele me enviou.” V 42 

Por fim, Cristo pôs o dedo na ferida e deu nome aos bois. “Por que não entendeis a minha linguagem? Por não poderdes ouvir a minha palavra. Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira.” Vs 43 e 44
 
Nossa vontade determina o rumo das  escolhas,  essas, acabam plasmando as “digitais” espirituais, independente da profissão de fé. “… quereis satisfazer os desejos de vosso pai…” sintetizou o Salvador, depois de denunciar que eles O queriam matar.

Alguns escritores da praça dizem que os evangelhos são pura graça, sem teologia, que seria meio rançosa,  humana; entretanto, na introdução de João já temos um robusto gancho onde se pode pendurar legitimamente os mais densos tratados teológicos sobre a filiação mediante a fé; “Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.” Jo 1; 11 a 13

Assim,  Paulo não está “dando golpes no ar”, figura que ele mesmo usou. “Sabei, pois, que os que são da fé são filhos de Abraão.” Gál 3; 7  “Porque em Jesus Cristo nem a circuncisão nem a incircuncisão tem valor algum; mas sim a fé que opera pelo amor.” Gál 5; 6

É preciso reconhecer que pleitos de alguns donos da verdade atuais é denominacional, não, racial, como nos  tempos de Jesus. Entretanto, apostar num dogma qualquer, ou, mesmo mencionar o Nome que é sobre todos os nomes segue sendo em si mesmo, inócuo.

Afinal, Jesus Cristo apresentou a salvação como que, personificada; indo a Zaqueu apenas depois que esse produziu publicamente os frutos de arrependimento preconizados por João Batista. “… hoje veio salvação a essa casa…”
 
Porque, infelizmente, na maioria das casas que o Salvador vai, a salvação não entra; ainda que hipocritamente lhe deem boas vindas,  Sua doutrina que acompanha a graça salvífica não é recebida. 

Pensar que a graça equivalha à licença para pecar redundará em desgraça; pois, quem tem a mínima noção sobre o quanto foi caro para ser de graça, não tripudia nem brinca, com algo tão nobre, tão santo. “…homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de Deus, e negam a Deus,…” Jd v 4
 
A salvação acompanha O Salvador como que sendo Sua sombra; mas, só refrigera quem se abriga humildemente na dependência de quem pode e quer salvar. “Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará.” Sal 91; 1