“Bom é o sal; mas, se o sal degenerar,
com que se há de salgar?” Luc 14;34
Não carecemos
esforço para perceber que, o “sal” em questão que, não deveria degenerar era o
caráter dos discípulos, dos quais, dissera: “Vós sois o sal da Terra.” Por,
degenerar, entendemos, a dissolução paulatina das propriedades originais de
algo, ou, alguém. Assim, cada vez menor a pureza, tanto quanto, maior for a
degeneração.
Entretanto, os
discípulos viviam de modo natural até conhecerem ao Salvador e Nele crerem.
Feito isso, foram chamados de discípulos, isto é, aprendizes; dos tais, se
requer uma postura de aperfeiçoamento lento mediante a sã doutrina iluminada
pelo Espírito Santo. Pois, depois da queda todos carecemos regeneração, não, manutenção
da geração natural.
Assim, se
careciam antes de tudo serem regenerados, isto é, gerados de novo, como
poderiam degenerar estando ainda em fase de geração? O “conflito” se estabelece
se, ignorarmos a questão da dupla natureza dos salvos. “O que é nascido da
carne é carne, o que é nascido do Espírito é espírito.” Jo 3;6
Os
convertidos, apenas eles, possuem natureza espiritual, o “novo nascimento”, de
uma geração perfeita, habitando num “templo” corruptível, “tesouro em vaso de
barro” inclinado ao mal, opositor do Santo. “Porquanto a inclinação da carne é
inimizade contra Deus, pois, não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, pode
ser.” Rom 8;7
A manutenção
da ordem perfeita na nova natureza se dá, na exata medida que negamos as
inclinações da velha, caída, corrupta e corruptível. Pois, antes de advertir
sobre a degeneração do sal, O Salvador dissera: “Assim, pois, qualquer de vós,
que não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo.” Luc 14;33
Aqui entra a
“abstinência” voluntária que conhecemos como, cruz. À medida que, mortificamos
as más inclinações, “crucificamos nossa natureza”, deixamos Cristo viver em
nós, somo reputados inocentes, livres; “Portanto, agora nenhuma condenação há
para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas, segundo
o Espírito. Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei
do pecado e da morte.” Rom 8;1 e 2
Entretanto,
se nossas ações, invés de oriundas da Luz de Cristo, vierem de outra fonte,
degeneraremos espiritualmente, e preservaremos a impureza, da qual, a Virtude de
Cristo nos quer livrar. “Esta é a mensagem que dele ouvimos, e vos anunciamos:
que Deus é luz, não há nele trevas nenhumas. Se dissermos que temos comunhão
com ele, e andarmos em trevas, mentimos, não praticamos a verdade. Mas, se
andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o
sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado.” I Jo 1;5 a 7
A degeneração
tanto pode ser, nas ações, quanto, na doutrina, na crença, e ensinos. Por isso,
as muitas exortações para a preservação da pureza de Cristo, contra o concurso
de fontes espúrias. “...todas as minhas fontes estão em ti.” Sal 87;7 “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o
teu coração, porque dele procedem as fontes da vida.” Prov 4;23 “Dá-me, filho
meu, o teu coração, os teus olhos observem os meus caminhos.” Prov 23;26
Claro que, o
degenerado ministerial que ensina coisas estranhas à Palavra, ou, perverte a
hígida interpretação, é também um degenerado moral, pois, ousa alterar, em sua
perversão, ao que O Eterno disse ser inalterável. “O céu e a terra passarão,
mas, as minhas palavras não hão de passar.” Mat 24;35
Como toda a
semente gera conforme sua espécie, ministérios cujos líderes são sal
degenerado, não podem produzir o sabor de santidade que tanto apraz ao Divino
Paladar.
Ademais, até suas “bênçãos” trazem a extensão funcional de seus
nefastos caracteres, uma vez que, O Eterno abomina a quem O desonra. “Se não
ouvirdes e não propuserdes, no vosso coração, dar honra ao meu nome, diz o
Senhor dos Exércitos, enviarei a maldição contra vós, e amaldiçoarei as vossas
bênçãos; também já as tenho amaldiçoado, porque não aplicais a isso o coração.”
Ml 2;2
Afinal, um
produto que só serve ao monturo, para ser pisado pelos homens pecadores,
serviria àquele que é “Tão puro de olhos que não consegue contemplar o mal”? Hc
1;13
Vivemos dias
difíceis de uma superficialidade fugaz, onde, as pessoas saltam de uma
arrogância a outra na velocidade virtual. Todos falam de Deus, ninguém consegue
ouvir o que Ele fala.
Afinal, que melhor maneira de se esconder a degeneração
que a capa da espiritualidade? Faz essas coisas o incauto traidor de si mesmo
que, importa-se mais com aprovação humana que, Divina. Porém, quanto vale a
aprovação dos humanos, se, no juízo serão apenas réus?