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domingo, 31 de maio de 2020

Honra, a Quem Honra


“Porque Jesus mesmo testificou que um profeta não tem honra na sua própria pátria.” Jo 4;44

Se deu com dois grandes profetas, Elias e Eliseu; o primeiro em momentos de perseguição por mandado de Jezabel, se escondeu em cavernas alimentado por corvos, depois foi enviado ao convívio de uma viúva estrangeira em Sidon.

Eliseu curou a Naamã um general siro que foi a ele, enquanto os leprosos de Israel não iam. Mencionando a um “pobre homem” que livrara a uma cidade, (Eliseu livrara Dotã) Salomão disse: “... ninguém se lembrava daquele pobre homem.” Ecl 9;15

Assim, no quesito honra humana, os dois profetas não passaram de “pobres homens.”

Acontece que nossas noções de honra passam longe, quando não, se opõem às celestes. “Vós sois os que justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece vossos corações, porque o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação.” Luc 16;15

Infelizmente o pecado mais comum em nós é a ambiguidade; querer a honra Divina, sem abrir mão da humana. Assim agiu Nicodemos, convencido pelas coisas que ouvia sobre Jesus; porém, não tão convencido a ponto de assumir abertamente ao custo de perder a aprovação dos colegas do Sinédrio.

Desse modo, “foi ter de noite com Jesus”. Justamente a ele, foi ensinada a oposição entre luz e trevas. “A condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas. Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” Jo 3;19 a 21

Ante Deus, é quando aceitamos a desonra por amor a Ele que somos honrados. A cruz requer que abramos mão daquilo que queremos ter, vida, honra... eis o negue a si mesmo! Para que, ao seu tempo tenhamos de novo, segundo os padrões celestes.

Não foi a extrema desonra do esvaziamento de Cristo, feito semelhante aos homens, obediente até à morte, e morte de cruz, que, deu a Ele um Nome que é Sobre Todo o Nome?

O duplo ânimo vem de larga data. Nos dias de Elias, que era reconhecido por profeta de Deus se, diverso de se esconder em cavernas ou, com uma viúva estrangeira ousasse na casa de um judeu qualquer, possivelmente sabedor que o rei Acabe o buscava, quiçá recompensasse por alguma informação, havia grande risco de o tal cair na tentação das honras terrenas expondo a vida do Profeta.

Por isso, quando do célebre desafio do Carmelo, antes de expor a superioridade do Senhor sobre Baal, exortou os duplos a uma escolha ímpar. “Então Elias se chegou a todo o povo, e disse: Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o; se Baal, segui-o...” I Rs 18;21

O tema que permeia a epístola de Tiago é sempre esse, duplicidade. Entre fé e dúvida; “Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando; porque o que duvida é semelhante à onda do mar, que é levada pelo vento, lançada de uma para outra parte. Não pense tal homem que receberá do Senhor alguma coisa.” Cap 1;6 e 7

Entre teóricos e práticos; “Sede cumpridores da Palavra, não somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos.” Cap 1;22 Desenvolveu isso, adiante, sob o prisma de fé e obras.

Duplicidade de sabedorias, a “do Alto”, e a “terrena animal e diabólica”;

duplicidade de tratamento a pobres e ricos, acepção de pessoas;

duplas fontes; água doce e água salgada...

enfim, toda sorte de impurezas que são derivados do duplo ânimo por isso, exortou: “Chegai-vos a Deus, Ele se chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores; vós de duplo ânimo, purificai os corações. Senti vossas misérias, lamentai e chorai; converta-se o vosso riso em pranto vosso gozo em tristeza. Humilhai-vos perante o Senhor, Ele vos exaltará.” Cap 4;8 a 10

Assim volvemos ao caminho já percorrido; que, abdicando da honra por amor a Deus, seremos por Ele honrados, no Seu tempo.

Ele mesmo assegura: “... aos que Me honram honrarei, porém os que me desprezam serão desprezados.” I Sam 2;30

O primeiro passo é atribuir a Deus Integridade crendo no que Ele fala; “Sem fé é impossível agradar a Deus...” Heb 11;6 “A Obra de Deus é essa: Que creiais Naquele que Ele enviou.” Jo 6;29

Descrer, invés de mera opção intelectual implica blasfêmia, atribui mentira a Deus. “... quem a Deus não crê mentiroso o fez...” I Jo 5;10

Salvação trata de vida, mas, também de honra; “Glória a Deus nas alturas...” Luc 2;14

sexta-feira, 22 de maio de 2020

O Tesouro da Ira


“... não duvidar em seu coração, mas crer que se fará aquilo que diz, tudo o que disser lhe será feito... quando estiverdes orando, perdoai, se tendes alguma coisa contra alguém, para que vosso Pai, que está nos Céus, vos perdoe...” Mc 11;23 e 25


Duas coisas que inibem a reação favorável dos Céus; dúvida e incoerência. Peço e duvido; não recebo; rogo para mim (perdão) algo que nego ao semelhante; igualmente, não.

Do mesmo modo nossos juízos proferidos contra terceiros provocam uma reação nos Céus, de modo a retribuir a cada um na justa medida pela qual julga. Por isso o conselho do Mestre a fazermos ao próximo exatamente aquilo que desejamos receber.

Com a medida que medirmos seremos medidos; eis a Divina Justiça! Paulo escrevendo aos romanos realçou isso advertindo que condenar em outros, posturas que aprova para si é um “tesouro avesso”. “Tu, ó homem, que julgas os que fazem tais coisas, cuidas que, fazendo-as tu, escaparás ao juízo de Deus? ... Segundo tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira...” Rom 2;3 e 5

Embora nossa possibilidade de fazer bem, ou mal, seja estritamente horizontal “Se pecares, que efetuarás contra ele? (Deus) Se, tuas transgressões se multiplicarem, que lhe farás? Se fores justo, que lhe darás, ou que receberá Ele da tua mão? Tua impiedade faria mal a outro como tu; e tua justiça aproveitaria ao filho do homem. Jó 35;6 a 8” Aquele que habita no Alto, determina Suas Reações conforme nossas ações, uma vez que, “Tudo o que o homem semear, ceifará.”

Todavia, jamais, a incoerência engajada, também conhecida como hipocrisia esteve tão em voga como atualmente.

Se o juízo é sobre um “dos meus” se lhe concede todos os direitos; pode ser incoerente, obtuso, mentiroso, bêbado, hipócrita, criminoso; nenhuma exigência moral ética; porém, se o alvo é um desafeto, até exigências estéticas se faz; o cara é um grosso, fala o que dá na telha; mesmo se for honesto, patriota, será condenado pelo “crime” de não ser dos nossos. Será tachado de fascista, nazista pelos que nem sabem o que as palavras significam.

Eis o homem, cujo projeto foi À Imagem e Semelhança do Criador; agora se tornou “A cara do pai”, do novo pai que o adotou. “Vós tendes por pai ao diabo e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio; não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso; pai da mentira.” Jo 8;44

Não significa que um filho de Deus não cometa erros; mas, que cometendo trata-os como tais, invés de lavar-se com lama justificando-se porque outros também erram. Não fala; “Antes de me criticar pague minhas contas” como se ouve; antes, como dizia Sócrates, “liberte-me de minha ignorância e te terei na conta de um grande benfeitor.” Mas, “Os vaidosos só ouvem elogios” Sait-Exupérry

Citam o cisco e trave como se, quem ensina e adverte contra desvios, necessariamente tivesse uma trave em seus olhos; será? Já fui acusado muito disso, sem jamais apontarem onde está a mesma.

Pois, tendo a verdade por princípio o cristão sabe que essa é boa, tanto quando o defende, quanto, quando o acusa. “... anda sinceramente, pratica a justiça, e fala a verdade no seu coração... não difama com a sua língua, nem faz mal ao seu próximo, nem aceita nenhum opróbrio contra seu próximo; (aos seus olhos) o réprobo é desprezado; mas honra os que temem ao Senhor... jura com dano seu, contudo, não muda.” Sal 15;2 a 4 Se, honra aos que temem ao Senhor, quando um desses fala da parte Dele, reconhece a Fonte, invés de desfazer da água.

Quanto políticos que pareciam uma coisa durante as campanhas, e, uma vez eleitos os fatos revelaram outra muito distinta? Por quê? Porque em seu anseio de conseguir votos buscaram parecer o que os eleitores gostariam. Uma vez eleitos, no exercício dos mandatos, suas máscaras não eram mais necessárias; se deixaram ver como são.

A questão é: Como encenarão escrúpulos morais, pudor, novamente se já se mostraram obscenos? Certamente ceifarão, então, do que agora semearam.

Por isso os filhos de Deus são exortados a vencer ao duplo ânimo, esse lapso que patrocina a dúvida e fragiliza pela impureza aos corações. “Chegai-vos a Deus e Ele se chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores; vós de duplo ânimo, purificai os corações. Senti vossas misérias, lamentai e chorai; converta-se o vosso riso em pranto; o vosso gozo em tristeza.” Tg 4;8 e 9

Então, “Se consegues fazer um bom julgamento de ti és um verdadeiro sábio.” Saint-Exupérry

segunda-feira, 23 de março de 2020

O Culto sem Noção


“Aconteceu ao cabo de dias que Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao Senhor. Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas, e sua gordura; atentou o Senhor para Abel e sua oferta. Mas para Caim e sua oferta não atentou.” Gn 4;3 a 5

Os primeiros cultos. A um O Senhor aceitou, ao outro, não. Já ouvi explicações sobre o porquê, dessa distinção, da aceitação de um e rejeição de outro; a mais comum é que o culto aceitável deveria ter sacrifício de animais, pois a redenção viria pelo sangue; Caim oferecera cereais apenas.

Se observarmos no Levítico onde O Eterno disciplina a forma de culto, há sim a aceitação de oferendas de alimentos sem sangue, como culto pacífico. Sinal de adoração. Portanto, o motivo deve ser outro.

O que se pode inferir do texto é que havia algum desvio espiritual nos motivos de Caim, pois, invés de olhar primeiro para a o oferta, O Senhor olhara para a pessoa do ofertante; “... para Caim e sua oferta não atentou.”

Jesus ensinou que pendências horizontais deveriam ser resolvidas antes do culto; “Portanto, se trouxeres tua oferta ao altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa-a ali diante do altar; vai reconciliar-te primeiro com teu irmão; depois, vem e apresenta tua oferta.” Mat 5;23 e 24

Pois, quando O Eterno argumentou com o furioso Caim que fora rejeitado, condicionou a aceitação dele à prática do bem, o que implica que, de alguma forma estava em falta. “Se bem fizeres, não é certo que serás aceito?” v 7

Os que centralizam sua adoração numa suposta predileção Divina por grandes ofertas, sacrifícios, ainda não entenderam o básico; “Porque Eu quero misericórdia, não sacrifício; e conhecimento de Deus, mais que holocaustos.” Os 6;6 ou, “Ele te declarou, ó homem, o que é bom; que é o que o Senhor pede de ti, senão que pratiques a justiça, ames a benignidade, e andes humildemente com teu Deus?” Miq 6;8

O que O Senhor anseia é relacionamento em tempo integral, não uma encenação pontual durante o “culto” e uma vida desregrada depois.

Se, olhando para a pessoa, por algum motivo ela não for aceita perante o Eterno, o culto, por fervoroso, vultoso que pareça, também não será. “Odeio, desprezo vossas festas, e as vossas assembleias solenes não me exalarão bom cheiro. Ainda que me ofereçais holocaustos, ofertas de alimentos, não me agradarei delas; nem atentarei para as ofertas pacíficas de vossos animais gordos. Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos; porque não ouvirei as melodias das tuas violas.” Am 5;21 a 23

A rejeição do culto, deriva da rejeição dos caminhos adotados pelos cultuantes; basta ver o verso seguinte, proposto como alternativa; “Corra, porém, o juízo como as águas, a justiça como o ribeiro impetuoso.” V 24

Em Isaías encontramos cenário semelhante; o povo vivia alheio à Vontade Divina, contudo, se apressava em comparecer aos cultos; “De que me serve a multidão de vossos sacrifícios, diz o Senhor? Já estou farto dos holocaustos de carneiros, da gordura de animais cevados; nem me agrado de sangue de bezerros, nem de cordeiros, nem de bodes. Quando vindes para comparecer perante mim, quem requereu isto de vossas mãos, que viésseis pisar os meus átrios? Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim abominação, as luas novas, os sábados, e a convocação das assembleias; não posso suportar iniquidade, nem mesmo a reunião solene.” Is 1;11 a 13

Nada havia de errado com o culto, senão, a presença da iniquidade. Claro que a igreja é lugar de pecadores! Todos somos. A questão não é a existência do pecado em nós, mas a insensibilidade espiritual que nos leva a agir como se, o tal não existisse; e invés de, arrependidos buscarmos perdão, vamos direto a “adoração” como se tudo estivesse bem entre nós e O Santo.

Tiago ensinou: “Chegai-vos a Deus, Ele se chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores; e vós de duplo ânimo, purificai os corações. Senti vossas misérias, lamentai e chorai; converta-se vosso riso em pranto, e vosso gozo em tristeza.” Tg 4;8 e 9

Hoje “pecado” é uma palavra quase proibida; correção, intromissão. “Vai cuidar da tua vida”. Depois, os santos se apresentam cheios de louvor perante Deus, deixando feridas para trás; o “sacrifício” aceitável recusam-se a oferecer. “... apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.” Rom 12;1

Deus “aceitaria Abel e Caim”; presto vem o juízo, “Então voltareis e vereis a diferença entre justo e ímpio; entre o que serve a Deus, e o que não serve.” Mal 3;18

quinta-feira, 26 de julho de 2018

A Graça possibilita, não facilita

“Rogo-vos, pois, eu, preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados.”

Os que pretendem uniformizar a sorte dos salvos teriam um problema aqui; “... eu, o preso do Senhor, rogo, que andeis...” Dissera Paulo. O preso admoestando sobre os passos dos que eram livres, pois, “a graça foi dada a cada um de nós segundo a medida do dom de Cristo.” V 7

Os utilitaristas atuais teriam dificuldade de entender como um prisioneiro inocente seria alvo da Graça; normalmente as pessoas não associam Graça a um favor imerecido; antes, ao patrocínio de um desejo almejado; alguém preso, por certo, sonharia ser livre; só assim seria agraciado. Todavia, ao apóstolo, a salvação era suficiente, mesmo que perdesse sua vida, como, de fato, perdeu.

Se, não estamos presos como Paulo, tampouco, somos tão “livres” assim, a ponto de, nossas doentias inclinações prevalecerem à Vontade do Senhor. Somos “presos livres”, como se, usássemos tornozeleiras eletrônicas, que facultam liberdade dentro de certos limites.

A “liberdade” absoluta era para antes, quando, mortos; “Quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça.” Rom 6;20 “Mas, agora, libertados do pecado, feitos servos de Deus, tendes vosso fruto para santificação; por fim a vida eterna.” V 22 Notemos que, a progressão da salvação deve culminar em santificação, o que, resulta em menos poder, no quesito liberdade.

Como qualquer pai amoroso cercearia os passos a um filho se, ele rumasse às drogas ou, outros vícios, assim, Deus, nos disciplina dentro de Seus limites, para nos proteger, não, para limitar.

Os avessos à Sua Disciplina não são Seus Filhos; “Porque o Senhor corrige ao que ama; açoita a qualquer que recebe por filho. Se, suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, não, filhos.” Heb 12;6 a 8

João Batista exortara os “salvandos” a produzirem frutos dignos de arrependimento; Paulo escreveu aos salvos demandando frutos de santificação; requerendo maturidade espiritual. Afinal, santificação, separação do mundo e seus valores pervertidos não é um upgrade possível aos salvos; Antes, uma demanda indispensável, para os que desejam ver a Bendita Face do Santo. “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual, ninguém verá o Senhor;” Heb 12;14

Diferente do que ensina o catolicismo, que santificação seja a operação, em vida, de, pelo menos dois milagres, redundando num processo de reconhecimento e “Canonização” após a morte; a Bíblia ensina que é uma separação paulatina dos valores profanos do mundo, mudando nossos pensamentos pelos Divinos, infinitamente mais elevados, para que sejamos reputados, então, limpos de coração. “Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus;” Mat 5;8

Esse papo moderninho de que os tempos são outros; a onda é ser “politicamente correto” e, a pretexto de “tolerância” devemos aquiescer com toda sorte de vícios amalgamados ao cristianismo é apenas perversão do inimigo infiltrado; pois, aquilo que é eterno jamais demanda um processo de “atualização” como se, biodegradável fosse.

Desgraçadamente “progredimos” de uma geração de heróis que nem mesmo o martírio era coação suficiente para que negassem a fé, como Paulo; para uma igreja pusilânime, covarde, onde críticas, zombarias são “provas” muito duras; francamente!

Esperam que, a Graça Divina, necessariamente lhes trará facilidades, favores, fama, aplausos, grandeza... Essa seria a “Fé inteligente”, que “toma posse” das chaves disso ou, daquilo. Nos últimos dias os homens serão amantes de si mesmos; tendo aparência de Piedade, mas, negando sua eficácia. Disse Paulo a Timóteo.

Tiago denunciou a duplicidade em Sua Epístola; e, diverso da santificação que O Senhor deseja, essa redunda em impureza. “Chegai-vos a Deus; Ele se chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores; vós de duplo ânimo, purificai os corações.” Cap 4;8

Em Cristo somos vocacionados ao Reino dos Céus; se, devemos andar de modo digno, é o “aplauso” Celeste, não, terreno que devemos buscar; Pois, disse O Salvador aos Fariseus: “... Deus conhece vossos corações, porque o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação.” Luc 16;15

Por aqui podemos estar presos, desempregados, enfermos, humilhados; se, malgrado essas variáveis todas estivermos em paz com Deus, então, inda estaremos sob as asas de Sua Graça. Senão, mesmo que tenhamos ganhado o mundo inteiro, nossa efêmera presunção de donos, de poderosos será apenas o disfarce pontual, camuflagem de nossa prisão eterna.

Muitos que andaram na Fé, segundo a vocação Divina sofreram bem mais que nós; as perseguições lhes impetradas não maculou quem eram; mas, realçou quem o mundo é; “Dos quais o mundo não era digno...” Heb 11;38

Na vereda da fé carecemos de ouvidos para ver melhor.

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

A oração dos bichos

“Ainda que se mostre favor ao ímpio, não aprende justiça; até na terra da retidão pratica iniquidade; não atenta para a majestade do Senhor.” Is 26;10

Diverso da ideologia esquerdista que as pessoas fariam mal por causa das privações, sendo, por isso, as circunstâncias que patrocinam ações marginais dos “excluídos”, a Bíblia apresenta o caráter, a índole, como fiadora dos mesmos, malgrado, o entorno.

Vimos o ímpio na “terra da retidão”, portanto, em ambiente “impróprio” praticando iniquidade. Afinal, se fosse veraz o dito que a ocasião faz o ladrão, todos eles seriam inocentes.

Se, alguém galgar uma função ministerial num ambiente cristão, o pressuposto necessário é que orbite em ambiente de retidão; se, não plenamente, ao menos, onde a mesma é ensinada; defendida como vital a saúde espiritual.

Entretanto, circula na Net a notícia que, Kelvin Holdsworth ministro anglicano de Glasgow pediu aos fiéis que rezem para que príncipe George seja gay; assim, a Família Real apoiaria o casamento homossexual, do qual é defensor e ativista.

Sem entrar no mérito da postura conservadora da Família Real, tampouco, do homossexualismo, que, biblicamente é denunciado como erro, no âmbito individual é direito de cada um que assim o desejar, quero me ater ao vício que chamarei de oração dos bichos.

Tiago colocou o egoísmo carnal como barreira às respostas Divinas quando alguém ora; disse: “Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para gastardes em vossos deleites.” Cap 4;3 Adiante receitou uma tomada de posição radical: “Chegai-vos a Deus, Ele se chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores; vós de duplo ânimo purificai os corações.” V 8

Num livro de Gibran li uma fábula onde os ratos oravam por queijo, mas, os cães riram dizendo ter certeza que se orassem choveria ossos, não, queijos.

Dessa viés de orar cada um, segundo suas inclinações naturais, derivei a ideia da “oração dos bichos”.

Se, o indispensável no cristianismo é “Negue-se, tome sua cruz e siga-me”, como pode alguém que renunciou suas vontades pela Divina orar ainda segundo desejos naturais desorientados, quiçá, perversos como os do aludido ministro?

Deus só responde favoravelmente orações que se alinham à Sua vontade. Para conhecê-la demanda-se uma renúncia tal, que foi chamada de “sacrifício vivo” no aspecto do custo; e, “culto racional” no prisma do intelecto, vejamos: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas, transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual a, agradável e perfeita Vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

Se, a Vontade Divina é mesmo perfeita, qualquer restrição que houver no tocante a ela necessariamente derivará de nossas imperfeições, de nosso “conformar com o mundo”, más inclinações não crucificadas, na linguagem de Paulo.

Uma coisa que me intriga: Se, Deus conta e é mesmo O Senhor, quem ousaria alterar o que Ele disse? Porém, se é só uma abstração, uma droga psíquica, um mito, como dizem alguns, por que as pessoas precisam de religião? Existem drogas alternativas e amorais.

Os gays brasileiros criaram sua versão “sui gêneris” da Bíblia; chamam “Graça sobre Graça;” onde omitem os vetos ao homossexualismo da versão original. Dois erros concomitantes; não se adequarem aos preceitos Divinos, e, alterá-los.

Isso é acrescentar pecado a pecado, cobrir-se de engano não do Espírito de Deus como fizeram os hebreus. “Ai dos filhos rebeldes, diz o Senhor, que tomam conselho, mas não de mim; cobrem-se, com uma cobertura, mas, não do Meu Espírito, para acrescentarem pecado sobre pecado.” Is 30;1

Para quem aquele ministro sem vergonha pede que as pessoas orem? Deus? Pedirão que rasure Sua Palavra? Porfiarão com O Eterno para que deixe de Ser Santo, pois, recusam deixar de ser ímpios? Que abissal falta de noção!!

Circulam nas redes sociais as tais “orações poderosas” que incautos compartilham, acreditam; mas, não valem um prego. Não existe oração poderosa!! Existe as que Deus aceita; derivam de contritos, “justos”; não são repetições mecânicas quais mantras, têm coração. “buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes com todo vosso coração.” Jr 29;13 “...a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos.” Tg 5;16 “...meu servo Jó orará por vós; porque deveras a ele aceitarei...” Jó 42;8

Mesmo um justo como Jeremias, se, interceder por quem Deus rejeitou será inútil; “... não ores por este povo, nem levantes por ele clamor, ou, oração; não me supliques, porque não te ouvirei.” Jr 7;16

A causa? Rejeição da Palavra de Deus; “...em vão tem trabalhado a falsa pena dos escribas. Os sábios são envergonhados, espantados, presos; rejeitaram a Palavra do Senhor; que sabedoria, pois, têm eles?” Jr 8;8 e 9

domingo, 2 de abril de 2017

Anomalias espirituais

“Porventura sou Deus de perto, diz o Senhor, não, também, de longe?” Jr 23;23

No contexto, mediante Jeremias, dura diatribe contra falsos profetas está posta; intrínseco, a ideia que, pelo fato de estarem, os falsos, distantes, privados da intimidade com Deus, estariam longe, também, do Juízo. Entretanto, proferindo sentenças oriundas dos próprios corações e atribuindo-as ao Eterno, funcionalmente, se pretendiam, chegados do Senhor.

Ele reclamou Sua inocência: “Não mandei esses profetas, contudo, foram correndo; não lhes falei, mas, profetizaram.” V 21 Após, colocou a necessária distinção de conteúdo, se, fossem os tais, Seus: “Se estivessem estado no meu conselho, teriam feito meu povo ouvir minhas palavras, o teriam feito voltar do seu mau caminho, da maldade das suas ações.” V 22

Estranha doença nossa, nos presumirmos ao alcance Divino, para sermos abençoados, e distantes, para sermos responsabilizados por nossos atos. Assim, teríamos O Altíssimo perto de nossos anseios, e longe da Sua Justiça.

Ora, falar da parte de um Ser, “Tão puro de olhos que não pode contemplar o mal” a um mundo que “jaz no maligno”, corrupto, mentiroso indulgente, omisso, egoísta, adúltero, etc. e tentar agradar às duas partes ao mesmo tempo, seria fusão de óleo e água; impossível.

As “caixas de promessas”, o festival doentio de “profecias” dando chaves, posse da vitória, que grassa nas redes sociais, são sintomas desse utilitarismo espiritual, onde Deus nos serve do nosso jeito, não, nós a Ele, nos Seus termos.

Alguém contou o número fabuloso de promessas bíblicas e chegou a alguns milhares; esqueceu, porém, que sempre, pegada a uma promessa de bênção associada à fidelidade, temos o contraponto da maldição pela desobediência. Assim, ou, aceitamos os dois lados da moeda, ou, deixemos Deus fora disso; vivamos do nosso jeito.

Desde de Moisés, aliás, a coisa foi posta objetiva e séria; a nós, legado o privilégio da escolha: “Céus e Terra tomo hoje por testemunhas contra vós, de que te tenho proposto a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e tua descendência.” Deut 30;19

Infelizmente, grande parte da “Igreja” atual, concebeu um hibridismo numismático, uma “moeda extraordinária” que de um lado traz todas as benesses do Reino dos Céus, do outro, a pomposa efígie de César. Digo, propaga uma mensagem que nos faz “abençoados” em dois reinos opostos; O de Deus, e o mundo.

Tiago foi um tiquinho radical no tocante a isso: “Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para gastardes em vossos deleites. Adúlteros e adúlteras, não sabeis que amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus. Ou cuidais vós que em vão diz a Escritura: O Espírito que em nós habita tem ciúmes? Antes, dá maior graça. Portanto, diz: Deus resiste aos soberbos, mas, dá graça aos humildes. Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo; ele fugirá de vós. Chegai-vos a Deus, Ele se chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores; vós de duplo ânimo, purificai os corações.” Tg 4;3 a 8 O duplo ânimo, aliás, é tema central de toda a epístola de Tiago, basta ler com atenção.

Cristo também não foi nada “inclusivo” quanto às demandas para se entrar no Reino, ainda que, facultando entrada a todos, disse: “qualquer que não levar a sua cruz, não vier após mim, não pode ser meu discípulo... qualquer de vós, que não renuncia tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo.” Luc 14;27 e 33

E, essa seriedade toda era apenas para matrícula como discípulo, ou seja, aprendiz, não, profeta, ou, próspero, como se apregoa modernamente.

Inflar à Graça Divina, e baratear a justiça, como se, Deus fosse Bom, sem ser Justo, tem engendrado seres fantásticos como os da mitologia grega; ovelhas com cabeças de asnos e chifres de bodes... O Criador, tão cioso da Perfeição da Sua Obra determinou que a mesma se reproduzisse “segundo sua espécie”, e, não receberá no novo mundo, monstrengos, anomalias espirituais, caminhantes da larga avenida estreita... quem pariu Frankenstein que o embale.

Claro que, O Santo abençoa materialmente, inda nessa vida, os fiéis, mas, não é prioridade; muitos deles morrem na miséria, só terão recompensas no além. O chamamento prioritário de Cristo é das trevas, para a Luz; da perdição, para a salvação; da morte, para a vida. As circunstâncias são meros acessórios.

Ademais, quem aprender a permanecer perto de Deus, mediante obediência, intimidade, conhece Seu segredo de modo que, não mais confunde meios, com fins. “O segredo do Senhor é para aqueles que O temem; Ele lhes mostrará a sua aliança.” Sal 25;14 

Os demais, mesmo morando em igrejas, estão longe das bênçãos, infelizmente, e perto do juízo.

quarta-feira, 9 de março de 2016

Duplo ânimo; desanimador

“Disse o rei de Israel a Jeosafá: Disfarçando-me entrarei na peleja; tu, porém, veste as tuas roupas reais. Disfarçou-se, pois, o rei de Israel, e entraram na peleja.” II Crôn 18;29

Acabe, o rei pusilânime cercava-se de falsos profetas que o bajulavam e evitava Micaías, Profeta do Senhor, pois, “nunca fala bem de mim” dizia. Bem, o Vate o advertira que seria inglória aquela batalha, com a morte do rei. Invés de se dar por avisado e não ir à peleja, usou uma estratégia para burlar À Palavra de Deus. Jeosafá, rei de Judá, lutaria em trajes reais, ele, disfarçado de soldado comum. Se, um rei morreria na luta, antes ele do eu, pensou.

Deus advertira da morte de certa pessoa, não de alguma veste, de modo que, sua “esperteza” não funcionou. Mas, o que quero apreciar agora é a duplicidade de coração, vício que assoma de suas atitudes. Não queria ouvir ao profeta, mas, no fundo, temia sua mensagem. Todo ser arbitrário pode decidir crer, ou, duvidar de algo; mas, não pode fazer duas coisas excludentes ao mesmo tempo, se, goza de alguma sanidade psicológica.

Duplicidade é o tema de Tiago, vejamos: “O homem de coração dobre é inconstante em todos os seus caminhos.” 1;8  “Sede cumpridores da palavra, não, somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos.” 1;22 “De uma mesma boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, não convém que isto se faça assim. Porventura deita alguma fonte de um mesmo manancial, água doce e amargosa? Meus irmãos, pode também a figueira produzir azeitonas, ou a videira figos? Assim tampouco pode uma fonte dar água salgada e doce.” 3;10 a 12 “Chegai-vos a Deus, ele se chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores; vós de duplo ânimo, purificai os corações.” 4;8 etc.

O jovem rico que sentiu-se atraído por Jesus, mas, trazia em sua alma o apego material foi testado nisso e reprovado. Não que devamos vender o que possuímos e darmos aos pobres, embora, tenhamos que socorrer aos necessitados; porém, O Salvador demandou isso para mostrar onde estava, seu coração. Nossa hipocrisia é tão grande que somos capazes de enganar a nós mesmos. Há mentirosos contumazes que parecem acreditar nas próprias mentiras. O país está cheio deles, na política, sobretudo.

O Senhor não deseja “decisões” nebulosas, como Acabe que acreditava duvidando. Falando a uma multidão que O buscara por interesses desafiou-a, a comer Sua Carne e beber Seu Sangue; a galera foi debandando à “dureza” do discurso; nem se deram ao trabalho de perguntar o sentido das estranhas palavras. O Salvador não se preocupou em ser “legal” contar uma piada para manter audiência, nada. Depois que todos se foram, exceto os doze, perguntou se, também eles queriam “dar no pé”.

É fácil filosofar sobre a preferência da qualidade à quantidade; mas, viver isso na prática são outros quinhentos. Para O Senhor é assim. Ou, nosso coração é Dele, ou não é; não existe espaço intermediário. Que cada um que deixe patente sua escolha: “Quem é injusto, faça injustiça ainda; quem está sujo, suje-se ainda; quem é justo, faça justiça ainda; quem é santo, seja santificado ainda.” Apoc 22;11

No Desafio do Carmelo Elias denunciou também a duplicidade de um povo que oscilava entre O Criador e Baal. Tendo O Senhor feito cair fogo do céu, o povo decidiu: “Só O Senhor É Deus”! Mas, no dia seguinte, muitos estavam em perseguição ao Profeta, a mando de Jezabel. Não é fé a ação do que professa uma coisa e faz outra. É auto engano.

Como Acabe, as pessoas tendem a trocar roupas apenas, invés de mudarem de atitude. A fé triunfa às circunstâncias, não, cambia ao sabor delas. Deparei com um post no Facebook onde alguém dizia que a Bíblia cairia em descrédito, pois, teria sido encontrado o “Evangelho de Barnabé” que desmentiria os demais.

Que gente sem noção! A Bíblia, cujo Canon, passou por vários concílios, foi alvo de perseguições, destruição, cruzou incólume à ponte do tempo, transformando, salvando milhares de vidas, seria, de repente, lançada ao descrédito por um papireco apócrifo que surgiu num limbo qualquer??

Comentei que alguns pensam ser Deus, como o rei do jogo de xadrez que, devidamente cercado, xeque-mate. O que pensam esses imbecis do Eterno? O que pensam da fé? A única descoberta que pode mudar alguma coisa é, justo, a fé em Deus, por meio daqueles que ainda a desconhecem. Transporta da morte para a vida. O resto, é mais do mesmo; mudam as vestes, não o condenado à morte.


Quem crê, a surgirem “provas” contra Deus, as reduz a pó; quem espera tal surgimento, mesmo professando fé, duvida. Sabe que está indo pra morte, mas, escolhe desobedecer.  

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Felizes os que caem?

“Meus irmãos tende grande gozo quando cairdes em várias tentações; sabendo que a prova da vossa fé opera a paciência.” Tiago 1; 2 e 3

Tal afirmação entendida de modo superficial pode dar azo a que se advogue a bênção sobre os que caem em tentações. A primeira parte do texto parece edificar a ideia. Entretanto, o verso seguinte desafia à prova da fé, que triunfaria mediante paciência. Então, o “cair em tentação” em foco, equivale a não pecar, antes, admitir internamente a ideia, mas,  cotejar tal desejo com o conteúdo da fé, e nesse esperar, graças ao amparo da paciência.

Adiante ele explica a gestação do pecado. “Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e a ninguém tenta. Mas, cada um é tentado, quando atraído e engodado pela  própria concupiscência. Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado;  o pecado sendo consumado gera a morte.” Vs 13 a 15 

Vemos que há todo um processo interior “dando vida” a esse agente da morte. Cobiça vontade e ação. Essa última equivale a “dar à luz o pecado”; antes disso pode ser abortado em paciente espera e confiança em Deus. 

O “cair em tentação” que Tiago defende como motivo de gozo, pois, é resistir às nuances do mal que assedia; o gozo derivaria de tê-las, pacientemente vencido; não,  impiamente consumado. Afinal, ele mesmo, se expressa de modo mais claro sobre o tema: “Bem aventurado o homem que suporta a tentação; porque, quando for provado receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam.” V 12 Não poderia, ele, com coerência, abençoar ao que cai como ao que suporta a tentação. 

Refere-se ao mesmo caso; o que assediado por maus desejos triunfa a eles e haure o gozo de sentir em seu espírito a vitória do Espírito Santo, o direcionando em fé mediante paciência. 

Nesses dias velozes de tanto ativismo, muitos pregadores de interesses terrenos disfarçados de celestiais transtornaram o sentido da Palavra de Deus; sobretudo, do quesito, fé.

Embora possa exercer vigoroso papel ativo, seu sentido é muito mais, passivo. Não é uma força que faz as coisas acontecerem como advogam os da “prosperidade”; antes, uma confiança irrestrita na Pessoa Bendita do Senhor, mesmo que, nossos sonhos não aconteçam; que nossas orações não sejam respondidas como esperamos. Afinal, se fé é provada com a régua da paciência, certamente os “centímetros” da mesma são feitos de tempo, de espera. 

Embora o tema central de toda epístola  seja advertência contra a duplicidade de ânimo, a paciência aparece como coadjuvante mui expressiva. 

Quanto aos ambíguos apresenta como doentes espirituais, portadores de corações sujos; “Chegai-vos a Deus e ele se chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores; e vós de duplo ânimo, purificai os corações.” Cap 4; 8 Vemos uma vez mais, a sutil diferença entre o pecado praticado, suja as mãos; e o pecado acariciado apenas no domínio dos desejos; suja o coração. 

A ideia subentendida é que, as pessoas se dispõem a esperar em Deus certo tempo; mas, impacientam-se ante anseios não supridos e partem para “soluções” naturais; leia-se, pecado. Isso lembra parte do Salmo onde Davi versa: “Por que te abates, oh minha alma? Por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois, ainda O louvarei.” Nesse colóquio consigo mesmo ele deixa transparecer que, o abatimento da alma derivava da impaciência; tanto quê, propôs como solução esperar em Deus. 

Mas, voltando a Tiago, ele evocou, enfim, o mais intenso exemplo de paciência das Escrituras, como argumento final, aos “bem aventurados” que se dirigia; disse: “Meus irmãos tomai como exemplo de aflição e paciência, os profetas, que falaram em nome do Senhor. Eis que temos por bem-aventurados os que sofreram. Ouvistes qual foi a paciência de Jó e vistes o fim que o Senhor lhe deu; porque o Senhor é muito misericordioso e piedoso.” Cap 5; 10 e 11

Vemos que o fim foi escolha exclusiva do Senhor; não algo que Jó tenha “decretado” “determinado”; ou, pelo qual tenha feito “campanha, corrente”.  

Muitas vezes equacionamos fé com esperança, como se fossem iguais; embora tenham certo parentesco, a fé tem um objeto específico, Deus; como condicionante, que peçamos segundo Sua Vontade. A esperança é amoral; tanto coabita com ímpios, quanto, com santos. 

Desse modo, a esperança do cristão não deve “dar golpes no ar”, antes, alinhar-se a que foi proposto. “...tenhamos a firme consolação, nós, os que pomos o nosso refúgio em reter a esperança proposta;” Heb 6; 18.

Enfim, quando as tentações nos convidarem para “novas possibilidades”, a fé lembrará o que está proposto, para a devida assepsia da nossa esperança.