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domingo, 24 de setembro de 2017

Os Meninos Velhos

“Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, feito homem, acabei com as coisas de menino.” I Cor 13;11

O mau proceder no exercício dos dons espirituais; as “coisas de menino” a que Paulo se referia; identificara os tais, divorciados do amor, portanto, inúteis. Porém, deixando isso, consideremos quais os insumos necessários ao crescimento espiritual.

O Salvador não comissionou apenas para pregar o Evangelho; antes, disse: “Fazei discípulos”; Logo, dos salvos se requer algo mais que crer, simplesmente; que aprendam as razões da esperança, como disse Pedro; ou, entendam a teor da sua fé.

Acontece que, temos “outro Evangelho”, ou seja: O mesmo, transtornado por mercenários. Se, são meros interesseiros materiais no conteúdo de suas mensagens, por que seriam altruístas, espirituais, pastorais na forma? Digo; se, miram dinheiro apenas, tudo que precisam é convencer seus manipulados a desembolsá-lo, por que perderiam tempo ensinando?

Desse modo, não se furtam a oferecer de modo imediato, pontual, algo que depende de um processo longo. “Receba hoje tua vitória! Tua vida nunca mais será a mesma, Deus entrou com providências hoje, receba!” São alguns bordões de gente leviana, inconsequente, travestida de obreiros.

O Salvador não era tão veloz assim; “Vinde a mim... tomai meu jugo... aprendei de mim...” Dizia. Claro que, para alguém ser discipulado carece que tenha se convertido de fato; senão, o labor do mestre será inútil como tentar verter lobos em herbívoros.

Ainda assim, convertidos, não crescem quando são preguiçosos em assimilar o ensino; se fazem resilientes ao novo, ao conhecimento; fecham-se em limitações bitoladas, fanáticas, dando ao emocional a prioridade em lugar do racional. “Eu gosto assim, aprendi assim, nem tente me mudar”; já ouvi tanto isso de gente que carece desesperadamente crescer um pouco.

Caso semelhante foi identificado em crentes hebreus: “Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar os rudimentos das palavras de Deus; vos haveis feito tais que necessitais de leite, não, de sólido mantimento.” Heb 5;12 Tendo “idade” para ser mestres ainda eram meninos.

Estudar não é uma coisa agradável, mas, são preciosos os frutos que produz. Entre eles, um discernimento tal, que deixa os hereges falando sozinhos, invés de segui-los. O mesmo Paulo disse noutra parte que o ensino era “Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo erro dos homens que com astúcia enganam...” Ef 4;14

Ora, precioso é sinônimo de alto valor, preço; e preço, sinônimo de custo. Querer de modo imediato e sem custo, coisas que demandam tempo e esforço seria anelar que a semente nasça e frutifique no mesmo dia.

Nos anos 50 a indústria farmacêutica descobriu uma droga chamada Talidomida, que, entre outras coisas acabava com o enjoo durante a gestação; foi um achado para as mulheres. Porém, mais tarde se descobriu que interferia na formação dos membros dos fetos que nasciam com defeitos nos mesmos e até, faltando braços, pernas; quando médicos japoneses identificaram que era a droga que causava aquilo, havia mais de dez mil crianças atingidas.

Assim, na inocente intenção de encontrar alívio para um desconforto eventual, as mães eram levadas ao encontro de males muito maiores.

De modo semelhante, a igreja atual tem tomado a droga do comodismo, da negligência no ensino; esse “alívio” de trabalho tem ensejado a má formação dos membros; uma geração de mutilados espirituais, que, não é capaz de andar sem algum engenho acessório; shows carnais, luzes, fumaça colorida, fama, fetiches, charlatanismo, idolatria de cantores e obreiros, como se, a Presença Bendita do Senhor não bastasse.

O estudo parece pesado no princípio, à medida que nos exercitamos nele se torna natural. “Se como a prata a buscares (a sabedoria) como a tesouros escondidos procurares, então entenderás o temor do Senhor, acharás o conhecimento de Deus... quando a sabedoria entrar no teu coração o conhecimento será agradável à tua alma.” Prov 2;4, 5, e 10

Quantos por cento dos crentes atuais leram a Bíblia de capa a capa? Cinco? Lendo entenderam? Duvido. No entanto todos eles colocam em algum lugar, geladeira, carro, “O Senhor é O Meu Pastor.” Embora não estejam muito aí, para o que O Pastor Falou. Depois tornam-se alimento de lobos e não sabem por que.

Nosso país nunca esteve tão imbecilizado como agora; basta ver as produções “artísticas” da moda; lixo. Mas, os cristãos são chamados à sabedoria; não descansemos enquanto não tivermos conseguido.

O adulto espiritual não é identificado pelo tempo; antes, pelo paladar, discernimento, valores; “o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir o bem e o mal.” Heb 5;14

sábado, 22 de julho de 2017

Conversão; relacionamento desprezado

“Crescia a palavra de Deus, em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos; grande parte dos sacerdotes obedecia à fé.” Atos 6;7

Dois aspectos que vale realçar: Os convertidos chamados à escola, discípulos; os já religiosos, à obediência. “grande parte dos sacerdotes obedecia à fé.”

Contudo, nem sempre o discipulado foi tratado com a devida seriedade. Por isso alguns dizem que a fé é cega; muitos satisfazem-se em dizer que creem em algo que não entendem; descansam nisso, como se estivessem seguros debaixo de mera sentença, eu creio. Ora, conversão requer relacionamento, esse, conhecimento daquele com quem vamos nos relacionar. Por isso, o discipulado, o conhecimento de Deus é indispensável para quem crê, deveras.

O conhecimento espiritual não nos é proposto como um hobby, algo que acrescento à minha crença já salvadora, uma espécie de salto, que, mesmo não necessário, embelezaria minha profissão de fé. Antes, é vital. “A vida eterna é esta: que conheçam a ti só, por único Deus verdadeiro, e, Jesus Cristo, a quem enviaste.” Jo 17;3

Já nos dias do Antigo Testamento era posto em termos de vida, ou, morte. “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim...” Os 4;6 Mesmo a um rei gentio, o babilônio Belsazar foi denunciado pelo profeta Daniel que ele conhecia e cultuava uma série de deuses alternativos, enquanto, profanava Ao Senhor, de quem dependia sua vida. “...deste louvores aos deuses de prata, ouro, bronze, ferro, madeira e pedra, que não vêem, não ouvem, nem sabem; mas, a Deus, em cuja mão está a tua vida, de quem são todos teus caminhos, a ele não glorificaste.” Dn 5;23

Assim, sendo o conhecimento de Deus, de tal relevância, que dizer dos pregadores que desafiam o povo a fazer mandingas demandando coisas que desejam, como se O Todo Poderoso estivesse no mesmo nível desses que trocariam favores por despachos?

Pois, se aos convertidos foi ordenado o conhecimento, e aos religiosos, obediência, a primeira coisa que devem obedecer é que o chamado do Alto é para que ensinem. “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado...” Mat 28;19 e 20

A conversão requer que capitulemos em nossa vontade natural, trocando-a pela Divina; isso demanda uma mudança de alvos e comportamento que nos faz estranhos no mundo, como disse Pedro: “Porque é bastante que no tempo passado da vida fizéssemos a vontade dos gentios, andando em dissoluções, concupiscências, borrachices, glutonarias, bebedices e abomináveis idolatrias; eles acham estranho não correrdes no mesmo desenfreamento de dissolução, blasfemando de vós.” I Ped 4;3 e 4

A Divina Vontade nos será cada vez mais clara, à medida que vejamos os apelos do mundo como escuros, desprezíveis. Por isso somos desafiados a renunciá-los; só então, conheceremos Deus e Sua Boa Vontade. “Não vos conformeis com este mundo, mas, transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rom 12;2

Assim, saltamos do degrau inicial do conhecimento, para o entendimento, que já nos faz, em parte, usuários do conhecimento, uma vez que, o mesmo passa a moldar nosso pensar e agir. Se não for assim, nossa fé será morta, como aquela que denunciou Tiago.

Em suma, conversão não é mudar o método para perseguir os mesmos fins; antes, mudar o alvo, pela Excelência Suprema do conhecimento de Deus.

A má inclinação da carne é notória, necessita da cruz para tratar; agora, a má inclinação dos ministros mercenários que, invés de obedecer e ensinar obediência manipulam incautos por interesse é assassina. “...percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito; depois de o terdes feito, o fazeis filho do inferno duas vezes mais do que vós.” Mat 23;15

Concluindo, a conversão não me guinda de uma opinião para outra, uma troca de religião como pensam alguns; antes, é bem mais radical que isso. “Para lhes abrires os olhos, das trevas os converteres à luz, do poder de Satanás a Deus...” Atos 26;18

Como, a luz não existe para si estritamente, antes, para proveito de outros, nossa mudança em Cristo deve ser tal que se faça um apelo mui visível aos que nos conhecem. Inda que a mudança seja interior, seus reflexos se veem de longe; “Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte. Nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa.” Mat 5;14 e 15