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quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Os suicidas e o "pastor alemão"

“Dentre vossos filhos suscitei profetas; dentre vossos jovens nazireus. Não é assim, filhos de Israel? diz o Senhor. Mas, aos nazireus destes vinho a beber; aos profetas ordenastes, dizendo: Não profetizareis.” Am 2;11 e 12

Dois tipos de mensageiros rejeitados pelo povo; nazireus e profetas. Aos primeiros, maculavam a consagração; aos segundos, tolhiam que falassem. Rejeitá-los, como disse O Eterno a Samuel, não era rejeitar ao homem, estritamente; antes, a Deus. “Disse o Senhor a Samuel: Ouve a voz do povo em tudo; pois, não te têm rejeitado, antes a mim têm rejeitado, para Eu não reinar sobre eles.” I Sam 8;7

Todos os homens são falhos, mesmo, os de Deus, dada a enfermidade do pecado após a queda; mas, quando falam retamente se fazem instrumentos Dele para professar Sua Vontade. Buscar lapsos humanos para rejeitar à Palavra de Deus não é um exercício de coerência, de lógica; antes, de cinismo, covardia, rebelião, hipocrisia.

Claro que, ao ministro convém, sobretudo, um testemunho de vida coerente com a mensagem; entretanto, mesmo que aquele fique aquém dessa, a Palavra de Deus segue sendo o que É; desprezá-la não equivale em hipótese alguma a livrar-se de um mal, antes, faz de tal insensato, mais refém do mal, ainda. “O justo viverá da fé... a fé vem pelo ouvir, ouvir A Palavra de Deus.” Não se trata de gosto, mas, de vida.

Imaginemos como ilustração um suicida na fachada de um alto prédio tencionando se jogar. Bombeiros serão chamados, pessoas gritarão para que não faça isso, serão empreendidos todos os meios logísticos e persuasivos para que uma vida não se perca.

Nenhuma pessoa sã psicologicamente achará uma intromissão na liberdade alheia essa tentativa coletiva de óbice, ou, dissuasão.
O Valor da vida foi reconhecido até por Satanás; “Então Satanás respondeu ao Senhor: Pele por pele, tudo quanto o homem tem dará pela sua vida.” Jó 2;4

Sabedor disso, seu truque é trazer a escolha vital para o âmbito das coisas supérfluas, como se, fosse mera opção esportiva; por qual time torcer, ou, quiçá, uma escolha social de consequências breves. Tenho minha religião, tens a tua...

Ao rei Belsazar, Deus pareceu mais um; como se, fosse equivalente aos bibelôs que se cultuava em Babilônia com pompa de deuses.

No seu juízo terreno, mediante Seu servo Daniel O Eterno lhe fez saber a diferença; “Te levantaste contra o Senhor do céu, pois, foram trazidos à tua presença vasos da casa Dele; tu, teus senhores, tuas mulheres e concubinas, bebestes vinho neles; além disso, destes louvores aos deuses de prata, ouro, bronze, ferro, madeira e de pedra; que não veem, não ouvem, nem sabem; mas, a Deus, em cuja mão está tua vida, e de quem são todos os teus caminhos, a Ele não glorificaste.” Dn 5;23

Que desalentador saber que era uma questão de vida ou morte, só na hora da morte! Na verdade ele sabia dos feitos de Deus mediante seus servos já, mas, preferiu ignorar. Eis a maravilha de sermos arbitrários! Não apenas temos direito de escolha, como ceifaremos abundantemente do fruto das mesmas. Qual era a escolha dos coevos de Amós? Que homens que representavam a Deus, nazireus e profetas silenciassem. Em suma: Que Deus lhes não falasse.

Mediante o mesmo profeta essa “colheita” foi vaticinada. “Eis que vêm dias, diz o Senhor, que enviarei fome sobre a terra; não fome de pão, nem sede de água, mas, de ouvir as Palavras do Senhor. Irão errantes de um mar até outro mar, do norte até ao oriente; correrão por toda a parte, buscando a Palavra do Senhor, mas, não acharão.” Am 8;11 e 12 Houve um silêncio profético de 400 anos; de Malaquias a João Batista; a colheita deles.

Então, até certo ponto, a Graça Maravilhosa do Pai porfiará ainda com os suicidas para que não “pulem do prédio”. Mas, chegada a hora do juízo, nem será necessário fazê-lo; Ele derrubará os prédios. Pois será “Dia de trombeta e de alarido contra as cidades fortificadas, contra as torres altas.” Sof 1;16

Esses, pois, que postam seus gracejos colocando pastores abaixo do “pastor alemão” não o fazem por zelo de Deus, por querer a verdade; (muitos ditos pastores erram feio mesmo) antes, acham que, eivados de erros teológicos e práticos, se lavarão com lama caso emporcalhem outros.

Como nos dias pretéritos, querem silenciar Deus para não ser corrigidos; ignoram que a correção só é necessária aos filhos. Os demais, a Palavra conceitua de modo diverso; “Se, estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, não, filhos.” Heb 12;8

Aos falsos pastores Deus julgará, mas, “Como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação...?” Heb 2;3

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Dos prazeres à fome

“... Pai dá-me a parte dos bens que me pertence. Ele repartiu por eles a fazenda. Poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu para uma terra longínqua; ali desperdiçou seus bens, vivendo dissolutamente.” Luc 15;12 e 13

Aos olhos do Filho Pródigo, sob a gestão do Pai, seus bens não estavam bem. Ele os queria possuir, administrar. Se, na gestão paterna as coisas eram para se manter, e, dentro do possível, aumentar, aos seus olhos não passavam de meios para comprar prazeres. Quando o bem confunde sua identidade com o bom, não raro é o mal que está dando palpites já.

O bem atina a um propósito ulterior, ainda que, em sua busca, tenhamos que arrostar coisas que não nos são boas. Por exemplo: Uma dolorosa cirurgia para extração de um tumor, cujo alvo será o restabelecimento da saúde. A caminho desse bem concorre o mal da dor.

O bom deriva das sensações; mesmo que algo seja letal, se, ao paladar parecer doce será sorvido como bom; como determinados alimentos para os diabéticos que, ao paladar seriam agradáveis, à vida, um risco.

Pois, nosso jovem em apreço achava mal, o trabalho, a obediência e disciplina da casa paterna. Sendo-lhe aquilo um peso enfadonho desejou voar com as próprias asas; dai-me o que me pertence e deixe comigo. “O sangue jovem não obedece a um velho mandado.” Shakespeare. A punção das paixões da juventude leva os imaturos a se presumirem mais sábios que os anciãos; e, de posse dessa presunção, desprezar o conselho daqueles.

Nesses tempos de velocidade tecnológica, onde, aparatos cada vez mais incrementados saltitam a cada dia, os jovens, até crianças, avantajam-se aos mais velhos no manuseio disso. Entretanto, “... não é dos ligeiros a corrida...” Ecl 9;11 Habilidade no manuseio de certos meios não significa sagacidade quanto aos fins.

Muitas vezes é um diagnóstico errado do problema que nos leva a uma “solução” igualmente errada. Não raro nos sentimos amuados com uma insatisfação pontual, e queremos uma mudança geral, como se, nosso habitat fosse o problema. Outras, a mera aversão pelo trabalho, ou, dever levam os indolentes a devanear com um lugar onde isso não seja necessário. Aí me ocorre Salomão: “Vai ter com a formiga, preguiçoso!”

Já tenho o bastante. Posso gastar me divertir, viver folgado. Por certo, pensares assim acossaram ao pródigo. Ora, trabalho é o “mal” que garante o bem de uma vida digna, confortável. Outro dia alguém me perguntou: Você gosta do seu trabalho? - Não. Respondi. Mas, gosto dos frutos e faço-o para merecê-los. Os bens dele advindos não são um peso duro de levar, antes, testemunhos, recompensas dos nossos feitos.

Infelizmente a maioria erra o alvo por ignorar voluntariamente o sentido da vida. Tratam-na sobre a Terra como se fosse uma vela cuja chama dura até que a cera derreta. Paulo sentenciou: “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” I Cor 15;19 Isso para presumidos cristãos, cujo meta era apenas a vida terrena.

Pois, “Há caminhos que ao homem parecem direitos; mas, no seu fim são caminhos de morte”. Prov 14;12 O fim, (objetivo) da vida terrena é a reconciliação com Deus; para que no fim, (término) não seja o fim, mas, retorno à Casa Paterna. Ver Atos 17;26 e 27

Nossos bens em Cristo, salvação, dons, paz de espírito, vida eterna... São preciosidades a ser geridas em submissão ao Pai. Só um louco diria: Dá-me o que me pertence e deixe comigo. Os que ousam essa empresa, viver um cristianismo do seu jeito alienados da Palavra do Senhor, logo veem depenados seus bens, e, como o pródigo, terminam entre os porcos.

Naquele caso, a busca do supérfluo (prazeres) laçou-o na privação até do básico. “... aqui padeço de fome...”

Se, somos mesmo filhos de Deus, nossa prioridade deve ser espiritual; a boa gestão das “nossas” coisas em comunhão com Ele deve considerar acima de Tudo, Seu Reino; “Buscai primeiro o Reino de Deus, e Sua justiça, e todas estas coisas (necessárias) vos serão acrescentadas. Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia seu mal.” Mat 6;33 e 34

A boa notícia aos eventuais pródigos que leem isso é que, ainda há fartura de alimento na Casa do Pai, um anel, vestes novas e um banquete, aos que, arrependidos regressarem. Cometer erros, desviar do caminho são tropeços comuns a todos nós; porém, nem todos têm a honestidade de assumir, volver atrás.

“O remorso é uma impotência, ele voltará a cometer o mesmo pecado. Apenas o arrependimento é uma força que põe termo a tudo.” Balzac

segunda-feira, 2 de julho de 2018

Lisonjas ou, disciplina?

“Não retires a disciplina da criança; se, a fustigares com vara, nem por isso morrerá. Tu... livrarás sua alma do inferno.” Prov 23 13 e 14

A Salvação como “efeito colateral” da disciplina.

Invés da famigerada “Lei da Palmada” onde, o Estado, que, protege ladrões tenciona trazer para si, uma responsabilidade que é dos pais.

Educar crianças no bom caminho, no do Senhor, não é tarefa estatal, pois, quando se trata de assuntos espirituais, morais, o Estado apressa-se em dizer que é laico, mas, quando lhe interessa perversão de valores aí, se imiscui no que lhe não pertence.

Infelizmente, em nossos dias a disciplina é mais perceptível por sua ausência, que, por eventuais ações. Mesmo os adultos se mostram espinhosos, avessos, como se, encerrasse mera intromissão, quando, um que trilha pela senda do erro, cujo final será sua perda, é advertido a mudar.

Logo nos mandam cuidar de nossas vidas, ou, pagar suas contas, etc. Pior é que muitos desses intocáveis se dizem cristãos, filhos de Deus. Porém, a Palavra de Deus diz que os que recusam a disciplina são filhos da outra; “Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há que o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então, bastardos, não, filhos.” Heb 12;7 e 8

A disciplina não é uma coisa boa pela sensação que produz, mas, pelo resultado. Traz um sentir bem adverso, até. “Na verdade, toda correção, ao presente, não parece ser de gozo, senão, de tristeza, mas, depois produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela.” Heb 12;11

Então, mesmo, gerando uma tristeza pontual ela enseja alegrias futuras, sentimento de justiça, quando, o que foi nela exercitado entender os motivos. “Melhor é a mágoa do que o riso, porque com a tristeza do rosto se faz melhor o coração.” Ecl 7;3

Muitos sentimentalóides confundem frouxidão moral com amor; não bato em meu filho porque o amo. Ora, se ele for obediente e não fizer por merecer, óbvio, que não! Contudo, é o amor responsável, maduro, que, em tempo corrige e castiga, se, necessário; mesmo que, o ato de disciplinar não lhe seja agradável; nem para Deus, é. “O Senhor não rejeitará para sempre. Pois, ainda que entristeça alguém, usará de compaixão, segundo a grandeza das suas misericórdias. Porque não aflige nem entristece de bom grado aos filhos dos homens.” Lam 3;31 a 33

A correção do Senhor vista por seu paciente só será devidamente apreciada em tempo posterior, quando, seu fim for alcançado; “Antes de ser afligido andava errado; mas, agora tenho guardado tua palavra. Foi-me bom ter sido afligido, para que aprendesse os teus estatutos.” Sal 119;67 e 71

E guardar a Sua Palavra não é satisfazer eventuais caprichos Divinos, antes, ser livre da perdição que espreita aos rebeldes. Por isso O Senhor reitera: “Eu repreendo e castigo a todos que amo...” Apoc 3;19 Quem ama não quer perder; sabendo onde terminam os caminhos rebeldes, O Eterno corrige, para que, como o Pródigo arrependido, voltemos para casa.

A disciplina é cheia de justiça, pois, não atua num vácuo punindo alguém sem que ele saiba o motivo. A Bíblia diz que “Deus não toma em conta os tempos da ignorância...” Assim, não me cobra erros de quando eu ignorava Sua Vontade; mas, depois que conheci, se, recuso atuar conforme, aí já não lapso de saber, mas, rebeldia mesmo.

Muitos dos que são resilientes à correção escudam-se em certa desonestidade intelectual, como se, a disciplina fosse ideia humana, iniciativa voluntária do instrumento que Deus usa.

Ora, os ensinadores da Palavra são meras ferramentas de Deus; a disciplina que ensinamos a outrem, igualmente se aplica a nós, quando damos maus passos também.

Então, essa casamata mal educada onde muitos se escondem; tipo: “Só me corrijas quando tua vida for perfeita” não deriva de um apelo por coerência, mas, é só a máscara de um rebelde querendo fazer parecer intromissão humana, quilo que é Divino preceito.

“Liberte-me de minha ignorância; serás meu maior benfeitor” dizia Sócrates; essa postura não é mais encontrável numa geração arrogante, presunçosa e ignorante da própria ignorância; sobretudo, nas coisas de Deus.

Não podemos ensinar nada; uma correção qualquer, mesmo em termos educados e corremos risco de ser excluídos; algumas vezes já fui. O negócio que “bomba” é elogiar, bajular, curtir. Mas, como a disciplina mesmo sisuda é pacote feio que embala a vida, as lisonjas fáceis são apenas potes de veneno com rótulo de mel.

“Já vi jovens com a vida perdida serem salvos por correção e disciplina rigorosa. Mas, o que mais vi, foram jovens bons se perderem por exagerados elogios.” Bruce Lee

sábado, 3 de março de 2018

A "opressão" do amor

“Toda multidão da terra dos gadarenos ao redor lhe rogou que se retirasse; porque estavam possuídos de grande temor. Entrando Ele no barco, voltou.” Luc 8;37

Narrativa fria; pediram que O Salvador se retirasse, Ele entrou no barco e voltou. Libertara um possesso por uma legião, que, habitava entre sepulcros e vivia nu; o encontraram vestido, liberto, lúcido e pediram que Jesus fosse embora. Como seria o texto se narrasse o que O Senhor sentiu?

Por um lado o amor é tão valioso que todos os bens empalidecem diante dele, “... ainda que alguém desse todos os bens de sua casa pelo amor, certamente, desprezariam.” Cant 8;7 Por outro, tão altruísta que, mesmo amando permite não ser correspondido.

O Senhor precisara exercer Sua Autoridade para manifestar Seu amor por aquele oprimido; o povo presente pareceu ver apenas essa e temeu invés de tanger seus motivos; viram só O Senhor onde poderiam ver O Salvador.

Vivemos uma vitimização tal, em nossos dias, que o exercício da autoridade é visto como uma espécie de opressão, não uma necessidade; quiçá, um gesto de amor. Criaram a “Lei da Palmada” para que um pai não “oprima” seu filho; A Palavra de Deus preceitua diferente: “O que não faz uso da vara odeia seu filho, mas, quem ama, desde cedo castiga.” Prov 13;24

Na contramão da Palavra, pois, que ensina o uso da profilaxia psicológica que se revelará salutar no seu tempo, a sociedade moderna tem mero sentimentalismo, excessivamente permissivo, como uma forma de amor; na verdade, frouxidão moral dos pais, a quem assiste o dever de preparar os filhos para a vida em todos seus aspectos, não, apenas, prover meios enquanto, relapsos, deixam apodrecer os fins.

Alguns chamam professores de educadores; não. São difusores do conhecimento; educação é missão dos pais.

Escandalizamos-nos com certos relatos durante o cerco de Jerusalém pelos Babilônios; os estragos da fome foram tais, que, mero instinto de sobrevivência patrocinava atrocidades que dá asco pensar; “Até os chacais abaixam o peito, dão de mamar aos seus filhos; mas, a filha do meu povo tornou-se cruel como os avestruzes no deserto... “As mãos das mulheres compassivas cozeram seus próprios filhos; serviram-lhes de alimento na destruição da filha do meu povo.” Lam 4;3 e 10

Entretanto, muitos que se escandalizam com textos assim, não se importam com a “arte moderna” estimulando à pedofilia; imposição da ideologia de gênero pervertendo infantes como se a idade tenra das fantasias fosse tempo de se ocuparem do sexo; quantas mães “descoladas” sabendo da putaria que é o carnaval enfeitam e levam pela mão seus pequenos para ir acostumando-os desde já ao antro que encontrarão no futuro. Do seu jeito também sacrificam seus filhos aos deuses da prostituição; sua crueldade é envernizada de modernismo, quiçá, amor.

Sim, crueldade! Sabendo que no fim do túnel espreita a morte; permitir, pior, encorajar a entrada é uma indiferença assassina.

A das mães de então, foi aquilatada com essa palavra e assemelhada à dos avestruzes do deserto. Mas, como age tal ave? “Deixa os seus ovos na terra, os aquenta no pó; esquece de que algum pé os pode pisar, ou, que os animais do campo os podem calcar. Endurece-se para com seus filhos, como se não fossem seus; debalde é seu trabalho, mas, está sem temor, porque Deus a privou de sabedoria; não lhe deu entendimento.” Jó 39;14 a 17

Ela fica sem culpa uma vez que privada de entendimento; entretanto, a nós, racionais, o preceito é distinto; “Educa a criança no caminho em que deve andar; até quando envelhecer não se desviará dele.” Prov 22;6

“Educação” no vício torna a opção pelo mal natural como as manchas do leopardo, ou, a negritude dos etíopes: “Porventura pode o etíope mudar sua pele, ou, o leopardo suas manchas? Então podereis fazer o bem, sendo ensinados a fazer o mal.” Jr 13;23

Se, a manifestação do Amor de Deus requer junto Sua autoridade, de igual modo, os pais que presumem amar aos seus filhos, não confundam isso com permissividade, ausência de disciplina; pois, com O Santo não é assim, e o é por amor. “Porque o Senhor corrige ao que ama, açoita a qualquer que recebe por filho.” Heb 12;6

Ou aceitamos isso que Sua Palavra nos ensina, ou, seremos mais do mesmo, como aqueles ingratos que foram abençoados com o Cuidado Amoroso do Salvador e pediram que Ele se retirasse.

Entristecido Ele vai; mas, quando numa emergência o pedido se inverter, aí quem terá sua invertida será a ingratidão; “Então clamarão a mim, mas, não responderei; de madrugada me buscarão, porém, não me acharão. Porquanto odiaram o conhecimento; não preferiram o temor do Senhor.” Prov 1;28 e 29

quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Os incorrigíveis

“Ouve o conselho, recebe a correção, para que no fim sejas sábio.” Prov 19;20

Num primeiro momento isso parece pacífico, fácil de assimilar; entretanto, nas veredas práticas a coisa não é bem assim. Somos a geração mais melindrosa de todos os tempos. “Lista negra” é racismo; um apelido inofensivo qualquer é bullying; usar devidamente o artigo masculino já soa a machismo; deveria ser x, parece; a ditadura do politicamente correto tudo faz para massificar tolhendo aos indivíduos, com suas qualidades e defeitos, na amorfa e insossa amálgama da massa.

Nesse espírito, qualquer nuance de correção, por necessária que seja, fatalmente vai deparar com falas diretas, ou, indiretas para que cuidemos de nossas vidas; somos livres para “curtir” elogiar, nada mais. Ensinar é pretensão; corrigir, invasão indevida.

Uma cristã compartilhou inadvertidamente um texto com valores totalmente diversos da Palavra; adverti-a sobre isso, mas, o fiz de modo educado; ela me excluiu do seu rol de amigos; outra, postou uma frase faltando uma palavra, o que revertia o sentido; mais uma vez, tentei ajudar; meu comentário foi apagado, embora, tenha ela corrigido o erro.

Outro dia deparei com uma “navegante” postando frases com as palavras “limdo” e “abemçoe”; educadamente avisei pelo chat para não envergonhá-la. Que nada, segue fazendo ainda mais barbáries com o pobre do m mais perdido que sapo em cancha de bocha. Em suma, só podemos aplaudir ou, calar.

Faz tempo, postei um anglicismo qualquer que num aspecto estava errado; uma amiga que é professora de inglês, cordialmente avisou-me do erro. Editei, corrigi e agradeci a gentileza dela, não doeu nada, antes, melhorou meu texto, me fez crescer.

Porém, como essa geração plena de melindres, suscetibilidades, avessa a toda sorte de correção lidará com as coisas de Deus? Ora, a conversão é bem mais que um ajuste ortográfico de pequena monta; é uma mudança radical de mentalidade; cambiando nosso parco modo de pensar pelo Divino. “Deixe o ímpio o seu caminho, o homem maligno os seus pensamentos e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para nosso Deus, porque grandioso é em perdoar. Porque meus pensamentos não são os vossos, nem vossos caminhos os meus, diz o Senhor.” Is 55;7 e 8

Paulo em sua epístola aos Romanos amplia a ideia; “Não vos conformeis com este mundo, mas, transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável e perfeita, Vontade de Deus.” Rom 12;2

Claro que, correção não é algo agradável, mas, seu fruto é precioso. O preceito visa um fim, não, um sentimento. “Ouve o conselho, recebe a correção, para que “no fim” sejas sábio.” Prov 19;20

A epístola aos Hebreus desenvolve mais; “Na verdade, toda a correção, no presente, não parece ser de gozo, senão, tristeza; mas, depois produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela.” Heb 12;11

Um pouco antes, explica sua existência e os motivos, e, coloca dura sentença aos que a rejeitam: “Porque o Senhor corrige ao que ama; açoita a qualquer que recebe por filho. Se, suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há que o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são participantes, sois então bastardos, não, filhos.” VS 6 a 8

Precisamos nos situar; ou, somos seres em estágio de aperfeiçoamento, enriquecimento cultural, espiritual, filosófico, que, eventualmente carecem correção; ou, somos obras acabadas, perfeitas; nossos atos e palavras refletem nossa perfeição.

Dado o fim a que conduz, A Palavra de Deus aquilata a correção como superior às pedras preciosas de alto valor; “Aceitai minha correção, não a prata; e o conhecimento, mais do que ouro fino escolhido. Porque melhor é a sabedoria do que os rubis; tudo o que mais se deseja não se pode comparar com ela.” Prov 8;10 e 11
Eli o sacerdote perdeu o posto, os filhos e a vida; fez Deus alterar uma promessa que lhe havia feito, por ter se mostrado incorrigível, justo, em corrigir as profanações de seus filhos; “Por que pisastes meu sacrifício e minha oferta de alimentos que ordenei na minha morada; honras aos teus filhos mais que a mim... Portanto, diz o Senhor Deus de Israel: Na verdade tinha falado que a tua casa e a casa de teu pai andariam diante de mim perpetuamente; porém, agora, diz o Senhor: Longe de mim tal coisa, porque aos que me honram honrarei, porém, os que me desprezam serão desprezados.” I Sam 2;29 e 30

Servir Deus alheio à Sua disciplina não é servi-lO; é profaná-lO.


“Já vi jovens com a vida perdida serem salvos por correção e disciplina rigorosa. Mas o que mais vi, foram jovens bons se perderem por exagerados elogios.”
Bruce Lee

domingo, 17 de setembro de 2017

A Necessidade da dor

“Espancaram-me e não doeu; bateram-me e nem senti; quando despertarei? aí então beberei outra vez.” Prov 23;35

O ébrio “anestesiado” e, ao que parece disposto a continuar assim. O vulgo zomba: “Evite a ressaca, mantenha-se bêbado”. Pois, essa era a “filosofia” do nosso pinguço em apreço.

Não pretendo me deter sobre o vício do álcool e suas consequências, antes, tecer considerações sobre a dor. Tanto pode ser física, quanto, emocional; em ambas as faces, tem seu efeito benéfico, medicinal, uma espécie de profilaxia contra dores maiores.

“Melhor é ir à casa onde há luto do que ir ao banquete, porque naquela está o fim de todos os homens; os vivos o aplicam ao seu coração. Melhor é a mágoa que o riso, porque, com a tristeza do rosto se faz melhor o coração.” Ecl 7;2 e 3

Num ambiente assim as pessoas consideram a brevidade da vida, além de se colocarem empáticas com a dor alheia; desse modo, melhoram seus corações, se fazem mais sábias; crescem intelectual e emocionalmente.

Quanto à dor física seu “remédio” foi receitado até para crianças, dados os benefícios futuros; “O que não faz uso da vara odeia seu filho, mas, quem ama, desde cedo castiga.” Prov 13;24

Os Preceitos Divinos não trazem nenhuma “Lei da Palmada” onde é proibido aos pais disciplinarem seus filhos como melhor lhes parecer; a criação dos filhos sob disciplina não era assunto do Estado, mas, dever estrito deles. “Educa a criança no caminho em que deve andar; até quando envelhecer não se desviará dele.” Prov 22;6

Não deveriam os infantes serem treinados para ser homossexuais, ou coisas mais pervertidas como está na moda, antes, convinha a disciplina na senda do dever. Senão, o mau caminho seria inevitável, como disse mediante Jeremias: “Porventura pode o etíope mudar sua pele, ou o leopardo suas manchas? Então, podereis vós fazer o bem, sendo ensinados a fazer o mal.” Jr 13;23

Assim, fazer leis mais tolerantes com toda sorte de vícios e más inclinações até pode saciar pleitos de uma sociedade ímpia; porém, desgraçadamente, ao fugir da dor da disciplina pontual, acaba mergulhando na dor maior da maldição global, sem falar na perdição eterna desses fugitivos. “Na verdade a terra está contaminada por causa dos seus moradores; porquanto têm transgredido as leis, mudado os estatutos, e quebrado a aliança eterna. Por isso a maldição consome a terra...” Is 24;5 e 6

Desse modo, só um completo analfabeto bíblico equacionaria a Bondade de Deus com ausência de dores em nossa caminhada, como se, por nos amar O Eterno nos levasse à eternidade voejando num tapete mágico e observado lindos vergéis para fazer mais agradável o voo.

O Senhor Inocente se fez “homem de dores”, e advertiu aos Seus, contra perseguições, calúnias, violências, morte até; coisas que devemos sofrer, se, necessárias; confiantes que a recompensa será dada no além. Aqui somos estrangeiros; o mundo nos odeia.

O Senhor não promete nos livrar de situações dolorosas, antes, passar conosco por elas, para que venhamos haurir o que elas têm de útil para nossa têmpera espiritual; “Quando passares pelas águas estarei contigo, quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti.” Is 43;2

Sófocles escreveu na Tragédia, Édipo Rei, a sina de um homem cujos oráculos predisseram que mataria ao seu próprio pai; assustado com o vaticínio tentou fugir para bem longe evitando o cumprimento de tão nefasta previsão; porém, em sua fuga desentendeu-se com um ancião estranho e o matou. Mais tarde veio saber que aquele era ele seu pai; assim, ao tentar fugir do destino foi-lhe ao encontro.

Pois, mesma a Bíblia não sendo similar ao fatalismo grego, apresentando nossa saga como fruto de nossas escolhas, não dos deuses; mesmo assim, há certo símile entre os “ébrios” que fogem à dor da disciplina na embriaguez dos pecados; ao fazer isso, invés de fugir acabam indo em busca.

Pedro ensinou o que devemos esperar: “Porque é coisa agradável, que alguém, por causa da consciência para com Deus, sofra agravos, padecendo injustamente... Porque para isto sois chamados; pois, também Cristo padeceu por nós, deixando o exemplo, para que sigais suas pisadas.” I Ped 2;19 e 21

“Recebi dos judeus cinco quarentenas de açoites menos um. Três vezes fui açoitado com varas, uma fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo;” II Cor 11;24 e 25 Testemunhou Paulo; todavia, cotejando isso com a grandeza da salvação chamou de “leve e momentânea tribulação.”

A sociedade aconselha: “Se beber, não dirija”; Se Deus quer te dirigir em sendas estreitas, não beba.

“Podes fugir dos outros, mas, não de ti mesmo.” Sêneca

domingo, 5 de março de 2017

Pais e filhos

“Aquele que for irrepreensível, marido de uma mulher, que tenha filhos fiéis, que não possam ser acusados de dissolução, nem, são desobedientes.” Tt 1;6

Paulo aconselhando Tito sobre a escolha de ministros para as igrejas de Creta, buscando as qualidades do pai refletidas na criação dos filhos. Muito embora, cada ser humano seja um indivíduo arbitrário, único, por certo, qualidades, ou, defeitos dos pais se refletem na formação dos filhos.

O ensino, inegavelmente tem seu valor, porém, nada mais penetrante, mais eloquente, que o exemplo. Ninguém mais influenciável, permeável ao exemplo, que os filhos, dada a proximidade, o convívio. Assim, salvo, raras exceções, os caracteres dos filhos são reflexos dos pais.

Encenação, hipocrisia, podem até enganar ostentando teatralmente virtudes ausentes, em se tratando de pessoas de convívio esporádico, eventual; porém, numa relação full time, como, entre pais e filhos não é possível encenar.

O exemplo é um didata paralelo, um estímulo extra para motivar às boas escolhas, mas, por si só, não basta. Aí, entra a correção, a disciplina. Essa, contudo, perde eficácia desprovida do acessório do exemplo. Ou seja: Não pode um pai disciplinar um filho por cometer determinado erro que, ele também comete; desse modo, seu exemplo desautoriza a pretensa disciplina.

Não há registro que o sacerdote Eli fosse profano no exercício de sua ocupação; contudo, seus filhos eram, no tocante às coisas consagradas. Ele se fez relapso na disciplina, apenas repreendendo tenuemente, quando, deveria ter exercido sua autoridade de Pai. Mediante um profeta O Senhor disse que ele honrava a seus filhos, mais que a Si. “Por que pisastes o meu sacrifício e minha oferta de alimentos, que ordenei na minha morada, e honras a teus filhos mais do que a mim, para vos engordardes do principal de todas as ofertas do meu povo de Israel?” I Sam 2;29

Essa grave negligência paterna custou seu sacerdócio, e a vida de seus dois filhos, Hofni e Finéias. As promessas de bênçãos no tocante a nós são condicionais, dependem de nossa permanência no propósito Divino, senão, já era. “Portanto, diz o Senhor Deus de Israel: Na verdade tinha falado eu que a tua casa e a casa de teu pai andariam diante de mim perpetuamente; porém, agora diz o Senhor: Longe de mim tal coisa, porque aos que me honram honrarei, porém, os que me desprezam serão desprezados.” V 30

Os maus filhos não apenas denunciaram ao mau pai, eles fizeram mais: Puseram a perder o sacerdócio dele, as próprias vidas, e motivaram O Eterno a revogar uma promessa para toda a linhagem, por ter sido, O Santo, desonrado.

Desse modo, todo pai que, sabedor que Deus deseja ensino, disciplina, se omite para não “fazer mal” aos pequenos, no fundo, honra-os mais que a Deus.

Ora, a correção, a disciplina nunca é agradável no seu plantio, antes, fere uns e outros; mas, sempre é alegre o resultado de sua colheita. “Na verdade, toda a correção, no presente, não parece ser de gozo, senão, de tristeza, mas, depois produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela.” Heb 12;11

Isso é tão sério que, a Bíblia usa uma linguagem dura para definir os avessos à disciplina: “Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há que o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, não, filhos.” Heb 12;7 e 8

Em nossos dias, O Estado, esse gigante corrupto e imoral, arvora-se onde não lhe cabe, querendo ingerir na relação de pais e filhos. Mediante agentes amorais, quiçá, imorais, cria mecanismos que visam tolher a salutar correção paterna, como, a famigerada “Lei da Palmada” onde, um pai pode ser preso se der uma palmada num filho rebelde. Ora, a Constituição, parâmetro das ações do Estado diz que é livre a opção religiosa de cada um; na minha, a Bíblia, diz que, um pai que ama, corrige, até com vara, se necessário. Portanto, uma lei inconstitucional, contraditória, que, não preciso cumprir.

Que o Estado lave-se de sua muita sujeira e corrupção, antes de pretender nos ensinar valores que desconhece. Criação de filhos, transmissão de princípios, valores, é tarefa dos pais, intransferível. E, como vimos no princípio, filhos dissolutos desqualificavam aos pais para o ministério espiritual.

Infelizmente, a maioria dos pais de nosso tempo não tem moral para cobrar postura decente dos seus filhos, pois, falta o tempero do exemplo. Aí, posam de modernos, liberais, para mascarar a própria vergonha de terem falhado no processo de formarem filhos corretos.

Como as sementes das plantas lá do Gênesis, estamos fadados a reproduzir, “Conforme a espécie.” Quem não gosta do som do eco, deve mudar o grito.

terça-feira, 30 de agosto de 2016

"Lei da Palmada", espiritual

“Não retires a disciplina da criança; pois, se a fustigares com vara, nem por isso morrerá. Tu a fustigarás e livrarás sua alma do inferno.” Prov 23;13 e 14

Para Deus esse protecionismo excessivo, estilo “Lei da Palmada”, onde os pais são proibidos de corrigirem como lhes apraz aos seus filhos, não vinga. Antes, ordena a disciplina, para que, o bem maior, a vida, seja preservado. 

As leis humanas são, muitas vezes, casuísticas, genéricas, nivelando coisas que não estão, absolutamente, em nível. Por exemplo, um pai ou mãe totalmente desnaturados que cometem barbáries contra filhos indefesos, existe isso, infelizmente, invés de dar azo a que se puna devidamente aos tais, seus tristes exemplos são usados para criar essas leis que vetam qualquer sorte de punição física, mesmo de pais centrados que, só o fazem quando absolutamente necessário, e inda assim, sem exageros.

Então, o pai cioso, disciplinador, é nivelado ao desequilibrado, bestial. Esse carece a tutela do Estado, aquele, não. Antes de mais nada cabe considerar que, o Estado é produto da sociedade, que, por sua vez, o é, das famílias. Ele deriva das famílias, não, as famílias do Estado.

A disciplina nunca é bem vista, pois, essa desmancha prazeres se opõe às inclinações naturais, e, aqueles que sentem-se deuses não toleram muito bem a oposição. “Porque a inclinação da carne é morte; mas, a inclinação do Espírito é vida e paz. Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, não é sujeita à Sua Lei, nem, em verdade, pode ser.” Rom 8;6 e 7

Sendo a inclinação natural à morte, toda disciplina que visa livrar disso, é um gesto de amor, uma imposição pela preservação da vida. Quem é filho de Deus, uma ínfima minoria, infelizmente, sabe, que, Ele disciplina. “Porque o Senhor corrige o que ama, açoita a qualquer que recebe por filho... tivemos nossos pais segundo a carne, para nos corrigirem, e os reverenciamos; não nos sujeitaremos muito mais, ao Pai dos espíritos, para vivermos?” Heb 12;6 e 9

Sabe, quem passou pela disciplina, que, mesmo Deus Sendo Espírito, muitas vezes toca no físico, quando anela nos corrigir. Sempre nos chama ao Seu Conselho; se, isso não bastar para moldar nossa caminhada, apela ao “cabresto”. “Instruir-te-ei, ensinar-te-ei o caminho que deves seguir; guiar-te-ei com meus olhos. Não sejais como o cavalo, nem a mula, que não têm entendimento, cuja boca precisa de cabresto e freio para que não se cheguem a ti.” Sal 32;8 e 9

A Cruz de Cristo, no fundo, é auto disciplina que nos aplicamos, ajudados pelo Espírito Santo, para que, nossa má inclinação não prevaleça. Ela, devidamente vivida é chamada de “andar em espírito”, única forma, aliás, de escaparmos da condenação. “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas, segundo o Espírito. Porque a lei do Espírito de vida em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte.” Rom 8;1 e 2

O homem prudente, pois, disciplina-se, para não precisar ser disciplinado. “Porque, se nós julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados.” I Cor 11;31 Um pouco antes, Paulo dissera como a coisa se dava com ele: “Todo aquele que luta de tudo se abstém; eles fazem para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, uma incorruptível. Pois, eu assim corro, não como a coisa incerta; combato, não, como batendo no ar. Antes, subjugo o meu corpo, o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado.” Cap 9;25 a 27

Nesses tempos difíceis, onde as pessoas querem ser agradadas invés de corrigidas, mensageiros que ainda forem fiéis à Palavra de Deus como ela é, tendem a ter cada vez menos ouvintes. E, os que julgam o sucesso pelo volume invés da qualidade, a amontoarem-se sob esses “doutores” que se fazem animadores de mortos, invés de mensageiros da ressurreição. “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas. Mas, tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério.” II Tim 4;3 a 5

Paulo propõe sobriedade como antídoto aos tais, o que, implicitamente os põe como embriagados. E, como corrigir a um bêbado? “Como o espinho que entra na mão do bêbado, assim é o provérbio na boca dos tolos.” Prov 26;9


Resulta inútil a disciplina aos tolos, por isso, Salomão propõe que se mire outros alvos. “Não repreendas o escarnecedor, para que não te odeie; repreende o sábio, e ele te amará.” Prov 9;8

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Purificação a água e fogo

“Mas quem suportará o dia da sua vinda? E quem subsistirá, quando ele aparecer? Porque ele será como o fogo do ourives e como o sabão dos lavandeiros. E assentar-se-á como fundidor e purificador de prata; e purificará os filhos de Levi, e os refinará como ouro e como prata; então ao Senhor trarão oferta em justiça.” Mal 3; 2 e 3
 
Aludindo à vinda do “Anjo do concerto”, como definiu o Messias, o profeta  fez da purificação a meta central da obra Dele. O sabão refere-se a uma limpeza superficial, externa; o fogo do ourives, que derrete ouro e prata para remover escórias figura a pureza interior. 

Isso remete à conclusão que, a obra perfeita de Cristo não nos cobrirá com o verniz da virtude; antes, visa nos fazer “maciços”; digo; aparentemente puros, e essencialmente puros. Assim como a mulher de César que devia ser e parecer honesta.

Enquanto isso não for encontrado em nós, o Espírito Santo terá trabalho a fazer. Diverso do crescimento natural que decorre do curso do tempo, o espiritual demanda diligência em assimilar e viver o que aprendemos; “…vos fizestes negligentes para ouvir. Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar quais sejam os primeiros rudimentos das palavras de Deus;…” Heb 5; 11 e 12  

Vimos que a negligência fez o tempo passar em vão, quanto ao crescimento dos Hebreus.
A purificação dos despojos de guerra também figura o que  ocorre conosco; Moisés disse: “Toda a coisa que pode resistir ao fogo, fareis passar pelo fogo, para que fique limpa, todavia se purificará com a água da purificação; mas tudo que não pode resistir ao fogo fareis passar pela água.” Num 31; 23
 
Os primeiros passos de alguém são difíceis; se toda a seriedade que demanda o Eterno for exposta de uma vez causará espanto, medo. Certos caçadores usam um foco de luz para caçar a noite; paralisam seus alvos mirando seus olhos enquanto os abatem. Assim, excesso de luz para quem vivia nas trevas é nocivo.

Deve ser um processo paulatino, como ensinou Salomão: “Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” Prov 4; 18
Então, a abordagem inicial para salvação é serena, inclusiva, acolhedora; entretanto, chega a hora em que somos desafiados a crescer. 

Salvação é uma emergência; santificação o alvo de todos os salvos. Numa emergência um bombeiro tira alguém nu pela janela, se for o caso; isso não significa que está legitimado a andar nu depois disso. De igual modo o Salvador; recebe e perdoa a qualquer tipo de pecado; porém, adverte: “Vá e não peques mais”.
 
Depois da graça vem a disciplina; após o Espírito Santo vem o batismo de fogo, a prova. O Senhor que caminhou em Seu ministério tendo a cruz como pano de fundo chegava a se angustiar pelo cumprimento de uma vez, de algo tão doloroso; Importa, porém, que seja batizado com certo batismo; e como me angustio até que venha a cumprir-se!” Luc 12; 50
 
Esses pregadores do evangelho fácil que afirmam ser, a luta, coisa do diabo acendem fogo de palha onde deveria arder o do ourives.

Paulo adverte sobre a singularidade do Fundamento, e a necessidade da prova para quem se diz Salvo; “Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo. E, se alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada um se manifestará; na verdade o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de cada um.” I Cor 3; 11 a 13

Claro que isso faz de Jesus alguém difícil de seguir. “Quem suportará o dia da sua vinda?” Era uma questão pertinente do profeta. Mas, que glória teria alguém que cravasse um lábaro no topo do Everest chegando lá de helicóptero? Assim será a “salvação” dos que tentam chegar ao Santo evitando as dores da cruz. Ignomínia em lugar de glória.

Todo ministro do evangelho que não labora pela purificação dos salvos sonega seu papel; “derreter” os metais para remover escórias. “…Faz dos seus anjos espíritos, e de seus ministros labareda de fogo.” Heb 1; 7
 
Embora soe mais ameno propor facilidades, só é honesto ancorar nossa esperança na fidelidade Deus, que prometeu: “Quando passares pelas águas estarei contigo, e quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti.” Is 43; 2 

Certo, era promessa a Israel; mas, quem cuidava dos seus então, deixaria de fazê-lo?