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segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Os loucos e o tempo

“Até aos quarenta anos o homem permanece louco; quando então começa a reconhecer a sua loucura, a vida já passou.” ( Lutero )

“Começamos a dar bons conselhos quando a idade nos impede de dar maus exemplos.” ( Jueves de Excelsior )

Dos ditos, supra, a conclusão necessária que a loucura tem seu consórcio com a juventude, e, fraqueja concomitante ao peso dos anos. Pode ser veraz, ou, não; depende do que se conceitua, assim.

Salomão, à decrepitude nomeou, maus dias, tempo de pessimismo, de modo que, neles considerou vaidades, coisas que pareceriam tesouros noutro contexto. “Afasta, pois, a ira do teu coração, remove da tua carne o mal, porque a adolescência e a juventude são vaidade.” Ecl 11;10 Após, ampliou: “Lembra-te também do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, cheguem os anos dos quais venhas a dizer: Não tenho neles contentamento;” Ecl 12;1

Embora, normalmente taxamos os loucos em virtude de sua relação com a razão, ou, falta dela, agora, os vemos também, derivando sua loucura da má relação com o tempo. Claro que, Cronos, por si só não faz alguém melhor, tampouco, pior. O mesmo sábio versara: “Coroa de honra são as cãs; achando-se elas, no caminho da justiça.” Vemos que, honra, não tem suas raízes nos cabelos brancos, antes, nesses, escudados pela justiça. Ruy Barbosa disse algo semelhante de outra maneira: “Não te impressiones com cabelos brancos, pois, os canalhas também envelhecem.”

Entretanto, assim como, loucura, pode ser um conceito ambíguo, dependendo de quem conceitua, igualmente, razão. Paulo apresentou de modo irônico a fé cristã como loucura, falando num desafio aos de fora: “Visto como na sabedoria de Deus o mundo não O conheceu pela sua sabedoria, aprouve a Ele salvar os crentes pela loucura da pregação.” I Cor 1;21

Contudo, falando aos salvos, exortou-os à razão: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo, agradável a Deus, que é o vosso culto racional.” Rom 12;1

Noutra parte expusera essa relatividade conceitual: “Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas, para nós, que somos salvos, é poder de Deus.” I Cor 1;18

Voltando à relação com o tempo, aí, os ímpios nos rotulam de loucos, afinal, tantos prazeres disponíveis, e nos esforçamos à disciplina, passamos a vida em conflito com nossa natureza perversa, obedecendo, inda que, imperfeitamente, à Vontade de Deus. Isso, aos seus olhos é perder tempo.

A ideia vulgar de vida eterna é que acontecerá aos “bons” depois da morte. Dois erros: Primeiro; bom é Deus apenas, nós, somos maus; mais verdadeiramente seremos, à medida que tencionarmos negar isso. Segundo; vida eterna tem a ver com qualidade de vida espiritual, antes, de que, com tempo. Quando, escrevendo a Timóteo Paulo disse: “...Toma posse da vida eterna...” não aconselhou o suicídio, antes, viver essa, em seus valores e implicações, desde a saga terrena.

Assim, os salvos, mesmo que “percam tempo” evadindo-se aos prazeres pecaminosos, saem no lucro. Pode perder uma gotícula quem possui um oceano sem notar o “prejuízo”. A vida eterna começa aqui, na conversão; se mantém na perseverança, e não pode ser interrompida pela morte física, como disse Paulo, ao ver nela a interrupção de suas dores, apenas: “Porque para mim o viver é Cristo, e, morrer é ganho.” Fp1;21
Por outro lado, quem aliena-se de Deus, Seu Amor, manifesto no ensino de Sua Palavra preferindo “curtir” os prazeres da vida, o que fará quando seu fôlego for tirado? Quem, deveras, está perdendo tempo? 

Tiago aludiu à fragilidade da vida de modo tal, que é temerário supor do amanhã: “Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque, que é a vossa vida? Um vapor que aparece por um pouco, depois se desvanece.” Tg 4;14

Moisés, por sua vez, denunciou a fugacidade da existência: “Os dias da nossa vida chegam a setenta anos, se, alguns, pela sua robustez, chegam a oitenta, o orgulho deles é canseira, enfado, pois cedo se corta, vamos voando.” Sal 90;10 Em vista dessa limitação orou para nela pudéssemos ser ajudados pelo Eterno, para, encontrarmos sabedoria. “Ensina-nos contar nossos dias, de tal maneira que alcancemos corações sábios.” V 12

Enfim, se, adolescência e juventude são vaidade, velhice, dias maus, resta buscarmos a varonilidade eterna proposta pelo Salvador. “Até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo.” Ef 4;13

Não exatamente, eterna juventude do imaginário fictício, mas, eterno vigor espiritual, a ação do tempo presa à inércia, e os prazeres lícitos potencializando a vida. Pensando bem, nem são tão insanas assim, as razões dos loucos.

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

A Terra, grávida



“Desde a antiguidade fundaste a terra; os céus são obra das tuas mãos. Eles perecerão, mas tu permanecerás; todos eles  envelhecerão como um vestido; como roupa os mudarás e ficarão mudados. Porém tu és o mesmo, os teus anos nunca terão fim.” Sal 102; 25 a 27 

Esse trecho do hino hebraico traz três coisas interessantes; a afirmação categórica do criacionismo; a previsão que efeitos biodegradáveis incidirão sobre a natureza; e que a ação do tempo será inócua sobre Deus, pois, Ele É Eterno. 

Se, o criacionismo for verdade como cremos, os efeitos preditos se devem verificar também. Noutras palavras: A criação deve envelhecer. 

Isaías apresenta as causas: “A terra pranteia e se murcha; o mundo enfraquece e se murcha; enfraquecem os mais altos do povo da terra. Na verdade a terra está contaminada por causa dos seus moradores; porquanto têm transgredido as leis, mudado os estatutos, quebrado a aliança eterna. Por isso a maldição tem consumido a terra; os que habitam nela são desolados; por isso são queimados os moradores da terra,  poucos homens restam.” Is 24; 4 a 6  

Paralelo ao decréscimo da vida natural está o da vida humana; “... enfraquecem os mais altos do povo da Terra.” Se, mesmo aos mais altos sucede, que dizer dos demais? 

A teoria evolucionista que se contrapõe à criação defende  o progresso da vida em suas variadas formas. Qual das duas premissas a realidade que nos cerca corrobora? Todo dia deparamos com novas, sobre espécies em extinção, poluição de mananciais, pestes dizimando a população, como agora, o Ebola, etc. Isso são evidências de evolução, ou, envelhecimento? A corrupção generalizada, capitulação às drogas, promiscuidade que nos cercam indicam o quê? Evolução? Rumo a qual alvo? 

Com um mínimo de honestidade intelectual se pode verificar que as demandas evolucionistas estão gritantemente ausentes de nosso existenciário, enquanto, os vaticínios criacionistas se cumprem rigorosamente.

Todavia, invés de mero conformismo com tal derrocada, a Bíblia acena com esperança, regeneração. “Porque a ardente expectação da criatura espera a manifestação dos filhos de Deus. Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou, na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora. E não só ela, mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo.” Rom 8; 19 a 23  

Depois de apresentar breve resumo, Paulo expressa o quê, chama de “ liberdade da glória dos filhos de Deus...” “A redenção de nosso corpo.”  Sim, todas as fragilidades físicas decorrentes da sentença pelo pecado sumirão, quando nosso corpo for redimido.

Pois, a “servidão da corrupção”, aqui, não tem conotação moral; antes, alude ao próprio corpo que se corrompe mercê do tempo. Ainda que o Espírito regenerado ande na contramão. “Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia.” II Cor 4; 16 

Contrário ao ensino de alguns pavões da praça, os salvos estão sujeitos a tudo, enfermidades, acidentes, etc. Afinal, possuem um tesouro ( novo homem ) em vaso de barro; ( corpo corruptível. )   

Ademais, quando o Salvador lançou Seu apelo, prometeu descanso pra alma, não pro corpo. “Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas.” Mat 11; 29 

A redenção da natureza, chamada de “novos Céus e nova Terra”, faz parte do pacote de providências do Criador. Se a criação está com dores de parto, como ilustrou o apóstolo, por certo, espera um filho, quem?   

Falando sobre Cristo aos crentes efésios Paulo ensina: Em quem também vós estais; depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa. O qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão adquirida, para louvor da sua glória.” Ef 1; 13 e 14 

Contudo, se há um “parto planetário” por ocasião da volta do Salvador, há outro individual, que deve ocorrer em cada um que quiser fazer parte do Reino regenerado. O mesmo apóstolo ilustra: “Meus filhinhos, por quem de novo sinto as dores de parto, até que Cristo seja formado em vós;” Gál 4; 19 

Cristo precisa nascer em cada um de nós. Assim, Nele é revivido nosso espírito; a alma é salva, e o corpo dorme na esperança de redenção. Sem ele, apenas decrepitude, morte.