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sábado, 10 de outubro de 2015

Ativismo ou pureza?

“Agora, pois, eu vos rogo considerai isto, desde este dia em diante, antes que se lançasse pedra sobre pedra no templo do Senhor...” Ag 2; 15

Ageu foi um profeta pós exílico cuja mensagem central exortava o povo contra a negligência espiritual. Haviam começado a obra e abandonaram às primeiras dificuldades cuidando, cada um, de seus interesses particulares. O mensageiro foi incisivo: “Porventura é para vós tempo de habitardes nas vossas casas forradas, enquanto esta casa fica deserta?” Cap 1; 4

Depois alistou uma série de juízos decorrentes dessa alienação como sendo “mensageiros” também, embora, ignorados. “Esperastes muito, mas eis que veio a ser pouco; esse pouco, quando o trouxestes para casa, eu dissipei com um sopro. Por que causa? disse o Senhor dos Exércitos. Por causa da minha casa, que está deserta, enquanto cada um de vós corre à sua própria casa. Por isso retém os céus sobre vós o orvalho; a terra detém os seus frutos.” Vs 9 e 10

Então, concluir que a retomada da Obra de Deus era algo urgente parece ser o caminho das pedras, digo, a interpretação natural da mensagem do Profeta. Entretanto, não era tão “urgente” a ponto de ser a primeira coisa a ser feita. “...considerai isto, desde este dia em diante, antes que se lançasse pedra sobre pedra no templo do Senhor...”

Tinha algo que deveria ser considerado primeiro, o quê? Ouçamos: “Então respondeu Ageu, dizendo: Assim é este povo, assim é esta nação diante de mim, diz o Senhor; assim é toda a obra das suas mãos; tudo o que ali oferecem imundo é.” V 14

Erra quem imagina que Deus preza mais a “alta frequência” que a “a alta fidelidade”. Noutras palavras, ativismo religioso, antes, que santificação. Como se o Santo dissesse: Eu quero que me façais o templo, mas, antes, apartai-vos de vossas impurezas, imundícies.

Infelizmente, nessa era de facilidades tecnológicas e superficialidades, o “cristianismo” da maioria é como decoração de Natal; visível de longe no afã de chamar atenção, mas, busque-se, mediante convívio, uma gotícula de Água da Vida, presto assoma o Saara espiritual que as luzinhas “Made in China” tentam disfarçar.

Era de “cristão virtuais” vestidos de belas orações copiadas e postadas, mas, despidos de resquício de virtudes como honradez, caráter, integridade, verdade... Ocorre-me uma exortação do grande Charles Spurgeon: “Ninguém é obrigado a dizer-se cristão, - disse – mas, se o fizer, diga e se garanta.” Noutras palavras, aja como um dos tais.

Quem pensa que serviço vem antes de pureza apressa-se a fazer qualquer coisa na Casa de Deus: se lhe não facultarem isso logo se queixará da “falta de oportunidade para servir”. É esse o “cristianismo” que conhece. Quem considera, contudo, a seriedade de fazer menção do Excelso Nome, como Moisés, teme; eventuais manchas em seu coração incomodam mais que sua ausência no púlpito.

Ao jovem pastor Timóteo Paulo lembrou isso: “Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus; qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2; 19

Tiago adverte aos descuidados que passeiam por ambientes santos, sem se deixarem tocar pela santa advertência. “E sede cumpridores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos. Porque, se alguém é ouvinte da palavra, e não cumpridor, é semelhante ao homem que contempla ao espelho o seu rosto natural; porque contempla a si mesmo, e vai-se, e logo se esquece de como era.” Tg 1; 22 a 24

Notemos que ele concede o engano como algo possível entre nós, apenas; “enganando-vos”, não há possibilidade de o imundo posar de limpo ante Deus. Ir à igreja por motivações horizontais, desconsiderando Deus é pior que ausentar-se. Omissão distante apenas peca; omissão atuante na Casa do Pai profana.

É já rara a igreja cujo compromisso com a Bíblia seja inegociável; muitas falsificam e distorcem a interpretação ao sabor de interesses mesquinhos. Porém, que valeria frequentar uma séria, onde a Palavra ainda é a bússola se, uma vez olhando no espelho, como disse Tiago, vemos a sujeira e recusamos a nos lavar?

Urge rever posturas, mentalidades, atitudes... Precisamos certamente crer que as manchas de nossos pecados não são tatuagens; é possível removê-las misturando arrependimento e confissão, ao Bendito Sangue de Jesus.

Se não nos dispomos a isso, sejamos como os coevos de Ageu, cuidemos de nossas casas apenas, alheios a do Senhor.

Talvez, seja hora de tentarmos chamar menos atenção por nossos feitos, que por nossos motivos. A secura em nossa seara espiritual é já uma mensageira denunciando a reprovação de Deus; se a ausência de frutos não for suficientemente eloquente, que tal, darmos ouvidos, uma vez, à voz do Profeta?