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segunda-feira, 23 de março de 2020

O Culto sem Noção


“Aconteceu ao cabo de dias que Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao Senhor. Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas, e sua gordura; atentou o Senhor para Abel e sua oferta. Mas para Caim e sua oferta não atentou.” Gn 4;3 a 5

Os primeiros cultos. A um O Senhor aceitou, ao outro, não. Já ouvi explicações sobre o porquê, dessa distinção, da aceitação de um e rejeição de outro; a mais comum é que o culto aceitável deveria ter sacrifício de animais, pois a redenção viria pelo sangue; Caim oferecera cereais apenas.

Se observarmos no Levítico onde O Eterno disciplina a forma de culto, há sim a aceitação de oferendas de alimentos sem sangue, como culto pacífico. Sinal de adoração. Portanto, o motivo deve ser outro.

O que se pode inferir do texto é que havia algum desvio espiritual nos motivos de Caim, pois, invés de olhar primeiro para a o oferta, O Senhor olhara para a pessoa do ofertante; “... para Caim e sua oferta não atentou.”

Jesus ensinou que pendências horizontais deveriam ser resolvidas antes do culto; “Portanto, se trouxeres tua oferta ao altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa-a ali diante do altar; vai reconciliar-te primeiro com teu irmão; depois, vem e apresenta tua oferta.” Mat 5;23 e 24

Pois, quando O Eterno argumentou com o furioso Caim que fora rejeitado, condicionou a aceitação dele à prática do bem, o que implica que, de alguma forma estava em falta. “Se bem fizeres, não é certo que serás aceito?” v 7

Os que centralizam sua adoração numa suposta predileção Divina por grandes ofertas, sacrifícios, ainda não entenderam o básico; “Porque Eu quero misericórdia, não sacrifício; e conhecimento de Deus, mais que holocaustos.” Os 6;6 ou, “Ele te declarou, ó homem, o que é bom; que é o que o Senhor pede de ti, senão que pratiques a justiça, ames a benignidade, e andes humildemente com teu Deus?” Miq 6;8

O que O Senhor anseia é relacionamento em tempo integral, não uma encenação pontual durante o “culto” e uma vida desregrada depois.

Se, olhando para a pessoa, por algum motivo ela não for aceita perante o Eterno, o culto, por fervoroso, vultoso que pareça, também não será. “Odeio, desprezo vossas festas, e as vossas assembleias solenes não me exalarão bom cheiro. Ainda que me ofereçais holocaustos, ofertas de alimentos, não me agradarei delas; nem atentarei para as ofertas pacíficas de vossos animais gordos. Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos; porque não ouvirei as melodias das tuas violas.” Am 5;21 a 23

A rejeição do culto, deriva da rejeição dos caminhos adotados pelos cultuantes; basta ver o verso seguinte, proposto como alternativa; “Corra, porém, o juízo como as águas, a justiça como o ribeiro impetuoso.” V 24

Em Isaías encontramos cenário semelhante; o povo vivia alheio à Vontade Divina, contudo, se apressava em comparecer aos cultos; “De que me serve a multidão de vossos sacrifícios, diz o Senhor? Já estou farto dos holocaustos de carneiros, da gordura de animais cevados; nem me agrado de sangue de bezerros, nem de cordeiros, nem de bodes. Quando vindes para comparecer perante mim, quem requereu isto de vossas mãos, que viésseis pisar os meus átrios? Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim abominação, as luas novas, os sábados, e a convocação das assembleias; não posso suportar iniquidade, nem mesmo a reunião solene.” Is 1;11 a 13

Nada havia de errado com o culto, senão, a presença da iniquidade. Claro que a igreja é lugar de pecadores! Todos somos. A questão não é a existência do pecado em nós, mas a insensibilidade espiritual que nos leva a agir como se, o tal não existisse; e invés de, arrependidos buscarmos perdão, vamos direto a “adoração” como se tudo estivesse bem entre nós e O Santo.

Tiago ensinou: “Chegai-vos a Deus, Ele se chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores; e vós de duplo ânimo, purificai os corações. Senti vossas misérias, lamentai e chorai; converta-se vosso riso em pranto, e vosso gozo em tristeza.” Tg 4;8 e 9

Hoje “pecado” é uma palavra quase proibida; correção, intromissão. “Vai cuidar da tua vida”. Depois, os santos se apresentam cheios de louvor perante Deus, deixando feridas para trás; o “sacrifício” aceitável recusam-se a oferecer. “... apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.” Rom 12;1

Deus “aceitaria Abel e Caim”; presto vem o juízo, “Então voltareis e vereis a diferença entre justo e ímpio; entre o que serve a Deus, e o que não serve.” Mal 3;18

sábado, 2 de novembro de 2019

À ímpia imagem e semelhança

"Se voltares em paz, o Senhor não falou por mim..." II Cr 18;27

Micaías avisara da parte de Deus que o rei Acabe seria morto em combate. Ele preferira ouvir aos profetas de Baal que sempre prometiam facilidades e vitórias. Então mandou trancar o profeta do Senhor a pão e água enquanto partiam ao combate, do qual, voltaria em paz, disse.

Daí Micaías bradou as palavras acima; se tu voltares em paz, não foi O Senhor que falou por meu intermédio.

A Palavra seria fiadora de si mesma; seu cumprimento legitimava-a; enquanto, eventual falha a desqualificaria. Acabe descobriu da pior maneira, tarde demais, que o vaticínio era verdadeiro.

O cumprimento da profecia sempre foi o aferidor Divino. "Se disseres no teu coração: Como conhecerei a palavra que o Senhor não falou? Quando o profeta falar em nome do Senhor, e a palavra não se cumprir, nem suceder assim; esta é palavra que o Senhor não falou; com soberba falou aquele profeta; não tenhas temor dele." Deut 18;21 e 22

Esse aferidor no tocante à profecia estritamente.

Também poderia ocorrer de alguém fazer prodígios pretensamente espirituais; nesse caso, as consequências derivadas do dito sinal que seriam as aferidoras; "Quando profeta ou sonhador de sonhos se levantar no meio de ti, te der um sinal ou prodígio, e suceder o tal sinal ou prodígio, de que te houver falado, dizendo: Vamos após outros deuses, que não conheceste, e sirvamo-los; Não ouvirás as palavras daquele profeta ou sonhador de sonhos; porquanto o Senhor vosso Deus vos prova, para saber se amais O Senhor vosso Deus com todo vosso coração e toda a vossa alma." Deut 13;1 a 3

O milagre prometido aconteceria; contudo, a consequência seria afastar ao povo de Deus; tal permissão seria um teste de fidelidade; para deixar patente se as pessoas amavam a Deus, ou, a si mesmas apenas, na volúpia por prodígios a qualquer preço.

Como não lembrar tantos "cultos de testemunhos" onde, pretensos milagres são avalistas de Mamon; "depois que me tornei patrocinador... que sacrifiquei... fiz isso, aquilo, o $enhor me abençoou." Que triste ver a cegueira dos incautos manipulados por mercenários safados.

Que diferença da fidelidade aquela, os "profetas" atuais que prometem isso e aquilo em nome do Senhor; ao não se cumprir alegam que faltou fé; que a pessoa alvo, não recebeu a palavra.

Claro que as promessas Divinas no tocante a nós são condicionais; mas, Seus Decretos não. Quando ordena um profeta a anunciar que fará algo, normalmente faz; salvas raríssimas exceções, como a estupenda mudança coletiva de Nínive que O fez mudar Seus juízo, para não mudar Seu Caráter Santo e Misericordioso.

Não apenas profecias de eventos, como estamos acostumados, mas as que atinam às transformações operadas nas vidas dos que dão ouvidos aos Seus Ensinos; O Senhor também evoca a eficácia da Palavra como aferidora de origem; "Jesus lhes respondeu, e disse: Minha doutrina não é Minha, mas Daquele que me enviou. Se alguém quiser fazer a Vontade Dele, pela mesma doutrina conhecerá se é de Deus, ou se falo de Mim mesmo." Jo 7;16 e 17

Ainda há pouco deparei com um "Jesus" virtual que prometia curar minhas dores, resolver todos os meus problemas se eu aceitasse; bastaria escrever, aceito, sim, ou amém, sob a profanação e estaria resolvido. Sim; o simples forjar uma imagem de "Cristo" que não seja espiritual na imitação do Seu Caráter Santo, não passa de profana idolatria. Aquilo não é Cristo; é fruto duma imaginação doentia.

Que gente sem noção! Sem vergonha! Sem temor! Para começo de conversa Deus não é Deus de mortos.

O primeiro desafio lançado aos ímpios é qua ouçam Sua Voz, arrependam-se para o novo nascimento; tomem suas cruzes para aprender a andar segundo a Vontade de Deus, não mais, as inclinações próprias. "... apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é vosso culto racional . Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita Vontade de Deus." Rom 12;1 e 2

Os ímpios críticos das Escrituras às quais afirmam ser mero compêndio humano são a antítese dos seus próprios argumentos; pois, ao plasmarem um "Deus" mendigo emocional, serviçal incondicional de pecadores mostram de modo mui didático como seria um Deus criado à imagem e semelhança dos mortos.

Infezmente, a sina de muitos será como a de Acabe; por optarem por facilidades invés da verdade, entenderão tarde demais que escolheram a morte. 

"Porque o erro dos simples os matará; o desvario dos insensatos os destruirá; mas quem me der ouvidos habitará em segurança; estará livre do temor do mal." Prov 1;32 e 33

sábado, 19 de outubro de 2019

Por dentro da fé


“Livro da geração de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão.” Mat 1;1
A identificação do Messias com o Patriarca maior da nação, e o rei mais proeminente; Abraão e Davi.

Todavia, separado do pecado; não, mero fruto da natureza caída que o desqualificaria como redentor; “O nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, achou-se ter concebido do Espírito Santo.” Mat 1;18

O Salvador veio da linhagem da Israel, porém, de origem Divina; concebido pelo Espírito Santo.

Tanto quanto possível ser como nós Ele foi; esvaziou-se das prerrogativas Divinas e atuou nos limites humanos. Contudo, não se esvaziou da santidade; os pecados pelos quais morreu são nossos, não Seus.

Mas, multiplicou pães, ressuscitou mortos e andou sobre as águas? Eliseu também ressuscitou; também multiplicou pães e, as águas do Jordão se abriram para ele. Milagres são colocados ao nosso alcance mediante O Espírito Santo.

O maior milagre se dá em todos os convertidos, pois, mesmo estando mortos são capacitados pelo Bendito Espírito a ouvirem O Senhor; “Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, agora é, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus; os que a ouvirem viverão.” Jo 5;25

Ouvir aqui significa entender e agir como O Eterno deseja para o “Novo Nascimento”. Dado esse venturosos passo a consciência, antes silenciosa voltará à ativa como testemunho que o espírito foi regenerado.

O homem que sempre esteve “bem” na morte passará a identificar conflitos internos entre o natural e o espiritual; “Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo nos meus membros outra lei, que batalha contra a lei do meu entendimento; me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros.” Rom 7;22 e 23

O “negue a si mesmo” indispensável age primeiro no entendimento, para depois refletir-se nas ações; “Deixe o ímpio seu caminho, o homem maligno seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar.” Is 55;7

Assim a “cruz” do convertido o fará mortificar vontades naturais em prol da Divina, como ensina Paulo; “... apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita Vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

Embora a mensagem tenha um aspecto teórico necessário, a identificação da sua origem, segundo Cristo, é prática; “Jesus lhes respondeu: A minha doutrina não é minha, mas Daquele que me enviou. Se alguém quiser fazer a vontade Dele, pela mesma doutrina conhecerá se ela é de Deus, ou se falo de mim mesmo.” Jo 7;16 e 17

Esse conhecimento nos fará como Paulo, perceber que a Divina vontade é boa, perfeita e agradável; nos domínios do Espírito, claro; “... segundo o homem interior, tenho prazer na Lei de Deus;”

Os que falam que a fé é cega opinam de fora, numa dimensão que lhes está fechada enquanto não creem; “O homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.” I Cor 2;14

Então quem crê entende origem, propósito e galardão da fé; “A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não veem.” Heb 11;1

Quem não crê, portanto, não conhece “explica” o que ela é, como se, um cego de nascença pudesse descrever ao arco celeste com suas sete cores.

A “vantagem” de ser incrédulo é que, enquanto a fé demanda renúncias e prática da Doutrina proposta, a ele basta atrever-se temerário nas areias movediças das opiniões.

Resulta num morto descrevendo em quê consiste a vida; isso porque “... o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus.” II Cor 4;4

Se, Cristo se fez como nós, no que lhe era possível, e suportou a cruz em nosso lugar, tenciona mediante a eficácia da Redenção e da doutrina, regenerar-nos como no princípio; Imagem e Semelhança de Deus.

A fé não carece explicações e ainda “explica” muito a quem pode ver a ressurreição dos mortos em delitos e pecados, agora, comprometidos com a vida e a verdade.

“Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte... Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5;14 e 16

sábado, 31 de agosto de 2019

Deus Tem Razão

“... apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus que é o vosso culto racional.”

Há duas razões entre as quais convém fazer distinção; a razão como “Deusa” apregoada pelos iluministas franceses que deveria fazer oposição à fé, patrocinadora do ateísmo; e, razão como acessório ao intelecto.

Essa última, por certo é a que Paulo preceitua. Ela não atua como oposição à fé, antes como filtro que a purifica de elementos estranhos, fantasiosos.

Ela como vulgarmente se conhece é sinônimo de bom senso; e sensatez no domínio espiritual é comer da Árvore da Vida, não da ciência, da filosofia humana, como seria a “razão” aquela.

O mesmo Paulo pontua noutra parte o que considera sensatez: “... não sejais insensatos, mas entendei qual é a Vontade do Senhor.” Ef 5;17

Se, o culto racional demanda o “sacrifício vivo” das vontades naturais, então, somos espiritualmente racionais quando não temos razão. Isto é: Quando nos entregamos confiadamente às razões Divinas.

Paulo disse que sua entrada aos coríntios fora nas armas do Espírito, não na pretensão humana de “racionalidade”. “Minha palavra, e minha pregação, não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração de Espírito e poder;” I cor 2;4

A Sabedoria Divina desfilando perante gente que não a identificava. “Visto como na sabedoria de Deus o mundo não O conheceu pela sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação... Porque a loucura de Deus é mais sábia que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte...” I Cor 1;21 e 25

Trata-se de refinada ironia, pois, como dissera Isaías, “Os meus pensamentos não são os vossos, nem vossos caminhos os meus, diz o Senhor. Porque assim como os céus são mais altos que a terra, são meus caminhos mais altos que os vossos, e meus pensamentos mais altos que os vossos.” Is 5;8 e 9

Se, meu culto racional me sacrifica em prol de uma Vontade Superior, minha compreensão deve ser alinhada a essa vontade também, para que o labor de quem me ensina faça sentido.

Quando um pregador brada que O Senhor dará vitória aos seus ouvintes, normalmente, cada um deriva das suas razões o conceito de vitória; o desempregado que Deus lhe dará um emprego; o enfermo, que receberá saúde; o solitário que enfim, terá um cônjuge; o de filho viciado que o verá livre...

Invés do “Sacrifício Vivo” em prol da Vontade Divina, a afirmação das humanas inclinações, numa compreensão rasteira do significado de vitória em âmbito espiritual. “Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; esta é a vitória que vence o mundo, nossa fé.” I Jo 5;4

Há uma gritante diferença entre “vencer o mundo” em submissão a Deus, e vencer “no” mundo como anseia a carne corrupta.

Paulo, um grande vencedor subiu ao cadafalso com quem sobe a um pódio; “Porque já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, o tempo da minha partida está próximo. Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.” II Tim 4;6 e 7

O vencedor espiritual não faz as coisas acontecerem ao seu favor; mesmo que aconteçam de modo adverso guarda o que é mais precioso, a fé; “... aprendi contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido e também ter abundância; em toda a maneira, em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, quanto a ter fome; tanto ter abundância, quanto padecer necessidade. Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece.” Fp 4;11 a 13

O que muitos insensatos consideram vencer atualmente é apenas uma antiga doença cujos sintomas ainda são atuais; o materialismo envernizado. “Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, de nada tenho falta; e não sabes que és um desgraçado, miserável, pobre, cego e nu; Aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças; roupas brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas.” Apoc 3;17 e 18

Que o mundo viva seu pragmatismo doentio; que derive suas diretrizes da pós-verdade das narrativas falaciosas feitoras de sensações sem raízes sadias; a nossa vitória sempre será o triunfo da verdade em nossas vidas, quer nos favoreça, quer não. “Porque nada podemos contra a verdade, senão pela verdade.” II Cor 13;8

Um vencedor de Deus não triunfa em particular; antes, consome-se, dá sua vida se necessário para colocar em relevo o Triunfo de Cristo.

As humanas técnicas visando motivar ímpios, invés de exortar ao arrependimento encantam serpentes onde deveriam ser geradas ovelhas. É a deusa “Razão” buscando adoradores. Só quem se submete ao Senhor entenderá as razões de Deus.

sábado, 11 de maio de 2019

Deus ou o Monstro

“... Lançado estou de diante dos teus olhos; todavia, tornarei a ver o teu santo templo.” Jn 2;4

Fragmento de uma oração muito “profunda”; Jonas estava no fundo do mar, no abismo, no ventre de um peixe há três dias, quando orou.

Preferira morrer a levar uma mensagem Divina aos odiados ninivitas; vendo que se passava o tempo e milagrosamente o metabolismo do bicho não o consumia, repensou e decidiu arrependido, cumprir o Divino propósito. “... lançado estou de diante dos teus olhos...” disse. Depois fez uma ousada e esperançosa leitura do porvir, confiado na bondade de Deus. “... tornarei a ver o Ter santo templo.”

Tinha uma missão a cumprir; uma vez desincumbido, volveria para sua terra outra vez, pensou. “Quando desfalecia em mim minha alma, lembrei-me do Senhor; e entrou a ti a minha oração, no teu santo templo.” V 7 Apesar da ideia fixa de orar no templo mesmo estando no fundo do mar contou com a Onipresença do Santo, como dissera Davi; “Se ... habitar nas extremidades do mar, até ali Tua Mão me guiará e Tua Destra me susterá.” Sal 139;9 e 10

Por fim, reavivou a obediência que votara; “Eu te oferecerei sacrifício com a voz do agradecimento; o que votei pagarei. Do Senhor vem a salvação.” V;9

Então, “Falou o Senhor ao peixe e este vomitou Jonas na terra seca.” V 10

Uma coisa a aprendermos sobre respostas às orações. Deus não vem ao nosso encontro com um pacote como se fosse empregado dos correios; antes, move circunstâncias em determinada direção, seja, concedendo o que pedimos, seja, negando. Quem tem comunhão com Ele entende Sua linguagem.

O peso derivado da desobediência, como o de Jonas é removido, uma vez, restabelecida a obediência; os que são frutos de nossos anseios nem sempre obtêm resposta favorável; ou, porque nossos anelos não são espiritualmente sadios, o tempo aprazado para certa bênção inda na chegou, ou, O Santo tem propósitos diversos para nós. O Não, e o espere, também são respostas.

Acontece que O Eterno responsabiliza-se pelo que prometeu apenas; “... Viste bem; porque Eu Velo sobre a Minha Palavra para cumpri-la.” Jr 1;12 assim, embora a esperança seja uma coisa boa, se insistirmos em esperar algo diverso do Divino intento estaremos “fazendo força” em vão; “Para que por duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, tenhamos firme consolação, nós, que pomos nosso refúgio em reter a ‘esperança proposta’;” Heb 6;18

Muitas vezes somos engolidos por “monstros” aos quais Deus não pode ordenar que nos vomitem; Tragados pela afeição aos vícios, errôneas concepções da vida, de Deus, arbitrários que somos carecemos sair com algum esforço das entranhas do “bicho” ao encontro da Sua Santa Vontade.

O que Deus faz é lançar a corda da Sua Palavra libertadora, mas, pegarmos a mesma para sermos ajudados é decisão de cada um; “Rogo-vos, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

O suicida profeta metera-se na enrascada por aversão aos inimigos de Israel, os assírios; os rebeldes atuais suicidam-se também, por não abdicarem de doentias paixões, como se, preservá-las fosse mais valioso que a preservação da vida.

As escolhas implicam perdas; para ter o que quero tenho que preterir algo excludente à minha opção. Como ensinou O Salvador, não podemos servir a dois senhores. Esse é o dilema da maioria dos desobedientes; teoricamente querem os Céus, mas, na prática vivem às suas maneiras, como se pudessem sair do “mostro” quando quisessem pelos próprios esforços.

O metabolismo do tempo os vai digerindo lentamente, até que é tarde demais. A morte espreita em cada esquina; a cada um que ceifa, divorciado do Senhor, é mais um que não verá jamais, O Santo Templo na eternidade.

O Canhoto em seu consórcio com a carne rebelde joga tudo no aqui e agora fazendo parecer que nosso tempo deve ser “aproveitado” pra “curtir” a vida; A Palavra de Deus apresenta a redoma de tempo espaço como uma dádiva para reconciliação com Deus. “... de um só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e os limites da sua habitação; para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, o pudessem achar...” Atos 17;26 e 27

Jonas o fujão se arrependeu e foi restabelecido; trocou seus afetos desajustados pelos Santos, de Deus. Os de igual proceder terão a mesma sorte; os demais serão digeridos, infelizmente.

sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Os Evangelhákonos

“Os doze convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas.” Atos 6;2

A igreja iniciante, um misto de judeus e gentios e os problemas administrativos que surgiam com o andar da carruagem.

Então, algumas viúvas gregas sentiam-se desprezadas no suprimento de pão; uma comunidade que, tinha tudo em comum, mas, nem tanto, senão, não haveria o concurso de parcialidades, ou, omissões assim.

Chegando tal pleito aos apóstolos foi que ordenaram a escolha dos servidores, (diákonos) pois, disseram: “... não é razoável que nós deixemos A Palavra de Deus e sirvamos às mesas.”

Invés da nossa transformação ser opção, “no escuro”, baseada em um fanatismo cego, como nos acusam alguns, um crer sem saber direito em quê, A Palavra de Deus demanda sempre o concurso da razão; não como pedagoga, mas, como assessora da fé, para que, os que creem o façam com entendimento. “... apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que, é o vosso culto racional.” Rom 12;1

Nessa perspectiva, os apóstolos defenderam não ser razoável os homens da Palavra, deixarem sua ocupação para servir às mesas. Sua lógica era coerente, pois; uma vez que, esperava que cada um transportasse a carga conforme seus ombros; ou, sobretudo, que as coisas prioritárias não fossem ofuscadas pelas secundárias.

Se, o pão cotidiano era algo importante e deveria receber os devidos cuidados, o do espírito era essencial; quem o sabia e poderia distribuir, não deveria deixar isso por outra função de menos relevância. Pois, foi nessa ordem que O Salvador colocou as coisas: “Buscai primeiro o reino de Deus, e sua justiça; todas estas coisas vos serão acrescentadas.” Mat 6;33

Entretanto, muito do que hoje se chama Evangelho já não pode mais fazer distinção entre homens da Palavra, e, os cuidados com o pão de cada dia. Há uma confusão ministerial onde, o pão do espírito se funde com o do corpo; as pessoas que deveriam ser desafiadas mediante O Evangelho a tomar a cruz para a salvação, não raro, são ensinadas a fazer mandingas em busca de prosperidade material.

O culto racional como vimos acima, é o “sacrifício vivo”, ou seja: A mortificação das vontades naturais, e, renovação do entendimento em dissenso com o mundo para conhecer à Vontade de Deus.

Isso requer uma mudança dos nossos pensares pelos Divinos; “Deixe o ímpio o seu caminho, o homem maligno os seus pensamentos; se converta ao Senhor que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar. Porque os meus pensamentos não são os vossos, nem, vossos caminhos os meus, diz o Senhor.” Is 55;7 e 8

Então, o trabalho dos homens da Palavra é ensinar aos discípulos os “Pensamentos de Deus”; não basta desafiar os ouvintes a uma mudança, antes, convém ensinar em quê consiste tal câmbio.

Paulo, por exemplo, foi bem didático: “... deixai a mentira, e falai a verdade cada um com seu próximo; porque somos membros uns dos outros. Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre vossa ira. Não deis lugar ao diabo. Aquele que furtava, não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade.” etc. Ef 4;25 a 28

Assim, o ministro da Palavra não é um provedor de pão; antes, um difusor de luz. O pão vem de outra fonte: “... trabalhe fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha...”

Desse modo, quando um ministro tenta fundir as duas coisas, que são complementares, paralelas, mas, não intrínsecas, deixa de ser um mensageiro probo, e se converte numa fraude.

Pois, o “servidor” que nos coloca o pão à mesa é nosso próprio labor; a Luz da Palavra transforma-nos para que, quer, no trabalho, em família, na sociedade, a mudança operada seja mensagem para quem nos vê; “... muitos verão; temerão e confiarão no Senhor.” Sal 40;3

Quem, invés da pureza Santa da Palavra, que dá vida, pretende transformá-la num meio de obter pão, não é evangelista nem diácono, mas, um velhaco que não desempenha nenhuma das funções direito.

Um “evagelhákono”. “Porque muitos há, dos quais muitas vezes vos disse, e agora também digo, chorando, que, são inimigos da cruz de Cristo, cujo fim é a perdição; cujo Deus é o ventre; cuja glória é para confusão deles; só pensam nas coisas terrenas.” Fp 3;18 e 19

Em suma, socorramos sempre que possível aos que carecem de pão; mas, não rebaixemos ao “Pão do Céu” que dá vida ao mundo, como se estivesse ao nível do que perece. Não seria razoável compararmos diamantes com vidro.

quinta-feira, 19 de julho de 2018

Contra o Vento

“Senhor, quem habitará no teu tabernáculo? Quem morará no teu santo monte?... aquele que jura com dano seu, contudo, não muda.

Constância, perseverança; virtudes, das quais, Deus se agrada. Espera isso de nós; Ele é assim; “Jesus Cristo é o mesmo; ontem, hoje e eternamente.” Heb 13;8
Quando alguns pareceram duvidar da firmeza de João Batista, o Senhor perguntou: “... Que saístes a ver no deserto? uma cana abalada pelo vento?” Luc 7;24

Essa figura, infelizmente, abarca a maioria dos humanos. Invés da necessária constância, que, arrostaria eventuais dificuldades são movidos por circunstâncias; “ventos” aos quais se inclinam.

Sobre nenhum outro humano, os ventos das provações sopraram mais forte que sobre Jó; Embora, estivesse seguro de sua integridade, o que faria seu sofrimento, “injusto”, em momento algum cogitou renunciar sua fé; malgrado desejasse uma explicação. “Ainda que Ele me mate, Nele esperarei; contudo, meus caminhos defenderei diante Dele.” Jó 13;15

Diferente fizera sua esposa, que, ao que parece, considerava Deus digno de lealdade, se, cumprisse todos os desejos do “adorador”; senão, melhor blasfemar contra Ele, mesmo perdendo a vida. “Então sua mulher lhe disse: Ainda reténs tua sinceridade? Amaldiçoa Deus e morre.” Cap 2;9

A “mulher de Jó” continua pujante nos púlpitos modernos nos lábios dos que “não aceitam” isso ou, aquilo; “determinam” aquilo outro; “revoltam-se”, etc. Tais, sequer foram testados ainda, pois, para tanto teriam que ser “nascidos de novo”; vivem meras circunstâncias da vida, muitas vezes fruto da própria negligência ante às oportunidades, ou, por aversão ao trabalho, mesmo; eis a sua “prova”! e, acoroçoados por mercenários patifes, alienados do Santo, são estimulados a essas temeridades, como se, Deus lhes devesse algo, só por que eles o querem.

Ora, a “simples” salvação, sem nenhum acessório é já uma Graça Inaudita, que, nem todos nós juntos, sete bilhões de pecadores, merecemos; muito menos, cada um em particular, como, parecem pretender esses loucos, sem noção.

Se, Deus apenas aceitar meu arrependimento que Sua Própria Palavra e graça ensejam, e, me perdoar em Cristo, já serei eterno Devedor. Nunca mais lhe poderei recompensar por tal dádiva, pois, me faltarão recursos; “Aqueles que confiam na sua fazenda, se gloriam na multidão das riquezas, nenhum deles de modo algum pode remir seu irmão; dar a Deus o resgate dele; Pois, a redenção da sua alma é caríssima...” Sal 49;6 a 8

Essa energia dispendida lutando contra, num vero convertido deve ser canalizada para a luta “com” Deus. O “não aceito”; “me revolto contra;” têm seu lugar, se, forem diatribes às dissoluções pecaminosas do mundo que nos assediam.

Um salvo, antes de se inquietar com circunstâncias, deseja adequar seu ser, pensar e agir, ao de Deus a Quem é grato pela salvação; “Deixe o ímpio seu caminho, o homem maligno seus pensamentos e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para nosso Deus, porque grandioso é em perdoar. Porque os meus pensamentos não são os vossos, nem os vossos caminhos os meus, diz o Senhor.” Is 55; 7 e 8

Ou, nas palavras de Paulo; “... apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas, transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rom 12; 1 e 2

Desgraçadamente, posturas que há poucas décadas eram vergonhosas, ultrajantes, hoje, são glamurizadas, motivo de “orgulho”; por que essa mudança? A Palavra de Deus apresenta os últimos dias como de urgência de Satanás; “... porque o diabo desceu a vós; tem grande ira, sabendo que já tem pouco tempo.” Apoc 12;12

Essa urgência destrutiva se reflete, óbvio, no ser daqueles sobre os quais governa; “... nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites que amigos de Deus.” II Tim 3;1 a 4

Enfim, fé sadia não é um poder que temos para usar e transformar circunstâncias adversas para que as coisas fiquem como queremos; antes, uma confiança inabalável, na Bondade, Amor, Integridade e Sabedoria Divinas, que, mesmo que sejamos desafiados a passar pela água ou, pelo fogo, não mudaremos. Pois, se O Eterno permite isso, tem Seus motivos.

Somos soldados de Cristo em campo de Batalha. Aconchego da família, condecorações eventuais, os vencedores receberão após a guerra, não, durante ela.

Ninguém mais Batalhador que O Senhor dos Exércitos e não desejaria covardes em Suas fileiras; “O justo viverá da fé; e, se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele.” Heh 10;38

sábado, 16 de dezembro de 2017

A Incerteza Certa

“Pela fé Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que havia de receber por herança; saiu, sem saber para onde ia.” Heb 11;8

Um aspecto que necessariamente acompanha uma fé sadia é a incerteza. Podemos estar certos da nossa decisão, da Integridade Divina, etc. Mas, sempre estaremos incertos quanto à caminhada, pois, aos que creem deveras, muitas vezes os Senhor testa no escuro para ver em quê, estão eles firmes. Isaías ensina: “Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do seu servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no nome do Senhor; firme-se sobre seu Deus.” Is 50;10

Então, diverso do que dizem a fé não é cega em seu objetivo; “Sei em quem tenho crido e sei que É Poderoso para guardar meu depósito” como disse Paulo. Entretanto, pela própria natureza da fé, se requer que ela “veja” n’outra dimensão; isto é; confie irrestritamente Naquele que crê, pois, se assim não for nega-se.

Muito do que se veicula rotulado por fé não passa de certo otimismo espiritual, devaneios falsamente piedosos, como se, O Todo Poderoso fosse um adido, um Ajudador para abençoar “nossos” projetos.

Quem ainda se acha capitão do navio da própria vida nunca chegou perto da cruz, berço do novo nascimento; qualquer “bênção” que suas mandingas fruírem será fortuita; ou, de fontes espúrias, não, do Senhor. “Deus não é Deus de mortos.” Se, a cruz demanda o “negue a si mesmo”, onde resta espaço, autoridade, para que eu trace as linhas de minha caminhada e deixe ao Eterno apenas a “honrosa” condição de me abençoar?

Nem se trata do viés do poder; ainda que esse bastaria para decidir quem manda; antes, da Onisciência do Pai. Ele ama a todos; sobretudo, os fiéis; como, “há caminhos que ao homem parecem direitos, mas, no final, são caminhos de morte”, Ele preceitua que deixemos a escolha do caminho com Ele; “Entrega teu caminho ao Senhor; confia Nele e tudo Ele fará.” Sal 34;5

Assim, os que vivem pela fé devem estar atentos, pois, a qualquer momento uma lícita jornada a Bitínia passará a ser desobediência, se, no silêncio da noite o Espírito Santo ordenar a ida à Macedônia, como fez com Paulo.

O homem espiritual não cumpre um conjunto de regras eclesiásticas estritamente; não que seja desobediente, mas, pela intimidade com O Senhor pode ser comissionado pelo Espírito a coisas novas, a despeito das regras horizontais. “teus ouvidos ouvirão a palavra do que está por detrás de ti, dizendo: Este é o caminho, andai nele, sem vos desviardes nem para direita nem para esquerda.” Is 30;21

O legalismo restringe seus servos a determinado conjunto de regras; o andar em espírito chama-nos à comunhão, o que, muitas vezes nos coloca em choque entre obedecer a Deus, ou, os homens. Não parece uma escolha difícil no prisma filosófico, embora, tenhas seus desdobramentos críticos no âmbito prático.

Quando Paulo diz que nossa entrega irrestrita, o “sacrifício vivo” é nosso culto racional, atina ao fato que a vida de fé, ainda que nos desafie ao escuro, à medida que caminhamos, os frutos seus convencem ao intelecto também; “... minha doutrina não é minha, mas, daquele que me enviou. Se, alguém quiser fazer a vontade dele, pela mesma doutrina conhecerá se é de Deus, ou se falo de mim mesmo.” Jo 7;16 e 17

Assim, o ingresso é no “escuro”, o desafio da Palavra; porém, a caminhada é mais ou menos como dirigir sob cerrada neblina; vemos uns trinta metros apenas, contudo, avançando aquele trecho, outro igual se descortina adiante, e, dirigindo com prudência, cuidado, iremos com segurança, desde que, sabendo ler e obedecer às placas de advertência ao longo do caminho.

O Eterno prometera Canaã a Abraão; entretanto, seus descendentes, sabedores da promessa, em dado momento tiveram que viver no Egito. A fé não aniquila-se quando, em determinadas circunstâncias anda na contramão; afinal, se tem lugares específicos prometidos, também tem um tempo oportuno; ousar antes dele não o upgrade da fé, mas, a negação, a dúvida. “Aquele que crer não se apresse”.

Não que seja ilícito homens de fé ter seus anseios, projetos, até; mas, todos esses devem ser submetidos ao Senhor. Quando Ele ocupar a primazia em nossas vidas, nos agradarmos da Sua Santa companhia, os mais caros desejos, desde que, lícitos, terão Sua bênção. “Deleita-te no Senhor, Ele te concederá os desejos do teu coração.” Sal 37;5

Em suma, a fé saudável não traça caminhos; seu hospedeiro recebe os necessários “faróis de neblina” e é capacitado a trilhar a senda escolhida pelo Senhor. Se, no imediato ignora por onde vai, no Eterno, sabe onde chegar. Eis, os olhos da fé!

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

"A Fé é Cega;" Só Que Não

“Temos mui firme a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça, e a estrela da alva apareça em vossos corações.” II Ped 1;19

Interessantes figuras usadas pelo inculto Pedro! A Palavra como Luz, os corações como “olhos” capazes de perceber tal lume.

Nossas respostas à Palavra, sejam positivas, ou, negativas, sempre tiveram um componente afetivo, moral, antes que, intelectual. Simplificando: As pessoas creem porque amam, mesmo entendendo parcialmente, ou, até, nem entendendo; ou, ignoram descrêem, mesmo que seus entendimentos alcancem plenamente as implicações da fé.

Não significa que, porque a Luz lhes revela algo, disso se apossarão; podem evitar exatamente porque viram, entenderam e recusaram as consequências de assentir. “A condenação é esta: Que a luz veio ao mundo; os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas. Mas, quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” Jo 3;19 a 21

Segundo O Salvador as pessoas ficavam à distância justamente por entender que a conversão demandava uma mudança de vida que recusavam para si; seus corações, pois, não, seus olhos estavam refratários à luz.

“Quem pratica a verdade vem para a Luz”, disse; não, quem não tem pecados. A Luz revela os pecados e a reprovação do Eterno no tocante a eles; os que são feridos pela Palavra do Senhor entristecem-se por ter ficado aquém do esperado, confessam, arrependem-se; praticam a verdade e são perdoados, reputados justos; passam a receber, cada dia, mais luz, entendimento. “a vereda dos justos é como a luz da aurora; vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” Prov 4;18

Assim, falando para fora, numa diatribe aos opositores Paulo chamou à fé de loucura, pelo seu componente emotivo inicial; “Como na sabedoria de Deus o mundo não O conheceu pela sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação.” I Cor 1;21

Depois, embainhou a espada da ironia e situou seu pensamento; “Pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, loucura para os gregos. Mas, para os que são chamados, tanto judeus quanto gregos, lhes pregamos a Cristo, poder de Deus, Sabedoria de Deus.” VS 23 e 24

Noutra parte, escrevendo estritamente aos “loucos”, desafiou-os à razão; “...apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é vosso culto racional.” Rom 12;1

Quem jamais ouviu a assertiva que a fé é cega? Acho que ninguém. Ouvimos isso desde sempre. Para muitos a “lógica” de Goebbels que, “uma mentira muitas vezes repetida torna-se verdade” tem funcionado. Aí, saem dizendo isso; seria até cômico, se, não fosse trágico.

Como no Mito da Caverna de Platão, os homens acostumados ao escuro viam na luz uma grave ameaça, assim, os cegos espirituais aquilatam à Palavra e toda a Luz que encerra. Não veem, pois, foram impedidos pela má escolha que fizeram e acusam aos que veem de cegueira.

A Palavra de Deus é categórica: “Se, ainda nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto. Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus.” II Cor 4;3 e 4

Não só a fé não é cega, como, pode ver numa dimensão exclusiva; “A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, a prova das coisas que se não veem... Pela fé (Moisés) deixou o Egito, não temendo a ira do rei; porque ficou firme, como vendo o invisível.” Heb 11;1 e 27

Sendo a Luz, A Palavra, e os “olhos” o coração, só quem crê sem reservas e submete-se de coração vê, deveras. Os demais, por polidos, luminosos que pareçam estão em trevas.

Assim, se dá na sina de cada crente, como o profeta vaticinou de Jerusalém: “Porque as trevas cobriram a terra, a escuridão os povos; mas, sobre ti o Senhor virá surgindo; sua glória se verá sobre ti.” Is 60;2

Andar na Luz, enfim, nos força a evitarmos as escuras e poluídas sendas dos modernismos, escolhendo, antes, as “veredas antigas” da Palavra; pois, “Se dissermos que temos comunhão com ele, e andarmos em trevas, mentimos; não praticamos a verdade. Mas, se andarmos na luz, como Ele na luz está temos comunhão uns com os outros e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado.” I Jo 1;6 e 7

quinta-feira, 6 de julho de 2017

O difícil amor ao próximo

“Também vi que todo o trabalho, toda a destreza em obras, traz ao homem a inveja do seu próximo. Também isto é vaidade e aflição de espírito.” Ecl 4;4

Quando certo escriba perguntou ao Senhor: “Quem é o meu próximo?” O Salvador contou a parábola do Bom Samaritano; irônico que aquele benfeitor fosse oriundo de um povo com o qual os judeus tinham inimizade. Mostrou com isso que, nosso próximo nem sempre conta com nossa afeição, natural. É preciso irmos além dela e fazermos o que agrada a Deus, malgrado, o necessitado esteja distante de nós pelos sentimentos.

O texto do Eclesiastes coloca-o como alguém que sofre com nossas conquistas, inveja-nos. Assim, o mandado: “Ama a teu próximo como a ti mesmo” requer de nós que sejamos bons para com pessoas que são más para conosco.

Isso de “só vou gostar de quem gosta de mim” como diz uma canção do Roberto Carlos, não é o modo correto de agirmos se, pretendemos agradar a Deus. “Bendizei os que vos maldizem, orai pelos que vos perseguem” diz o preceito.

A “aflição de espírito” dada como causadora da inveja e demais vaidades, tem causa espúria; não procede de Deus. “Porque do pó não procede a aflição, nem da terra brota o trabalho. Mas, o homem nasce para tribulação, como as faíscas se levantam para voar.” Jó 5;6 e 7

Aflições, tribulações são coisas “normais” depois da queda, onde, o ser humano deixou a comunhão com O Criador e se fez servo do pai da mentira. Da inveja também possui paternidade, pois, foi sua obsessão por ser igual a Deus que o colocou subjugado por Terra. “Já foi derrubada na sepultura tua soberba com o som das tuas violas; os vermes debaixo de ti se estenderão, os bichos te cobrirão. Como caíste desde o céu, ó estrela da manhã, filha da alva! Como foste cortado por terra, tu que debilitavas as nações! Dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono; no monte da congregação me assentarei, aos lados do norte. Subirei sobre as alturas das nuvens; serei semelhante ao Altíssimo.” Is 14;11 a 14

Assim, a inveja humana, fruto de “aflição de espírito” facilmente identificamos qual espírito fomenta aos invejosos para que sofram com nossas conquistas invés de partilharem de nossas alegrias.

Não que sejam meros joguetes do inimigo; antes, arbitrários fazem suas escolhas; mas, como o vício é imensamente mais fácil que a virtude, optam por aquele invés dessa. 

Nossa parte, dos convertidos é mostrarmos uma influência espiritual superior, Divina, para sermos luz ante os que ainda padecem nas trevas. Por isso Paulo aconselha que nosso agir seja “ilógico” sobrenatural; depois de aconselhar o culto racional deu uma amostra do que deve permear as razões espirituais; uma mentalidade diferente da vigente no mundo. “Não vos conformeis com este mundo, mas, transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rom 12;2

Adiante ampliou: “Abençoai aos que vos perseguem, abençoai, não amaldiçoeis. Alegrai-vos com os que se alegram; chorai com os que choram; sede unânimes entre vós; não ambicioneis coisas altas, mas, acomodai-vos às humildes; não sejais sábios em vós mesmos; a ninguém torneis mal por mal; procurai as coisas honestas, perante todos os homens. Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens. Não vos vingueis, amados, mas, dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor. Portanto, se teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas, vence o mal com o bem.” VS 14 a 21

Agindo assim demonstraremos de modo prático nossa relação com Deus; Se, por um lado aqueles que se distanciam sofrem aflições de outro espírito, cabe-nos um modo de vida pautado em valores “de cima”; nosso “Tesouro no Céu” que também servirá com luz a eventuais candidatos à salvação. “Não se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas, no velador; dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos céus.” Mat 5;15 e 16

Enfim, se nosso próximo decide de certo modo se manter distante sigamos atuando como quem está próximo de Deus, até que, mesmo por emulação desejem estar em nosso lugar.

Quando nosso próximo “caído” traz feridas na alma, não no corpo, nosso exemplo se faz o melhor azeite e vinho a ser aplicado sobre as feridas.

sábado, 28 de janeiro de 2017

Maravilhas ignoradas

“Duas coisas me deixam maravilhado, o céu estrelado acima de mim, e a lei moral, dentro de mim”. ( Kant )

Quem padece necessidade de melhores olhos, vê apenas o imediato, não raro, vê problemas, como o jovem que andava com Eliseu, para o qual, o profeta rogou que se lhe abrissem os olhos. Feito isso pode ver maravilhas Divinas.

O céu estrelado acima de mim...” foi versado por Davi no salmo 19, e, invés de ensejar uma teoria, tipo, Big Bang, deu azo a belos louvores, reconhecendo o autor, de tais obras. “Os céus declaram a glória de Deus, o firmamento anuncia a obra das suas mãos. Um dia faz declaração a outro, uma noite mostra sabedoria a outra. Não há linguagem nem fala, mas, ouve-se sua voz. A sua linha se estende por toda a terra, suas palavras até ao fim do mundo. Neles pôs uma tenda para o sol, o qual é como um noivo que sai do seu tálamo, se alegra como um herói, a correr seu caminho.” Vs 1 a 5

Spurgeon comentando tal texto disse: “Aquele que, após contemplar a vastidão dos céus, astros, estrelas em sua perfeita harmonia, ainda se declara ateu, juntamente se declara imbecil e mentiroso.” Pois, os céus proclamam a Glória de Deus.

Mas, voltando a Kant, havia uma segunda coisa que o maravilhava; “... a lei moral dentro de mim.” Disse. O mesmo livro dos salmos traz a Onipresença Divina, em miúdos: “Para onde me irei do teu espírito, ou, para onde fugirei da tua face? Se, subir ao céu, lá estás; se, fizer no inferno minha cama, eis que ali estás também. Se, tomar as asas da alva, habitar nas extremidades do mar, até ali, tua mão me guiará, a tua destra me susterá. Se, disser: Decerto que as trevas me encobrirão; então, a noite será luz à roda de mim. Nem ainda as trevas me encobrem de ti; a noite resplandece como o dia; trevas e luz são para ti a mesma coisa;” Sal 139;7 a 12

Ora, lícito nos seja concluir que o autor não foi a esses lugares todos, nem poderia. Como sabia, então, que neles, Deus estava? A “lei moral dentro de mim” também chamada, consciência, faculdade do Espírito, o fazia saber que, onde quer que fosse Deus estaria, uma vez que, estava nele. 


Mesmo quem ignora, em parte, as Divinas demandas, ainda possui esse aferidor moral mencionado por Paulo: “Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei; os quais mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente, sua consciência, e seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os.” Rom 2;14 e 15

Quantas pessoas que, sequer conhecem à Palavra, contudo, têm boas noções sobre direitos, deveres, equidade, isonomia, coisas que se alinham aos preceitos bíblicos. Se agirem à luz disso cumprem a lei moral que identificam.

Porém, a miopia espiritual que, atualmente grassa, não permite ver mais essas maravilhas. Nem as internas que me desconfortam sempre que fico aquém dos reclames do Espírito, nem as externas, que gritam alhures sobre a Majestade do Criador.

O Eterno tem sido usurpado em Sua Glória, por uma geração de pregadores com a “visão” do jovem auxiliar de Eliseu, que, não consegue transcender o imediato; suas mensagens não vão além da matéria, suprimento do ventre e outras vaidades acessórias.

Alguém disse com acerto: “Quando você aponta uma estrela para um imbecil, ele olha pra ponta do seu dedo.” Claro que os imbecis em questão, são tais pregadores, pois, fazem uso da Palavra, cujo Centro, Alvo, Meta, é a Estrela de Davi, Jesus Cristo; eles, não conseguem prestar o culto racional, onde, a Razão a serviço do Espírito, patentearia ante eles, a Vontade de Deus.

A Palavra e Suas justas demandas se tornou como um Moisés no monte, demorado em seu retorno, e o povo tinha pressa. Como aqueles fizeram o bezerro de ouro dando vazão às suas comichões, esses, veem naqueles, “sombra dos bens futuros” tipo de sua “teologia” cuja única maravilha que põe em relevo é a Longanimidade de Deus.

As maravilhas da criação, bem como, o fato de estarmos “condenados” a sermos justos, deveriam tremelicar nossas antenas, como fizeram com Immanuel Kant, mas, a galera está sonolenta demais para isso.

Como são justos todos os reclames Divinos, ou respondemos favoravelmente a eles, ou, não teremos verdadeira paz interior. “O efeito da justiça será paz, a operação da justiça, repouso e segurança para sempre.” Is 32; 17 Isso, ou, a opção ímpia e suas consequências: “Os ímpios não têm paz, diz o Senhor.” Is 48;22

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

O cidadão dos Céus

“Mas eu te oferecerei sacrifício com a voz do agradecimento; o que votei pagarei. Do Senhor vem a salvação.” Jn 2;9

Um fragmento da oração de Jonas, feita após três dias, desde o ventre do peixe. Uma pessoa a ser estudada o profeta fujão, pois, num primeiro momento aceitou morrer, quando disse que era o culpado pela tempestade, e, sugeriu que o jogassem ao mar. Depois, engolido pela criatura, só orou após três dias, parece que, estava esperando pela digestão, para ser consumido, como não foi digerido, cansado de tanto, não morrer, decidiu rogar por sua vida.

Interessante que, não há registro de quem tenha pedido isso diretamente, tipo, se deres nova chance, Senhor, obedecerei; antes, se dispôs a cumprir algo que já tinha proposto; “O que votei, pagarei,” disse. Só então, manifestou confiança na misericórdia Divina; “Do Senhor vem a salvação.” Não precisamos muito esforço para concluir que ele prometera obediência incondicional, e, decidira desobedecer, ao discordar da ordem recebida.

Não poucas vezes somos “engolidos” por aflições, por assumirmos algo diante de Deus, e negligenciarmos, depois. Salomão aconselhou certa parcimônia coma as palavras, e, seriedade com os compromissos. “Não te precipites com tua boca, nem, teu coração se apresse a pronunciar palavra alguma diante de Deus; porque Deus está nos céus, tu estás sobre a terra; assim, sejam poucas as tuas palavras. Porque, da muita ocupação vêm os sonhos, e a voz do tolo das muitas palavras. Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; não se agrada de tolos; o que votares, paga-o. Melhor é que não votes, que votes e não cumpras.” Ecl 5;2 a 5

Vivemos tempos difíceis, as palavras, pouco, ou, nada valem; daí a necessidade dos contratos; registros escritos de nossos compromissos assumidos mediante palavras. E, mesmo sendo registrado, documentado, muitos não honram os ajustes pactuados. Uma das características alistadas por Paulo, dos homens que viveriam nos “tempos difíceis”, seria: “...infiéis nos contratos...”

Se, devemos ser econômicos em nossas palavras diante de Deus, isso se dá porque Ele as valoriza. O Salvador ensinou: “Por tuas palavras serás justificado, ou, condenado.” Cada palavra proferida, seja em oração ou não, passa a fazer parte dos registros eternos. “Então aqueles que temem ao Senhor falam frequentemente um ao outro; o Senhor atenta e ouve; um memorial é escrito diante dele, para os que temem o Senhor, para os que se lembraram do seu nome.” Mal 3;16

Se, as palavras dos fiéis são registradas, as dos infiéis também, eles diziam ser inútil servir a Deus, e, que certos estariam os soberbos; suas palavras, mais que registradas no céu, foram também na Bíblia, para que todos conhecessem. Contra eles, O Todo Poderoso, imaginem, queixou-se da dureza das suas ímpias falas. “...As vossas palavras foram agressivas para mim, diz o Senhor;” v 13

Deus não tenciona tratar conosco nos domínios da força, onde, Ele É Incomparável, antes, anela uma relação no âmbito do amor, e, mesmo desejando ser correspondido, poder ser rejeitado, até, ouvir “palavras duras”.

Quando Simeão falou profeticamente a Maria sobre as agruras reservadas ao, então, menino Jesus, disse: “Uma espada traspassará também a tua própria alma; para que se manifestem os pensamentos de muitos corações.” Luc 2;35 Nossa liberdade de expressão, sentimentos, levada às últimas consequências. Contudo, se somos totalmente livres para fazermos escolhas, as consequências nos advêm, mesmo que, contra a nossa vontade.

Nada poderia ser mais justo que isso. Deus propõe dois caminhos, ensina onde cada um leva, e, Ele não é infiel nos contratos, antes, cumpre o prometido, portanto, as escolhas são arbitrárias, as consequências, necessárias.

A um olhar superficial pode ter um quê de heroico, alguém abrir mão da própria vida, como fez, num primeiro momento, Jonas; e, fazem tantos suicidas. Entretanto, isso que pode soar a um gesto de coragem, a rigor, não passa de desesperada fuga. Os valentes que Deus busca não são os que morrem por uma causa, antes, os que mortificam as más inclinações, sacrificam anseios da natureza caída, para seguirem fiéis ao “contrato” assumido em Cristo, de serem Servos Seus, a qualquer custo.

Sacrifício, sim, pois, O de Cristo nos redime para salvação, mas, se requer o nosso a cada dia, se, pretendemos ser tidos por fiéis junto ao Senhor. “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.” Rom 12;1

Se, não temos, como Jonas, a missão de anunciar o juízo em Nínive, temos, como ele, o dever de permanecermos nas coisas que pactuamos com Deus. Pois, o cidadão dos Céus é de caráter tal, que, “ainda que jure com dano seu, não muda”. Salmo 15

domingo, 27 de novembro de 2016

A razão da fé


“... minha doutrina não é minha, mas, daquele que me enviou. Se alguém quiser fazer a vontade dele, pela mesma doutrina conhecerá se é de Deus, ou, se falo de mim mesmo.” Jo 7;16 e 17

Nunca foi propósito do Senhor, que abraçássemos uma fé cega, como nos acusam alguns, antes, que o façamos providos de entendimento, razão. Desse modo, certo ceticismo, questionamento antes de nossos “améns” sempre será salutar, pois, “crer” a despeito de ignorar, abraçar no escuro, enseja fanatismo, coisa jamais desejada pelo Criador.

Por isso, sempre anexa certos desafios práticos à Sua Palavra, tipo: “Provai e vede que O Senhor é bom;” “Achegai-vos a Deus e Ele se achegará a vós”; “Vinde a mim... Eu vos aliviarei”, etc. Sempre um desafio a uma ação, com promessa da reação Divina, na justa medida.

Óbvio que não devemos esperar, em nosso tempo, provas como as oferecidas no Carmelo, quando, estando o povo “coxeando entre dois pensamentos”, Elias desafiou os profetas de Baal, e O Eterno fez descer fogo dos céus. Era uma coisa pontual. Deus ordenara ao profeta que anunciasse o estio como juízo pela apostasia, depois, que aqueles expusessem as qualidades de seu deus, diante de todos. O Senhor tratava com uma nação, não, um indivíduo.

Então, não nos está proposta uma “Chuva de fogo” como prova, antes, refrigério interior, conhecimento de Deus, mediante a prática de Sua Doutrina. “Se, alguém quiser fazer a vontade dele, pela mesma doutrina conhecerá se ela é de Deus...”

Entretanto, “o justo viverá da fé”, propõe A Palavra; e, nada mais eficaz como pano sobre o qual bordarmos a fé, que o tempo. Assim, a fé sadia não é aquela que “ordena, determina” e as coisas saem à luz ao comando do guru da vez que conhece como “funciona”; antes, é uma confiança tão inabalável na Palavra, Integridade, Caráter de Deus, que, como Moisés, nos mantém “firmes como quem vê o invisível”.

Se, a paz interior é patrimônio imediato de quem se arrepende, confessa, se converte, começa a mudar de vida, as consequências exteriores podem muito bem ser adversas, normalmente são, pois, a conversão nos faz andar em novidade de vida, o que, necessariamente ensejará ruptura com situações, pessoas, cujo concurso pretérito não faz mais sentido, para a nova criatura.

A celeridade tecnológica ajuda deturpar as coisas, pois, o domínio disso apressa a chegada de muito que anelamos, de modo que se aconselha que textos na NET sejam breves, pois, as pessoas não têm tempo para algo mais denso.

Ora, conforme o tamanho do peixe que se vai pescar, escolhemos o anzol, nylon; se, o intento for que as pessoas passem em revista suas escolhas espirituais, o destino eterno das almas, será necessário um poder de síntese espetacular para dizer o necessário em poucas palavras.

Suprema ironia seria, alguém perder a eternidade, porque, agora, não dispunha de dez minutos para um texto “pesado” como esse, com mais de setecentas palavras. Uma canção antiga, de Arnaud Rodrigues chamada “Índio do Uruguay” trazia: “A vida é de quem corre menos, em busca de mais.” Talvez, seja o caso de pararmos um pouco para pensar.

Pois, a balela de opositores, de que a fé é cega, a “ciência” racional, passa longe da verdade. A “ciência” que se opõe a Deus é falsa, nociva, pois, avançando sobre áreas que não são seu objeto, produz descaminhos, não conhecimento, como a ciência veraz: “Ó Timóteo, guarda o depósito que te foi confiado, tendo horror aos clamores vãos, profanos, às oposições da falsamente chamada ciência, a qual, professando-a alguns, se desviaram da fé...” I Tim 6;20 e 21

Além disso, a fé não é desafiada a exercitar-se num vácuo, tipo, creio em alguma coisa, em algo superior, como se ouve, antes, somos instados a mudarmos nossos pensamentos pelos de Deus; “Porque assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos; os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos.” Is 55;9 Feito isso, nossa mente renovada fatalmente desafinará dos valores do mundo, mas, se alinhará Ao Criador, essa é a razão da fé.

“Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas, transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2
Na verdade, a maioria das pessoas que evita a senda da fé não o faz porque seja ilógica, irracional, incompreensível, antes, porque entende que demanda uma cruz, peso que recusa a carregar.