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quinta-feira, 7 de julho de 2016

Graça, desgraça

“Quebrantando alguém a lei de Moisés morre sem misericórdia, só pela palavra de duas ou três testemunhas. De quanto maior castigo cuidais vós será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, tiver por profano o sangue da aliança com que foi santificado, e fizer agravo ao Espírito da graça?” Heb 10;28 e 29

Às vezes, no intento de diferenciar Lei e Graça, alguns fazem parecer que o Rigor deriva daquela, enquanto, a Graça seria de facilidades, tolerância, desprovida de demandas sérias. Entretanto, como mostra o texto supra, é maior culpado que eventual transgressor da Lei, um que malversa a Graça, o que equivale a profanar o Sangue da Aliança, agravar ao Espírito Santo.

Na introdução dos argumentos o autor faz questão de Situar Moisés e Jesus, devidamente. “Porque ele ( Cristo ) é tido por digno de tanto maior glória que Moisés, quanto maior honra do que a casa tem aquele que a edificou.” Cap 3;3

A Graça é a voluntariedade do Amor Divino fazendo em nosso favor algo que não merecíamos; possibilitando regeneração mediante Cristo. A Lei, o pano de fundo que serve para mostrar de modo cabal, nossa necessidade de Salvação. Não são coisas excludentes, ou, opostas, antes, complementares.

A Lei diz: “Seja santo, senão, morrerás.” A Graça propõe: “Já que estás morto em pecados, creia em Jesus Cristo e O obedeça; serás perdoado, e salvo.” Paulo desenvolveu: “De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados.” Gál 3;24 “Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos.” Gál 4;4 e 5

Havia uma maldição contra quem não perseverasse em toda a Lei. “Maldito aquele que não confirmar as palavras desta lei, não as cumprindo. E todo o povo ‘digitará’: Amém.” Deut 27;26 Aliás, após o pecado original, Deus dissera a Adão: “Maldita é a Terra por tua causa.” O Velho Testamento, pois, onde a Graça de Deus em Cristo não fora manifesta, termina, em Malaquias, justo, com a palavra, maldição. Todavia, o primeiro sermão do Salvador registrado no Novo começa com: “Bem aventurados...”

De novo, é Paulo quem esmiúça o ocorrido: “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro;” Gál 3;13

Assim, a Graça não equivale a uma licença para pecar, tampouco, uma diminuição da Santidade de Deus, onde me é facultado alargar um pouco a porta estreita. Eventualmente lembro de um irmão, cuja mãe ainda desconhecia ao Senhor, contudo, tinha textos decorados e convenientes nos lábios. Um dia, quando ela usou, falando com seu filho, “O Senhor é meu pastor...” ele replicou: “Ele apascenta ovelhas, não, cabritos.” Pode ter sido tosco, deselegante, mas, foi mui verdadeiro.

Acontece que, sermos verdadeiros no tempo atual causa desconforto, o negócio é sermos “legais”, senão, a galera no “curte” nossos textos. Eis a grande desgraça de nossos dias! A superficialidade a futilidade rasa de promessas fáceis, incondicionais, cuja única demanda do “fiel” é que ele digite “amém” para se apossar da “promessa”. Gente ridícula, sem noção, profanando ao Santo Nome do Senhor.

As promessas bíblicas são condicionais, e o “assim seja” de cada um, é cumprir as condições, não, pretender “pegá-las” como se faz com a azeitona usando o palito. “Quem ama Jesus, curte, digita amém”. Ele condiciona: “Se me amais, guardais meus mandamentos”. É esse Amém, que de nós, O Salvador espera.

Ora, as mais retumbantes promessas jogadas sobre quem ainda não abraçou à salvação não passam de cosméticos maquiando mortos. A bênção primeira é a vida, mediante Novo Nascimento, afinal, “Deus não é Deus de mortos”. E quem tem vida espiritual deixa de ser mero caçador de bênçãos, antes, luta contra as más inclinações, às quais deve crucificar todos os dias, se pretende corresponder deveras, ao amor Divino.

Quem não se esforça para conhecer Deus, Sua Palavra, Suas demandas, Seus pleitos, e se satisfaz com um “cristianismo” virtual, de faz de contas, não reclame no final, se herdar uma “salvação” de faz de contas. Essa coisa doentia de agradar aos homens em lugar de Deus, equivale, usando uma metáfora do Senhor, a pedir peixes pra quem só pode dar cobras.


Todos os dias somos instados a “carregarmos a tocha acesa” do trabalho duro em busca da “medalha” da vida honesta, mas, essa vida que tanto valorizamos, é efêmera, com prazo de validade. A que vale para a eternidade nem sempre tratamos com a devida seriedade. E brincar com algo tão sério não graça nenhuma.

sábado, 30 de janeiro de 2016

A Matrix e o Divino Sistema

“Como pendentes de ouro e gargantilhas de ouro fino, assim é o sábio repreensor para o ouvido atento. Como frio da neve no tempo da sega, assim é o mensageiro fiel para com os que o enviam; refresca a alma dos seus senhores.” Prov 25; 12 e 13

Primeiro temos a implicação de um sábio que repreende ante seu alvo, depois, ante quem o comissiona. Ao primeiro se faz precioso como joia de ouro; ao Segundo, traz refrigério. Não é forçar a barra concluir que, o “sábio” é um que teme a Deus, seu conselho visa trazer outros ao mesmo caminho; e, tal feito, alegra O Eterno.

Sabemos que as privações da vida são a forja Divina visando a têmpera de nossas almas; noutras palavras, as decepções, desenganos, os nãos, da estrada nos ensinam a caminhar. “Tribulação produz paciência, perseverança...” Na abordagem de Pedro.

Contudo, vivemos um tempo onde importa mais ser “legal” que verdadeiro; “curtir” determinada mensagem, mesmo discordando, sob pena de até, perder um “amigo”. Nosso feeling está sistematizado, programado apenas para coisas “positivas”.

Aliás, o próprio sistema me informa tudo o que “preciso” saber. Um clic, e “sei” quem é meu melhor amigo, quem tá a fim de mim, quem me acha um charme, qual o tamanho do meu...QI, como é minha personalidade, qual música me descreve; até, quem fui numa vida passada. ( ah, só pra constar, fui Leonardo Da Vinci ) possivelmente, muitos “descobrirão” que foram “eu” também.

A coisa é programada para ser positiva, assim, nenhum descobrirá que foi o Corcunda de Notredame, Jezabel, Judas, ou, um escravo qualquer, sempre terá sido uma personalidade. Se, for levado na galhofa, na brincadeira é inofensivo, mas, temo que muitos estejam já sistematizados, viciados em drogas psicológicas, dependentes da “Matrix”.

Pois, além do dano de furtar ações reais que poderiam gerar experiências proveitosas, a dependência virtual filtra a noção da seriedade das coisas espirituais também. Com frequência circulam posts imbecis onde somos exortados a escolher entre “Jesus” e o diabo; aliás, somos coagidos à “boa” escolha uma vez que, mero ignorar significa fazer a má. Nem imagino quantas vezes “escolhi” o diabo.

O quê, quero dizer, enfim? Que ter uma visão pueril superficial, da realidade, já é danoso; porém, ter a mesma, de Cristo, pode ser fatal.

Somos chamados todos os dias, na arena real, a escolher entre o Senhor e o inimigo, isso, quando as tentações nos assaltam. Como reagimos é o único “clic” que interessa, deveras. Ademais, encaixar sentimentos vários no mesmo molde pode atrofiar alguns membros, ou, amputar outros. Nem tudo o que vemos se encaixa num “curtir”. Tem coisas que geram tristeza, vergonha, comiseração, nojo, ira; qual a relação dessas coisas com o desejado “curtir”?

Às vezes se vê indiretas tipo: “Por quê me aceitou como amigo e não conversa comigo?” Ora, tenho pouco mais de duas centenas no Face, e converso com meia dúzia apenas; nossa “relação” é a interação com o que o outro publica, não que esteja fechado, qualquer um pode chamar, deixo o bate-papo on; mas, há pouco tempo, possibilidade; imagina quem possui números muito maiores que eu. Acho indelicado rejeitar um convite, raramente o faço, mas, não me importa o número de amigos, só, a qualidade; dos meus, uns 70% conheço pessoalmente, de modo que são mais que virtuais.

Ademais, voltando ao começo, meu alvo é repreender segundo Deus, Sua Palavra, o que afasta muitos, cujas motivações são outras. Embora os amigos verdadeiros devam sempre falar a verdade, ainda que soe antipáticos, meu medo maior seria perder a amizade de Deus, por malversar o que Ele disse. O desejo é ser mensageiro fiel, do tipo que refrigera à alma de Seu Senhor.

Afinal, a Palavra de Deus é um “sistema” milenar, programado para que nele eu descubra Deus, Seu Ser, Gostos, Vontade; também consta lá quem sou, de onde vim, as duas possibilidades de, pra onde vou; o quê, fazer, como fazer, para que O Santo “curta” meu modo de vida. Não é um sistema fácil de entrar; a senha é duríssima, tomar uma cruz e carregar, mas, as preciosidades inefáveis do “programa” compensam.

Paulo descreveu assim: “...as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada.” Rom 8; 18

Desse modo, meu anseio não é que meus textos sejam “curtidos”, antes, que incomodem um pouco, ensejem reflexões; mesmo que não signifiquem pingentes de ouro, como seria a fala de um sábio, pelo menos, desloquem um pouco os leitores do mundo virtual; os leve a considerar a realidade. Pois, nesse caso, ignorar à Palavra de Deus equivale, sim, a escolher o inimigo. Façamos a boa escolha!

sábado, 7 de março de 2015

Cristianismo virtual

“O Senhor disse a Josué: Não os temas, porque os tenho dado na tua mão; nenhum deles te poderá resistir.” Js 10; 8 

O medo faz parte da constituição humana, dadas suas fraquezas, contudo, na direção de Deus, sob Sua proteção, suas razões deixam de existir; o fraco pode atuar como forte, desde que, não usurpe ao lugar do Todo Poderoso que o comissiona. 

Davi, sabedor disso, cantou: “Dá-nos auxílio na angústia, porque vão é o socorro do homem. Em Deus faremos proezas; porque ele é que pisará os nossos inimigos.” Sal 60; 11 e 12 Vão é o socorro do homem, disse. 

Ocorre-me parte de um poema declamado por Nelson Ned: “Um carente procura outro carente; um fraco se apóia em outro fraco, buscando encontrar um no outro, a felicidade que ambos não têm. O resultado disso é a queda, pois, estamos nos apoiando em algo frágil, sem sustentação em si mesmo.” 
Por isso, o salmista reitera: “É melhor confiar no Senhor do que confiar no homem.” Sal 118; 8 

Acontece que “somos fortes” na dependência, obediência ao Santo. Só não nos pode resistir aquele que Ele “dá, nas nossas mãos.” Tendemos a selecionar partes bíblicas das quais gostamos e omitir as que soam diferente. Assim, a bíblia deixa de ser a “Carta Magna” onde, nossos vícios e descaminhos são denunciados com amor, visando correção, restauração, para se tornar um filão imenso de promessas fáceis, que jamais serão cumpridas nas vidas dos que vivem um cristianismo de plástico, superficial, inconsequente. É medicinal como servir doçuras a diabéticos, espalhar promessas gráceis onde a carência é de correção  exortação. 

Quem é cristão, de fato, exercitado na palavra da justiça, acostumou-se a melhores manjares que esses “algodões doces” sem substância. A epístola aos Hebreus realça isso, aliás. “Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem quanto o mal.” Heb 5; 14 

Então, esse festival de “facilidades bíblicas” Facebookianas colide com o discernimento, tal qual a mosca contra a vidraça. É salutar, claro! nos refugiamos de nossos medos no “esconderijo do Altíssimo”; mas, muitos  têm apenas maquiado lutas com o “ruge” da fantasia. 

O relacionamento com Deus é via de mão dupla. Vai e vem. As promessas Bíblicas exigem comprometimento de pretensos destinatários. “Com o benigno, te mostras benigno; com o homem íntegro te mostras perfeito. Com o puro te mostras puro; mas com o perverso te mostras rígido.” II Sam 22; 26 e 27 

Há um insano “gospelismo” na praça que “canoniza” tudo desde que, “em Nome de Jesus”. Há até adúlteros “góspeis” situações que conheço. Que gente sem noção!  

Todos pretendem ser de Deus; é ótimo. Entretanto, poucos se importam em investigar as implicações. Paulo foi bem didático escrevendo a Timóteo; disse: “Todavia o fundamento de Deus fica firme tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus; qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2; 19 

Afinal se nossos medos não fazem mais sentido ante inimigos que Deus nos deu na mão, tais, não são mais exércitos, como era no contexto de Josué. Quando o pecado jazia à porta de Caim e Deus ordenou a ele que o dominasse, a coisa se revelou missão impossível.

Mas, em Cristo, a missão foi cumprida cabalmente; aos que são Dele, delega poder para resistir às tentações e até ao tentador. “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.” Jo 1; 12 e 13

Quanto ao inimigo, diz: “Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo e ele fugirá de vós.” Tg 4; 7 Assim, “nossa” força que põe o inimigo em fuga depende de nossa fraqueza, dependência; “Sujeitai-vos, pois, a Deus...”

Não que seja um erro desejar coisas boas a outrem via mensagens; antes, a Palavra mesmo ordena que abençoemos, mesmo aos inimigos. O escopo desse texto é o “cristianismo” de papel, control c control v de gente que copia sentenças sábias e espalha, enquanto em paralelo permite o concurso das escolhas tolas. 

Não estou nem aí para ser simpático, buscar “curtidas” ou algo assim. O Espírito que me move instiga a ser verdadeiro, se possível, medicinal. O que está em jogo não é a minha promoção; antes, estão muitas vidas que imaginam possível um cristianismo virtual, desprovido de virtude. 

Salvação é de graça, mas, não é pueril, demanda compromisso. “o que me der ouvidos habitará em segurança, e estará livre do temor do mal.” Prov 1; 33