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sábado, 4 de novembro de 2017

Coisas do Coração

“Diz (o ímpio) em seu coração: Não serei abalado, porque nunca me verei na adversidade.” Sal 10;6

Se, ao justo é aconselhada total dependência de Deus, que, em Cristo o justifica, (“Confia no Senhor de todo teu coração; não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, Ele endireitará tuas veredas. Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal.” Prov 3;5 a 7) O ímpio tem como tribunal de apelação psicológica ou, espiritual, seu próprio coração.

Isso lembra algo? Sim. Quando instava pela desobediência no Éden o inimigo disse que ela traria autonomia em relação a Deus; “vós decidireis o bem e o mal”. Portanto, quem se aliena do Eterno e decide por si mesmo, querendo ou não, segue à “Bíblia” do Capiroto.

Embora sistemas como ateísmo, humanismo e similares pareçam coisas estritamente humanas, não são. Não existe neutralidade; a coisa é dual, antagônica e excludente; ou, estamos com Deus, ou, contra Ele; caso da segunda opção, o canhoto será nosso “mentor” estejamos ou não, cientes, ou, de acordo.

Alguns pregadores invés de balizarem a fé na Palavra de Deus, evocam o coração como árbitro; “se sentires no coração creia, se aposse, determine, etc.” Ora, desde quando o coração é aferidor de medida espiritual? Dele disse Jeremias: “Enganoso é o coração, mais que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?” Jr 17;9

O Salvador deplorando as frivolidades externas dos Fariseus acusou-as de mero verniz pra hipocrisia dos corações; disse: “... do coração procedem maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias. São estas coisas que contaminam o homem.” Mat 15;19 e 20

Conversão não é redirecionar ímpios anseios, que os desejamos saciar noutras fontes, e, não conseguindo, tentaremos agora, em Deus. A mudança de coração deve ser tão radical como um transplante: “Dar-vos-ei um coração novo, porei dentro de vós um Espírito novo; tirarei da vossa carne o coração de pedra; vos darei um coração de carne. Porei dentro de vós Meu Espírito; farei que andeis nos Meus estatutos, guardeis os Meus juízos e os observeis.” Ez 36;26 e 27

Se, o novo coração demanda o Espírito Santo, novos estatutos, juízos, a conclusão óbvia é que seremos capacitados por Deus a essa mudança, que, primeiro será de mentalidade, depois, de atitudes.

Isaías amplia a ideia: “Deixe o ímpio seu caminho, o homem maligno seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para nosso Deus, porque grandioso é em perdoar. Porque meus pensamentos não são os vossos, nem vossos caminhos os meus, diz o Senhor. Porque assim como os Céus são mais altos que a Terra, são meus caminhos mais altos do que os vossos, e, meus pensamentos mais altos do que os vossos.” Is 55;7 a 9

Invés de alinhamento com os mundanos padrões Deus requer dos Seus uma ruptura para que desfrutemos, enfim, Sua Vontade; isso é conversão. “Não vos conformeis com este mundo, mas, transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” Rom 12;2

Na Parábola do Semeador o Senhor tomou a Palavra por semente, o coração humano por terra; disse que algumas sementes cairiam entre espinhos; depois interpretou ensinando que se trata dos cuidados do mundo, anelos por riquezas que sufocam à Palavra.

Desse modo, quando alguém se empenha de todo coração pela sua vontade, invés da de Deus, antes que, turbinar meios pra atingir seu fim, como pensa, apenas trai a si mesmo.

O senhor não disse que a semente entre espinhos não daria frutos, mas, que não daria com perfeição. Seu preceito foi: “Sede perfeitos como perfeito É Vosso Pai que está nos Céus.”
Nem todos os salvos serão iguais, há hierarquia nos Céus. Se alguém edifica sua vida sobre o Santo Fundamento, Cristo, mesmo que, ainda enferme por coisas da carne, mais que pelas do Céu, poderá ser salvo, mas, sem galardão; como ensina Paulo: “Se a obra de alguém se queimar sofrerá detrimento; mas, tal será salvo, todavia, como que, pelo fogo.” I Cor 3;15

Cantamos emocionados que veremos o “Rosto de Cristo”, contudo, isso não será para todos os salvos; só para os que se santificam. “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual, ninguém verá o Senhor.” Heb;12 14

Se, ansiamos pela graça inaudita de vermos a Face do Bendito Salvador, urge deixarmos a Palavra de Deus limpar nosso poluído coração; pois, ensina-nos Habacuque que Deus É “Tão puro de olhos que não pode contemplar o mal.” Então, “Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus.” Mat 5;8

Caso alguém tenha esquecido, Jesus Cristo É Deus visível.

sábado, 3 de junho de 2017

Vitória; só que não

“O Senhor disse a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela, da casa de teu pai, para a terra que te mostrarei.” Gên 12;1

Alguém disse que sentimos nas mudanças certo alívio, inda que estejamos mudando para pior. Embora não seja verdade absoluta, em muitos casos, nos perece mesmo, assim. O desapego d’onde saímos, bem como, eventuais possibilidades da nova meta se encarregam de forjar em nossas almas, tal estado emocional. Todavia, sempre mudamos daqui pra acolá. Digo; de um lugar para outro, não é o jeito natural de nosso agir, deixarmos o porto seguro para derivar no mar.

Contudo, na chamada de Abrão O Eterno ordenou que deixasse sua terra, seus parentes, por um alvo inda desconhecido; “uma terra que te mostrarei.” Assim, lícito nos é concluir que Deus chama primeiro, à confiança em Si, Sua Palavra; depois, às conseqüências disso, sejam bênçãos, sejam, provas. O Fato de confiarmos Nele, pois, não é salvo-conduto contra intempéries da vida, antes, certeza de que, mesmo nelas, Sua Fidelidade e Presença, nos assistirão. “Quando passares pelas águas, estarei contigo, quando pelos rios, não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem, chama arderá em ti.” Is 43;2

Infelizmente, no meio evangélico atual, grassa, um imediatismo doentio que tenta situar de modo pontual, algo que deveria estender-se por toda nossa vida. A Vitória. Não raro deparo com a “Chave” dela atrelada a certo “amém” ou, compartilhamento de alguma mensagem, quiçá, basta que a receba. Gostaria de saber o que essas pessoas tentam conceituar como “Vitória”. Não existe conquista pontual que possa ser aquilatada como vitória, no sentido pleno; nem a própria conversão, pois, essa demanda a perseverança até o fim, para se verificar.

Mesmo, eventualmente, reconhecendo bons passos em determinadas comunidades de convertidos, as cartas do Apocalipse colocaram a vitória como desafio, uma possibilidade; não, algo, já, por elas obtido. “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Quem vencer não receberá o dano da segunda morte.” Apoc 2;11 etc. Parece que a primeira qualidade dos vencedores espirituais é ter bons ouvidos quando O Espírito Santo Fala.

A maioria do que se vislumbra em nosso horizonte é conquista de coisas, sendo avaliada de modo errôneo; elas são meios, não, fins. Paulo foi ao encontro da morte como um atleta vencedor subindo ao pódio: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.” Sua vitória custou-lhe a vida.

Certas afirmações são tão obscenas, no escopo da lógica, que trazem em si mesmas, sua antítese, sua negação. Parece o Lula oferecendo-se como solução para os problemas que ele criou, ou, sugerindo que ninguém combate a corrupção como seu partido. Assim, pessoas, com alvos egoístas, rasteiros, mesquinhos, batizando-os de vitória. Ora, essas coisas também os do mundo aplaudem, buscam; Tiago ensina que ter esse tipo de “amizade” é adultério espiritual, mui longe de ser vitória.

Na verdade, abster-se de pecar, arrepender-se, confessar ao falhar, e descansar no que Deus prometeu, mesmo que inda não vemos, é uma forma vitoriosa de viver. “Porque todo que é nascido de Deus vence o mundo; esta é a vitória que vence o mundo, nossa fé.” I Jo 5;4 Como “Fé sem obras é morta”, devemos pautar nosso agir pelo nosso crer, daí: “buscai primeiro o reino de Deus, e sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” Mat 6;33

Enquanto estivermos num corpo de carne e sangue, ainda que, possamos viver de modo vitorioso, nos adequando às demandas para herdar a Vitória de Cristo, só um hipócrita negará, que convivemos diariamente com pequenas derrotas, quiçá, grandes. 


Paulo chamou de vitória, cabalmente, o momento em que seremos libertos, de vez da natureza corrupta, perversa, e seremos revestidos de Cristo. “Porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade, e que isto que é mortal se revista da imortalidade. Quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, isto que é mortal se revestir da imortalidade, então cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória.” I Cor 15;53 e 54

Assim como a morte foi a consequência do pecado, da queda, é, justo, contra esse, o pecado, feitor da perdição, que devemos vencer, sendo obedientes, mesmo que ao custo da vida. “Ainda não resististes até ao sangue, combatendo contra o pecado.” Heb 12;4

Enfim, como fez com Abrão, Deus chama primeiro à confiança irrestrita em Si, a andar por fé. Seguir assim é como dirigir sob densa neblina. Enxergamos pequeno trecho de estrada, e só veremos adiante, depois de percorrermos aquele que vemos. Ló deslumbrou-se com a visão ampla das campinas de Sodoma e Gomorra; Abrão abdicou do direito de escolher terra, pois, escolhera Deus.

domingo, 7 de maio de 2017

Síndrome de Estocolmo

“O boi conhece seu possuidor, o jumento a manjedoura do seu dono; mas, Israel não tem conhecimento, meu povo não entende.” Is 1;3

Humilhante situação, onde, seres humanos são sobrepujados por animais, na questão do entendimento. Vulgarmente se diz: “Gato escaldado tem medo de água fria”. Isso ilustra que, uma experiência infeliz basta para que o bicho mantenha distância daquilo que se lhe mostrou, danoso.

Entretanto, o homem não aprende com seus erros, tampouco, com os alheios, a evitar maus caminhos; quando neles envereda, avisado da má sorte de outrem nos mesmos, mente a si mesmo e acredita que consigo será diferente.

Se, somos o cume da “evolução” como, defendem alguns, essa faceta da vontade rebelde deixou de evoluir a muito.

A Palavra de Deus, que não pretende ser nenhuma teoria, antes, Revelação mesmo, apresenta uma inelutável má direção, desde a queda do homem. “a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois, não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, pode ser. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus.” Rom 8;7 e 8

Acontece que, a insurreição contra Deus e Sua Lei foi causa de todo drama humano. A sugestão do inimigo, “vós mesmo decidireis o bem e o mal”, encerrava um “Fora” ao Criador. Os animais, por serem instintivos, não, racionais, arbitrários, não “caíram” como nós; assim, preservaram seu “entendimento” a despeito de nosso desajuste espiritual suicida.

Muitos imaginam a conversão como algo superficial, mera mudança de opinião; de religião, de ambiente.

Se, a carne, nossa natureza, não pode sujeitar-se a Deus, precisa ser removida para que novo poder nos seja dado. Aqui entra a cruz. A carne nela é mortificada, para que, mediante “Novo nascimento” pelo Espírito Santo, possamos, enfim, agir outra vez, como filhos de Deus. “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas, de Deus.” Jo 1;12 e 13

Assim, vera conversão, embora encerre mudança de mentalidade, ambiente, amizades, é muito mais radical que isso; é fonte sem água que passa a verter; vara morta que floresce; ossos secos que recebem O Espírito; o milagre da vida, no ambiente da morte. “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, não entrará em condenação, mas, passou da morte para a vida.” Jo 5;24

Mediante a pregação da Palavra vêm as dores de parto; O Espírito Santo dá à luz; arrependimento dá uns tapinhas na bunda, para que o rebento chore, abrindo os canais da respiração; e o recém nascido descobre sem mais nem menos, apetite, até então, ausente, pela Palavra de Deus. “Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo;” I Ped 2;2

A consciência, que antes, cauterizada, ou, morta, é revivida, passa a mostrar coisas as quais, ignorava. Como Herodes sentindo seu reino ameaçado tentou assassinar ao menino Jesus, começam os conflitos entre duas naturezas, carne e espírito. A primeira quer voltar ao controle, O Segundo, manter o renascido em submissão ao Senhor.

Esse passa a ter mais entendimento, não apenas, que os animais, mas, que inimigos, mestres naturais, anciãos, que desconhecem ao Eterno. “Tu, pelos teus mandamentos, me fazes mais sábio do que os meus inimigos; pois, estão sempre comigo. Tenho mais entendimento que todos os meus mestres, porque os teus testemunhos são a minha meditação. Entendo mais que os antigos; porque guardo os teus preceitos.” Sal 119;98 a 100

Desse modo, além de guindar da morte à vida, a conversão encerra um “upgrade” intelectual, pois, a vontade enferma do pecador caído recusa-se a ver até o que está patente. A Criação mostra O Criador. “Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lhes manifestou. Porque suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto, Seu Eterno Poder, quanto, Sua Divindade, se entendem, claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;” Rom 1;19 e 20

Como Adão escondeu-se quando O Eterno o chamou, no Éden, esses disfarçam a ruptura com teorias inverossímeis, cobrem a vergonha de sua nudez com desculpas esfarrapadas, transferem culpas, como o primeiro casal, mas, seguem resilientes na sugestão do inimigo que os faz “deuses” mortos, onde deveriam ser filhos de Deus, redivivos. Gatos escaldados em busca de águas termais.

A vontade sequestra o entendimento; o resgate foi pago, mas, a vítima em sua doentia “Síndrome de Estocolmo”, afeiçoa-se ao algoz, mais que, ao Libertador. Os bichos fazem melhor que isso.

terça-feira, 6 de setembro de 2016

"Conversão" condicional

“Então sua mulher lhe disse: Ainda reténs a tua sinceridade? Amaldiçoa a Deus, e morre.” Jó 2;9

Catástrofes “naturais” haviam dilapidado o patrimônio de Jó, matado seus filhos; por fim, sua saúde também fraquejava, ferido por úlceras. Sua mulher que, tudo indica, silenciara inicialmente, estava achando que, Deus fora longe demais. Sim, se à quebra da sinceridade de Jó, associava a blasfêmia contra Deus, por certo, atribuía a Ele as desventuras.

Quem conhece a história sabe que não era bem assim. Contudo, não pretendo me deter sobre a saga de Jó, por ora, mas, sobre outro aspecto que assoma do texto citado. Até onde devemos ser fiéis, sinceros com Deus, e quando devemos “romper o contrato”?

Em face a essa onda moderna de uma “fé” pragmática, um “cristianismo” de resultados palpáveis, parece oportuno identificarmos a fronteira onde a coisa deixa de ser “bom investimento” e se torna “mico”, na linguagem do mercado financeiro.

A “bolsa de valores espirituais” apresenta como um gráfico em alta, a “falência” de muitos investidores, chamados de “heróis da fé”. Vejamos: “...experimentaram escárnios, açoites, até cadeias e prisões. Foram apedrejados, serrados, tentados, mortos ao fio da espada; andaram vestidos de peles de ovelhas, de cabras, desamparados, aflitos e maltratados (Dos quais o mundo não era digno), errantes pelos desertos, montes, pelas covas e cavernas da terra. Todos estes, tendo tido testemunho pela fé, não alcançaram a promessa;” Heb 1;36 a 39

Deveriam ter seguido o conselho da mulher de Jó, saltado fora, antes, talvez... Enfim, até onde devemos resistir, a Palavra nos dá alguma pista? No prisma do sofrimento, a mesma epístola traz; “Ainda não resististes até o sangue, combatendo contra o pecado.” Cap 12;4 Agora, se o aferidor preferido for o tempo, a receita está noutra parte; “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” I Cor 15;19

Então, mesmo permitindo que nossa vida seja ceifada, O Eterno nunca passa do limite, pois, o tempo é limite “debaixo do sol” não para Aquele que habita na luz inacessível. Quem devaneia com uma “conversão” investimento, condicional, tipo, fico até quando “der certo”, nem entre, dará tudo errado.

Outro dia ouvi: “Me esforço muito, mas, as coisas não dão certo.” Pode ser; a questão é saber quais coisas tem em mente esse tipo de “convertido”. Primeiro, o “esforço” dos tais consiste em ir a determinada igreja; ora, esforço para agradar a Deus se faz nas horas de tentações, que devemos resistir. Na igreja vamos adorar. Segundo, o “dar certo” que muitos fantasiam deriva da emulação pelos “testemunhos de vitória” de uns que prosperaram muito após certos rituais.

Conversão é mudança de mente, ações; entrega incondicional, ruptura com o passado, não para ganhar algo no fim do ano, como os bons meninos, do “Papai Noel”, mas, agradecidos pelo que ganhamos, agora, quando perdoados e transferidos da morte para a vida.

O verdadeiro convertido corre para Cristo explodindo pontes atrás de si. “Muitos dos que seguiam artes mágicas trouxeram seus livros, e os queimaram na presença de todos; feita a conta do preço, acharam que montava a cinquenta mil peças de prata.” Atos 19;19 Não guardaram uns livrinhos de feitiçaria nalgum cantinho obscuro para volverem ao “plano B”, caso o “A”, falhasse. Entregar-se ao Senhor requer confiança; confiar duvidando, no fundo, é negar. Quem acha que o paraquedas não vai abrir, nem salte.

Eliseu, ciente da chamada profética fez algo notável: “Voltou, pois, tomou a junta de bois, e matou, com os aparelhos dos bois cozeu as carnes, deu ao povo, comeram; então, levantou, seguiu a Elias, e o servia.” I Rs 19;21 “explodiu a ponte” por onde poderia tornar atrás, matou os bois, queimou as tralhas e seguiu resoluto. Assim sim, diria o Chaves.


Voltando, até onde estamos dispostos a ir? Quem não pode dizer como Paulo, “viver é Cristo e morrer é ganho”, ainda não se converteu deveras. 

Deus não promete nos livrar nessa vida, ainda que, muitas vezes o faça. Aqueles “falidos" d’antes esperam por nós; muitos, poderão chegar ao encontro com cicatrizes semelhantes. “Provendo Deus alguma coisa melhor a nosso respeito, para que eles sem nós não fossem aperfeiçoados.” Heb 11;40 

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

O pecado nos emburrece



“E ... da sua prata fizeram uma imagem de fundição, ídolos conforme seu entendimento dos quais dizem: Os homens que sacrificam beijem os bezerros.”  Os 13; 2  

Segundo a denúncia, os ídolos derivam o entendimento humano; da forma como eles entendem Deus.  

Mas, de onde surgiu um bezerro? Frequentemente, meu entendimento é filho de minhas experiências. As coisas que vivenciei forjam a percepção das pessoas, da vida, de Deus. 

Na verdade, a proposta inicial que deu azo à queda foi precisamente a independência em relação ao Criador;  “sereis como Deus, sabendo o bem e o mal”; sugeriu o traidor.  Embora, não se tratasse de saber, como insinuou satanás, antes, de preferir. 

Se o homem seguisse sabendo sobre o bem não teria fugido de Deus; tampouco, transferido a culpa, quando passou a “dominar” o bem e o mal. O que se deu com a “divinização” humana foi o surgimento do relativismo. Agora, invés de, o bem seguir sendo a justiça, santidade, verdade, como apraz ao Eterno, passou a residir em outras plagas. Pareceu bem a Adão esconder-se, se possível, enganar a Deus; transferir a culpa; inocentar-se.  

Engano, mentira, cinismo, frutos até então ausentes no Jardim passaram a ser produzidos pelo  sujeito que se tornou “como Deus”.  Se na sua estreia o pecado foi capaz disso, hoje pode muito mais. 

Todavia, esse ser “divino” nunca se bastou; digo, sempre careceu um deus sobre si. O fato novo foi que, desde então, passou a forjar o tipo de deus que queria. Assim, invés de seguir sendo imagem e semelhança do Altíssimo, criou aberrações à imagem de seu entendimento fajuto, caído. 

O homem não é um criador, “stricto sensu”; antes,  transformador.  Em termos de meios ( manipula o que existe ) e imitador em se tratado de formas. ( copia ) Tanto, que, os milhares de deuses imaginados e forjados, sempre têm a forma de um animal, um corpo celeste, um homem, ou, coisa que os valha. “mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível,  de aves,  quadrúpedes e  répteis.” Rom 1; 23

Mas, voltando, de onde surgiu a concepção de  imagear Deus como bezerro? Israel fora cativo no Egito por quatro séculos aproximadamente. Lá, além de outras tantas figuras era cultuada a de um touro, Apis, como deus. Daí, durante o Êxodo, quando acharam que Moisés demorou no Sinai, se inquietaram por um “Deus” visível, se serviram da concepção egípcia . O juízo de Deus foi terrível!

Entretanto, muitos séculos adiante, vemos Israel de novo, às voltas com o famigerado bezerro, por quê? Afinal, se o entendimento deriva de aprendizado, experiências, e, a primeira experiência com tal figura fora desastrosa, por que volveram a ela? Porque as consequências do pecado vão além da morte espiritual e restrições físicas; o pecado faz enorme dano intelectual; cega paro o óbvio. Noutras palavras: O pecado emburrece.

Sim, Israel em seu cativeiro, duvido que contemplou um milagre sequer, genuinamente derivado do deus Apis; contudo viu maravilhas espantosas quando o Eterno enviou Moisés a libertar o povo. Consequência lógica elementar: Apis não é de nada; O Deus de Abraão Isaque e Jacó é o Todo Poderoso.

Porém, não foi tão lógico assim, como vimos.  Como a porca lavada retorna à lama, o homem acostumado ao pecado tende a volver a ele contra o bom senso, a lucidez. “De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim. Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; com efeito, querer está em mim, mas não consigo realizar o bem. Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço.” Rom 7; 17 a 19  Paulo apresenta a vontade enferma como mais forte que o entendimento.   

Se, o Salvador propicia o novo nascimento contra a morte espiritual, trata consequências do pecado no corpo, curando enfermos; a porta de ingresso à salvação é intelectual; no entendimento. 

Daí o apelo para deixarmos o relativismo; “Deixe o ímpio o seu caminho, o homem maligno os seus pensamentos, se converta ao Senhor,...” Is 55; 7 Preciso cambiar meu entendimento de “bem” para receber, enfim, o Bem verdadeiro. “...transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, perfeita vontade de Deus.” Rom 12; 2  

Sabendo que a porta se abre na mente, o traíra se faz “porteiro” dos refratários ao amor de Deus. “o deus deste século cegou entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus.” II Cor 4; 4 Imagem muito superior a um bezerro, sem dúvida nenhuma.