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terça-feira, 5 de março de 2019

Os "Gaviões da Fiel"

“Mas estes, como animais irracionais, que seguem a natureza, feitos para serem presos e mortos, blasfemando do que não entendem perecerão na sua corrupção.” II Ped 2;12

Blasfêmia é proferir palavras injuriosas contra Deus, ou, praticar ações que redundem em ofensa à Divindade; em qualquer Uma das Três Pessoas; Pai, Filho ou Espírito Santo.

Se, o Decálogo vetava que se tomasse O Nome de Deus em vão, e O Verbo Encarnado, Jesus Cristo flexibilizou um pouco; dado que, ensinou a orar, curar e exorcizar em Seu Nome, isso não significa que seja vulgar. Sendo Ele Deus, a seriedade deve permear nosso relacionamento. “O fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são Seus; qualquer que profere o Nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19

Repercute a “Comissão de frente” da Escola de Samba “Gaviões da Fiel” que encenou Jesus sendo humilhado pelo Diabo e um séquito de seis demônios. Uns tentaram desconversar dizendo ser certo “Santo Antão”. Mas, depois assumiram que queriam “chocar” mesmo; a figura usada lembrava o “Jesus” do cinema.

Óbvio que causou revolta, protestos! A ponto de, cristãos que torciam para o Corinthians queimarem bandeiras prometendo não torcer mais.

Vou tentar focar a coisa por três ângulos distintos. O ponto de vista deles, que fizeram; de Deus e o nosso, dos que afirmam servi-lo.

Nunca foi boa ideia blasfemar do Altíssimo. Só o fazem, aliás, por causa da mansidão dos cristãos e da longanimidade Divina. Digam-lhes para que façam algo semelhante com a figura de Maomé, por exemplo; esses bravos “artistas” invés de blasfemarem para “chocar” como fizeram cagarão nas calças em choque por medo que um homem-bomba lhes “ensine” o respeito pela fé alheia.

Portanto, obra de patifes, covardes e insanos; acaso o homem seria mais temível que O Todo Poderoso? “De quanto maior castigo, cuidais, será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, tiver por profano o sangue da aliança... fizer agravo ao Espírito da graça? Porque bem conhecemos aquele que disse: Minha é a vingança, Eu darei a recompensa, diz o Senhor.” Heb 10;29 e 30

Do ponto de vista Divino soa ridículo que meros vermes se atrevam a desafiá-lO. “... Quem poria sarças e espinheiros diante de mim na guerra? Eu iria contra eles e juntamente os queimaria.” Is 27;4 O Intento Divino não é, nem, jamais Foi destruir algo tão frágil como nós; “...Vivo Eu, diz o Senhor Deus, que não tenho prazer na morte do ímpio, mas em que ele se 
converta do seu caminho e viva. Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; por que razão morrereis...” Ez 33;11 

O Santo retarda Sua Ira para que os errados de espírito reconsiderem e se arrependam. Caso não, ao Seu Tempo O Eterno julgará.

Porém, visto por nós, pretensos cristãos, a coisa é um pouco mais séria que apenas escrevermos ou falarmos diatribes contra os blasfemos. Se, nos irrita uma cena em que o Capeta vence Jesus, por que, em nossas vidas, muitas vezes permitimos que vença? Uma coisa é O Senhor Jesus Cristo; outra, o “Jesus” que muitos apresentam em seus pífios e raquíticos testemunhos.

O raquitismo é tal que já há “igrejas” que estão promovendo “carnaval Gospel”; O “Jesus” desses não passa de um fracote pisoteado pelo canhoto como se encenou. “Ecce homo” que fazeis parecer com vosso ridículo mundanismo mal camuflado em que viveis!!

Irônico, mas apropriado que a escola que tenha feito essa nojeira se chame “Gaviões da Fiel”; Fiel é um epíteto da torcida do Corinthians. A Igreja que é tida como Noiva do Cordeiro necessariamente há de ser fiel, caso, não pretenda ser esquecida entre as virgens néscias.

Infelizmente, invés do dócil pombo, símbolo do Espírito Santo, há muitos gaviões, comedores de carne imiscuídos nos redis da fiel. É exatamente isso que fazem esses famigerados “gaviões da fiel”; apresentam um “Jesus” ridículo que mais envergonha do que reluz em seus testemunhos frouxos dum mundanismo acanhado que precisa de rótulos cristãos; mas, o produto é o mesmo que a serpente sempre vendeu; mentira e engano.

Claro que a coisa é asquerosa, repulsiva, ofensiva! Mas, O Todo Poderoso não carece que O defendamos em Sua Força, Poder; embora, o zelo dos fiéis há de fazer isso no tocante à Sua Honra e Santidade.

Contextualizar a mensagem é torná-la compreensível em nosso ambiente; isso, nem de longe autoriza adotarmos o modo de vida dos ímpios. Antes, Deus requer separação. “Por isso saí do meio deles, apartai-vos, diz o Senhor; e não toqueis nada imundo e Eu vos receberei;” II Cor 6;17

“Você pode ignorar a realidade, mas não pode ignorar as consequências de ignorar a realidade.” Ayn Rand

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

A mesmice de Deus

“Por isso não deixarei de exortar-vos sempre acerca destas coisas, ainda que bem as saibais...” II Ped 1; 12 Que falta de criatividade de Pedro! Invés de prometer novidades, afirmou que iria “chover no molhado”, tornar a lembrar o que já sabiam.

Os apóstolos reunidos também incorreram na mesmice: “Enviamos, portanto, Judas e Silas, os quais, por palavra vos anunciarão também as mesmas coisas.” Atos 15:27

Paulo tropeçou na dita pedra, a monotonia, invés de acenar com algo novo. “... Não me aborreço de escrever-vos as mesmas coisas; é segurança para vós.” Filipenses 3:1

Eis o “problema” de servir a Um Deus no qual não “há mudanças, nem sombra de Variação”. Não importa quantos anos perdure nosso ministério, “lato sensu” devemos anunciar sempre, as mesmas coisas.

Lembro de um outdoor que vi certa vez em Porto Alegre: “Chester, a mais nova tradição do Natal”. Apontei a um amigo e disse: Notou a contradição? – Qual? – Tradição sugere algo trazido de antanho através do tempo; o novo, óbvio, é recente; assim, se é novo não pode ser tradicional, se o é, não pode ser novo. Mas, à propaganda não importa que seja coerente, basta que venda; Deus não é assim.

Observando a vida no aspecto dos fenômenos, pipocarão novidades todos os dias, mormente, as que atinam ao domínio da tecnologia; agora, se o prisma for espiritual, filosófico, veremos a mesmice cíclica já denunciada por Salomão quando observou à natureza: “O que foi é o que há de ser; o que se fez, isso se fará; de modo que nada há de novo debaixo do sol. Há alguma coisa de que se possa dizer: Vê, isto é novo? Já foi nos séculos passados antes de nós.” Ecl 1; 9 e 10

Não que o Eterno seja avesso ao novo, apenas, não muda o que é perfeito; não carece ser mudado. Assim é Sua Palavra. Nossas almas, tão deturpadas pelos vícios, são instadas na conversão a uma mudança de mente, e consequentemente de agir, tal, que a Bíblia chama de “Nascer de novo”.

Paulo, em dado momento exorta a que se verifique essa mudança do nosso modo de agir: “...fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida.” Rom 6;4

Noutra parte vai além de mera novidade, antes, total novidade de valores espera dos convertidos; “Assim, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram, tudo se fez novo” II Cor 5;17

Resta sermos cuidadosos, pra não confundir o contextualizar, que é, apresentar valores eternos numa linguagem contemporânea, com, perverter, amoldar-se aos espetáculos do mundo, pra parecer atualizado, moderno. Shows de luzes, fumaça colorida, ritmos alucinantes podem alegrar a galera jovem, mas, será esse o alvo do louvor?

A igreja ainda deveria ser um lugar para conversão de almas; isso não equivale a preparar um bolo com cobertura “espiritual” e o recheio favorito dos pecadores; antes, demanda uma mensagem incisiva contra o pecado, capaz de gerar uma crise existencial no pecador, de colocá-lo em conflito entre os efêmeros prazeres da carne e a eterna perdição. Capacitado pelo Espírito Santo o pregador será tão eloquente, que convencerá muitos a trocarem o vil, pelo precioso, não importando, quão antiquado pareça.

Afinal, mesmo sendo já milenar o Evangelho, ainda é a Boa Nova que, em Cristo, Deus perdoa, regenera, salva os pecadores. Se, isso é lugar comum para tantos que abraçaram e vivem à fé, ainda é novidade para quem resiste, tanto quanto, para quem nunca ouviu, pois, ambos, cada um de seu jeito, desconhecem o Gracioso amor Divino.

Acostumamos a ouvir de roubos assassinatos, corrupção, prevaricação, aumentos, todos dias; sempre assistimos aos jornais como quem vê, na mesmice, novidade; novo se faz o que troca o vício pela virtude, o profano pelo santo, o mundo, por Cristo.

Contudo se surgirem “novidades” espirituais, convém rechaçar, pois, são meras nuances da velha perversão do inimigo. “... ainda que nós mesmos ou, um anjo do céu, vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema.” Gál 1;8

Em suma, mesmo soando como coisa nova aos ouvidos do pecador, o Evangelho genuíno é o mesmo de sempre: “Por isso, todo o escriba instruído acerca do reino dos céus é semelhante a um pai de família, que tira do seu tesouro coisas novas e velhas. Mateus 13:52

Nossa abordagem pode ser diversa, criativa, exortativa, narrativa, poética, mas, seu teor não foge disso: “... Deus amou o mundo de tal maneira, que deu Seu Filho Unigênito, para que, todo aquele que nele crer, não pereça, mas, tenha vida eterna.” Jo 3; 16