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sábado, 18 de fevereiro de 2017

Convocação do Rei

“O escarnecedor busca sabedoria e não acha, para o prudente, porém, conhecimento é fácil.” Prov 14;6

Temos dois tipos de caráter, escarnecedor e prudente; a sabedoria, ou, seu irmão gêmeo, o conhecimento, refratários a um, e, acessíveis a outro.

O escárnio é uma “qualidade” que se exercita à presença de terceiros, enquanto, prudência, uma virtude que dispensa plateia, ainda que, seus traços sejam perceptíveis pelas ações que patrocina.

A zombaria é filha do orgulho, de alguém que ridiculariza determinada situação, por presumir-se superior, ou, como máscara para ocultar sua inferioridade. Por outro lado, prudência deriva de seu oposto, humildade; pois, fazendo alguém, reconhecer-se limitado, abaixo de uma força superior, enseja cautela, cuidado nos passos, temendo, eventual ceifa. Assim, é forçoso concluir que, o escárnio é traço de orgulhosos, prudência, de humildes. Aí poderíamos parafrasear assim: O orgulhoso busca sabedoria e não acha, porém, para o humilde, encontrar é fácil.

Se, as qualidades morais, não, intelectuais, pesam em última análise nessa aquisição, o que há por trás que faz com que seja assim? A vontade de Deus, que abomina aos soberbos, mas, agracia aos humildes. “Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo para os que caminham na sinceridade.” Prov 2;7
O Salvador certa vez orou assim: “... Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos.” Mat 11;25

Foi, justo a prudência, filha do Temor de Deus, que fez José abominar o mau comportamento dos seus irmãos, e manter-se fiel, obediente a Jacó, seu Pai. Mais tarde, já na escravidão, a mesma virtude o impediu de consumar o adultério tencionado pela esposa de Potifar.

Essa postura nobre, contudo, não o livrou de mais de uma década de sofrimento, prisão inocente. Entretanto, quando pareceu bem ao Eterno, galardoar às virtudes de Seu servo, que, as exercitara apenas para a boa condução pessoal, tais, se fizeram vitais para todo um reino. O próprio Faraó, cujas angústias não foram aliviadas pelos “sábios” de sua corte, discerniu vivamente a mão de Deus, na vida do estrangeiro, então, escravo; sentenciou: “... Acharíamos um homem como este em quem haja o espírito de Deus? Depois disse Faraó a José: Pois que Deus te fez saber tudo isto, ninguém há tão entendido e sábio como tu. Tu estarás sobre a minha casa, por tua boca se governará todo o meu povo, somente no trono eu serei maior que tu.” Gên 41;38 a 40

Faraó viu nele O Espírito de Deus, sabedoria, e aptidão para governar. Isso, porém, depois de ter ele sido testado na arte de governar a si mesmo nas provas pelas quais passou. 

Essa é a diferença básica entre a Sabedoria Divina e a humana. O Eterno baseia-se em princípios, os homens, em palavras, em volume. Quem, mesmo testado rigorosamente se manteve fiel e governou aos próprios instintos, foi tido por apto para governar o maior império de então. Nos governos humanos, o mais mentiroso e demagogo, quem, mesmo afrontando à lógica, prometer as maiores grandezas, geralmente é tido por digno, e governa.

Deus nos testa nas minúcias, para que, nelas, sejamos prudentes, daí se lhe parecer bem, nos coloca em postos maiores. “E o seu senhor lhe disse: Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.” Mat 25;21

Na verdade, essa “minúcia” do domínio próprio nem é tão pequena assim, dado que, é mais fácil governar sobre outros, que sobre si mesmo. “Melhor é o que tarda em irar-se do que o poderoso, o que controla o seu ânimo do que aquele que toma uma cidade.” Prov 16;32
Por isso, a prudência é reputada como ciência, conhecimento no prisma espiritual, que ingere sobre os demais aspectos da vida. “Eu, a sabedoria, habito com a prudência, e acho o conhecimento dos conselhos.” Prov 8;12

A Cruz, à qual somos desafiados, outra coisa não é, senão, exercer o Governo de Cristo, sobre nossos maus instintos. Mortificarmos aos tais, por obediência a Ele no temor do Seu Nome. Essa co-regência que nos conjuga a Ele, é que nos traz o descanso da salvação. “Tomai sobre vós o meu jugo, aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas.” Mat 11;29

Ouvindo Suas Palavras, orgulhosos escarneciam, e, ainda é assim; os humildes recebiam, e como José, eram guindados, da prisão, ao Reino.

Quem, por prudência e temor, vence a si mesmo e se entrega à salvação, interpreta certo o “Sonho do Rei”, que visa salvar aos que ama. A Palavra é emissário dizendo: Levante-se, o Rei quer vê-lo!