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segunda-feira, 6 de julho de 2015

Jesus, em nosso tribunal

“Pilatos, pois, tomou então a Jesus, e açoitou. Os soldados, tecendo uma coroa de espinhos, lhe puseram sobre a cabeça; lhe vestiram roupa de púrpura. E diziam: Salve, Rei dos Judeus. Davam-lhe bofetadas. Então Pilatos saiu outra vez fora, e disse-lhes: Eis aqui o trago fora, para que saibais que não acho nele crime algum.” Jo 19; 1 a 4

Estranha figura esse Pilatos. Depois de submeter O Salvador a açoites e escárnios, defendeu Sua inocência. “... não acho nele crime algum.” Adiante reiterou: “...Tomai-o vós, crucificai-o; porque eu nenhum crime acho nele.” V 6

Ora, se sua consciência dizia que estava diante de um inocente, como autorizou que fosse crucificado? Talvez o clamor popular fosse muito forte; pode ser, mas, não bastava isso para tolher-lhe a autoridade, coisa da qual jactou-se ante O Mestre. “Disse-lhe Pilatos: Não falas a mim? Não sabes tu que tenho poder para te crucificar e poder para te soltar?” v 10

Quando alguém não faz o que pode para salvar uma vida inocente, tudo o que pode é encenar, como fez ele, lavando as mãos. Limpou da poeira sujou de sangue. Na verdade, dado o valor de uma vida, e a inexorabilidade da morte, devemos fazer o possível para salvá-la, mesmo que seja culpada.

Quantos fazem o joguinho de Pilatos cegados pela própria hipocrisia? Tipo: Posso, mas, não farei, desde que pareça que a culpa não é minha. Embora tudo e todos, possam concorrer no sentido de me induzir a tomar certo caminho, sou o único senhor de minhas escolhas, salvo em casos extremos de tiranias opressoras, que mesmo ameaçando com morte, não têm como ingerir em minha consciência.

Todos nós, em certo momento estaremos como Pilatos, ante uma decisão de vida ou morte envolvendo a Jesus. Dessa vez, porém, a vida em questão é a nossa, não, a Dele. Daquele foi dito: Sei que é inocente, mas, que morra mesmo assim; nós outros podemos diferir, pois, mesmo sendo culpados, nos é facultada a escolha pela Vida.

Quantos “lavam as mãos” na bacia rota da hipocrisia colocando obstáculos inventados para disfarçar vontades rebeldes? “Há tantas religiões, dizem, como saber qual a certa? Tanto Pastor ladrão, mentiroso, por que me converter? Muitos se vestem de justiça própria; Não faço mal pra ninguém, não tenho vícios, como iria para o inferno? Etc.

Ora, quando o Senhor disse que os sãos não precisam médico, antes, os doentes, em momento algum esposou a ideia que existissem “sãos”. Como os pretensos sãos, os religiosos da época O censuravam por se misturar à ralé, usou esse argumento lógico, eivado de ironia para os desmascarar.

A condenação não foi Obra de Cristo; veio sobre toda a humanidade desde a queda. Erra quem afirma que a simples menção da Palavra de Deus estaria condenando alguém, antes, porfia por salvar aos já condenados. “Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas, para que o mundo fosse salvo por ele. Quem crê nele não é condenado; quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.” Jo 3;17 e 18

A razão básica da condenação é a incredulidade. Claro que, crer deve gerar obediência para se revelar autêntico, senão, não passa de simulacro. No fundo, os que “não conseguem crer” recusam-se a obedecer.

A proposta maligna original, que, o homem se bastaria alienado de Deus, decidindo por si mesmo acerca do bem e do mal, sempre seduziu-nos. Meras partículas em mais de sete bilhões, de um gênero entre milhões da criação, nos supomos deuses universalizando preferências, inclinações, paixões... Frágeis a ponto de um invisível ser, vírus, bactéria, nos poder vulnerar, presunçosos ao extremo, como se nossa miopia contivesse a luz do Universo.

Não sem razão, Paulo associa incredulidade com cegueira: “Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus.” II Cor 4; 4

Assim, gostando ou não, com o “júri” da fé ou, da incredulidade, acabamos, como Pilatos, julgando a Cristo. Quem crê O declara inocente, verdadeiro; quem foge, como o romano, o faz mentiroso. “Quem crê no Filho de Deus, em si mesmo tem o testemunho; quem a Deus não crê mentiroso o fez, porquanto não creu no testemunho que Deus de seu Filho deu.” I Jo 5; 10

Enfim, não basta identificarmos a inocência do Salvador, é preciso que também reconheçamos nossas culpas, pra que Seus méritos nos sejam imputados mediante perdão.

Senão, O entregamos para seja morto uma vez mais; e matar ao Único que salva, é só uma forma oblíqua de cometer suicídio.

domingo, 3 de maio de 2015

Dependência ou morte

“E disse-lhes Moisés: Esperai; eu ouvirei o que o Senhor ordenará.” Núm 9; 8 

Bons tempos aqueles nos quais, o relacionamento Divino-humano era pautado pela Palavra de Deus. O contexto era de uns que, ante à páscoa estavam “impuros”. Moisés não admitiu aos tais na festa, tampouco, excluiu; antes, consultou ao Senhor. O Eterno, além de facultar a participação deles advertiu: “Porém, quando um homem for limpo,  não estiver em viajem e deixar de celebrar a páscoa, essa alma do seu povo será extirpada; ... esse homem levará o seu pecado.” V 13

Assim, o impuro seria aceito; o “puro”, omisso, indiferente, seria extirpado. Que estranhos esses conceitos! 

Acontece que, as “impurezas” em questão eram mais de cunho higiênico; assim considerados os que tivessem contato com cadáveres, doentes, mulher em seus dias pós-parto, etc. Naquele contexto seria impossível mencionar vírus, bactérias, infecções; desse modo, o Criador encerrou a profilaxia sob o soturno rótulo de imundo,  e ponto.

Um assim podia participar do santo memorial da páscoa demonstrando, via ritual, sua gratidão pela libertação. Entretanto, o “puro” que ignorasse o mandamento estaria em clara afronta à autoridade de Deus; sua imundície era muito mais grave; atinava à sujeira da alma. 

O insano hábito de “purificar” insignificâncias e manter o coração poluído foi encontrado latente entre os Fariseus, pelo Salvador. “Condutores cegos! que coais um mosquito e engolis um camelo. Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! limpais o exterior do copo e do prato, mas, o interior está cheio de rapina e de iniquidade. Fariseu cego! limpa primeiro o interior do copo e do prato, para que também o exterior fique limpo. Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas!  sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda a imundícia.” Mat 23; 24 a 27 

Essa distorção ainda é pujante em nossos dias. Muitos erram nas humanas sendas de usos e costumes que aprenderam a conjugar com “doutrina”; enquanto a Doutrina, propriamente dita, acaba sumindo na omissão de quem se satisfaz com aparências. A ampla diversidade cultural do planeta tolhe a “clonagem” externa dos santos; embora, a Lei do Senhor seja aplicável e saneadora em todos os nichos culturais. 

Temos muito mais facilidade de ver erros alhures, que em nós. Alguém definiu de modo cabal: “Reconhecemos um louco sempre que o vemos, nunca, quando o somos.” Acontece que, um pecador arrependido, por maiores que sejam seus pecados é melhor aos olhos Divinos, que um “santo” cheio de si; Cristo ensinou isso na parábola do Fariseu e do Publicano.

Enquanto o homem prudente “examina a si mesmo”, o “santo” corta o gramado do vizinho e deixa que a relva cresça e abrigue cobras e sapos em seus domínios. 

Todavia, também aqui há uma tênue divisa que separa ensino, de juízo temerário; não raro, os rebeldes equacionam ao que lhes coloca ante À Palavra, com um que “se mete” na vida dos outros invés de cuidar da sua. Aos tais falta a postura humilde do Eunuco ante Filipe, que disse: “Como entenderei se alguém não me ensinar?” 

Acontece que, os mestres da Palavra, além de receberem mais severo juízo, como adverte Tiago, não são fontes, antes, meros canais para fluxo do dom de Deus, o Pastor. “As palavras dos sábios são como aguilhões; como pregos bem fixados pelos mestres das assembleias, que nos foram dadas pelo único Pastor.” Ecl 12; 11 

Tal qual, nos dias de Moisés era Deus que determinava o modo de ser dos Seus, ainda hoje, nos termos de Sua Palavra, mediante ensino podemos mudar nosso andar diante Dele. 

Na verdade, a Palavra de Deus, por ser o que é nunca foi pacificamente aceita; antes, sempre foi alvo de oposição, polêmicas. Se fosse meramente humana como acusam alguns, acariciaria às humanas inclinações. Contudo, como as contraria, a oposição engajada mais a legitima que desqualifica como pretendem certos opositores. 

Ademais, além de aceitar aos maus, ( afronta aos “bons” ) advoga a inutilidade das grandezas naturais. “Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias;  Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes;  Deus escolheu as coisas vis deste mundo, as desprezíveis, as que não são, para aniquilar as que são.” I Cor 1; 27 e 28 

Não que Deus deseje aniquilação de alguma coisa boa; mas, das que, por melhores que pareçam aos olhos humanos, no final, redundam em morte. “Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte.” Prov 14; 12  Como Ele conhece o fim de todos ouçamos o conselho de Davi:  “ entrega teu caminho ao Senhor...”