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sexta-feira, 28 de julho de 2017

Vida; o melhor dos "Melhores"

“Melhor é a mágoa que o riso, porque com a tristeza do rosto se faz melhor o coração.” Ecl 7;3

Ao principiarmos nossa investigação sobre o melhor, precisamos considerar dois aspectos. Ora, resulta em face das sensações, ora, das consequências. O melhor no aspecto sensorial tem a ver com seu aspecto aprazível, agradável, o gozo que produz. O melhor visando o produto relaciona-se com o resultado a que leva; malgrado, o caminho nem sempre seja aprazível.

Por exemplo: Imaginemos uma criança enferma cuja medicação necessária é uma injeção. Se, alguém lhe perguntasse o que preferiria, uma barra de chocolate, ou, uma injeção, óbvio que seu melhor, sua escolha seria doce, não, dolorida. Contudo, na meta da restauração da saúde, o melhor seria o remédio. Assim, distinguimos o melhor segundo a sensação do outro, segundo as consequências.

Óbvio que é desse último que fala Salomão, pois, a mágoa, o choro não são sensações agradáveis, coisas que buscamos; entretanto, - ensina - isso “faz melhor o coração.” Desse modo, a opção pela coisa certa, malgrado, as sensações envolvidas acaba sendo o fator que adjetiva aos próprios agentes da busca. “O coração dos sábios está na casa do luto, mas, o dos tolos na casa da alegria.” V 4

Isso posto resulta necessária a conclusão que, não devemos aquilatar o valor de um caminho pelo caminho em si; antes, pelo objetivo ao qual leva. 

Falando da salvação que veio trazer, O Salvador apresentou Seu caminho como pior; o mais difícil. Porém, esse conduz à vida, enquanto o alternativo, à perdição. “Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, espaçoso o caminho que conduz à perdição; muitos são os que entram por ela; porque estreita é a porta, apertado o caminho que leva à vida, poucos há que a encontrem.” Mat 7;13 e 14
Um filósofo disse: “Para dominar as multidões basta conhecer as paixões humanas, certo talento e uma boa dose de mentira.” Infelizmente ele estava certo.

Uma das paixões humanas mais latentes é o comodismo, o menor esforço, quiçá, nenhum, para conseguir saciar seus desejos desorientados. Pra constatar isso não precisamos de um tratado filosófico, uma análise antropológica profunda e tal; basta olhar nas filas lotéricas, sobretudo, em tempos de prêmios acumulados para ver o crepitar vívido do fogo dessa paixão.

Então, pregadores resolveram dizer à nossa criança do exemplo, que descobriram um chocolate medicinal; que além de servir sua doçura ainda cura o mal que assola a infeliz. Não precisa do medicamento doloroso; pode resgatar sua vida e o prazer ao mesmo tempo. Claro que essa “posologia” é a “boa dose de mentira” prescrita; mas, a “criança” não se importa, uma vez que gosta do “remédio”.

Traduzindo; refiro-me aos pregadores que acenam com salvação sem conversão; perdão sem arrependimento; cristianismo sem Cristo; prosperidade sem frutos, Evangelho sem Cruz. Pujantes estão as filas lotéricas, digo, as “igrejas” onde essas formas doces de assassinato são ministradas.

Watchman Nee disse com acerto que muitos fazem de seus ministérios um meio de ensinar viver melhor, pessoas que necessitam com urgência aprender a morrer melhor. Invés de encorajar a busca pelo fomento das paixões doentias deveriam desafiá-los a negarem-nas, na cruz.

As borboletas, cumprido seu tempo para voar exibem a beleza das asas, não o casulo, esse fica para trás. Mas, as pessoas de visão embaçada pelas paixões materiais gastam suas vidas para ficarem ricas; as que conseguem deixam tudo ao partir; chegam perante O Eterno na mais miserável indigência; descobrem tardiamente a essência do “ouro de tolo”.

Entretanto, as diretrizes para o que tem valor estão ao alcance de todos; “Aceitai minha correção, não a prata; e o conhecimento, mais do que o ouro fino escolhido. Porque melhor é a sabedoria do que os rubis; tudo o que mais se deseja não se pode comparar com ela. Eu amo aos que me amam; os que cedo me buscarem, me acharão. Riquezas e honra estão comigo; assim como bens duráveis e justiça.” Prov 8;10, 11, 17 e 18

O mesmo Salomão disse mais: “Porque a sabedoria serve de defesa, como de defesa serve o dinheiro; mas, a excelência do conhecimento é que sabedoria dá vida ao seu possuidor.” Ecl 7;12

Assim como o conserto do telhado se faz em dias de tempo bom, o homem prudente não deveria precisar de um velório, um ambiente triste para meditar nos objetivos da vida; Poderia fazer sem dor.

Contudo, se o fizer mesmo num evento assim, poderá, como fez O Senhor na Cruz, da morte tirar vida. “...quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna; não entrará em condenação, mas, passou da morte para a vida.” Jo 5;24

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Presente; o tempo que temos



“E disse ele: Rogo-te, pois, ó pai, que o mandes à casa de meu pai,
 Pois, tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham também para este lugar de tormento. Disse-lhe Abraão: Têm Moisés e os profetas, ouçam-nos.” Luc 16; 27 a 29 

Jesus em seus ensinos trouxe o exemplo de alguém arrependido tarde demais. Estava já no Hades. Dada a impossibilidade de retorno, rogou pelos que estavam ainda na Terra; mas, nos domínios do juízo, tanto não era mais tempo de arrependimento, quanto, de intercessão. Ademais, os parentes que eram alvo de sua preocupação tinham seus meios. Moisés e os profetas; as Escrituras. 

Acontece que é muito fácil o arrependimento em face às consequências presentes. Vemos o caso da jovem Patrícia Moreira, torcedora do Grêmio flagrada em atitudes de injúria racial. Chora amargamente, diz estar arrependida e disposta a encontrar o goleiro do Santos, Aranha, para se desculpar com ele.

Tudo muito acertado; porém, está em meio ao juízo pelo que cometeu. Sofre ameaças na rua, perdeu o emprego, a vida social e teme levar esse estigma por toda a vida. Segundo ela, se deixou levar pela multidão, e está arrependida. 

Por que o “efeito manada” puxa sempre pra baixo? Talvez, porque seja raro encontrar alguém fazendo a coisa certa, e, impossível, a multidão. Assim, se Patrícia vai com as outras, fatalmente desce. 

Paulo acena com o juízo, tanto para pecados conhecidos, quanto, ocultos; no final, todos serão conhecidos. “Os pecados de alguns homens são manifestos, precedendo o juízo; em alguns manifestam-se depois. Assim mesmo, também as boas obras são manifestas; as que são de outra maneira não se pode ocultar.” I Tim 5; 24 e 25 

Mas, a ideia de poder esconder as coisas, ou, tardar o juízo, coopera para que o coração humano endureça cada vez mais, na prática do mal. “Porquanto não se executa logo o juízo sobre a má obra, o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto para fazer o mal.” Ecl 8; 11
  
Acontece que arrependimento em face ao juízo pode ser falso. Digo, a pessoa pode estar entristecida pelas consequências, simplesmente; pelo mal que fez a si, não, a terceiros, como demandaria o vero arrependimento. 

Todavia, jogarmos com o tempo é uma temeridade, pois, dada a fragilidade de nossas vidas, e as vicissitudes que nos cercam, contarmos com o devir como nossa propriedade é meio presunçoso. Tiago adverte: “Eia agora vós, que dizeis: Hoje, ou amanhã, iremos a tal cidade, lá passaremos um ano; contrataremos e ganharemos; Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque, que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco, e depois se desvanece. Em lugar do que devíeis dizer: Se o Senhor quiser,  se vivermos, faremos isto, ou aquilo. Mas agora vos gloriais em vossas presunções. Toda a glória, tal qual esta, é maligna.” Tg 4; 13 a 16 

Esse tão sério fato de não podermos contar com o tempo que nos não pertence deveria nos levar a fazer bom uso do que temos. Certamente, no além, há muitos que agora crem; estão arrependidos; mas, de que vale?

Certa vez, quando eu e meu sobrinho tínhamos uma só chave de casa e saímos a lugares diversos combinamos deixá-la em determinado lugar, para que pudesse entrar quem primeiro chegasse. Um dia, ele saiu, deixou a chave no lugar combinado; além disso escreveu um bilhete dizendo: “Tio, a chave está...” E colocou por debaixo da porta. 

Cheguei, peguei a chave no local combinado e abri; deparei com o bilhete no chão explicando onde estava. Não pude me conter e ri como um bobo, de sua “providência”. Do jeito que fez, eu só teria a informação quando não servisse mais. Depois de aberta a porta não careceria saber onde estava a chave, óbvio. 

Lembrei disso porque, tristemente, é o que ocorre com muitos que partiram sem crer e agora estando no além sabem a realidade que  não serve mais, exceto, para aumentar a culpa pela omissão manifesta quando era tempo. 

Assim, embora a palavra arrepender possa ser aberta numa frase, “à ré pender.” A ideia é de um pendor retroativo, um voltar no tempo; chega um momento em que essa volta não é mais possível.  

Então, quando a Bíblia trata nosso tempo como algo urgente, o faz em vista de nossa fragilidade, como disse Tiago, não, eventual exiguidade do tempo em si. 

Embora alguns associem vida eterna ao tempo, estritamente, é antes de tudo, uma maneira de viver, que somos exortados a abraçarmos ainda em nossos dias finitos, na Terra. “Milita a boa milícia da fé, toma posse da vida eterna...” I Tim 6; 12

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Entre a serpente e a estrela

“O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância.” Jo 10; 10
 
Nessas vinte e três palavras temos uma síntese de todo o drama Divino-humano que se desenrola na Terra. A vinda do ladrão, a antiga serpente enganadora, e a réplica Divina trazendo a “Estrela de Jacó”,  Jesus Cristo.  O primeiro para roubar, matar, destruir; o Segundo, para “desfazer as obras do diabo”.
 
Desde o Éden ao Calvário, dezenas de profecias foram dadas aos judeus sobre a vinda o Salvador; se bem que a da Estrela de Jacó, propriamente, veio através de um gentio, Balaão.

Segundo os cientistas o sol é uma estrela; sua incidência sobre a terra diverge das demais dada a distância não a grandeza que seria muito inferior. Pois, sobre o Senhor, há também metáforas que o fazem um Sol. Em Malaquias, atrelado à justiça; “Mas para vós, os que temeis o meu nome, nascerá o sol da justiça, e cura trará nas suas asas; e saireis e saltareis como bezerros da estrebaria.” Mal 4; 2 Figura bem semelhante usou o Próprio Senhor: “…se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens.” Jo 10; 9
 
Nos hinos hebraicos a bênção Divina não se divorcia da justiça, que demanda retidão.  “ Porque o Senhor Deus é um sol e escudo; o Senhor dará graça e glória; não retirará bem algum aos que andam na retidão.” Sal 84; 11 Nos lábios de Zacarias encontramos o “oriente do alto” associado à misericórdia; “Pelas entranhas da misericórdia do nosso Deus, Com que o oriente do alto nos visitou;” Luc 1; 78

Interessante que o advento do Salvador associado à justiça e à misericórdia foi cantado nos Salmos também; ali, acrescido de outro bem, a verdade e ensejando  paz; “A misericórdia e a verdade se encontraram; a justiça e a paz se beijaram. A verdade brotará da terra, e a justiça olhará desde os céus.” Sal 85; 10 e 11

A bem da verdade, e em busca da paz com Deus, Justiça e misericórdia são indispensáveis para seres como nós, que vivem “entre a serpente e a Estrela” como definiu poeticamente a mulher, o cantor Zé Ramalho.

Esse ínterim, ainda que possa ser situado cronologicamente da queda humana à redenção em Cristo, é muito mais, nosso “status quo” espiritual, nossas oscilações entre obediência e rebeldia, pecado e arrependimento.

Assim, se aos olhos Divinos toda transgressão demanda o reparo da justiça, e, nossas “posses” nos fariam eternos inadimplentes, Ele satisfaz Sua Justiça mediante misericórdia. Imputa a nós a Justiça de Cristo, demandando apenas, arrependimento e confissão.

Muitos devaneiam que a existência de Deus por si só, deveria por fim a todas as guerras, fome, enfermidades que há na terra; sendo esses fatos, “provas” que Ele não existe. Ora, o fim dessas coisas e o paraíso restaurado como sonham tais nefelibatas seria a prova que o diabo não existe. Ou, estaria preso, como estará por um milênio na volta de Cristo.

Não que o Eterno seja sádico, isso seria blasfêmia; sim, Ele é amor, isso é fato; e é da natureza do amor prezar pela plena liberdade de quem ama. Essa não é possível sem arbítrio. 

No mau uso do amor, pois, o “Anjo de luz” se tornou Satanás; de igual modo a mulher, instigada pela serpente se tornou caída e arrastou seu imprudente e também culpado marido.

Essa “herança maldita” nos vem de berço. Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram.” Rom 5; 12
 
Espere! Dirá alguém; eu nada tive com o erro de Adão e Eva, não tive escolha; portanto, não é justo que eu seja condenado. É, esse é um lado da questão. Entretanto, nada tivemos com a Vitória de Cristo, e não é justo que por Ele sejamos salvos; contudo seremos, caso nos arrependamos e decidamos Lhe obedecer; e para isso, agora temos escolha. 

Paulo sintetiza: “…se pela ofensa de um morreram muitos, muito mais a graça de Deus, e o dom pela graça, que é de um só homem, Jesus Cristo, abundou sobre muitos.” Rom 5; 15

 Então, você, presumido escapista, não poderá se salvar sem Ele, Jesus Cristo; mas Nele o será, mesmo sem mérito algum. Nada vale tentar transferir a culpa para alguém, a mordomia de sua alma é sua. 

O primeiro casal, aliás, passou a bola, ou tentou, e nada adiantou; o mesmo poeta empresta ainda uma sentença útil: “E sei que não será surpresa se o futuro trouxer, o passado de volta…”