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domingo, 13 de maio de 2018

Sabor de Sal

“Todas tuas ofertas de alimentos temperarás com sal; não deixarás faltar à tua oferta de alimentos o sal da aliança do teu Deus; em todas tuas ofertas oferecerás sal.” Lev 2;13

Naquela época sem energia elétrica, um dos poucos conservantes usados era o sal. A carne salgada pode resistir por muito tempo em condições de ser consumida; seu uso inibia a putrefação, processo célere em climas quentes, sobretudo.

Como os sacrifícios deveriam subir perante O Senhor em “cheiro suave”, Ele ordenou que se fizesse assim. Além disso, há um tipo profético apontando para “sacrifícios” futuros da Nova Aliança, onde, piedade, testemunho, constância e gravidade dos salvos foram figuradas usando o sal como parâmetro. “Vós sois o sal da terra; se, o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora e ser pisado pelos homens.” Mat 5;13

Paulo aludiu à linguagem sadia esperável dos salvos usando a mesma figura: “Vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como vos convém responder a cada um.” Col 4;6

Infelizmente, muito da “piedade” humana é biodegradável; isto é: Não resiste à ação do tempo, nem, as adversidades que testam-na. Camões, o poeta disse: “A verdadeira afeição na longa ausência se comprova”. Aquele que É Amor, Deus, por certo não se contentará com algo que não seja vera afeição; correspondência real ao Seu Amor. Mas, como reagirá nosso sentimento em relação a Ele, em caso de demorada ausência? Seguirá conservado na redoma da constância, como se, carne temperada com sal, ou, apodrecerá indefeso ante o calor da provação?

Na Parábola do Semeador O Senhor figurou os meramente emotivos como sementes que caíram sobre pedras; presto nasceram e ao primeiro calor secaram. Como crianças que “desgostam” de um brinquedo assim que divisam outro diferente, se portam os que fazem calorosas profissões de fé em momentos de abalos emocionais e saem de fininho ao primeiro sinal de luta.

O exemplo de Jó, que, privado de todos os seus bens preservou sua integridade é o que O Santo espera dos Seus. Ele não permitiu aquilo tudo que Seu servo fiel sofreu por algum rasgo de sadismo em Seu Caráter Santo; antes, para desbancar falácias do inimigo e nos ensinar algo sobre a fé que Ele aprecia.

O Mesmo Senhor, aliás, depreciou nuances de “piedade” tão tênues, que comparou ao orvalho, o qual foge rápido com a chegada do sol; “Que te farei, ó Efraim? Que te farei, ó Judá? Porque a vossa benignidade é como a nuvem da manhã, como o orvalho da madrugada que cedo passa.” Os 6;4

Em Platão também encontramos algo interessante sobre o caráter; disse mais ou menos o que segue: “Quando alguém for considerado justo, virtuoso, lhe caberão elogios, louvores, aplausos; e, não saberemos se, o tal, é justo por amor à justiça, ou, aos louvores que recebe; Convém testá-lo numa situação em que todas essas coisas lhe sejam negadas; se, ainda seguir sendo justo ama a justiça”.

Pois, na caminhada com O Senhor somos desafiados a uma peregrinação entre adversários, e ainda levando nossas cruzes; não há aplausos, louvores, reconhecimento algum, enquanto, na Terra. Ainda há situações em que o Próprio Senhor parece se distanciar para infundir em nossas almas a preciosa têmpera da fé; “Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do seu servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor; firme-se sobre seu Deus.” Is 50;10

Entretanto, há pregadores melosos, de um lado, outros, espancadores inchados na carnal compreensão, com ênfase doentia em usos e costumes pensando que falta de educação seja sal. Felizmente há saudáveis também, claro! Mas, a carne viva detesta sal; arde. “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus; não é sujeita à lei de Deus, nem, pode ser.” Rom 8;7

Devemos, os ministros, aprender com o exemplo de Davi que recusou-se a oferecer ao Senhor sacrifícios que não lhe custassem nada. Assim, antes de nos candidatarmos à fala, emprestarmos ouvidos apurados e submissos à Palavra de Deus; quem sai por aí espalhando mel ainda não aprendeu o valor do sal. Aquilo que cheira suave ao paladar natural se faz nauseabundo às Narinas de Deus.

Aplausos e facilidades terrenas onde deveria ser campo de batalha, não mostram que Deus alargou a porta, antes, que há ímpios usando verniz.

Quem ama a justiça faz réu a si mesmo todos os dias; policia-se revendo seus passos e busca perdão sempre que falha; pois, quando despertar no além anseia seu parecido com o Pai; “Quanto a mim, contemplarei tua face na justiça; me satisfarei da tua semelhança quando acordar.” Sal 17;15

domingo, 8 de maio de 2016

Como é O Rosto de Deus?

“Porque Deus não sobrecarrega o homem mais do que é justo, para o fazer ir a juízo diante dele.” Jó 34;23 

Eloquente essa tênue fronteira que limita ao Soberano do Universo. “Não mais do que é justo...” Ou seja: A justiça. Pena que essa cerca que “restringe” O Eterno, não baste para conter o frêmito das paixões humanas. Como seria, se, cada um de nós, não ousasse nada, além do que é justo?

Para O Santo, multidão não equivale a razão, tampouco, pobreza a argumento, somente, justiça. Vejamos: “Não seguirás a multidão para fazeres o mal; nem numa demanda falarás, tomando parte com a maioria para torcer o direito. Nem ao pobre favorecerás na sua demanda.” Êx 23;2 e 3

Entre nós, paixões clubísticas, partidárias, patrocinam toda sorte de injustiças; seja, nos fazendo extremamente rigorosos com “eles”, seja, sendo demasiado indulgentes com os “nossos”.

Não raro, argumentamos segundo a justiça e somos redarguidos segundo a paixão. Em casos assim, o silêncio se torna o melhor argumento, pois, só ele possui a eloquência necessária para que possamos situar devidamente o tolo em sua insignificância.

Claro que coisas imperfeitas demandam mudanças, crescimento, ou, para usar uma palavra atual, um upgrade, rumo à perfeição. Com esse fim é salutar o gládio das ideias, cotejar de valores. Entretanto, essa é a arena onde peleja a justiça. A paixão não labora pelo aperfeiçoamento, antes, pela afirmação. Sua “matéria prima” é dobrar o outro, nunca a evolução do próprio apaixonado.

O “nós” e o “eles” de quem tem o amor à justiça como escopo são o justo x o injusto, estejam esses, sob o lábaro que estiverem. Ilustrando com nosso contexto político, pouco importa se o corrupto é do PT, PSDB, PMDB, etc. se for comprovadamente corrupto, há de sofrer a diatribe da justiça, mediante nós, se, a temos como valor supremo.

Porém, se critico alguém do PT, presto sou identificado como sendo PMDB, ou, PSDB, pois, a crítica nesse campo, alinha-se a bandeiras, invés de valores. Sinto vergonha alheia quando, alguém, para defender corruptos de seu partido acena com a corrupção de outros. Como se essa justificasse àquela. Que pai ficaria feliz, se, seu filho decidisse consumir Crack, porque há outros que fazem; ou a filha se tornasse prostituta pelo mesmo motivo? Ora, assim agem os que defendem seus maus, porque há outros maus alhures. Estúpidos servos das paixões, inimigos da justiça.

Aos meus ouvidos soa abjeto esse discurso que, “Eduardo Cunha é Ladrão, portanto, o processo de impeachment, nulo, o PT foi injustiçado”. Todos os ladrões são maus, injustos, da sigla que forem. Que pague, cada um, por sua vez, e nos curemos, inda que, tardiamente, de nossa “Síndrome de Estocolmo” onde a vítima se apaixona por seu algoz.

Ao justo não deve faltar a ousadia da concessão, nem, coragem de reconhecer eventuais injustiças. Afinal, não vê a justiça como escudo de pessoas, antes, como instrumento de afirmação dos valores Supremos, de Deus. A responsabilidade da liberdade, tolhe que sejamos inconsequentes. Noutras palavras, todos seremos julgados por nossas escolhas, no tempo aprazado pelo Criador.

O mundo considera “Astros” os que se destacam nas artes, nos esportes, na política... O Senhor, adjetiva assim, aos Seus cooperadores, que, secundando Suas Leis, ensinam a justiça, diz: “Os que forem sábios, pois, resplandecerão como o fulgor do firmamento; os que a muitos ensinam a justiça, como as estrelas sempre e eternamente.” Dn 12;3

Somos tardos para entendermos as coisas espirituais. A maneira que foi ordenado a Aarão que abençoasse o povo invocava sobre ele o “Rosto de Deus”; O Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti, e tenha misericórdia de ti; O Senhor sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz.” Núm 6;25 e 26

Como devemos entender o resplendor da Face de Deus sobre Seus abençoados, se, Deus é Espírito? A mesma Palavra ensina: Quanto a mim, contemplarei a tua face na justiça; eu me satisfarei da tua semelhança quando acordar.” Sal 17;15


Assim, a bênção de Deus sobre nós, outra coisa não é, senão, nos ensinar a andarmos em justiça; capacitar mediante Seu Espírito Santo, que assim andemos. As coisas materiais, via trabalho estão ao alcance até dos injustos. 

A paz de espírito, o silêncio de uma consciência pura, porém, apenas os que praticam a justiça usufruem. O efeito da justiça será paz, a operação da justiça, repouso e segurança para sempre.” Is 32;17 Aos demais, agitação e sujeira, segundo o mesmo profeta: “Mas, os ímpios são como o mar bravo, porque não se pode aquietar; as suas águas lançam de si lama e lodo. Não há paz para os ímpios, diz o meu Deus.” Is 57;20 e 21