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domingo, 29 de dezembro de 2019

As Vestes da Virada


“Em todo o tempo sejam alvas as tuas roupas; nunca falte o óleo sobre tua cabeça.” Ecl 9;8

Malgrado todo o pessimismo do Eclesiastes, onde, a um apreço puramente humano, “debaixo do sol”, se conclui que “tudo é vaidade e aflição de espírito,” no final dele invés de uma terra arrasada como seria de se esperar no escrito de um cético ou pessimista sem esperança, temos um conselho prático que deixa ao jogo da vida em aberto. “De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, e guarda Seus mandamentos; porque isto é o dever de todo homem. Porque Deus há de trazer a juízo toda a obra; até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau.” Cap 12;13 e 14

Se, no epílogo, acima de tudo se colocou a prescrição do temor a Deus, já ao longo do texto essa ideia desfilava tacitamente. Ora, a figura poética em realce acima, de outra coisa não fala senão, disso; vestes alvas são um figura de um caráter justo, e o óleo sobre a cabeça, símbolo da unção Divina para que as decisões sejam em submissão a Ele.

Parafraseando se pode dizer: “Em todo o tempo sejam justas as tuas atitudes; jamais as tome, sem antes ouvir a Direção do alto.”

Isaías ampliou a ideia: “Os teus ouvidos ouvirão a Palavra do que está por detrás de ti, dizendo: Este é o caminho, andai nele, sem vos desviardes nem para a direita nem para a esquerda.” Is 30;21

Em Apocalipse, além da cor resplandecente das vestes realçar à justiça, ainda o tecido nobre, o faz qualificando à “Esposa do Cordeiro”; “foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos.” Apoc 19;8

Nessa época de transição de calendário costumam arder mais intensas as febres humanas; uma delas bem latente é de que existe algum atalho, substituto ao trabalho como meio de se conseguir as coisas; bastaria uma mandinga qualquer que agradasse determinada “Divindade” e estaríamos conversados. A “bênção” viria sem maior esforço.

Desse modo, muitos que se dizem cristãos, convém lembrar, usarão roupas novas de determinadas cores segundo a predileção dos “Orixás” que trariam certos benefícios por isso. Para o branco, paz; ao amarelo, riquezas; ao vermelho realizações na área das paixões... gostando da definição ou não, pessoas que afirmam pertencer a Deus farão macumba invés de orações; com seus atos pedirão pão a quem dá pedras; peixes a quem usa dar serpentes.

Ao advertir que essas coisas mundanas nos colocam em inimizade com Deus, Tiago apresenta a causa; O Espírito Santo tem ciúmes, zelo do Seu templo que somos nós; como veria em paz tais templos decorados ao sabor dos gostos do Capeta? “Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus. Ou cuidais vós que em vão diz a Escritura: O Espírito que em nós habita tem ciúmes?” Tg 4;4 e 5 Quem não sentiria ciúmes ao ser vítima de adultério?

Não existe substituto abençoado para o trabalho no afã de prosperar; jogos, loterias, roubos, logros, corrupção... são do Príncipe do mundo, não de Deus.

Ora, Deus nos abençoa abrindo portas de trabalho e dando saúde para o labor, o resto é conosco; meter o peito n’água é nossa “parcela” no consórcio. Os mercenários góspeis que ensinam ofertar para prosperar fazem o mesmo com a agravante da profanação; pois, usam o Nome de Deus para atuações ao caráter do Capiroto.

Para que nossas orações sejam ouvidas diante do Santo, antes carecemos que nossas vidas sejam aceitas; “... a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem agravado o Seu Ouvido, para não poder ouvir. Mas, vossas iniquidades fazem separação entre vós e vosso Deus...” Is 59;1 e 2

E isso, a aceitação, não deriva de uma roupa íntima nova em determinada data; antes, de tomarmos a Cruz escolhendo a Cristo como Senhor, e nos revestirmos Dele em todo o tempo numa maneira de agir, agora, segundo Deus. “... vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; vos renoveis no espírito da vossa mente; vos revistais do novo, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade.” Ef 4;22 a 24

Voltamos às vestes alvas, e regência do Santo.

Frases ofertando “Grandezas” a quem as “Recebe” está cheio por aí; ensinos que desmancham à cegueira difusa pelo Pai da Mentira costumam contrariar gostos.

Desgraçadamente uma geração analfabeta bíblica prefere veneno com rótulo de mel, invés do remédio amargo da verdade com cheiro de vida.

sábado, 28 de dezembro de 2019

Inversão Letal


“Ai dos que ao mal chamam bem, ao bem, mal; que fazem das trevas luz, da luz trevas; do amargo doce, do doce amargo!” Is 5;20


A “autonomia” proposta por Satanás! “Vós mesmos sabereis o bem e o mal”. O fato de que minha percepção ou valoração sobre algo foi mudada, não muda em absoluto, aquilo que percebo. As paixões infames seguem assim, ainda que eu as repute de boa fama.

Narrativas não criam os fatos; esses se impõem para validar ou não, a leitura de quem os reporta.

Se, posso chamar ao bem de mal, e vice-versa, então já existe uma definição prévia antes de meu “chamado” que faz a coisa ser o que é, independente de meu apreço particular. O que me está reservado é agir com sensatez ou estupidez, não, mudar a essência das coisas.

Todo ensino que circula tem uma origem espiritual por trás, e “o mundo jaz no maligno”; ensinos desse sistema não são meros desvios, antes, fazem oposição ao Eterno. Tiago foi categórico: “Adúlteros e adúlteras, não sabeis que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” Tg 4;4

A inversão de valores não pretende ser uma escolha fortuita de um ou outro “invertido” por aí; antes, tenciona ser uma doutrina global, onde, escudadas por “cabeçalhos” como, “tolerância, inclusão, diversidade, coexistência...” novas leis se estabelecerão em detrimento da “Aliança Eterna”; quem ousar se opor terá tudo para sofrer prisão, martírio, assim que o reino global sonhado pelo Papa Francisco, comunistas vários e, o Capeta, se estabelecer.

Seguido deparo com postagens de cristãos até, falando com o mesmo sotaque dos ímpios; frases arrogantes, ofensivas, egocêntricas enchendo de ossos quem se atrever a pensar diverso deles.

Ainda: “Seja a melhor versão de si mesmo”. Si mesmo? Desde quando alguém vai a algum lugar na dimensão espiritual escudado em si mesmo? Bem disse certo gaiato: “Não me siga que também estou perdido.” Quando for possível alguém puxar os próprios cabelos e com isso levitar, tirar os pés do chão, será possível também algum ganho veraz, espiritual, escudado em si mesmo.

O Salvador disse: “Sem mim nada podeis fazer.” Ele não se acha nos que preferem estar mortos em delitos e pecados, mas nos que mudam de vida deixando ao “si mesmo” sem noção mortificado na cruz. “Por que buscais o vivente entre os mortos?”

A inclinação natural é perversa; “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, pode ser.” Rom 8;7 o chamado do Evangelho é de reconciliação; “Tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo e nos deu o ministério da reconciliação; isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; pôs em nós a palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse... reconcilieis com Deus.” II Cor 5;18 a 20

Quem, nesse sistema ímpio de valores invertidos for convencido pelo chamado de Cristo e decidir mudar, não são poucas as coisas que deve sacrificar na cruz, para, finalmente ter meu viver alinhado à Divina Vontade.

Paulo chamou de “Sacrifício Vivo”; “... apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

Diferente da pecha que a fé é cega, vemos que o culto é racional, demanda entendimentos renovados segundo Deus; os valores que esse sistema inverte e perverte, então, nos termos Divinos outra vez.

A Vontade de Deus é boa perfeita e agradável, abençoa; sua perversão resulta em maldição; “Na verdade a terra está contaminada por causa dos seus moradores; porquanto têm transgredido as leis, mudado estatutos, quebrado a Aliança Eterna. Por isso a maldição consome a terra...” Is 24;5 e 6

Desgraçadamente, apregoando mais direitos, liberdades, Satanás vai tangendo um vasto rebanho de incautos, rumo ao totalitarismo opressor, onde o único “direito” reservado será de obedecer cegamente ao “Big Brother” que a tudo vigiará mediante tecnologia.

A imagem da besta já fala; dá-se-lhe uma ordem e ela “obedece” porém, no seu tempo ela dará as ordens. “Foi-lhe concedido que desse espírito à imagem da besta, para que também a imagem da besta falasse e fizesse que fossem mortos todos que não adorassem a imagem da besta.” Apoc 13;15

Quem não se importa agora com valores invertidos, no fim do túnel será forçado a adorar Satã como Deus; de certa forma já o faz.

segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

Servos de Deus, mesmo?

“Confia no Senhor de todo coração, não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos teus caminhos; Ele endireitará as tuas veredas.” Prov 3;5 e 6

Uma das coisas mais difíceis ao ser humano é abdicar de seu próprio entendimento em favor de outro, mesmo que esse Outro seja Deus. De uma forma direta a maioria das pessoas não o rejeita, porém, suas evasivas acabam dando demonstrações significativas disso.

Todo mundo é “filho de Deus” mesmo que esteja, na prática, obedecendo ao diabo. “A Bíblia precisa ser atualizada”; como se O Eterno fosse biodegradável; “todos os caminhos são bons, todas as religiões boas”; como O Santo fosse mentiroso; “não precisa ser tão radical, levar tudo em ponta de faca”, dizem, como se O Altíssimo fosse brincalhão...

A maioria das pessoas faz tudo do seu jeito, alheios ao Criador, contudo, cada um se diz pertencer a Ele. Dão-lhE o “direito de abençoar;” não, de governar.

Cheias estão as redes sociais de fotos de “Servos de Deus” que na virada do ano escolheram cuidadosamente, roupas para pedir o que desejam; branco para paz, vermelho para o amor, amarelo, riqueza, etc. Pediram pra quem? Pra Deus? Essas coisas são ensinadas em religiões rivais, não na Sua Palavra; d’um filho Dele o mínimo que se espera é que tenha O Senhor como abençoador e regente. “Reconhece- em todos os teus caminhos...”

A Palavra não dá a mínima para isso de virada do calendário que é uma febre humana; e, o servo ser abençoado é consequência de perseverar num relacionamento saudável com Ele; não, efeito colateral de mandingas prescritas por orixás. Assim, mesmo pensando ser, dizendo-se servos, muitos atuam de uma forma que provoca ciúmes, invés de agradá-lo, contudo, esperam daí, um ano abençoado.

O Santo não se envergonha de assumir que tem ciúmes daqueles que ama. No Velho Testamento patenteou isso, quando deixando o sadio Culto ao Senhor, os hebreus colocaram uma imagem de escultura no átrio do Templo; “... Filho do homem levanta agora teus olhos para o caminho do norte. Levantei os meus olhos para o caminho do norte, e, ao norte da porta do altar estava esta imagem de ciúmes na entrada. Disse-me: Filho do homem, vês o que eles estão fazendo? As grandes abominações que a casa de Israel faz aqui, para que me afaste do meu santuário?...” Ez 8;5 e 6

O Eterno anunciou duro juízo por aquilo, para, enfim, dizer: “Assim satisfarei em ti meu furor, e meus ciúmes se desviarão de ti; aquietarei-me e nunca mais me indignarei.” Cap 16;42

Tiago também lembrou isso; “Adúlteros e adúlteras; não sabeis que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus. Ou cuidais vós que em vão diz a Escritura: O Espírito que em nós habita tem ciúmes?” Tg 4;4 e 5

Portanto, qualquer semelhança com o mundo nessas coisas é adultério espiritual, coisa que atrai o ciúme do Santo, invés da Bênção.

Comportamos-nos como se, criar o Planeta, o Universo tivesse sido ideia nossa, ou, algo para nosso deleite exclusivo, portanto, que Deus não se meta. Assim, nossos desejos, por insanos que sejam nos parecem lícitos, enquanto, os Dele, mesmo medicinais e santos podem ficar em segundo plano, quiçá, ser esquecidos.

A Bíblia fala algumas vezes sobre vestes, cores, tecidos, que agradam a Ele; “Em todo o tempo sejam alvas tuas roupas e nunca falte óleo sobre a tua cabeça.” Ecl 9;8 Isso é uma forma poética de dizer: Em todo tempo sejam justas tuas ações e jamais falte a direção do Espírito Santo às tuas decisões. Notem que é “todo tempo” não, na virada do ano.

E no apocalipse foi a qualidade do tecido, não a cor que figurou a justiça dos santos; “Foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos.” Apoc 19;8

Desgraçadamente as pessoas mesmo se dizendo servas de Deus agem de forma a atrair Sua Ira, invés da Sua bênção; e, estão tão acostumadas a pautarem seus passos pelo próprio umbigo, invés da Palavra de Deus, que, muitas que resistiram até aqui lendo já podem estar bravas comigo, afinal, chateia essa mania que querer se meter em suas vidas.

A que está se sentindo assim, volte ao segundo parágrafo desse escrito e se encontrará diante do espelho.

Deus não precisa calendário, mandingas, cores, para nos abençoar; muitas vezes o faz mais pelo que não fazemos, do que pelos feitos; “Bem-aventurado (abençoado) o homem que “não anda” segundo o conselho dos ímpios, “não se detém” no caminho dos pecadores, “nem se assenta” na roda dos escarnecedores.” Sal 1;1

sábado, 12 de agosto de 2017

Ciúme, zelo, emulação...

“... o amor é forte como a morte, duro como sepultura o ciúme; suas brasas são brasas de fogo, com veementes labaredas.” Ct 8;6

Ciúme, ou, zelo é inevitável, como a ira. Mas, torna-se mau quando fora do lugar. Paulo testificou que os judeus contemporâneos seus eram assim. “Porque lhes dou testemunho de que têm zelo de Deus, mas, não com entendimento. Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus, procurando estabelecer sua própria, não se sujeitaram à justiça de Deus.” Rom 10;2 e 3

Assim, o ciúme está a serviço das obras da carne. Uma das derivações dele é a emulação. Uma espécie de rivalização, de competição, que em seu aspecto negativo recai para a inveja, desfeita; por outro lado, pode ser estímulo a buscar o mesmo; ser igual a outrem do qual nos sentimos emulados.

Paulo disse que investia em seu ministério entre gentios, esperando com isso, que alguns judeus também fossem salvos. “Para ver se de alguma maneira posso incitar à emulação os da minha carne e salvar alguns deles.” Rom 11;14

Denunciou os judaizantes que transtornaram a graça do Evangelho entre os gálatas; tinham ciúmes, pois, os consideravam ovelhas suas. Não andarem as ovelhas de Cristo, como se, deles, lhes incomodava; perdiam a sensação de guias. “Eles têm zelo por vós, não como convém; mas, querem excluir-vos, para que tenhais zelo por eles. É bom ser zeloso, mas, sempre do bem; não somente quando estou presente convosco.” Gál 4;17 e 18

Essa concessão ao zelo, ou, ciúme, pois, está condicionada ao bem; o que conceituaríamos como tal, senão, a Vontade de Deus. Aliás, foi exatamente o não discernir a Santa Vontade, das coisas mundanas, que Tiago referiu como motivo de ciúmes do Espírito. “Adúlteros e adúlteras, não sabeis que amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus. Ou cuidais que em vão diz a Escritura: O Espírito que em nós habita tem ciúmes?” Tg 4;4 e 5

Ciúmes a ponto de ensejar inimizades, como dissera Salomão. “...suas brasas são brasas de fogo, com veementes labaredas...”

Qual sentimento movera O Eterno a chover fogo sobre o sacrifício no Desafio de Elias, senão, o Santo Zelo pelo Seu Majestoso Nome que estava indignamente suplantado por fantoches de humana feitura; imagens de Baal? Por Isaías disse: “Eu sou o Senhor; este é meu nome; minha glória, pois, a outrem não darei, nem, meu louvor às imagens de escultura.” Is 42;8

Nos dias de Ezequiel a apostasia assumira proporção tal, que colocaram imagens de escultura no átrio do Templo do Senhor. Aquilo O irritava tanto que, se afastava do lugar de culto que Ele mesmo escolhera. “...levantei meus olhos para o caminho do norte, e, ao norte da porta do altar, estava esta imagem de ciúmes na entrada. Disse-me: Filho do homem, vês o que eles estão fazendo? As grandes abominações que a casa de Israel faz aqui, para que me afaste do meu santuário?...” Ez 8;5 e 6

Usamos dizer: O incomodado que se mude. Pois, bem, O Eterno incomoda-se profundamente com a idolatria, não só culto às imagens como simplificam alguns. Avareza é equacionada com idolatria; adoração, bajulação de ministérios, pregadores e cantores também; tudo mais do mesmo; onde arde essa febre, O Espírito Santo se afasta, por zelo Ao Majestoso Nome de Deus.

Pois, se o homem foi projetado para a comunhão com O Santo, amando a justiça, a verdade, a retidão, dominando sobre a criação, mas, em submissão, respeitando certo limite posto, o homem assim, digo, era “Imagem e semelhança de Deus;” o que resultou após a queda, egoísta, enxerido, independente, insubmisso, infelizmente se fez a imagem e semelhança de outro, que lhe dissera: “Vós sereis como Deus; e sabereis o bem e o mal.”

Em suma, por detrás dos ídolos, de qualquer espécie, O Eterno vê a imagem do canhoto em relação promíscua com aqueles que Ele Ama; isso lhe desperta ciúmes. Por isso requer santidade dos Seus servos; Isso significa consagração, separação dos valores perversos do mundo, pela adoção dos Divinos.

“Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; que sociedade tem justiça com injustiça? Que comunhão, luz com trevas? Que concórdia entre Cristo e Belial? Que parte o fiel com o infiel? Que consenso, o templo de Deus com ídolos? Vós sois templo do Deus Vivo como Deus disse: Neles habitarei, entre eles andarei; serei seu Deus e eles, meu povo. Por isso saí do meio deles, apartai-vos, diz o Senhor; não toqueis nada imundo, Eu vos receberei; serei para vós Pai, vós sereis para mim filhos e filhas, Diz o Senhor Todo-Poderoso.” II Cor 6;14 a 18

sábado, 3 de junho de 2017

Vitória; só que não

“O Senhor disse a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela, da casa de teu pai, para a terra que te mostrarei.” Gên 12;1

Alguém disse que sentimos nas mudanças certo alívio, inda que estejamos mudando para pior. Embora não seja verdade absoluta, em muitos casos, nos perece mesmo, assim. O desapego d’onde saímos, bem como, eventuais possibilidades da nova meta se encarregam de forjar em nossas almas, tal estado emocional. Todavia, sempre mudamos daqui pra acolá. Digo; de um lugar para outro, não é o jeito natural de nosso agir, deixarmos o porto seguro para derivar no mar.

Contudo, na chamada de Abrão O Eterno ordenou que deixasse sua terra, seus parentes, por um alvo inda desconhecido; “uma terra que te mostrarei.” Assim, lícito nos é concluir que Deus chama primeiro, à confiança em Si, Sua Palavra; depois, às conseqüências disso, sejam bênçãos, sejam, provas. O Fato de confiarmos Nele, pois, não é salvo-conduto contra intempéries da vida, antes, certeza de que, mesmo nelas, Sua Fidelidade e Presença, nos assistirão. “Quando passares pelas águas, estarei contigo, quando pelos rios, não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem, chama arderá em ti.” Is 43;2

Infelizmente, no meio evangélico atual, grassa, um imediatismo doentio que tenta situar de modo pontual, algo que deveria estender-se por toda nossa vida. A Vitória. Não raro deparo com a “Chave” dela atrelada a certo “amém” ou, compartilhamento de alguma mensagem, quiçá, basta que a receba. Gostaria de saber o que essas pessoas tentam conceituar como “Vitória”. Não existe conquista pontual que possa ser aquilatada como vitória, no sentido pleno; nem a própria conversão, pois, essa demanda a perseverança até o fim, para se verificar.

Mesmo, eventualmente, reconhecendo bons passos em determinadas comunidades de convertidos, as cartas do Apocalipse colocaram a vitória como desafio, uma possibilidade; não, algo, já, por elas obtido. “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Quem vencer não receberá o dano da segunda morte.” Apoc 2;11 etc. Parece que a primeira qualidade dos vencedores espirituais é ter bons ouvidos quando O Espírito Santo Fala.

A maioria do que se vislumbra em nosso horizonte é conquista de coisas, sendo avaliada de modo errôneo; elas são meios, não, fins. Paulo foi ao encontro da morte como um atleta vencedor subindo ao pódio: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.” Sua vitória custou-lhe a vida.

Certas afirmações são tão obscenas, no escopo da lógica, que trazem em si mesmas, sua antítese, sua negação. Parece o Lula oferecendo-se como solução para os problemas que ele criou, ou, sugerindo que ninguém combate a corrupção como seu partido. Assim, pessoas, com alvos egoístas, rasteiros, mesquinhos, batizando-os de vitória. Ora, essas coisas também os do mundo aplaudem, buscam; Tiago ensina que ter esse tipo de “amizade” é adultério espiritual, mui longe de ser vitória.

Na verdade, abster-se de pecar, arrepender-se, confessar ao falhar, e descansar no que Deus prometeu, mesmo que inda não vemos, é uma forma vitoriosa de viver. “Porque todo que é nascido de Deus vence o mundo; esta é a vitória que vence o mundo, nossa fé.” I Jo 5;4 Como “Fé sem obras é morta”, devemos pautar nosso agir pelo nosso crer, daí: “buscai primeiro o reino de Deus, e sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” Mat 6;33

Enquanto estivermos num corpo de carne e sangue, ainda que, possamos viver de modo vitorioso, nos adequando às demandas para herdar a Vitória de Cristo, só um hipócrita negará, que convivemos diariamente com pequenas derrotas, quiçá, grandes. 


Paulo chamou de vitória, cabalmente, o momento em que seremos libertos, de vez da natureza corrupta, perversa, e seremos revestidos de Cristo. “Porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade, e que isto que é mortal se revista da imortalidade. Quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, isto que é mortal se revestir da imortalidade, então cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória.” I Cor 15;53 e 54

Assim como a morte foi a consequência do pecado, da queda, é, justo, contra esse, o pecado, feitor da perdição, que devemos vencer, sendo obedientes, mesmo que ao custo da vida. “Ainda não resististes até ao sangue, combatendo contra o pecado.” Heb 12;4

Enfim, como fez com Abrão, Deus chama primeiro à confiança irrestrita em Si, a andar por fé. Seguir assim é como dirigir sob densa neblina. Enxergamos pequeno trecho de estrada, e só veremos adiante, depois de percorrermos aquele que vemos. Ló deslumbrou-se com a visão ampla das campinas de Sodoma e Gomorra; Abrão abdicou do direito de escolher terra, pois, escolhera Deus.

domingo, 10 de julho de 2016

Dupla identidade

“Aconteceu naqueles dias que, sendo Moisés já homem, saiu a seus irmãos, e atentou para as suas cargas; viu que um egípcio feria um hebreu, homem de seus irmãos. Olhou a um e outro lado, vendo que não havia ninguém, matou ao egípcio, e escondeu-o na areia.” Êx 2;11 e 12

Moisés em sua dupla identidade. Formalmente egípcio, sentimentalmente, hebreu. Passeava entre os escravos, como um supervisor de Faraó, mas, ao ver um dos de seu sangue ferido, a identidade formal sucumbiu ante o laço de sangue, matou ao soldado que era dos “seus”, para defender um dos seus irmãos.

A dupla identidade funciona em filmes de super-heróis, mas, na vida, mais dia, menos dia, o que somos, digo, aquilo que prepondera em nosso ser, assoma, sobretudo, em momentos de crise. Vulgarmente se diz: “A ocasião faz o ladrão”. Isso é falso! A ocasião é a crise que manifesta o ladrão que habita no interior do homem ambíguo, que encena ser honesto, mas, oculta um ladrão. O íntegro não sucumbe a ocasiões favoráveis, antes, mantém sua integridade. Jamais vi a ocasião presa por roubo, sempre é o ladrão o culpado.

Porém, agir de coração como hebreu e seguir com privilégios da Corte egípcia era quase impossível; assim, “olhou a um e outro lado, vendo que não havia ninguém ali, matou ao egípcio, e escondeu-o na areia.” Certificou-se de que não haveria testemunhas, depois, ocultou o cadáver tentando enterrar com ele, seu feito. Acontece que, o próprio irmão que defendera, espalhou a notícia. Tinham um defensor “egípcio”; “E tornou a sair no dia seguinte, eis que dois homens hebreus contendiam; e disse ao injusto: Por que feres a teu próximo? O qual disse: Quem te tem posto a ti por maioral e juiz sobre nós? Pensas matar-me, como mataste o egípcio? Então temeu Moisés, e disse: Certamente este negócio foi descoberto.” Vs 13 e 14

O anseio de ser bem quisto pelos dois povos ao mesmo tempo se revelara impossível, desde então. Como, quem fica sobre o muro acaba levando pedradas de ambos os lados, não ficou nem egípcio, nem hebreu, teve que fugir, acabou no deserto de Midiã. O que O Eterno fez depois, com ele, é outra história; por agora estamos analisando a dupla identidade.

Quantos são “Crentes” acariciando a um ser mundano dentro de si, e, à crise de uma tentação mais incisiva escandalizam a Obra de Deus? Ou, outros que, tendo sido salvos, por uma picuinha qualquer, voltaram as costas pra igreja, não conseguem agir mais como mundanos, levam uma vida dupla, nem ímpio, nem santo, apenas uma confusão que não serve cabalmente ao inimigo, nem, presta pra obra de Deus?

Tiago fez da duplicidade o tema de sua epístola. “Peça-a, ( sabedoria ) porém, com fé, em nada duvidando; porque o que duvida é semelhante à onda do mar, que é levada pelo vento, lançada de uma para outra parte. Não pense, tal homem, que receberá do Senhor alguma coisa. O homem de coração dobre é inconstante em todos os seus caminhos.” 1;6 a 8 O primeiro duplo, crente incrédulo, pede a coisa certa, e duvida. Não vai receber.

“Se alguém é ouvinte da palavra, não cumpridor, é semelhante ao homem que contempla ao espelho o seu rosto natural; porque contempla a si mesmo, vai-se, e logo esquece de como era.” O segundo duplo, o não praticante. A Palavra é boa como teoria, mas, na prática, prefere fazer as coisas do seu jeito mesmo.

Temos ainda o teórico, bom de propaganda e ruim de produto. “Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver as obras? Porventura a fé pode salvá-lo?” 2;14 Nos lábios, amor, nos atos, indiferença.

O duplo de língua. “Com ela bendizemos a Deus Pai, com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus. De uma mesma boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, não convém que isto se faça assim.” 3;9 e 10

Enfim, todas essas duplicidades são traços de um, que, como Moisés, ansiava pertencer a dois povos. Naquele caso era fisicamente mesmo. No nosso, a duplicidade possível é espiritual; Tiago resume: “Adúlteros e adúlteras, não sabeis que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” 4;4

Finalmente, uma tomada de posição: “Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, ele fugirá de vós. Chegai-vos a Deus, ele se chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores; vós de duplo ânimo, purificai os corações.” Tg 4;7 e 8


Se nossa escolha é a ditosa sina de ovelhas, que nossa dieta não seja de lobos; teríamos que comer a nós mesmos, numa autofagia espiritual.