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sábado, 5 de março de 2016

O "Nepotismo" Divino

Sucedeu, que, no dia seguinte Moisés entrou na tenda do testemunho; eis que a vara de Arão, pela casa de Levi, florescia; produzira flores, brotara renovos, dera amêndoas.” Núm 17;8

Durante o Êxodo, Moisés fora acusado de “nepotismo”; empregar parentes em cargos de honra, uma vez que, Aarão, seu irmão, e seus filhos foram escolhidos para administrarem o sacerdócio. Para os oponentes, não se tratava de escolha Divina, mas, de abuso de poder.


Moisés apresentou o caso Ao Senhor que o ordenara, e, foi instruído a que todos os líderes colocassem seus cajados perante a Arca por uma noite; aquele que florescesse, seria o escolhido. Na verdade, como vemos no texto, O Eterno fez melhor que isso; invés de produzir flores, simplesmente, fez a Vara de Aarão produzir frutos, amêndoas, confirmando Sua escolha.


Esse incidente foi evocado pelo Santo quando da chamada de Jeremias, para deixar patente que, O Eterno se responsabiliza por Suas escolhas: “Veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: Que é que vês, Jeremias? Eu disse: Vejo uma vara de amendoeira. Disse-me o Senhor: Viste bem; porque eu velo sobre minha palavra para cumpri-la.” Jr 1;11 e 12

Entretanto, meu foco, não é a chamada da tribo Levita para o sacerdócio, antes, um aspecto doentio da alma humana caída; por que tantos se “voluntariam” para o poder, a honra, e não, para o serviço?

Ora, O Salvador ensinou que, quem quiser ser o maior deve se fazer serviçal de todos. Em dado momento falou de si mesmo como sendo o menor no Reino dos céus, Sua posição voluntária; para depois ser visto como Maior, Sua posição Real: “Em verdade vos digo que, entre os que de mulher têm nascido, não apareceu alguém maior do que João Batista; mas, aquele que é o menor no reino dos céus é maior do que ele.” Mat 11;11

Há um provérbio hebraico que diz: “A grandeza foge de quem a persegue, e persegue quem foge dela”; assim, precisamente, se deu com O Salvador que sujeitou-se a ser tratado como o mais indigno dos homens; hoje, tem “O Nome que É Sobre Todo O Nome”.

Paulo lançou mão de Seu exemplo para ensinar aos Seus seguidores: “Não atente cada um para o que é seu, mas, cada qual também para o que é dos outros. De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, antes, esvaziou a si mesmo, tomando forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; achado na forma humana, humilhou-se, sendo obediente até à morte, e morte de cruz. Por isso, Deus o exaltou soberanamente, lhe deu um nome que é sobre todo o nome;” Fp 2;4 a 9

Claro que é saudável a valorização da honra, bom nome, reputação; mas, se, “Diante da honra vai a humildade”, como ensina A Palavra, é, justo, o esvaziamento de nossas pretensões naturais que dá azo a que O Eterno nos honre, fazendo-nos, como a morta vara de Aarão, florescer, frutificar. A escolha pode parecer humana, num primeiro momento, como em Moisés, mas, aos que chama, O Senhor se encarrega de testificar.

De Levi, não obstantes eventuais imperfeições, testificou de uma resposta aceitável ao Divino Propósito, disse: “Minha aliança com ele foi de vida e paz; lhas dei para que temesse; então, temeu-me, assombrou-se por causa do meu nome. A lei da verdade esteve na sua boca, a iniquidade não se achou nos seus lábios; andou comigo em paz, retidão, da iniquidade converteu a muitos.” Mal 2;5 e 6

Há diferença entre Escola de Profetas, e escolha de Profetas. Aquela deriva de iniciativa humana; essa, Divina. Os da Escola se viram às voltas com um machado emprestado que caíra no rio; Eliseu, o da escolha, o fez flutuar; os da Escola queriam buscar Elias após seu arrebatamento, apegados ao Homem; o da escolha, se apegou a ele antes, reconhecendo Deus na Sua vida e desejando dons superiores.

Não que haja Profetas como antes; porém, os que Deus Escolhe cumprem um ministério profético, à medida que, por obediência falam somente, Segundo Deus. “Rugiu o leão, quem não temerá? Falou o Senhor, quem não profetizará?” Amós 3;8

Tencionar para si algo diverso da Vontade Divina, como fez Uzias, invés de honra, acaba em lepra. O profeta não busca sua honra, antes, fala como Davi: “Saberão que há Deus em Israel”; De um assim Deus testifica, como fez com Ezequiel: “...saberão que houve no meio deles um profeta.” Ez 33;33


A bem da verdade, Deus comete certo “nepotismo”; Só faz florescerem e frutificarem, Seus filhos, os demais, não passam de varas sem vida.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

O lugar das coisas

“Como joia de ouro no focinho de uma porca, assim é a mulher formosa que não tem discrição.” Pv 11; 22

É lugar comum no meio cristão dizer: “tudo tem seu tempo determinado”. Mesmo os que desconhecem as Sagradas Letras costumam também preceituar paciência, submissão ao tempo para obter o que se espera.

Entretanto, se todas as coisas estão fadadas a ocuparem certo “nicho” no tempo, não podemos ignorar que, a cada uma existe também uma adequação espacial. A reflexão supra aloca algo precioso, uma joia, em ambiente imundo, o focinho de uma porca, o que se mistura à lama, para ensinar que, além de tempo, cada coisa deve adequar-se ao espaço que lhe é coerente para fazer sentido sua existência. É precisamente sobre isso que quero refletir; o lugar das coisas.

Incidentalmente cito uma frase de Spurgeon: “Uma coisa boa não é boa fora do seu lugar.” Bastam dois ou três exemplos para, mesmo a mente mais simples concluir que se trata de uma verdade incontestável.

Cabelos, por exemplo são uma coisa boa? A resposta parece óbvia, uma vez que muitos buscam tonificá-los evitando sua queda, e, os mais abastados fazem até implantes quando começam a cair. Contudo, achemos um fiozinho apenas em nossa comida, e veremos quão má se torna essa coisa boa. Aqueles que possuem uma ortografia mais esmerada, certamente identificam o “mal” que faz uma boa letra usada sem a devida destreza; o mundo virtual está cheio de gente que, ou não sabe, ou, pouco se importa em escrever incorrendo em erros crassos. 

Os pneus dos automóveis igualmente são coisas boas, indispensáveis até; mas, coloquemos um no lugar do volante, por exemplo, presto se tornará um mal; etc.

Cheias estão as páginas bíblicas de exemplos de pessoas que almejaram lugares que lhes não pertencia. Adonias quis o reino que era de Salomão; Saul a função que era de Samuel, quando, temerariamente ofertou sacrifícios invés de esperar pelo profeta; Davi colheu muitas desgraças ao usurpar o lugar de Urias cobiçando a esposa daquele; Geazi ficou leproso por falar em lugar de Eliseu coisas que contrariavam ao caráter santo do profeta; Uzias colheu o mesmo mal ao confundir atribuições de rei com as de sacerdote; etc. Uma expressão moderna que a esse vício define é: Sem noção.

Desgraçadamente, quando alguém erra seu lugar, na maioria das vezes se coloca mais alto que deveria. O Mestre ensinou: “Quando por alguém fores convidado às bodas, não te assentes no primeiro lugar; não aconteça que esteja convidado outro mais digno do que tu; e, vindo o que convidou a ti e a ele, te diga: Dá o lugar a este; então, com vergonha, tenhas de tomar o derradeiro lugar. Mas, quando fores convidado, vai, assenta-te no derradeiro lugar, para que, quando vier o que te convidou, te diga: Amigo, sobe mais para cima. Então terás honra diante dos que estiverem contigo à mesa.” Luc 14; 8 a 10 Assim, se errarmos nosso assento, que seja para baixo.

Embora para o filósofo Ortega Y Gasset, o “homem é o homem e suas circunstâncias”, para a Bíblia, é o homem e seu caráter, evidenciado pelo exemplo, pelo agir, metaforizado como, fruto. “Por seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos? Assim, toda a árvore boa produz bons frutos, toda a árvore má produz frutos maus.” Mat 7; 16 e 17

Afinal, o lugar original do homem no propósito Divino era em comunhão com o Criador; e, antes de se tornar um “sem noção” como hoje, soube após pecar, que era indigno da Face de Deus; com medo, se escondeu. Sabia que santo e profano são excludentes.

Hoje, infelizmente, muitas e muitas porcarias são ditas e feitas “em nome de Jesus”, como se, o Salvador Bendito tivesse pago tão alto preço para acariciar nossas paixões malsãs. Paulo tinha uma ideia mais saudável do lugar das coisas, pois, disse: “Todavia o fundamento de Deus fica firme tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus; qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2; 19

Embora, grosso modo, se equacione por aí, “Santo” com intercessor pós morte, quiçá, milagreiro, para a bíblia é um que se consagra, separa, ainda em vida, das coisas profanas. “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas?... Por isso saí do meio deles, apartai-vos, diz o Senhor; não toqueis nada imundo, e eu vos receberei;” II Cor 6; 14 e 17

Ninguém é obrigado a optar pelo precioso; mas, se o fizer, que se afaste da lama.