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quinta-feira, 26 de julho de 2018

O voto reproduz conforme sua espécie

“A complexidade dos humanos começa pela incoerência; pois, a sinceridade machuca e a falsidade é intolerável.” Luiz Humberto Franciosi Junior

Não gostamos que outros sejam falsos para conosco, tampouco, sinceros? Resta o quê? A maioria das pessoas, os medíocres, sobretudo, não se importa que outros lhes sejam falsos, desde que, seja uma falsidade em “seu favor”; digo; que lhes seja lisonjeira, vantajosa. Como cantou Aguinaldo Timóteo: “Mente pra mim, mas, diz coisas bonitas.”

Muitos tentaram definir o humano em sentenças breves; “Um ente social”; “Um ser gregário”; “Um animal político”, etc. Essas definições apontam para nossa necessidade de relacionamento; sem qualificar, que tipo de relacionamento apreciamos, ou, carecemos.

Os filósofos, Sócrates, principalmente, tinham a coerência como fiadora dos seus argumentos; e, a busca pelo saber era, antes, um conhecimento interior das próprias inclinações viciadas, que, de relacionamento indiscriminado com terceiros; “Conhece a ti mesmo.”

Uma pressuposição implícita num debate era que, a coerência seria cara a ambos os oponentes de modo que, algo tido assente por eles serviria como instância de apelação a qualquer uma, que, eventualmente divisasse a mínima incoerência na fala do opositor.

Óbvio que essa “Ferramenta” é indispensável se, alguém empreender uma busca por Sophia. Como estabelecer um gládio de ideias contra uma “Metamorfose Ambulante” também cantada em prosa e verso, que, a cada instante muda de posição? Alguém honesto intelectualmente debater com um assim seria a tentativa inglória de equilibrar-se com um pé em terra firme, outro, na areia movediça.

Assim, um pleito entre um filósofo e um sofista seria um jugo desigual; aquele faria eventuais concessões a bem da verdade; esse mudaria seu dito a cada nova conveniência, pois, prevalecer no debate lhe seria mais caro que achar a veracidade do ser.

Em nenhum aspecto nossa incoerência é tão pujante quanto, na política. Os fisiológicos do interesse imediato fazem as mais espúrias barganhas, sacrificam valores que diziam lhes ser caros, se, vislumbrarem uma tênue vantagem pontual. Por um favor que vige por uma semana sacrificam quatro anos seus e de toda a nação, vendendo seus favores eletivos como fazem as prostitutas com o corpo.

A cada novo desmando dos poderes constituídos vociferam contra a liderança A, ou, B; manifestam suas decepções e acenam com desejo de mudança. Aí, chegam as eleições, aproximam-se, digo, e os mesmos de sempre figuram como favoritos nas pesquisas. O que foi feito do instante desejo de mudança de outrora? Mudou o desejo, acho.

Outra coisa muito comum entre eleitores; eles conseguem ser contra o aborto votando em abortistas; depreciam à censura, mas, votam em gente nitidamente totalitária; desprezam à corrupção, mas, apoiam corruptos. Acham o capitalismo selvagem, opressor, mas, jamais “socializam” suas posses, por abastados que sejam. São pela partilha igualitária das riquezas, mas, das riquezas alheias.

Um braço significativo da Igreja Católica apoia o Socialismo/comunismo; os da “Teologia da Libertação”. O socialista Evo Morales tentou vetar pregações cristãs, católicas e evangélicas na Bolívia; agora, o também socialista Noriega começa a fechar igrejas cometer assassinatos, violências contra ministros na Nicarágua.

E pensar que há tantos incautos com o discurso distorcido que Jesus “fez opção pelos pobres” tentando “cristianizar” esse sistema assumidamente ateu e ateísta; pois, Karl Marx o criador do monstrengo dizia que a religião é “o ópio do Povo”; isto é, uma droga. Seu alvo é a desconstrução dos valores judaico-cristãos da sociedade; destruição da família e seus valores, entenda-se.

Ora, se eu sou contra o aborto, a descriminação das drogas, a ideologia de gênero, a corrupção, a única forma de votar de modo coerente seria votando em alguém que diga abertamente que tem os mesmos valores que os meus. Senão, trairei a mim mesmo, serei uma fraude.

Mas, a maioria é contra isso, a favor daquilo, sem sequer saber direito por que. Foram treinados a repetir conveniências de pilantras sem pensar, e tudo o que fazem é repartir os “frutos” de tal “treinamento”, malgrado, suas escolhas sejam bem incoerentes, insanas como dar um tiro no próprio pé.

Cheias estão as redes sociais de frases sobre semeadura e ceifa; plantio e colheita; ou, a tal “lei do retorno”; tais que compartilham isso devem pensar que vale apenas para as maldades feitas, não, para as burrices; como se, o voto não fosse uma semente, e o trabalho de eventual eleito, o fruto.

Aliás, o determinismo biológico vem desde a Criação, quando, O Criador ordenou que todos os seres vivos reproduzissem “conforme sua espécie”. Eis a Coerência de Deus!

Eu sei, deveria ter chamado aos incautos, eleitores de pilantras, de politizados. Eles curtiriam e me achariam “legal”; mas, eu me olharia no espelho e me acharia um patife. A consciência não pode ser incoerente; por isso, tantos, cauterizam-na.

quinta-feira, 19 de julho de 2018

A Democracia é Grega?

“O diabo foi o primeiro democrata.” George ( Lord ) Byron

Havia um Governo Teocrático estabelecido; o canhoto chegou propondo “igualdade”. “Sereis como Deus”.

Que há de errado com a igualdade? Nada. Soa bem justa, até, quando, não se trata de uma mentira. Pois, como disse Aristóteles, “A pior forma de desigualdade é considerar iguais às coisas que são diferentes.” Entre homem e Deus, nem se fala.

Muitos vendo os privilégios dos “representantes do povo” dizem que, malgrado a Constituição reze que “Todos são iguais perante a Lei”, há uns “mais iguais que os outros.”

Consagrou-se pela repetição um erro de dizer que os gregos foram os inventores da democracia. E não? Bem, Aristóteles era grego; veja acima suas palavras.

Platão defendia que a sociedade possui almas de três naturezas distintas; bronze, prata e ouro. As brônzeas seriam aptas aos trabalhos braçais, comuns; camponeses, sobretudo; as argênteas (de prata) seria a burguesia, artesãos, médicos, advogados, etc. Os de almas áureas, os filósofos.


Pelas próprias figuras usadas, podemos ver quem ele esposava que deveriam ser os governantes das cidades-estados. Os mais sábios; os demais, não teriam aptidão para tal.

Assim, sem forçar a barra, numa abordagem superficial, já podemos ver, que, dois ilustres entre eles defendiam a aristocracia; o governo dos melhores.

Todavia, o pensamento grego não se limitava a Platão e Aristóteles. Tinham problemas cotidianos, em suas Polis (cidades) e para isso convocavam as Ekklesias, assembleias populares, onde, os incumbidos da gestão eram escolhidos dentre todos os cidadãos.

Temendo corrupção em eleições com campanhas, onde, aliciamentos, conchavos, abuso do poder econômico, etc. poderiam guindar um injusto ao poder, criaram uma engenhoca chamada Kleroterion, que, embora fosse mecanicamente diferente, na prática funcionava como um globo desses usados em bingos; escolhiam os “eleitos” por sorteio.

Assim, todos, de fato, concorriam com chances iguais, e quem fosse escolhido uma vez, ficava de fora de sorteios futuros; não havia “reeleição”. Eis a democracia que usavam!

Outro dia um amigo me disse: “Respeito tua moral, valores, ideias, saber... mas, concorra a vereador defendendo-os e verás quantos votos farás”. Eu sei, respondi. Para a “democracia” como está, quem não usar mentiras, promessas fabulosas, barganhas fisiológicas não se elegerá a nada, infelizmente. Lembrei-me de Sócrates o filósofo que admitia sem rodeios, que seria um fiasco se pretendesse exercer política pela falta dessas “qualidades”.

Pois, já havia contextos em que sofistas seduziam incautos com seus discursos para interesseiros fins, o que os filósofos depreciavam.

Quanto a nós o que podemos é buscar o mal menor que, vemos subjacente em ideologias, bandeiras; mas, a rigor, nenhum homem é plenamente capaz de governar sobre outro, pois, precisaria de uma superioridade essencial que lhe falta; em essência, dignidade, é rigorosamente igual, embora, em cultura, valores, aptidão, possa ser diferente, mais apto. O mais sábio dentre os homens disse que há “... tempo em que um homem tem domínio sobre outro, para desgraça sua.” Ecl 8;9

Mas, o que estou propondo, então? Que façamos nossas escolhas por sorteio? Não. Na verdade não estou propondo nada. Apenas rasgando alguns véus para que apareçam as coisas como são.

O mundo tem vera ojeriza à verdade; constrói versões convenientes com a “filosofia” de Goebbels o propagandista do Nazismo o qual dizia que, uma mentira repetida à exaustão tornar-se-ia verdade. Não! Mas, para incautos sim. Che Guevara, o fuzilador de inocentes, assassino de crianças é um “Ícone libertário”; e o terrorista igualmente assassino, Nelson Mandela, um “pacifista moderado” exemplo de estadista. “Sabe de nada inocente!”

Na verdade, o Capiroto o pai da “Democracia” a está usando, manipulando resultados, fomentando revoltas, misérias, morticínios, maquinando assaltos ao poder, tudo para que, entornando o máximo possível o caldo político entre as nações, seu representante, o Anticristo, seja mais que aceito, seja desejado como governante mundial.

O Reino de Deus não foi vencido; apenas suspenso temporariamente enquanto, a longanimidade do Rei espera a adesão de mais súditos ainda.

Por aqui temos meras embaixadas, os escolhidos para Tal, não são por votos nem sorteio; O Próprio Rei enviou Seu Espírito que implanta de graça Suas qualidades, depois escolhe gestores pelas qualidades que “têm”; “Convém que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar... também que tenha bom testemunho dos que estão de fora, para que não caia em afronta; no laço do diabo.” I Tim 3;2 e 7

Para os políticos de carreira os cargos são para sua boa vida, danem-se os outros. Para um servo de Deus, seus dons são para um dever sagrado, onde, anseios seus não são melhores que os alheios.

Todos são candidatos, mas, eleitos só os que respondem ao Divino apelo; “muitos são chamados, poucos, escolhidos.”

sábado, 23 de junho de 2018

O Saber dos Meninos

“Melhor é a criança pobre e sábia, que o rei velho e insensato, que não se deixa mais admoestar.” Ecl 4;13

Se cotejarmos uma criança com um ancião necessariamente veremos uma vida totalmente formada, e outra, em construção. Entretanto, essa, inda insipiente e incipiente, isto é; que não sabe e está começando, se diz que é sábia; melhor que o outro que já escalou o cume no pico do tempo. Por quê?

Como estamos diante de um provérbio antitético, (que confronta duas coisas opostas) e, a insensatez do rei velho deriva do fato de não se deixar mais corrigir; presumir que sabe de tudo; então, necessária é a conclusão que a “sabedoria” da criança é justo, isso; uma índole dócil ao ensino, à correção. Sua sabedoria ainda é em princípio, não, essência. Ou seja, não sabe das coisas, mas, sabe disso, e se dispõe a escutar quem sabe. Essa é melhor à medida que pode beber na fonte de Sophia, enquanto aquele, sequer identifica a necessidade disso.

Deveria ser uma coisa absolutamente natural, desejar aprender, contudo, nem sempre é assim. Em nossos dias, o poste mija no cachorro. A ignorância perdeu a modéstia há muito; em muitos casos, quem menos sabe é que mais fala, poluindo ao higiênico espaço do silêncio com o seu lixo passional, presumindo que repetir fonemas alheios equivalha, a saber.

As facilidades tecnológicas fazem vasto dano psicológico, à medida que, permitem a encenação de algo alugado, como se, fosse nossa propriedade.

Uma distinção é necessária a respeito do que abordamos para dirimir eventual ruído; conhecimento não é sinônimo de Sabedoria; não, da que abordamos aqui. Conhecimento é uma aquisição de meios externos; Sabedoria, o exercício de um dom interior a palpitar no espírito, na mente; que, como disse Plutarco, não é um vaso para ser cheio, mas, um fogo a ser aceso.

Além de intelectual tem seu “princípio ativo” espiritual; “O temor do Senhor é o princípio do conhecimento; os loucos desprezam a sabedoria e a instrução.” Prov 1;7 Em mais uma sentença antitética, temos em oposição aos sábios, não, os ignorantes, mas, os loucos.

E, como disse outrem, “reconhecemos um louco sempre que vemos, nunca, quando o somos”; essa incapacidade de auto-conhecimento das próprias limitações faz os “reis velhos” inferiores a outros que as identificam. Nossos erros, os alheios, as vicissitudes da vida, tudo nos ensina, se, tivermos em nós essa propensão ao aprendizado, senão, “mataremos aula” na escola da vida.

Engana-se quem pensa que, quem escreve algo assim esteja acima, vendo de fora as misérias alheias. Aí seria mais um “rei velho” apenas; também tropeço em minhas ignorâncias e careço desesperadamente aprender. O problema é encontrar as fontes onde isso é possível. Dado esse passo ditoso é só silenciar ante quem sabe, e buscar haurir o possível de quem tem para dar.

Entretanto, nosso sistema educacional está tão comprometido que, mesmo a difusão do conhecimento anda tropeçando no meio-fio da parcialidade ideológica. Que dizer da sabedoria, que normalmente viça adubada por idôneos referenciais e hígidos valores?

A grande bronca de Sócrates contra os sofistas, era que, fazendo eles, uso da retórica persuadiam seus ouvintes, invés, de iluminá-los; seu labor, dizia, produzia crença sem ciência. A sabedoria espiritual, invés da “fé cega” como dizem, estimula a conhecermos Aquele no qual cremos, e de onde vem a vera Sabedoria. “Então, conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor; Sua saída, como a alva, é certa; e Ele a nós virá como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra.” Os 6;3
Em nenhuma área encontramos mais “reis velhos” que, quando abordamos temas espirituais; a maioria acha que a coisa é como futebol, ou, política que, cada qual tem sua opinião; todas são igualmente válidas. Não. Em se tratando de Palavra de Deus, tão somente Ela é válida nas diretrizes da vida. “... todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; se, alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará sua parte do livro da vida...” Assim Deus encerra Sua carta de amor e justiça.

Os convertidos são desafiados a crucificar ao Rei Velho com suas inclinações; “Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais nova massa...” I Cor 5;7 Pois, “... qualquer que não receber o Reino de Deus como menino, de maneira nenhuma entrará nele.” Mc 10;15

Salomão tido como o mais sábio dos homens, disse que os “sábios” humanos são apenas canais de Deus. “As palavras dos sábios são como aguilhões; como pregos bem fixados pelos mestres das assembleias, que, nos foram dadas pelo Único Pastor.” Ecl 12;11

terça-feira, 5 de junho de 2018

O Desprezo por Sophia

“Come mel, meu filho, porque é bom... é doce ao teu paladar. Assim será para tua alma o conhecimento da sabedoria; se, a achares, haverá galardão para ti, não será cortada a tua esperança.” Prov 24;13 e 14

Como mel ao palato seria à alma, a sabedoria. Lembro um amigo que, criticando meu uso de molho de pimenta na comida dizia: “Paladar estragado”. Pois, observando a geração atual e seus laços com o saber a impressão que dá é que tem problemas de paladar.

Quando entram num pleito qualquer, pouco importa se os argumentos, (quando usam) têm violação lógica, perversão dos fatos, ou, desonestidade intelectual; se, o mesmos servem de arrimo às suas paixões, agarram-se a eles como tábua de salvação, ou, arma de ataque ante oponentes.

Em questões de saber, nenhum é uma obra acabada; todos nós estamos na escola. Quem se recusa a rever posições, se, convencido por argumentos opostos, ou, mesmo, a ouvi-los, assemelha-se ao cavalo com tapa olhos, ao qual apenas a visão que interessa ao seu dono é permitida. Desse calibre, os fanáticos políticos, religiosos... Ora, um homem intelectualmente livre não tem donos; tem princípios, valores, ética.

“Tudo o que sei é que nada sei” célebre frase de Sócrates, que, nem sempre é bem compreendida; ele sabia muito; era tido como o mais sábio de Atenas. Isso era o cerne de seu método de ensino, que estimulava os pupilos a chegarem a conclusões por si mesmos, invés de seguirem cegamente um guru que lhes dissesse como as coisas são a despeito de entenderem que são, deveras, assim.

Ele sempre desprezou a retórica persuasiva e vazia dos sofistas que produzia crença sem ciência; fé sem entendimento. Então, quando um deles elogiava um valor qualquer, justiça, nobreza, verdade, etc. o filósofo colocava-se como aprendiz do tal, enchendo-o de perguntas para que, ele falasse de si mesmo, o que entendia ser a virtude que esposava.

Caso se revelasse impreciso, ou, ignorante do que afirmava, ele, sempre com o método dialético levava ao aprendiz a descobrir sua incoerência ou imprecisão em suas próprias palavras, ao responder questões paralelas, cuja lógica servia de modo diáfano, ao assunto em apreço.

Resumindo: Ele não queria produzir crença sem ciência, tipo; vão por mim, sei o que digo. Antes, queria exercitar os cérebros aprendizes de modo que, tivessem participação ativa se fizessem “co-autores” do próprio saber, invés de meros papagaios repetidores de sons ouvidos alhures.

Afinal, se, como disse Salomão, Sabedoria acarinha ao “palato” da alma com sabor de mel, seria egoísmo de Sócrates se ele furtasse seus discípulos desse deleite.

Dois sintomas de ignorância saltitam nos perdigotos da geração atual; são espinhosos, avessos ao ensino; e, ignorantes engajados, repetidores de mantras que sequer conhecem o real sentido. Algo de muito errado há em nossa educação.

Isso no prisma filosófico; ortografia é melhor nem falar. Cheias estão as redes sociais de, “fica na sua, não se meta com minha vida, pague minhas contas ou cale a boca”, etc. isso e muito mais, que, como sebe de espinhos guarda o castelo dos apedeutas, onde, príncipes e princesas da ignorância não querem ser incomodados.

Porém, caso ousem altercar com outrem, e ousam muito, como não podem pilotar a clássica nave dos argumentos, usam a tosca funda de atirar mantras, chavões; “Fascista, nazista, homofóbico, reaça, fundamentalista, radical, burguês, elitista...”

Intentar debater com eles usando método filosófico que prima pela honestidade intelectual, que faz concessões aos fatos e aos bons argumentos é perder tempo. Nada disso tem valor ante tais sábios que não passam de robôs de vomitar mantras, convencidos que são o supra-sumo da politização; e quem não comunga das suas bandeiras só pode ser um “analfabeto político.”

Sempre recorro a Plutarco: “A mente não é um vaso para ser cheio; é um fogo a ser aceso.” Esses têm seus vasos repletos de velharias acumuladas em bancos escolares; foram privados de acender o fogo do saudável raciocínio.

Os que dizem que a fé e cega imaginam erroneamente que Deus anseia um amontoado de robôs programados para dizer: “Eu creio”.

Antes, nos deu Sua Doutrina, exortou-nos a aprender, e adverte que sem isso seremos destruídos. “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também te rejeitarei...” Os 4;6 e “... os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento; da sua boca devem os homens buscar a lei...” Mal 2;7

Além da aversão ao saber, aprenderam aversão a Deus e Sua Palavra; Perguntemos a um viciado se ele prefere cocaína, ou, mel... Assim está essa geração de paladar estragado.

“Oh! quão doces são tuas palavras ao meu paladar, mais doces do que mel à minha boca.” Sal 119;103

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

As razões de Deus

“Ele ( O Senhor ) reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade”. Prov 2;7

O falso imitando ao verdadeiro vem de larga data; na Grécia antiga tínhamos sofistas combatendo os filósofos; no Israel de antanho, os falsos profetas opondo-se aos servos do Eterno.

Por que o falso não cria algo original, uma falsidade “zero kilômetro” invés de sair imitando ao verdadeiro? Bem, ele pode fazer isso, contudo, amiúde, prefere herdar a reputação, eventuais benesses de algo pronto, que imita.

Assim, profetas de Baal alegavam profetizar pelo “Espírito do Senhor”; tanto que, um deles, que feriu a Micaías perguntou por onde passara o Espírito do Senhor, de si àquele, de modo que profetizasse também. Em nossos dias, os defensores de suas religiões, por espúrias que sejam, advogam, que todas são boas, no fim, levam a Deus. Poderiam dizer que é mero hábito cultural, com fito de viver melhor, mas, no fim do arco íris, o foco seria a relação com Deus.

Ora, religiões, por úteis que pareçam, são resultado de esforços humanos na tentativa de, à humana maneira, abrirem caminho rumo a Deus. Jesus Cristo é o Amor Divino manifesto, O Próprio Caminho aberto, trazendo junto “placas de sinalização”, Sua Palavra, que orientam nossa caminhada.

Estabelecido isso, os falsos que não abdicam de suas naturezas perversas, sabedores da reputação do Salvador, disseminam suas falsidades “em nome de Jesus”, pois, assim, ante incautos ganham o desejado prêmio de parecer verdadeiros.

O surrado, “aparências enganam” tem um paralelo psíquico mais venenoso ainda; sensações, sentimentos. As pessoas frequentam determinados antros de heresias, dizendo que lhes faz bem, que sentem-se melhores depois de ir lá, como se, o alvo de Cristo fosse esse. Ora, o fumante fica nervoso à abstinência, mas, fumando um, “acalma”; tal “nervosismo” é reflexo do organismo viciado em nicotina, acusando no “sinal do painel” que precisa reabastecer. O danoso consegue disfarçar-se de bom em consórcio com a sensação, por ele, domesticada. Assim, os falsos fazem suas vítimas sentirem-se melhor.

O triunfo do agradável sobre os fatos foi versado por Fernando Pessoa: “Tens um anel imitado, e vais contente de o ter; que importa o falsificado, se é verdadeiro o prazer?” Essa mesma lógica se faz algemas de quem prioriza as enganosas sensações, malgrado, a origem.

Primeiro, sendo eu, mau, tal qual, sou, ao encontrar com Aquele que não cometeu pecados, terei uma visão mais ampla da minha maldade; um sentimento de tristeza, arrependimento há preceder, eventual conversão. Feito isso, a alegria de ser perdoado, os primeiros respiros do novo nascimento; aprendidos os primeiros passos, concorrem “as aflições de Cristo” das quais, os salvos são herdeiros também. Não é agradável, é necessário.

Cristianismo não é o império das sensações boas, antes, a escola teórico-prática do conhecimento de Deus na Face de Cristo, em meio a perseguições, incompreensões, dores.

O verso inicial adjetiva sabedoria como escudo, arma de defesa. Essas, são necessárias quando sofremos ataques. Quanto mais próximos do Verdadeiro estivermos, tanto mais, incomodaremos aos falsos. Um ministro teologicamente sadio é a “marca d’água” que desnuda imitadores; isso, lhes incomoda.

Pois, se, por um lado, salvação não depende de sabedoria, mas, de fé, essa, uma vez nascida há de desejar ardentemente conhecer melhor àquele que se fez seu alvo. A isso está atrelada a vida do salvo; não é mero deleite. “A vida eterna é esta: que conheçam a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” Jo 17;3
Em dias idos, esse lapso foi fatal: “Meu povo foi destruído, porque lhe faltou conhecimento...” Os 4;6

Quando nos apresentam alguém, normalmente dizemos: “Prazer em conhecer”, quando, estamos apenas encontrando, falando pela primeira vez; conhecer é mais profundo e demorado. A gentileza em inglês fica melhor. “Nice to meet you”. “Bom encontrar você.”

O “problema” de conhecermos melhor a Deus, é que, paralelamente conhecemos melhor a nós mesmos. Isso incomoda um pouco, mas, pra quem decidiu “negar a si mesmo” paulatinamente vai entendendo as razões do Eterno. O “cara legal” que eu pensava ser, é tão ruim que precisa mesmo ser morto, para que Cristo viva em mim. Minha vida dupla sempre será palco de disputas, rivalidades. “Mas, como então, ( nos dias de Abraão ) aquele que era gerado segundo a carne perseguia o que o era segundo o Espírito, assim é, também, agora.” Gál 4;29


Carne peleja para que escolhamos as coisas que lhe aprazem, inda que, mortais; Espírito, as que agradam a Deus, mesmo que soem desagradáveis. Por isso, a sabedoria espiritual não tem conexão com neurônios privilegiados, inteligência; antes, com caráter, e esse, submisso a Deus. “Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos.”

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Geração bem in-formada

“A educação tem raízes amargas, mas, seus frutos são doces.” ( Aristóteles )

Se desse para pularmos essa etapa amarga indo direto à doçura, na linguagem moderna seria, um “upgrade” um salto de qualidade, desfazendo a rigidez do método antiquado.

Todavia, como verossimilhança não é verdade, informação não é formação. Qualquer um pode consultar “Di grátis” ao Dr. Google, e sair explicando ao médico as causas do Diabetes, Labirintite, Apendicite, etc. Mas, quem tem formação para cuidar do caso?

Sócrates, o filósofo, tinha seus pleitos contra sofistas, pois, esses, no pleno domínio da retórica poderiam fingir que entendiam tudo, mais que, os veros entendidos; de saúde, mais que o médico; da arte bélica, mais que o soldado; de escultura, mais que o artesão; quando, deveras, entendiam apenas da arte de fingir. Qualquer semelhança com os políticos de hoje não é coincidência; é mesmo, o triunfo do verossímil sobre o verdadeiro.

Quando se trata de “control C control V” qualquer um exercita-se em grandes coisas; mas, peça-se, mera redação no ENEM, por exemplo, e, a formação será jogada de volta ao fundo do vale de onde nunca saiu. A facilidade de domesticar meios antes de domar a si mesmo, tem colocado pilotando canhões, gente que inda não sabe usar uma funda.

A boa formação faz “maciços;” informação pode fazer envernizados. Num contexto onde verniz serve seremos úteis; mas, onde a demanda for por conteúdo, tendemos a “pagar mico”.

Aqui onde vivo havia meia-dúzia de redutores eletrônicos de velocidade, que, por alguma razão foram removidos; manutenção, mudança de regras, sei lá. Mas, sempre que me aproximo de onde ficavam, automaticamente reduzo abaixo dos 40 Km por hora que era permitido. Depois que faço isso me dou conta que não mais estão lá as câmeras. A formação faz isso com nossas almas; “condiciona” nossos reflexos, tanto na esfera dos valores, educação, quanto, conhecimento.

Aí, em nosso mirante atual, alguém público é acusado de um ilícito qualquer, tráfico de influência, corrupção. Em sua “defesa” uns dizem que fez muito pelo país, deve ser respeitado. Qual a leitura? Que alguém que fez isso está cima de Lei, mera investigação equivale a desrespeito. Outras “defesas” acusam oponentes de terem feito coisas semelhantes, muitas vezes, recorrendo à calúnia. Qual a lógica? Fez, mas, beltrano também fazia.

Assim, a “moral” disseminada é que, se fizer coisas boas tem crédito para as más; ou, se nivelar por baixo a falta de caráter, tudo bem. Pior que essa crise absurda de valores, é encontrar pessoas que mesmo tendo sido vítimas dos tais coisas, ainda defendam esses argumentos.

Se, eu for acusado de estupro, disso deverei me defender; com provas, álibi, testemunho, o que tiver; contudo, se invés disso eu sair acusando meus acusadores de serem frígidos, contra o prazer, ou, afirmar que já fiz bem a muitas mulheres, não vai me inocentar, tampouco, essa gororoba retórica equivale a uma defesa.

A glamurização da ignorância, o culto à esperteza em lugar do caráter, fanfarrice em lugar dos fatos, pode funcionar durante determinado tempo; porém, as consequências sempre surgem, testemunhas verdadeiras que com seu dito, acabam desnudando às causas.

Para serviço público de quarto, quinto escalões para baixo se requer preparo, esmero; acessa-se mediante concurso, mérito. Daí pra cima, triunfam os retóricos, mentirosos, espertos; quem for melhor em debates, discursos, vence, ocupa lugares no topo, e indica segundo e terceiro escalões, baseado em identificação partidária, troca de favores fisiológicos.

Insano sistema que exige competência para funções secundárias, e safadeza para as essenciais. Esse “centauro” invertido, onde o corpo é humano e a cabeça animal tende a caminhar aos solavancos, pois, sua anatomia o prejudica, o corpo padece a falta de coordenadas lúcidas, e carrega peso desproporcional.

Mas, por quê triunfam as “nulidades” como denunciou Ruy Barbosa? Porque o paladar da geração informação está condicionado a até arquivar algumas, seletivamente, e descartar milhares; entretanto, não está apto a identificar, discernir a essência das coisas.

As palavra são usadas de modo oposto ao seu significado, e tem muitas amebas que, invés de denunciarem ao estupro da lógica, saem em coro em defesa dos estupradores. Assim, fundem democracia e ditadura ao sabor dos gostos, não dos fatos; legalidade e golpe, pelo mesmo critério; crimes pontuais com discordâncias ideológicas, etc.

Então, esse “rico” filão, da insipiência atuante, da ignorância sem modéstia, além de fazer a fortuna dos políticos safados, faz também a de mercenários, falsos profetas, pois, o mesmo que se faz na política, muitos fazem em igrejas.

Porém, se a questão é de raízes como disse Aristóteles, e todos estão já frutificando, só um milagre quebraria tal paradigma; temos o país que merecemos, pois, se essa é a colheita, isso foi plantado...

domingo, 18 de outubro de 2015

Hábitos noturnos

“Ele ( Deus ) reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade” Prov 2 ; 7

Interessante definição da sabedoria como arma de defesa, um escudo. Mas, quem atacaria uma dama assim, tão nobre? Alguns predicados podem nos oferecer certos indícios. Seus hospedeiros, os retos; a qualidade em relevo, verdadeira. Desse modo, parece lógico inferir que, há uma “sabedoria” falsa nos depósitos de pessoas da caráter tortuoso.

Já nos diálogos de Platão encontramos vários gládios entre filósofos e sofistas; aqueles, garimpeiros da verdade; esses, meros manipuladores de homens, via retórica persuasiva, produtora de verossimilhança. Sócrates os acusava de produzirem crença sem ciência; adesão sem entendimento.

Qualquer semelhança com os políticos corruptos de hoje não é coincidência, antes, o superlativo da arte, em plena atuação.

O exemplo clássico de sofisma é partir de premissas verdadeiras para induzir à conclusões falsas. Assim: “O cão tem quatro pernas; o cão anda. A mesa também tem quatro pernas, logo...” Percebem a malícia?

Seguido ouvimos: “O PT está no poder há treze anos; corrupção sempre existiu; o PT não inventou a corrupção...” E aí, cacete? Também não inventei o adultério, isso não me autoriza a “cantar” minha vizinha!

Que sensação horrível ser governado por gente muito pior que a gente! Pessoas que não receberia em minha casa são pagas, também por mim, para viver num palácio.

Outro dia, a Presidente desafiou a quem teria moral para atacar sua honra. Não bastasse terem acanalhado palavras como, república, democracia, agora apatifam mais duas, moral e honra. Ora, a desonra é tal, em face às mentiras usadas na sua campanha, sem falar na roubalheira, que só se atreve bravatear assim ante plateias amestradas, escolhidas a dedo para gritarem em forma de mantra, mais um crasso sofisma: “Não vai ter golpe”!

Ora, golpe seria o uso da força e meios inconstitucionais pra chegar ao poder; impeachment é um instrumento da lei para punir autoridades que descumprem-na. Por que não testa sua honra ante plateias normais num estádio de futebol, por exemplo?

Outro sofisma gasto pela choldra é: O único meio legítimo de chegar ao poder é via urnas, voto; a cantilena do tal “terceiro turno”. Ora, mas, não é verdadeiro isso? É. Mas, verdade fora do lugar presta serviço à mentira. O que está em jogo não é a chegada de alguém ao poder, sequer sabemos quem chegaria; antes, a punição de quem chegou lá por meios escusos, ilícitos.

Agora cobram célere punição de Eduardo Cunha, que estaria envolvido em corrupção também. Pois é, se está, seja exemplarmente punido; mas, Aloísio Mercadante, Edinho Silva, a Presidente com seu estelionato, o Molusco que amealhou fortuna pra si e seus filhos ficam de fora? Vale só conta Cunha que tem autoridade pra deflagrar o processo de impeachment? Esse é o senso de moral e de honra dessa gentalha que instrumentalizou ao STF com “ministros” vermelhos, e colocou na PGR Rodrigo Janot a serviço do partido, não, da justiça.

Minha decepção vai à estratosfera quando deparo com textos de gente de bem que foi cooptada pelo discurso fajuto desses párias, e não consegue se libertar mais. Os defende, roubem quanto roubarem. Se, a vera sabedoria citada no princípio é uma dádiva que Deus reserva aos retos, algo ainda está torto em tais mentalidades; talvez, a escala de valores.

Tiago também dissocia a astúcia, esperteza, da veraz sabedoria, diz: “Quem dentre vós é sábio e entendido? Mostre pelo seu bom trato as suas obras em mansidão de sabedoria. Mas, se tendes amarga inveja, sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade. Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica. Porque onde há inveja e espírito faccioso aí há perturbação e toda a obra perversa.” Tg 3; 13 a 16

Sentimento faccioso contra a verdade; eis o “espírito” que anima aos gritadores de mantra sofísticos!

A armadura espiritual, aliás, é prescrita, justo, para tais desvios do sofista mor e seus sequazes. “Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas, poderosas em Deus para destruição das fortalezas; destruindo os conselhos e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus...” II Cor 10; 4 e 5

Contudo, diria alguém, religião e política não se discute; seu texto funde ambas. Eis aí um sofisma mais, de gente que, por falta de argumento, “promove a paz” tentando silenciar no outro, as vozes da própria consciência.

Não há assuntos proibidos quando o escopo é a verdade. A luz é proveitosa para os retos, como as trevas o são, para os ladrões. O sol não tem culpa dos hábitos noturnos de certos bichos.

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

A Luz, e os Dark Blocks



“De madrugada levanta o homicida, mata o pobre e necessitado, de noite é como o ladrão. Assim como o olho do adúltero aguarda o crepúsculo, dizendo: Não me verá olho nenhum; oculta o rosto, nas trevas minam as casas, que de dia marcaram; não conhecem a luz. Porque a manhã para eles é como sombra de morte; pois, sendo conhecidos, sentem pavores da sombra da morte.” Jó 24; 14 a 17

Jó pinta ímpios como seres que se sentem bem no escuro, com máscaras, e, assustados à luz. O Salvador reiterou noutras palavras: “E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3; 19 e 20 

Entretanto, não devemos ter uma compreensão superficial dessa luz. Não se trata de um viés simplista tipo, noite versus dia; antes, esses, são figuras, ilustrações de se ter luz, ou, estar privado dela. O clássico dito que as aparências enganam brotou da autocrítica popular que, em dado momento descobriu-se no escuro; sem discernimento.

O teatro das aparências consegue disfarçar monstros, drogar neurônios, submeter a razão às paixões a toque de caixas, como fez o PT na campanha eleitoral, por exemplo. Aécio dizia que o cenário demandava medidas amargas; acusavam-no de querer aumentar os juros, tarifas, combustíveis, uma vez que, ele seria candidato do ricos. 

Pois bem, passados dez dias das eleições o PT fez tudo isso que acusava ao adversário de intentar; incendiou as paixões de seus seguidores que votaram “venceram” comemoraram e foram dormir. 

Na verdade, estavam assim já, pois, quem os lidera lança mão de trevas, em lugar de luz. Trevas até podem despertar paixões, diverso da luz que dá azo ao entendimento. 

Sócrates, o grego, depreciava cabalmente aos sofistas, a antítese dos filósofos. Esses laboravam para iluminar, produzir ciência; aqueles, para convencer, produzir crença. Assim, se aos filósofos interessava nada menos que a verdade, aos sofistas bastava a verossimilhança, obreira do engano. Com armas assim, a campanha do PT convenceu aos seus.

Apesar das acusações dos céticos, Deus nunca desejou que crêssemos sem entendimento; antes, exortou que buscássemos; ordenou que os apóstolos fizessem discípulos, ensinassem; e denunciou uma geração que pereceu por omissa nisso. “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também te rejeitarei...” Os 4; 6  

O Criador permitiu que nossos crânios tivessem cérebros porque quer que os usemos. Que busquemos luz. Claro que a Luz do Cristão não é uma coisa vaga, sem objeto, mera destreza intelectual; antes, conhecimento de Deus, Seu Ser, Sua Vontade, expressos em Sua Palavra.   Lâmpada para os meus pés é tua palavra, luz para o meu caminho.” Sal 119; 105  

O Eterno é Ético, Educado, Coerente; Nunca viola a vontade humana. Alguém já ouviu falar de “possessão pelo Espírito Santo?” Não. Todavia, possessão maligna é comum como uso do til em João. 

O que o espírito maligno faz com almas ímpias, os sofistas fazem com uma das faculdades da alma, a mente. Tomam à força. Feito isso, as outras faculdades, emoção e vontade, facilmente sucumbem; assim, as vítimas do engano em certo grau são “possessos” também. Se, não por um espírito mau, por predicados, ensinos de origem má.

Quanto ao Espírito de Deus, somente após a livre anuência dos que ouvem a Boa Nova, passa a residir nos Salvos; ainda assim, respeita as escolhas humanas, mesmo que possa se entristecer. “...depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação;  tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo...” Ef 1; 13

Vem para auxílio, mas, delega ao ser humano as escolhas; ainda, Paulo aconselha: “E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o dia da redenção.” Ef 4; 30 

Assim, o trabalho do Espírito Santo é ampliar nosso entendimento sobre o que Cristo Fez, auxiliar-nos; se cooperarmos, nos aperfeiçoará: “Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo;” Fp 1; 6 

A luz espiritual é progressiva na senda dos que escolhem a justiça; “a vereda dos justos é como a luz da aurora; vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” Prov 4; 18

Diversa da luz natural que faculta ver sem compromisso, a espiritual requer  andar conforme. “se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado.” I Jo 1; 7

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Fé, ou burrice emocional?

“E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.”  “Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.” Jo 1; 5 e 11
 
Na introdução de sua narrativa evangélica, João apresenta dois problemas quando do advento do Verbo feito carne; um intelectual, “não compreenderam”; outro, volitivo; “não receberam”.

 Embora seja possível crer sem compreender, instintivamente, não parece ser esse tipo de fé que o Senhor busca. “Porque o coração deste povo está endurecido; ouviram de mau grado…  fecharam seus olhos; Para que não vejam…, ouçam … compreendam com o coração,  se convertam, e eu os cure.” Mat 13; 15
 Outra vez, o problema intelectual, compreender antes da conversão.

Muitos agem como se possuir determinada receita curasse sua enfermidade, mesmo sem provar o remédio. Seguido ouço a citação do “conhecereis a verdade e a verdade os libertará” dos lábios de gente que, notadamente não a conhece. 

Acontece que, antes dessas palavras, tem mais algumas que convém considerar; “Jesus dizia, pois, aos judeus que criam nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos;” Jo 8; 31. Mesmo os que criam, deveriam permanecer na Palavra, para serem aprendizes, e, aprendendo, se tornariam livres. É possível, pois, crer, e seguir amarrado à ignorância.

Em seus dias, o filósofo Sócrates já depreciava a arte dos sofistas, pois, produz crença sem ciência; os políticos são legítimos representantes daquela classe; mas, infelizmente, muito do que circula no meio dito evangélico, se enquadra nesse perfil.

Gente que crê num líder que idolatra, numa heresia que aprendeu amar, ou numa denominação com a qual acostumou. Ao invés de peregrinar no meio cristão como aprendiz dedicado da sã doutrina, traz “na ponta da língua” coisas que ouviu alhures, decorou sem compreender.

Os ministérios alistados em Efésios não foram preceituados para ensinar idiossincrasias, formar imitadores de ídolos humanos, mas, para um fim nobre, sublime; “… o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; Até que todos cheguem à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente.” Ef 4; 12 a 14
 
Precisamos acostumar com o óbvio; verdade é verdade, mesmo em lábios ímpios; sofisma segue sendo o que é, até em ambientes “góspeis”. 

Infelizmente, quem está em apreço conta mais do que o quê está sendo apreciado. Assim, o ídolo é defendido, não a verdade. Paulo ensinou diferente: Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema.” Gál 1; 8 Para ele, mais importante que anjo ou apóstolo ser o mensageiro, era o teor da mensagem.
 
Certa vez ouvi de um cretino que era “pregador” o seguinte: “Quando estiveres sem mensagem basta dizer que está vendo um anjo, que a igreja se empolga”.  Ora, anjo é mensageiro; e, mensageiro é para se ouvir, não para ver. Quem está incumbido do púlpito é o “anjo” da vez, para ajudar a “ver” melhor a Vontade de Deus expressa em Sua Palavra.

Vontade que tem sido vilipendiada por interesses mesquinhos. Não poucos deixam seus rebanhos atraídos pelas luzes de Brasília, e ainda “espiritualizam” suas escolhas dizendo aos seus seguidores que foram lá combater às “potestades espirituais” que dominam a nação.


Ora, quando alguém se rebela contra o propósito de Deus para sua vida, não combate contra uma potestade, acaba lutando contra o Todo Poderoso.  “Mas eles foram rebeldes, e contristaram o seu Espírito Santo; por isso se lhes tornou em inimigo, e ele mesmo pelejou contra eles.” Is 63; 10 

Deus já tinha falado, não! Mas, Balaão orou de novo como que, pedindo “licença para pecar”… O Eterno “concedeu” que ele fosse profetizar maldições por ouro; aí a extrema humilhação; quem rejeitou a instrução de Deus, acabou tendo que aceitar de uma mula; ela viu o anjo, mas, o anjo da morte.
 
Não carecemos de novos Messias; mas, melhores expoentes do Único. Afinal, desde os dias do Velho Testamento Deus já anelava que os seus fossem conhecidos também pela sabedoria; deu ensinos precisos e acresceu: “Guardai-os pois, e cumpri-os, porque isso será a vossa sabedoria e o vosso entendimento perante os olhos dos povos, que ouvirão todos estes estatutos, e dirão: Este grande povo é nação sábia e entendida.” Deut 4; 6

Todavia, a história mostra que o povo não cumpriu; o que deu azo ao lamento do profeta Oséias: “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento;” Os 4; 6

“Volta teu rosto sempre na direção do sol, e então, as sombras ficarão para trás” Sabedoria oriental.