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quinta-feira, 14 de setembro de 2017

A mesmice nova

“Por isso não deixarei de exortar-vos sempre acerca destas coisas, ainda que bem as saibais, e estejais confirmados na presente verdade.” II Ped 1;12
Vocês já sabem; estão confirmados; mesmo assim, seguirei exortando-vos sobre isso. Vulgarmente chamamos isso de chover no molhado.

Aquilo que aprendi no colégio, eventualmente me serve conforme circunstâncias da vida; aprendi de uma vez por todas, ou, não, mas, a coisa deixou de ser-me ensinada em dada ocasião. Por que no âmbito espiritual não é assim? O sujeito aprende gradua-se sai da escola e usufrui ao longo da vida?

Bem, algumas razões a considerar; Primeiro, o conhecimento espiritual é muito mais que mera propriedade intelectual; é necessário para exercício diário, pois, as tentações não são um teste de 
conhecimento estritamente, antes, o conhecimento da Vontade Divina requer o alinhamento submisso da nossa vontade, para que sejamos aprovados.

Primeiro deparamos com Sua Vontade negativa, o quê devemos evitar; feito isso, nos conduzirá ao aspecto positivo, como devemos proceder. “...apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas, transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

Contudo, caso sejamos aprovados nalgum teste, isso não encerra o assunto, como se o inimigo dissesse: Esse é servo de Deus, vou deixá-lo em paz. Antes, quanto mais perto de Deus estamos, mais esforça-se em sutilezas, ardis, para achar alguma brecha. Como suas tentações ocorrem o tempo todo através desse ímpio sistema que ele domina, a meditação, o aprendizado, e prática da Palavra de Deus deve ser contínua; uma espécie de “tentação” do bem como contraponto, aos muitos apelos do maligno. Alguém disse: “A verdade deve ser repetida em palavras todos os dias, porque o mal repete-se em ações.”

O salmo primeiro segue caminho semelhante: Adverte contra o conselho dos ímpios, o caminho dos pecadores a roda dos escarnecedores, depois, acresce: “Antes, tem seu prazer na lei do Senhor; na sua lei medita dia e noite.” V 2

Entretanto, além dos testes diários para preservação da vida espiritual, a graduação que O Eterno tem em mente é mui excelsa. Os ensinadores foram dados mesmo sendo os próprios, ainda aprendizes, estando mui aquém do alvo. “Ele mesmo deu uns para apóstolos, outros para profetas, outros, evangelistas, outros, pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo.” Ef 4;11 a 13

Assim, se alguém já atingiu essa estatura pode parar de aprender; onde está o abençoado?

Desgraçadamente, o labor de grande parte da “igreja” atual não está nem aí para vida eterna; seu alvo é que os ímpios prosperem nessa vida, invés de renunciarem à impiedade pelo conhecimento do Santo, para adentrarem àquela.

Quem mira no alvo errado, mesmo acertando “na mosca” seu disparo acaba inútil. Noutras palavras: “Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder sua alma? Ou que dará o homem em recompensa da sua alma?” Mat 16;26

Se, mirarmos a salvação, o conhecimento espiritual e a prática do que conhecemos acaba inevitável. “A vida eterna é esta: que conheçam a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” Jo 17;3

Shakespeare colocou nos lábios de uma personagem: “Há muito mais entre o Céu e a Terra do que supõe nossa vã filosofia”. Pois, poderíamos dizer que há infinitamente mais do sabe e vive o mais sábio dos santos, ao alcance dos que desejam de fato, conhecer a Deus. O preceito é: “Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor...” Os 6;3

Assim, as “mesmas coisas” de Pedro, ou, outro qualquer, se revestem de novidades sempre, uma vez que, O Espírito Santo que habita nos salvos forja uma compreensão progressiva; não raro, aquilo que pensávamos saber já, de repente, sem mais nem menos se nos abre muito mais amplo e precioso que supúnhamos. As mesmas coisas se tornam novas.

Enfim, o conhecimento é arma poderosa, pois, não estamos numa faculdade, antes, num campo de batalha. O mundo é um deserto moral, espiritual; nele somos desafiados a lutar pela sobrevivência. Nesse cenário, vindo a sede o soldado bebe sempre do mesmo cantil; cada vez que o faz, preserva suas condições básicas de vida.

O risco não é que bebamos sempre do mesmo; mas, que alguém traga-nos “água” diferente; “Ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado seja anátema.” Gál 1;8

sábado, 19 de novembro de 2016

Sofrimento cristão tem limite?

“Então sua mulher lhe disse: Ainda reténs tua sinceridade? Amaldiçoa a Deus, e morre.” Jó 2;9

Para a esposa de Jó, a sinceridade do servo deveria ser mantida dentro de certo limite; se, Deus ousasse testá-lo além, já era. À perda dos bens e filhos, suportou, mas, da saúde também, aí já era demais.

Uma coisa que ela, nem os mercadores espirituais atuais lograram entender, é que não existe integridade parcial, condicional. Integridade, como a palavra sugere, deriva de algo inteiro, total, cabal.

Assim, quem consegue “amar a Deus de toda sua alma, coração, entendimento”, mesmo ao aguilhão de duras circunstâncias, não “desama”. Embora, não entenda os desígnios do Criador, entende que Ele é confiável, tanto quando nos abençoa, quanto, quando nos permite sofrer. Isaías versou sobre isso: “Quem há entre vós que tema ao Senhor, ouça a voz do seu servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no nome do Senhor, firme-se sobre seu Deus.” Is 50;10

Ademais, “amor” que vige somente quando desfruta prazeres, recompensas, não passa de egoísmo envernizado. Não era dessa estirpe o de Jó, malgrado, fosse, em parte, o da esposa. Adiante, disse: “Ainda que ele me mate, nele esperarei; contudo, meus caminhos defenderei diante dele.” Cap 13;15

Seguro da fidelidade Divina, e, da própria integridade. Abalos, incompreensões, mesmo os íntegros sofrem. Pois, quando O Eterno falou, acusou-o de falar sem conhecimento, não, de falta de caráter; disse: “Quem é este que escurece o conselho com palavras sem conhecimento?” Cap 38;2

Então, nossa mente finita, limitada, não está apta a entender todas as coisas; há mais entre o Céu e a Terra, do que supõe nossa vã filosofia, como disse Shakespeare. Contudo, podemos entender o essencial; Deus nos ama. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira...” Jo 3;16; “Deus prova seu amor para conosco, pois, Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.” Rom 5;8

Assim, não permite nenhum sofrimento a nós, que Seu bendito Amor não julgue necessário; seja pela têmpera a incutir, para queimar nossas impurezas na “fornalha da aflição”, quiçá, como colheita de algum plantio indevido, ou, mesmo, tendo em vista a bênção de outros, como no caso de Jó, cujo sofrimento inefável, é, hoje, nosso tribunal de apelação quando pensamos explicar o sofrimento dos justos.

Paro o cristianismo raso atual, o “negue a si mesmo” tem sido equacionado com certas abstinências pontuais, comerciais, em cima das quais, “determinam, decretam, exigem” a realização do “Eu” inda entronizado, disfarçado de morto, contudo, muito vivo.

Paulo também não via limite até onde pudesse preservar seu amor, antes, patenteou: “Segundo minha intensa expectação e esperança, de que em nada serei confundido; antes, com toda confiança, Cristo será, tanto agora, quanto, sempre, engrandecido no meu corpo, seja pela vida, seja pela morte. Porque para mim, viver é Cristo, e, morrer é ganho.” Fp 1;20 e 21

Finalmente, a Epístola aos Hebreus coteja a mesma “linha de chegada” como sofrimento possível, aos que correm a carreira espiritual: “Considerai, pois, aquele que suportou tais contradições dos pecadores contra si mesmo, para que não enfraqueçais, desfalecendo em vossos ânimos. Ainda não resististes até ao sangue, combatendo o pecado.” Cap 12;3 e 4

Em suma, cristianismo vero é alistamento militar, para pelejar em terra estranha. Isso requer entrega tal, que quase nos faz indiferentes às coisas da vida prática, se, temos chamada ministerial, sobretudo; “Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra.” II Tim 2;4

Contudo, invés da têmpera que vence olhando adiante pela fé, vemos frouxidão moral engajada. Gente que não quer deixar suas comichões devassas e sujas, pleiteando a “desconstrução dos valores judaico-cristãos” em prol da “Teologia inclusiva” onde os pecados passariam a ser definidos pelos seus gostos, não, pela “radical, ultrapassada” Palavra de Deus.

Que Deus sofra a relativização da Sua Palavra, mas, os “cristãos” não se dispõem à cruz, de maneira nenhuma. Ora, se precisamos reescrever ditos Daquele que afirmou: “Minhas Palavras não hão de passar”, de duas uma: Ou, O achamos ignorante, imperfeito, ou mentiroso. Eis, uma geração seguindo à risca o conselho da mulher de Jó: “Amaldiçoa Deus, e morre.”

Por fim, muitos que dizem que, creem na Palavra como é, sem alterações, se fizeram tais, que invés de clamarem por arrependimento, justiça, laboram por números, pelejam por lã. Se, eventualmente mencionam à saga de Jó, é para enfatizar que Deus lhe deu em dobro o que perdera, não, que se dispôs a perder a vida sem perder a integridade.

Desgraçadamente, pilantras profanos enganam ensinando a fugir de um sofrimento necessário que terá recompensa, e, conduzem a outro, eterno, que será a recompensa, dos maus.

sábado, 19 de março de 2016

Corrida de Revezamento

O coração entendido buscará o conhecimento, mas, a boca dos tolos se apascentará de estultícia.” Prov 15;14

Aqui temos um princípio bom, direcionando a um alvo excelente: “O coração entendido buscará conhecimento...” Natural concluir que tal “entendido” o é, no sentido de entender a própria carência, da qual, sai em busca; conhecimento. Em momentos assim, Sócrates se impõe: “Tudo o que sei, é que nada sei”.

Por outro lado, temos o que “apascenta” a si mesmo com o que possui, parece seguro de não precisar mais nada: “... a boca dos tolos se apascentará de estultícia.” Só um completo imbecil, cujo horizonte cognitivo em pouco excede ao seu parco existenciário, onde, muitas coisas que supõe conhecer, ignora, só um assim, digo, se sentiria seguro de que é o sabichão, que a galera pode ir por ele e estará indo bem. Agora, Shakespeare pede passagem: “Há mais coisas entre o Céu e a Terra do que supõe nossa vã filosofia.

Um cachorro recebe com festa ao seu dono e tende a latir ameaçador para estranhos; seu parâmetro é: Sentir-se seguro com o que já conhece, e ameaçado ante o ignoto, o desconhecido.

No fundo, toda aquisição encerra uma perda. Se sempre fiz determinada coisa como meu pai fazia, esse atavismo era meu “patrimônio intelectual” sobre aquilo, e, em algum momento for convencido que há maneiras melhores de fazer o mesmo, quiçá, que a coisa era errada, para aceitar a nova percepção, preciso “latir ameaçador para meu dono” meu conhecimento até então; e festejar à chegada de um “estranho”, o novo. É demais para um cachorro tão manso, acostumado aos seus.

A alma filosófica, a do entendido, tem comportamento diverso do cão de nosso exemplo. Tem certo enfado do conhecido, do lugar comum, o chavão, o clichê; e sede de aprendizado, coisas novas que a desafiem; uma vez aceito e vencido o desafio, inda que, apenas em parte, ela se alegrará ostentando a “medalha” do novo conhecimento adquirido.

Agora, me ocorre Spurgeon: “Os melhores homens que conheci – disse – estavam descontentes consigo mesmo; em constante busca, como se lhes faltasse algo que os poderia tornar ainda melhores.” Não são, esses, exemplos de entendidos buscando conhecimento? Quantos homens abastados, ainda fazem tudo usando até meios ilícitos para buscar mais fortuna? Assim agem os entendidos em foco; mesmo possuindo, saem sôfregos em busca de mais; só que esses, dos valores verdadeiros, que permanecem.

As paixões, motrizes dos tolos, cegam-nos às coisas mais diáfanas, ensejam o fanatismo e os levam a agir como cães, dóceis ao lugar comum, à mesmice decorada, e furiosos ante o estranho, à nova percepção, à luz dissipando fumaça. As pessoas assim defendem bandeiras, invés de valores, pessoas invés de comportamentos. O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém”.  ( Dalai Lama ) A perda que falamos ameaça ao fanático, ele recrudesce em seu fanatismo e segue reafirmando sua estultice, cioso dela como se estivesse guardando um tesouro.

Ora, ante à Fonte da Sabedoria, bem se nos aplica a frase que a samaritana disse a Jesus: “Não tens com que tirar, e o poço é fundo”. A corrida do saber é como a de revezamento dos jogos olímpicos, onde, alguém percorre sua parte e passa o bastão a outrem que segue. Nosso curso equivale aos dias de nossas vidas, o “bastão” nossas aquisições durante a passagem.

Nesse breve raciocínio recebi ajuda de Salomão, Sócrates, Shakespeare, Spurgeon, Dalai Lama; eles correram antes de mim, aprenderam e transmitiram seu saber adiante; meu “trabalho” consistiu em entender minha carência de conhecimento, e buscá-lo nas devidas fontes.

A doutrinação ideológica estreita cérebros, atrofia-os. Invés formar homens livres, pensantes, formata títeres pensados. Agora, Plutarco me ajuda: “A mente não é uma vasilha para ser cheia; é um fogo a ser aceso.”  E esse fogo, diverso da paixão que explora o calor, arde mais em função da luz.

Sabedoria não é uma frescura pernóstica para diversão de quem a possui. Tem implicações práticas vitais, como ensina o mesmo Salomão: Também vi esta sabedoria debaixo do sol, que para mim foi grande: Houve uma pequena cidade com poucos homens, veio contra ela um grande rei, a cercou, levantou contra ela grandes baluartes; encontrou-se nela um sábio pobre, que livrou aquela cidade pela sua sabedoria; ninguém se lembrava daquele pobre homem. Então disse eu: Melhor é a sabedoria do que a força...” Ecl 9;13 a 16

A perfeição, apenas, não demanda mudanças, mas, essa encontra-se em Deus. De nós se espera que não sejamos tão avessos ante “estranhos”, para fugirmos da estupidez. Somente os extremamente sábios e os extremamente estúpidos é que não mudam.” ( Confúcio )

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Mais do mesmo? Depende do "mesmo"

“Não fales ao ouvido do tolo, porque desprezará a sabedoria das tuas palavras.” Prov 23;9 “O tolo desprezará à sabedoria...”

Ora, se é mesmo um tolo, carece desesperadamente; entretanto, por ser o que é, falta-lhe condição de identificar traços de Sophia.

Assim como um cachorro festeja a chegada de quem conhece, e late denunciando ao estranho, comporta-se o tolo, aplaudindo tolices, e rejeitando sabedoria. Seu “aferidor” é identidade unicamente. Como sairá dessa prisão?

A curiosidade, o desejo de aprender coisas novas, conhecer, enfim, o reconhecimento de nossa própria ignorância, é indispensável ao nosso crescimento.

Sócrates: “Tudo o que sei, é que, nada sei.” Shakespeare: “Há muito mais entre o Céu e a Terra do que supõe nossa vá filosofia”; Bernard Shaw: “Quando penso nas coisas como são, pergunto: Por quê? Quando penso nelas como não são, pergunto: Por quê, não?” Essas breves citações mostram homens sábios com sede de aprender.

“Os melhores homens que conheci – disse Spurgeon – estavam descontentes consigo mesmo, no afã de se tornarem melhores, em caráter, conhecimento...”

Ao tolo soa natural a preservação de seu “habitat”, igualmente ao sábio, seguir sua excursão além do conhecimento adquirido em busca de mais.

Ensinar sabedoria ao tolo é dar-lhe o que não quer, pensa que, sequer, precisa. “Não respondas ao tolo segundo sua estultícia; para que também não te faças semelhante a ele. Responde ao tolo segundo sua estultícia, para que não seja sábio aos seus próprios olhos.” Prov 26; 4 e 5

Parece que a ideia do conselho é apenas deixar patente a estultícia do tolo, abalar sua confiança, embora, amiúde, seguirá sendo o mesmo, nada aprenderá.

Sócrates dizia que, a retórica dos sofistas era obreira da persuasão; produzia crença sem ciência; fé, sem entendimento. Assim, discursos com esse alvo, fazem prisioneiros, não, esclarecidos.

Sören Kerkergaard disse: “Para dominar as multidões basta conhecer as paixões humanas, certo talento e boa dose de mentira.” Se alguém pensou numa explicação para o sucesso de safados como Lula, Edir Macedo e assemelhados, pensou bem.

Entretanto, de nós, cristãos, dizem coisas semelhantes. Que a fé é cega, as pessoas são induzidas a crer sem entender, confiar piamente na fala de seu líder, etc.

Bem, que isso acontece é inegável, tanto que citei o “Salomão” do novo templo, acima. Mas, que essa seja a Vontade de Deus, ou, Seu ensino, se pode facilmente contestar, usando Sua Palavra.

Ouçamos: “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também te rejeitarei, para que não sejas sacerdote...” Os 4;6 “Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, da sua boca devem os homens buscar a lei porque ele é mensageiro do Senhor dos Exércitos.” Mal 2;7 “Rogo-vos, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo, agradável a Deus, que é vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas, transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que, experimenteis a boa, agradável, perfeita, vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2 etc.

A Fé toca o invisível, mas, não ofusca, amplia o entendimento; “Pela fé entendemos que os mundos pela palavra de Deus foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente.” Heb 11; 3

Paulo rogou por essa luz que dá entendimento: “Para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, Pai da glória, vos dê em seu conhecimento o espírito de sabedoria, revelação; tendo iluminados os olhos do vosso entendimento, para que saibais qual a esperança da sua vocação; quais as riquezas da glória da sua herança nos santos;” Ef 1;17 e 18

Mas, inevitavelmente voltamos ao ponto de partida: Como dar sabedoria a quem acha que já possui, mesmo sendo tolo? Como abrir o entendimento de quem pensa que já entende tudo?

Se observarmos o Sermão do Monte, a primeira bênção foi dada aos “pobres de espírito”; Isso tem sido malversado por gente safada, como se, a pobreza em questão fosse de posses materiais e a Bíblia endossasse atos injustos em “favor dos pobres” como ensinam alguns.

Pobre de espírito no contexto, é quem reconhece que tem carências espirituais, precisa aprender nesse prisma. Só quem tem essa disposição interior pode se tornar discípulo do Senhor.

As características humanas, como plantas, tendem a crescer; aí, temos alguns agindo como sábios duvidando de seu próprio conhecimento, e os tolos completamente seguros de sua “sabedoria”.

Sabedoria até tenta nos legar riquezas, mas, só os pobres identificam a necessidade. “Aceitai minha correção, não a prata; o conhecimento, mais que ouro fino escolhido. Porque melhor é a sabedoria do que rubis; tudo o que mais se deseja não se pode comparar com ela.” Prov 8; 10 e 11

domingo, 28 de setembro de 2014

Nosso umbigo universal

“…mataram os teus profetas à espada, e só eu fiquei; e buscam a minha vida para tirarem. …a Eliseu, filho de Safate de Abel-Meolá, ungirás profeta em teu lugar. Também deixei ficar em Israel sete mil: todos os joelhos que não se dobraram a Baal, e toda a boca que não o beijou.” I Rs 19, 14, 16, e 18
 
Tendemos a universalizar nosso existenciário; derivar a “verdade” das circunstâncias; generalizar as experiências.  Um homem que teve duas ou três decepções com mulheres infiéis, dirá: “A única mulher que presta é minha mãe”. Por outro lado a mulher que padeceu o mesmo; “Todos os homens são iguais, nenhum presta”. Outro que conviveu com ministros que pareciam fiéis e se revelaram hipócritas dirá que a fidelidade é fachada, só existe hipocrisia.

É próprio da natureza caída permitir que o peso da decepção esmague o pleito da razão, do bom senso. Elias estivera fugitivo e solitário por mais de três anos; sobre os profetas do Senhor só soubera notícias de morte, perseguição; assim, concluiu: “Mataram Teus profetas e fiquei só". 

O Senhor ordenou que ungisse a Eliseu em seu lugar e lembrou que havia sete mil em Israel que se mantinham fiéis; dos quais, a qualquer um lhe faria sucessor se o desejasse.

Uma das razões que justifica sobejamente a primazia de Deus em nossas vidas é Sua Onisciência; pois, deriva seus atos de um “existenciário” universal, dada, Sua Onipresença.

Outra faceta humana é usar a circunstância adversa como “prova” que as promessas de Deus falham como se coubesse a nós determinar o tempo e o modo adequados para se cumprirem.

Moisés sofreu com isso durante o Êxodo; “Porventura pouco é que nos fizeste subir de uma terra que mana leite e mel, para nos matares neste deserto, senão que também queres fazer-te príncipe sobre nós?” Num 16; 13 

Para os rebeldes, então, o fato de que Moisés “não cumprira” o que prometera era motivo para disputarem espaço no governo. Ao invés de terem olhos em Canaã a terra que “mana leite e mel” falaram assim do cativeiro egípcio falseando a verdade para justificar a rebelião. Os políticos de hoje já se faziam representar.

Acontece que a marcha para Canaã fora detida precisamente pela rebeldia e incredulidade; se ainda vagavam no deserto era por causa do Juízo de Deus, não, falha de Moisés. Mas, sempre é mais fácil transferir a culpa. 

Só que ante O Eterno, não funciona. Quando Davi mandou que Joabe tirasse a cobertura do valente Urias, para que morresse em combate, Deus Sentenciou ao rei: “…mataste com a espada dos filhos de Amom.” II Sam 12; 9
  
Do mesmo modo, quando nos recusamos à prática do que é justo, “justificados” por experiências infelizes, estamos tentando fugir à responsabilidade; traindo a nós mesmos.

Nossas experiências não limitam a aventura humana; nosso horizonte não abarca um milionésimo das possibilidades de Deus; e a generalização é incoerente. Sempre brota de lábios frustrados pois esperavam que as coisas fossem diferentes e concluem que são iguais; nesse caso, firmam sua “razão” no fato de terem sido irracionais; esperado coisas que “não existem”.

Ora, como bem disse Shakespeare, “há mais coisas entre o céu e a terra que supõe nossa vã filosofia”. Como a fé é o “firme fundamento das coisas que não se veem…” aqueles que por ela vivem devem contar com o inusitado, o fato novo, dada a criatividade de Deus. 

Claro que resultados palpáveis  são edificantes e muitas coisas se repetem; contudo, os olhos da fé podem ver até melhor quando os da carne nada veem, como os três dias de cegueira de Paulo.

O moço de Eliseu, sucessor de Elias, viu certa vez um cerco de inimigos e se apavorou. O profeta orou para que ele visse um pouco do que há “entre o céu e a terra”. “E ele disse: Não temas… E orou Eliseu, e disse: Senhor, peço-te que lhe abras os olhos para que veja. E o Senhor abriu os olhos do moço e viu; e eis que o monte estava cheio de cavalos e carros de fogo em redor de Eliseu.” II Rs 6; 16 e 17
 
Assim, os que “justificam” a apostasia evocando como argumento experiências infelizes, além de patentearem sua incoerência, anexam seu atestado de ignorância bíblica; pois ela adverte que os últimos dias seriam precisamente assim. Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos” II Tim 3; 1 e 2
 
O incoerente é um “soldado prudente” que cava duas trincheiras; uma para resistir ao bom senso, outra para enterrar a esperança.