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domingo, 17 de fevereiro de 2019

A Escada da Paz

"Bendito o Rei que vem em nome do Senhor; paz no céu, e glória nas alturas.” Luc 19;38

O Senhor em breve seria morto; o povo O recebia com entusiasmo não sabendo o que aconteceria. Entre as muitas coisas que bradavam, Lucas registra que eles disseram: “... Paz no Céu...”

Se, volvermos o início, Seu nascimento, os louvores cantados pelos anjos trazem um conteúdo também interessante: “Glória a Deus nas alturas, Paz na terra, boa vontade para com os homens.” Luc 2;14

Em ambos temos a devida “Glória nas alturas;”
Porém, o cantado por anjos no nascimento dizia: “Paz na Terra”; o pelos homens aproximando-se Sua morte, “Paz no Céu”.

O Senhor é apresentado como Único Mediador entre Deus e o homem; sua mensagem é, antes de tudo, de reconciliação; “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; pôs em nós a palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo, que reconcilieis com Deus.” II Cor 5;9 e 20

Paz é via de mão dupla; ambos os lados precisam desfazer a inimizade se, a desejam estabelecer. Mediante Isaías O Senhor ensinara: “O efeito da justiça será paz, a operação da justiça, repouso e segurança para sempre.” Is 32;17

Na verdade a guerra do homem com O Criador é só uma força de expressão para figurar a rebelião. Guerra, propriamente seria impossível como o mesmo Senhor deixou explícito. “... Quem poria sarças e espinheiros diante de mim na guerra? Eu iria contra eles e juntamente os queimaria. Ou que se apodere da minha força, faça paz comigo; sim, que faça paz comigo.” Is 27;4 e 5

Se, a paz é derivada da justiça, e “... nós somos como o imundo, todas nossas justiças como trapo da imundícia; e todos nós murchamos como a folha, nossas iniquidades como um vento nos arrebatam.” Is 64;6

A paz com Deus nos era absolutamente impossível baseada em nossos “méritos”, pois “... convinha-nos tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, feito mais sublime que os céus;” Heb 7;26

Quando João Batista resistia à ideia de batizá-lo O Salvador disse que convinha cumprir “toda justiça”. Estava ali se identificando com nossas injustiças para que suprisse a nosso favor aquilo que nos era impossível. A justiça que traria de novo a paz. “Nos seus dias Judá será salvo, Israel habitará seguro; este será Seu Nome, com o qual Deus o chamará: O Senhor Justiça Nossa.” Jr 23;6

Sendo, nossas justiças como trapos imundos, Deus nos enviou um Sumo Sacerdote Santo, separado dos pecadores e “mais Sublime que os Céus”; nesses termos, pela intercessão feita com Seu Próprio Sangue a paz com Deus é restabelecida para aqueles que se lhe submetem.

Foi inspiração Divina que o povo tenha cantado “Paz no Céu” quando se aproximava a morte do Salvador.

Quando disse que a paz que deixava não era como a do mundo referia-se à paz com Deus, que, não raro nos coloca em conflito com homens.

A paz não é um valor absoluto pelo qual devamos sacrificar outros; antes, se fere a justiça, muitas vezes, sua obtenção se faz impossível. “Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens... Sigamos as coisas que servem para paz e edificação de uns para com os outros.” Rom 12;18 e 14;19

Jacó sonhou com uma escada que ligava Terra e Céu pela qual anjos subiam e desciam; isso era o vaticínio da reconciliação em Cristo; Ele mesmo disse algo assim no início do Seu Ministério: “Na verdade, na verdade vos digo que daqui em diante vereis o céu aberto, e anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem.” Jo 1;51

A causa da inimizade é o nosso pecado; “As vossas iniquidades fazem separação entre vós e vosso Deus; vossos pecados encobrem o Seu Rosto de vós, para que não vos ouça. Porque vossas mãos estão contaminadas de sangue, e vossos dedos de iniquidade; os vossos lábios falam falsidade, vossa língua pronuncia perversidade.” Is 59;2 e 3

Assim, o que nos faz retornar à casa paterna são os méritos benditos do “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”.

Podemos chegar “ousadamente ao Trono da Graça” e seremos aceitos em “Nome de Jesus”; isso é bem mais que o ordenamento de onze letras; requer o bom ordenamento de nossas vidas com Aquele que “ama a justiça e aborrece a iniquidade”. “O fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus; qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19

sábado, 15 de dezembro de 2018

As Luzes da Dureza

“Ouvi-me, ó duros de coração que estais longe da justiça. Faço chegar a minha justiça... a minha salvação não tardará; mas, estabelecerei em Sião a salvação; em Israel Minha Glória.” Is 46;12 e 13

Os que estão longe da justiça; “duros de coração.” Essa é uma crueza que, superficialmente pode ser camuflada com floreios dos lábios; eventualmente sai à luz. “... este povo se aproxima de mim com sua boca; com os seus lábios me honra, mas, seu coração se afasta para longe de mim...” Is 29;13

O profeta de “impuros lábios” segundo confessou, que foi purificado antes de ser comissionado; de lábios falsos entendia bem. Temos dificuldade no encontro com a reta justiça, quando, réus; embora, facilmente clamamos por ela, se, sua atuação nos beneficia.

Entretanto, fácil ou difícil, nosso encontro com a justiça Divina será necessário. Vaticinando a salvação o salmista anteviu um encontro glorioso; “misericórdia e verdade se encontraram; justiça e paz se beijaram. A verdade brotará da terra, a justiça olhará desde os céus.” Sal 85;10 e 11

“misericórdia e verdade...” o fato de que O Eterno renova para conosco Suas misericórdias a cada manhã é porque não omite a verdade. Não sonega que, “nossas justiças são como trapos de imundícia” ou, “não há um justo sequer”.

A misericórdia não é “colocar uma pedra” sobre nossas culpas como se, inexistentes, porque Deus nos ama; antes, deixarmos as mesmas patentes mediante confissão da verdade, para, arrependidos de coração usufruir da Santa Misericórdia. “O que encobre suas transgressões nunca prosperará, mas, o que confessa e deixa, alcançará misericórdia.” Prov 28;13

Justiça e paz “se beijando” é uma forma poética de ajuntá-las como causa e consequência; “O efeito da justiça será paz; a operação da justiça, repouso e segurança para sempre.” Is 32;17

Então, embora a misericórdia Divina esteja voltada para todos que se arrependem, Sua Justiça que opera juntamente não faz acepção; não há favoritos para a salvação, pré-escolhidos, ou, algo assim. O Santo pré-escolheu em Cristo, O Senhor Justiça Nossa, cujas virtudes misericordiosas e justas cobrem nossos lapsos.

Quando falece um ente querido, os que ficaram normalmente escrevem; “descanse em paz.” Embora seja um desejo meritório, o descanso de quem partiu não depende disso; mas, da forma em que “se cansou”, quando viveu.

Se, o cansaço físico cessa necessariamente com a falência do corpo, o psicológico-espiritual é um patrimônio a se obter ainda aqui, rendendo nosso viver Àquele que o propicia; “Vinde a mim, todos que estais cansados e oprimidos; Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós meu jugo e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para vossas almas.” Mat 11;28 e 29

O Eterno disse que faria chegar Sua Justiça, desde Sião, outra coisa não referia, senão, ao advento do Salvador. Desgraçadamente, quando Veio teve que repetir para muitos o dito, então, pretérito, de Isaías; “Hipócritas, bem profetizou Isaías a vosso respeito, dizendo: Este povo se aproxima de mim com sua boca; honra-me com seus lábios, mas, seu coração está longe de mim.” Mat 5;7 e 8

Nunca o pecado esteve tão “em alta” como na presente geração; toda sorte de perversões são tidas “normais”; viceja corrupção, mentira, e parece ser esquisito denunciar, invés de viver isso; O mesmo Isaías aludiu à vinda do Messias num tempo em que a verdade cambalearia pelas ruas e “seria bonito ser feio”; “Por isso o direito se tornou atrás, e a justiça se pôs de longe; porque a verdade anda tropeçando pelas ruas; a equidade não pode entrar. Sim, a verdade desfalece; quem se desvia do mal arrisca a ser despojado;” Is 59;14 e 15

O quadro era de gravidade tal, que, Aquele em “cuja boca não se achou engano” foi morto, pois, Sua Luz perturbava muito. Agora temos o mesmo cenário com "upgrade" de dois milênios na arte de pecar.

Além dos lábios falsos temos o incremento da hipocrisia em “LIBRAS”; um povo que detesta à LUZ, pois, escolheu as trevas, cobre ruas, fachadas, praças de luzes multicores, como se, essa parafernália de humana feitura tivesse alguma relação com “A Luz do Mundo”.

A Única Luz que conta, entendimento espiritual, necessariamente transforma nosso viver; melhora relações interpessoais; nossa aquiescência e submissão a Ela possibilita que, Sua Eficácia Santa nos purifique; “Se andarmos na luz, como Ele na luz está, temos comunhão uns com os outros; o sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo pecado.” I Jo 1;7

A vera luz não enfeita nada além do caráter; só no devido tempo chama atenção. “Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos céus.” Mat 5;16

domingo, 12 de agosto de 2018

A Guerra Adormecida

“Tendo sido justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo;” Rom 5;1

Há uma diferença relevante entre ser justiçado, e justificado. Justiçar é dar a alguém o que é justo. Se, foi acusado inocente demonstrar essa inocência; se, culpado, aplicar a pena que a culpa requer. É uma ação decorrente do mérito, pois.

Justificar não deriva de merecimento, mas, de favor por parte de quem justifica. Perdoar, não é um ato estrito de justiça, no tocante ao devedor, mas, de justificação; contudo, Deus lê tal ato como de justiça; ensina a orarmos nesses termos: “Perdoa nossas dívidas assim como perdoamos nossos devedores”.

Então, fomos justificados pela fé, à medida que é por meio dela que recebemos de graça, a Justiça de Cristo. Feito isso, digo, dado o majestoso perdão recebido, somos desafiados a ser perdoadores também; essa justiça Deus requer de nós.

A justificação não nos quita com Deus e deixa-nos autônomos; antes, nos faz servos; aí, “de toda a Palavra de Deus comerás livremente; mas, dos ensinos hereges, que, tendem ao pecado, e das próprias inclinações carnais, deles te distanciarás para que não morras”. Uma paráfrase da instrução dada a Adão, agora, ao “Adão” renascido.

A justificação nos leva à paz com Deus, porque a transgressão ensejara a inimizade. O que, pra nós é favor, justificação, aos Olhos Divinos é Justiça, ainda que oblíqua; a de Cristo, imputada a nós. Pois, a paz num cenário de inimizade não brota fortuita; demanda um “acessório” indispensável; “O efeito da justiça será paz...” Is 32;17

Havia uma injustiça pendente, um desafio suicida que aceitara a sugestão maligna de que o Eterno seria mentiroso. Então, mesmo não tendo nenhuma injustiça a pagar, O Salvador, quando instou para que João O batizasse, disse ser necessário cumprir “toda” justiça; mirava na redenção da injustiça original que forjara a queda, não, algo Seu, propriamente.

Como, “... todas nossas justiças são como trapo da imundícia;...” Is 64;6 ou, nossos bens, infinitamente insuficientes, “Nenhum deles ( de nós ) de modo algum pode remir seu irmão, ou dar a Deus o resgate dele, pois, a redenção da sua alma é caríssima...” Sal 49;7 e 8 A Graça de Deus enviou O Salvador, “O Senhor Justiça Nossa”; Jr 23;6 Nele, “A misericórdia e a verdade se encontraram; justiça e paz se beijaram.” Sal 85;10

Isso nos faz eternos devedores; paz com Deus é por “Nosso Senhor Jesus Cristo”. Chamá-lo de Pai, ou, Senhor não é algo que obre no vazio também; antes, requer um proceder conforme; “O filho honra o pai, o servo ao seu senhor; se, Eu sou Pai, onde está minha honra? Se, Eu Sou Senhor, onde está Meu temor?...” Mal 1;6

O mesmo Salvador advertiu desse “Senhorio oco”, onde, muitos chegam com palavras, sem coração; “Por que me chamais, Senhor, Senhor, e não fazeis o que Eu digo?” Luc 6;46

A peregrinação terrena dos salvos infelizmente foi substituída por ardilosos ensinos que acoroçoam arrogância; muitos “cristãos” portam-se como se fossem “co-pilotos” do Salvador, “ordenando, determinando”, num misto de falta de reverência com falta de noção.

Ora, se Ele O Salvador, no momento de maior angústia orou; “seja feito como Tu queres”, quem somos nós para querer as coisas do nosso jeito?

A liberdade de crença que desfrutamos as facilidades para se mercadejar com O Evangelho, até, gerou uma leva de frouxos morais, gente sem têmpera que profana ao Sagrado e nem se dá conta.

Se, nas suas cegueiras carnais muitos se presumem “conquistando” isso ou, aquilo, a rigor, num escopo espiritual se poderia dizer mais ou menos como faraó; “Estais ociosos, é por falta de trabalho que ficais devaneando com cultuar ao Senhor.” Esse devaneiam com servir a Quem desconhecem; essa inércia espiritual será letal, quando, enfim, formos testados em outro nível na densidade da fé. “Ainda não resististes até ao sangue, combatendo contra o pecado.” Heb 12;4


A onda é ser “politicamente correto” e, muitos, a pretexto de evitar polêmicas, atritos, omitem-se onde deveriam temperar com sal. Amizade, paz com Deus, necessariamente nos coloca em choque com esse mundo e seus valores inversos.

Paz não é valor absoluto que deva ser buscado a todo custo ignorando incongruências como visa o inútil movimento ecumênico. Ela é indispensável com Deus, no mais, é só morte envernizada. É um derivado moral, espiritual, não uma conquista de aclimações políticas doentias.

Sem resolver a questão da impiedade, nada feito; a guerra hiberna, mas, à primavera dos interesses eclodirá. “Ah! se tivesses dado ouvidos aos meus mandamentos, então seria tua paz como um rio; tua justiça como as ondas do mar!... Mas, os ímpios não têm paz, diz o Senhor.” Is 48;18 e 22

domingo, 24 de junho de 2018

O Trabalho e o Bendito Fruto

“Não há nada melhor para o homem que comer, beber, e fazer com que sua alma goze do bem do seu trabalho. Vi que isto vem da mão de Deus.” Ecl 2;24

Dois aspectos na relação interpessoal são aceitáveis diante de Deus; justiça e misericórdia. Essa, com algo a mais, pois, envolve o amor, de modo que, como disse Tiago, “... a misericórdia triunfa do juízo.” Cap 2;13

Por exemplo: Se, alguém falhou comigo, ou, me deve algo, invés de reparar em justiça pede misericórdia, e, eu o perdoo, já não há clamor pendente perante a justiça; a misericórdia triunfou.

Essa é a situação de todos nós ante O Criador; “Mostra-nos, Senhor, tua misericórdia; concede-nos tua salvação. Escutarei o que Deus, o Senhor, falar; porque falará de paz ao seu povo, aos santos, para que não voltem à loucura. Certamente que a salvação está perto daqueles que o temem, para que a glória habite na nossa terra. A misericórdia e a verdade se encontraram; justiça e paz se beijaram.” Sal 85;7 a 10

Se, O Eterno dispensou preciosa misericórdia no tocante a nós, enviando O Salvador, em relação à justiça que Ele ama, foi necessária a morte Dele; o preço do pecado deveria ser pago. Jamais, O Altíssimo que “não pode contemplar a iniquidade,” compactuaria com mentira, ou, encenaria uma paz falsa estando declarada guerra pela desobediência. Daí, no Calvário, “A misericórdia e a verdade se encontraram; justiça e paz se beijaram.”

Contudo, a “justiça” possível no que se relaciona com Deus é o reconhecimento sincero, e, arrependimento das nossas injustiças. Assim, Ele em Sua infinita misericórdia atua como fiador da nossa salvação, O “Senhor Justiça Nossa.” Jr 23;6

Mesmo nossas eventuais ações em misericórdia aqui, terão seu encontro com a justiça, uma vez que, sendo aquilatadas como “Tesouros no Céu”, lá encontrarão Aquele que disse: “... meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo sua obra.” Apoc 22;12

Assim, a Graça, ou misericórdia nos dá a Salvação que não merecemos; e, a Justiça Divina, o galardão pelo que fizermos após sermos salvos. Pois, “Somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, que, Deus preparou para que andássemos nelas.” Ef 2;10

O ser humano foi “programado” para funcionar mediante estímulos. E, nenhum mais impactante no que tange ao trabalho, que os frutos. Esse tem sido o erro, aliás, de tantos experimentos socialistas pelo mundo, que, pretenderam plasmar sociedades que funcionassem diversas da índole natural humana.

Esse tipo de “inversão” não nos foi facultada, pois, “... tudo que Deus faz durará eternamente; nada se lhe deve acrescentar e nada se lhe deve tirar; isto faz Deus para que haja temor diante dele.” Ecl 3;14
Não havendo a devida contrapartida, possibilidade de progresso, quiçá, de enriquecer até, o trabalho torna-se apenas um peso indesejável, a ser evitado, se, possível; ou, feito de má vontade quando compulsório. Isso ensejou a falência de muitas nações.

A misericórdia é de foro íntimo, arbitrário; Deus espera que a façamos, mas, não a impõe. É uma possibilidade; enquanto, a justiça, uma necessidade; daí, que, a vadiagem assistida pelo Estado tão acariciada pelos defensores de tal sistema nem de perto tem o aval de Deus. Como vimos acima, “Não há nada melhor para o homem que comer, beber, e, fazer com que sua alma goze do bem do seu trabalho. Também vi que isto vem da mão de Deus.” Ecl 2;24

Assistencialismo tem seu espaço apenas em casos extremos de absoluta impossibilidade de se manter, quanto aos vagabundos, porém, “... vos mandamos isto; que, se alguém não quiser trabalhar, não coma também.” II Tess 3;10

Em certo aspecto faz sentido a mensagem dos da Teologia da Prosperidade, ao encorajarem a fé, dado que, essa terá uma recompensa. É isso mesmo.

Porém, erram no método; Deus não é mercador que venda Suas bênçãos; erram no tempo; recompensas prometidas são no porvir, não nesse mundo onde somos peregrinos; por fim, erram na prioridade; invés de ensinar o caminho estreito da salvação aos que se perdem na vasta avenida do comodismo, passam de largo pela cruz, prometendo vida fácil aos, que, sequer, vida, possuem.

E, os comunistas católicos da Teologia da Libertação erram no diagnóstico e no remédio; Deus não salva sistemas, sociedades; apenas, almas, “no varejo”; socorrer ociosos voluntários com usurpação de alheios bens, não é misericórdia, tampouco, justiça; é leniência com vagabundagem, violação de propriedade, portanto, injustiça.

Devem ser maus cristãos, ou, maus socialistas; além disso, ignoram os incautos, que, o “combo” traz junto ideologia de gênero, aborto, casamento gay, descriminação das drogas... Foi pra defender isso que Cristo morreu?

A incoerência é o justo salário pelo “trabalho” dos cérebros vadios.

domingo, 30 de abril de 2017

Jó diante do Trono

“Ah, se eu soubesse onde O poderia achar! Então, chegaria ao seu tribunal. Exporia ante Ele minha causa, e, minha boca encheria de argumentos.” Jó 23;3 e 4
Temos Jó, no auge de sua amargura, desejando depor no Tribunal de Deus. Tal era a confiança em sua integridade que não temia diante de uma situação que assustaria a imensa maioria dos viventes; aliás, desejava-a.

Há dois prismas em que nossa pretensa justiça pode ser mensurada; no horizontal, nossa relação interpessoal, e, no vertical, diante do Senhor do Universo. Se, no primeiro caso, alguém íntegro como Jó poderia estar mesmo, confiante, no segundo, quem?

Quando, por fim, O Eterno concedeu a anelada oitiva, fez umas dezenas de perguntas sobre as obras da criação, e demandou do infeliz patriarca, onde ele estava quando tudo fora feito. Falando do cavalo, perguntou por que aquele não teme a morte, antes vai a um combate como se, a uma festa; “Escava a terra, folga na sua força, sai ao encontro dos armados. Ri-se do temor, não se espanta; não torna atrás por causa da espada” Cap 39;21 e 22

Ou, quis saber quem ensina o melhor habitat para as aves, por exemplo; “Voa o gavião pela tua inteligência, e estende as suas asas para o sul? Ou se remonta a águia ao teu mandado, e põe no alto o seu ninho?” VS 26 e 27 Mencionando a imponência do crocodilo, lembrou: “Brincarás com ele, como se fosse um passarinho, o prenderás para tuas meninas?... Ninguém há tão atrevido, que despertá-lo se atreva; quem, pois, é aquele que ousa erguer-se diante de mim?” Cap 40; 4 e 10

Não estava, O Senhor, acusando Jó de impiedade, antes, de temeridade; de, sendo criatura finita, mortal, estar questionando os juízos do Eterno. Aliás, quando foi chamada a “senha” de Jó, perante O Santo Juiz, O Meritíssimo apresentou como acusação, ignorância. “Quem é este que escurece o conselho com palavras sem conhecimento?” cap 38;2

Assim, por melhores que sejam nossos caracteres, mais relevantes nossas boas obras, ainda resta uma separação abissal, entre a criatura inclinada a pecar, e O Criador, “Tão puro de olhos, que não pode contemplar o mal.” Hc 1;13

Esse abismo moral, não só desqualifica nossas obras como meio de salvação, como, declara inútil qualquer sacerdócio praticado por homens, presos no mesmo vale que nós.

Por isso, o Amor de Deus não fez menos que o necessário para colocar a Salvação ao nosso alcance, Jesus Cristo. “Este, porque permanece eternamente, tem um sacerdócio perpétuo. Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles. Porque nos convinha, tal, Sumo Sacerdote, Santo, Inocente, Imaculado, Separado dos Pecadores, feito mais sublime do que os céus; que não necessitasse, como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados, depois, pelos do povo; porque isto fez ele, uma vez, oferecendo a si mesmo. Porque a lei constitui sumos sacerdotes, homens fracos, mas, a palavra do juramento, que veio depois da lei, constitui ao Filho, perfeito para sempre.” Heb 7;24 a 28

Óbvio que, quando diz que Cristo éSeparado dos pecadores” refere-se ao Seu Ser, Sua Santidade; entretanto, como Sacrifício substituto, deu-se por nós; como Mestre, comeu, andou, com pecadores, socorreu-os; como Sumo Sacerdote Eterno intercede por aqueles que Nele confiam. Sua Intercessão filha do Seu amor atribui aos arrependidos, pureza, inocência que só Ele tem. 

Daí que, fraquejando nossas justiças, por melhores que sejam, como era a de Jó, resta o socorro do Senhor, Justiça Nossa. “Nos seus dias Judá será salvo, Israel habitará seguro; este será o Seu Nome, com o qual Deus o chamará: O Senhor Justiça Nossa.” Jr 23;6

Se, boas obras, contudo, são irrelevantes para a salvação, não significa que sejam más; apenas, insuficientes. Uma vez que, sem Cristo seriam praticadas por pessoas espiritualmente mortas; o que faria, delas, igualmente, mortas. Por isso, a primeira “Obra” que o Eterno requer, é operada pela fé. “Jesus respondendo disse-lhes: A obra de Deus é esta: Que creiais naquele que Ele enviou.” Jo 6;29

Feito isso, os crentes “nascem de novo” pela fé, então, obras derivadas daí, como frutos da salvação, serão aceitas como “cheiro suave ao Senhor.” “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais, Deus preparou para que andássemos nelas.” Ef 2;10

segunda-feira, 6 de março de 2017

O Nome

“Nos seus dias Judá será salvo, Israel habitará seguro; este será o seu nome, com o qual Deus o chamará: O Senhor Justiça Nossa.” Jr23;6
“Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis que a virgem conceberá, dará à luz um filho, e chamará seu nome Emanuel.” Is7;14 “Dará à luz um filho e chamarás seu nome, Jesus; porque ele salvará seu povo dos seus pecados.” Mat 1;21


Em atenção aos que pensam ser indispensável o conhecimento do Nome Próprio do Senhor, respeitosamente, os motivos de minha divergência. Como vimos, três nomes diferentes, todos referindo-se ao Senhor. Quem conhece as Escrituras sabe que há mais de uma dezena de nomes ainda, pelos quais, O Eterno é chamado. Senhor, Eterno, Criador, Santo, Altíssimo, Deus que Cura, Deus provedor, etc.

Se fosse tão cioso da grafia de determinado nome, não teria permitido o uso de tantos, que poderia ensejar confusão. Dizem, mestres do Hebraico, que Yeoshuá, tanto serve para Josué, quanto, Jesus, numa versão grega. Sim, Jesus Cristo é a tradução grega de Yeoshuá ha Mashiah; se fosse para o português, seria: Salvador Ungido. Para alguns, nomes não se traduz, em parte, isso é verdadeiro. Se, John Travolta vier morar no Brasil, não se tornará João. Contudo, Elias, Eliseu, Ezequiel, Jeremias, Isaías, Paulo, João, etc. todos foram vertidos para nosso idioma, pois, a ideia é facilitar, invés de dificultar.

Pela mesma razão, temos a Bíblia impressa em capítulos, versos numerados, diverso dos originais, para acesso rápido aos mesmos.

Seria irônico, injusto, até, tendo sido Deus que operou a confusão de línguas, condenar, por capricho, alguém, por um lapso linguístico apenas. Quem conhece O Senhor jamais pensaria isso do Santo.

Quando se refere ao Santo Nome do Senhor, atina à Sua Pessoa bendita, Seu Caráter Excelso, Sublime, não, a determinada grafia. Por exemplo, se alguém me chamasse de Lionel, mesmo estando errado, não me incomodaria; talvez, achasse engraçado; porém, se o mesmo saísse espalhando alhures, calúnias a meu respeito, isso despertaria minha ira, pois, estaria maculando meu nome. Somos zelosos da reputação, não, da grafia.

Igualmente Deus. O Salvador jamais mencionou a importância da escrita, sempre o fez, em relação ao caráter; Disse: “Porque me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que mando”? Chamá-lo Senhor não era errado, mas, deixar de agir como servos, sim. Paulo foi expresso quanto a isso. O Simples professar O Nome, requer de nós, separação do mal, obediência, para que, o não profanemos. “Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus; qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19

Conheci gente que dizia inválido o batismo, “Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”; afinal, argumentavam, “Filho” não é nome. Bem, Foi, justo, O Filho do Homem, que ordenou assim. Ver epílogo de Mateus.

Outros que em Atos, batismos eram apenas “Em nome de Jesus” portanto, deveríamos fazer assim. Ora, em Nome, equivale à “Na autoridade Dele, como Ele ordenou”; isso atina à razão, não, à forma.

Com o devido respeito, pois, há tantas falhas graves no espectro doutrinário da igreja moderna, tantos ladrões, mercenários, malversando à Palavra para ganhar dinheiro simplesmente, que, ignorar isso, e voltar nossa artilharia para coisas irrelevantes que nem Deus se importa, seria, “coar um mosquito e engolir um camelo.”

Não se entenda, contudo, que acho irrelevante O Nome do Senhor: antes, que Ele, jamais mencionou isso, que deveríamos escrever certo.

Em Apocalipse menciona um novo nome para os salvos, e também para si. “...Ao que vencer darei a comer do maná escondido, dar-lhe-ei uma pedra branca, na pedra, um novo nome escrito...” “A quem vencer, eu o farei coluna no templo do meu Deus, dele nunca sairá; e escreverei sobre ele o nome do meu Deus, o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do céu, do meu Deus, e também, meu novo nome.” Apoc 3;12

Notemos que, os Nomes escritos nos Salvos, o serão, por Ele. Então, nenhum risco há, de que esteja errado, seremos telas, não, pincéis. 

Entretanto, enquanto estamos a caminho, as decisões são tomadas por nós; o risco não é errarmos letras, mas, profanarmos a Santidade Dele. “De quanto maior castigo cuidais vós será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue da aliança com que foi santificado, e fizer agravo ao Espírito da graça?” Heb 10;22

Cada dia que vamos à luta, o teatro da vida nos apresenta diversas cenas, onde, tanto podemos honrar, quanto, Profanar O Santo Nome; com nossas ações, mais, que, palavras. Façamos bonito, e honremos O Nome Excelso de nosso Amado!

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Os ateus e a lógica

Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo que o homem semear, isso, ceifará.” Gál 6;7

Essa lógica agrícola elementar não parece encerrar nada de profundo; embora, a fala seja de Paulo, só reitera uma figura que fora usada pelo Mestre em Seus ensinos. Falou sobre o fiel no pouco que administraria o muito; sobre quem fez caridade aos fracos, como tendo feito a Ele; outros vieses da ideia de ceifar segundo o plantio.

Porém, o apóstolo excede às minúcias, e aponta o princípio que deve nortear nossas ações: “Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas, o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará vida eterna.” V 8

Assim, além da obra em si, temos o “motor” como elemento que a qualifica; muitos podem fazer a coisa certa, com motivação errada. Por exemplo, fazer obras de caridade para se justificar, querer ser salvo pelas tais, invés do Bendito Sangue de Cristo.

Não raro, as pessoas avaliam mal o impacto da incredulidade; pensam que pode ser reputada apenas como dificuldade legítima de crer, sem uma conotação espiritual mais séria. Um erro fatal.

A própria perfeição da criação será evocada como testemunha, pois, A Palavra afirma que vendo-a, alguém, facilmente seu intelecto pode perceber Deus. “Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça. Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus manifestou. As suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto, seu eterno poder, quanto, sua divindade, se entendem, claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, seu coração insensato se obscureceu.” Rom 1;18 a 21

Deus é dado como manifesto ante todos por Suas obras; ignorar isso equivale a deter a verdade pela injustiça, insensatez. Portanto, os que duvidam por acharem “lapsos lógicos”, são os mesmos que veem coerente a “Teoria da Evolução” Malgrado, nem uma mosca ter sido flagrada ainda, transmudando-se noutra espécie.

A incredulidade vai mui além de pecado; é blasfêmia. “Quem crê no Filho de Deus, em si mesmo tem o testemunho; quem a Deus não crê mentiroso o fez, porquanto não creu no testemunho que Deus de seu Filho deu.” I Jo 5;10

Claro que se requer de nós, boas obras, mas, como modo de vida após ser salvo pela fé, não, como meio de salvação; seria blasfêmia outra vez, pensar que nossas justiças, “trapos de imundícia” são superiores ao Feito Majestoso do “Senhor Justiça Nossa.” Paulo ensinou: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie; porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais, Deus preparou para que andássemos nelas.” Ef 2;8 a 10

Igualmente errônea a conclusão que Jesus ensinou apenas amor, perdão, não condenou a ninguém; mensagens que aludem à condenação seriam frutos de uma igreja sem amor, não mais imitadora do Mestre. Quando Ele disse que não veio condenar, mas, salvar, referia-se à Sua missão redentora, pois, todos estavam perdidos.

A longanimidade de Deus espera ainda, o arrependimento de alguns. Porém, O Senhor ressurreto disse: “...Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas, quem não crer será condenado.” Mc 16;15 e 16

Ao encerrar Sua revelação O Senhor foi categórico em especificar tipos de pecadores que não entrariam em Seu Reino; “quanto aos tímidos, aos incrédulos, aos abomináveis, aos homicidas, aos fornicadores, aos feiticeiros, aos idólatras e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre; que é a segunda morte.” Apoc 21;8

Incrédulos colocados no mesmo rol de feiticeiros, homicidas, fornicadores, idólatras e mentirosos. Quem acha que exagerei ao definir como blasfêmia, considere a implicação do Juízo do Senhor.

Acho interessante ver ateus professos acusando nossa caminhada de ilógica. Primeiro, são o que a Bíblia define como naturais, ou, carnais; desses, diz: “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.” I Cor 2;14

Se prezam mesmo a lógica, deveriam se abster de discutir coisas do espírito, pois, seria um escárnio diante de Deus, semear na carne, e colher no espírito, e, como vimos no princípio, “Deus não se deixa escarnecer.”

Primeiro, não enxergam, porque lhes falta fé; depois, dizem que nossa fé é cega, porque lhes faltam olhos espirituais.

quarta-feira, 27 de julho de 2016

A entrega errada

“Pela fé entendemos que os mundos pela palavra de Deus foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente.” Heb 11;3

Não obstante alguns dizerem que a fé é cega, temos ela aqui em consórcio com o entendimento, que é produto da razão.

O entendimento sempre é uma reação racional em face a determinada informação, uma vez que, não podemos entender o que ignoramos. Se, eventualmente algum “insight” nos vem sobre coisas que desconhecemos, isso deve ser tributado à intuição espiritual, não, ao entendimento, que poderá advir depois, quando os fatos corroborarem a intuição.

E, o Evangelho é o conjunto de informações básico que deve ouvir todo o que almeja ingressar no Reino de Deus. O Velho testamento, com suas profecias, tipos proféticos, história, livros sapienciais, enfim, é um segundo escalão na gama de informações que deve ter todo aquele que, além de ser salvo anseia conhecer Deus, Sua relação com o homem. Não estou aquilatando valores sobre partes da Bíblia, apenas, traçando uma rota lógica dada nossa situação no tempo, se, desejamos salvação, e anexo, conhecimento do Senhor.

O Evangelho é, antes de tudo, um desafio à fé; depois, via discipulado, edificação, vão se encaixando peças no imenso “Lego” Divino, e construindo uma ponte entre o espiritual e o racional. Primeiro a fé atrai à cruz, que enseja uma separação do jeito de ser do mundo, para imitar Cristo; essa separação induz o entendimento a tornar-se alinhado com Deus, mediante o conhecimento de Sua Vontade. Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas, transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rom 12; 1 e 2

Entretanto, todos parecem entender de futebol, medicina, e Deus. Nesses assuntos todos dão pitacos, nem sempre, com o necessário entendimento. Se, no futebol, arbitram as paixões, na medicina caseira, um chá que não faz bem, geralmente, não faz mal, nas coisas de Deus não é tão simples assim.
Há mais de setecentas mil palavras na Bíblia, onde, além de falar de nós, Deus fala de si. Desse modo, temos amplo material para exercitarmos nossa fé e entendimento.

Todo dia deparo com textos religiosos onde alguém “entrega” seu dia, sua semana, seu emprego, seus familiares, a direção de um culto, nas mãos de Deus, para que Ele cuide. Não é certo fazer isso? Bem, suponhamos que você leitor, trabalhe com entrega de remédios. Seu meio de transporte está cheio dos tais. Como reagiria se, outrem pedisse que lhe entregasse laticínios, carnes ou, outra coisa qualquer, fora de seu ramo? Por certo dirias que não podes entregar o que não possuis.

Que somos arbitrários é pacífico; somos senhores de nossas vontades; isso foi feito por Deus. Posso desejar que O Eterno abençoe, proteja aqueles que me são caros, mas, eles não estão em meu domínio para que, eu abdique disso, comissionando ao Senhor em meu lugar, o que O faria meu servo, invés de, ser eu, servo Dele, como convém.

O meu caminho, minhas escolhas pessoais estão em meu poder, para que eu aja conforme as inclinações do meu coração. São esses, caminho, ( escolhas ) e coração, ( sentimentos ) que devo entregar, se, deveras, pretendo ser servo de Deus. O mais, não passa de arrogância blasfema, ainda que, religiosa. “Entrega teu caminho ao Senhor; confia nele, o mais, ele fará.” Sal 37;5 “Dá-me, filho meu, o teu coração, os teus olhos observem os meus caminhos.” Prov 23; 26 Notemos que, entregar meu caminho ao Senhor é um pouco mais que renunciá-lo; é escolher para mim os caminhos Dele.

Alguns compartilhas suas “Orações poderosas.” Desculpem a franqueza, mas, não existem orações poderosas. Apenas, orações que o Todo Poderoso aceita, e responde favoravelmente.


Os “sábios” conselheiros de Jó estavam “fora da casinha”, Deus os censurou e mandou que pedissem oração ao leproso Jó, pois, esse era aceitável ante Ele. “...oferecei holocaustos por vós, o meu servo Jó orará por vós; porque deveras a ele aceitarei...” Jó 42;8 Tiago também aludiu ao tema, oração, e derivou sua eficácia de um caráter justo de quem ora, pois, um assim é aceitável ante O Altíssimo. “Confessai as vossas culpas uns aos outros, orai uns pelos outros, para que sareis. A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos.” Tg 5;16 Notemos que o “justo” em questão tem culpas a confessar. Pois, Deus não chama aos perfeitos, antes aos arrependidos que se deixam aperfeiçoar. Aos tais, O Senhor Justiça Nossa, justifica.

sábado, 23 de abril de 2016

Os Campeões de Deus

“Então, também eu a ti confessarei que a tua mão direita te poderá salvar.” Jó
40;14

O advérbio, “então” refere-se a determinado caso, ou, momento. As palavras acima são de Deus, que, após propor a Jó algumas tarefas Divinas, disse que, se ele as executasse, O Próprio Criador reconheceria que o desafiado poderia salvar a si mesmo.

E, olha que Jó era um homem justo, tanto que, o Mesmo Senhor dissera que era reto, temente, e se desviava do mal.

Acontece que o mais alto padrão de justiça humana ainda fica mui aquém do parâmetro Divino. Isaías chutou o pau da barraca: “Todos nós somos como o imundo, nossas justiças como trapo da imundícia; todos nós murchamos como a folha, as nossas iniquidades como um vento nos arrebatam.” Is 64;6

Mesmo que sejamos justos em nossas relações interpessoais, e devemos ser, ainda estaremos distantes das aspirações do Santíssimo. O salmista expressou nossa impossibilidade redentora: “Aqueles que confiam na sua fazenda, se gloriam na multidão das suas riquezas, nenhum deles, de modo algum pode remir seu irmão, ou dar a Deus o resgate dele, pois, a redenção da sua alma é caríssima...” Sal 49;6 a 8

Esse valor, entretanto, não se mensura em bens, riquezas materiais, mesmo, justiça horizontal; pois, nesse caso, um justo como Jó serviria para desfazer o mal feito por Adão.

A demanda celeste era “um pouco” mais alta. Buscou para o Sumo Sacerdócio um, “Que não foi feito segundo a lei do mandamento carnal, mas, segundo a virtude da vida incorruptível. Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, feito mais sublime do que os céus; que não necessitasse, como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados, depois, pelos do povo; porque isto fez ele, uma vez, oferecendo a si mesmo.” Heb 7;16, 26 e 27

Gostemos da assertiva ou não, os melhores de nós, humanos, não passam de layouts, esboços grosseiros da arte final almejada por Deus. “Os melhores homens que conheci, - disse Spurgeon - estavam sempre descontentes consigo mesmo, em busca de algo que os tornasse ainda melhores.”  Eis uma virtude que Deus preza: Humildade, reconhecimento de nossas imperfeições, falhas, e, anseio por aperfeiçoamento.

Afinal, nosso parâmetro proposto não é Jó, malgrado sua justiça, mas, Cristo, Sua Justiça e Santidade. “Querendo o aperfeiçoamento dos santos para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo.” Ef 4;12 e 13

Um dos traços mais marcantes da Estatura Espiritual de Cristo era sua capacidade de manter-se Íntegro, Santo, em meio às adversidades. Nós, por nossa natureza frágil e comodista tendemos a querer facilidades, mesmo em ambientes adversos.

Os vencedores da Terra ganham coroas, faixas, troféus, medalhas... os do Céu, chagas, perseguições, calúnias, ódio... Nossa vitória, enquanto na Terra, não consiste numa chegada, antes, numa travessia perseverante.

Quantas vezes contemplamos alguém sofrendo por causa da justiça e “ajudamos”: “Confie, vai dar tudo certo”. Ora, quem sofre injustiças, perseguições, danos, e não abdica de seu temor a Deus, da prática das melhores obras, não carece que “dê tudo certo”, para tal, já deu. Cristo vence nele!

Uma canção, cujo autor, ignoro, traz: “Um campeão se mostra na derrota”. Não sei qual a luz espiritual tem quem escreveu, mas, se refere-se aos campeões de Deus, com certeza, disse muito bem. Aquilo que soa derrota aos olhos naturais é o triunfo dos de visão espiritual. Foi no auge da “derrota” que o Campeão do Campeões disse: “Está consumado”. Eu venci, acabou.

Paulo, na iminência de sua execução, invés de portar-se como perdedor, sua despedida foi de um grande campeão: “Porque já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, o tempo da minha partida está próximo. Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual, o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; não somente a mim, mas, a todos os que amarem sua vinda.” II Tim 4;6 a 8

Em momento algum rogou pela sua vida, antes, descansou seguro na Justiça de Deus, mesmo em face à morte. Vencedores assim são os mais eloquentes. Nenhum deles carece sair apregoando que venceu, pois, a própria vitória se encarrega de esculpir isso em alto relevo na rocha do testemunho.


Em suma, a justiça própria é incapaz, como Deus dissera a Jó, mas, a de Cristo imputada ao Seus, satisfaz ao pleito dos Céus. Nossa justiça é necessária, como servos de Deus; porém, redentora é apenas a Dele, a do “Senhor, Justiça Nossa.”