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domingo, 14 de abril de 2019

O Fogo Necessário

“Toda coisa que pode resistir ao fogo, fareis passar pelo fogo, para que fique limpa, todavia se purificará com a água da purificação; mas tudo que não pode resistir ao fogo, fareis passar pela água.” Nm 31;23

Despojos deveriam ser purificados antes de usados pelos hebreus. Uns, mediante fogo e água; os que não resistiam ao fogo, tão somente pela água.

Na compreensão de então, muitos rituais tinham conotação espiritual apenas; hoje sabemos que, ordenanças pertinentes a purificar os “imundos” tinham a ver, sobretudo, com cuidados higiênicos.

Como se falaria, naquele contexto de “ninharias” como bactérias, fungos, vírus...? Evite isso ou, aquilo, pois é imundo; tal instrução deveria bastar.

No caso supra da purificação dos despojos tinha ainda um componente psicológico de dissociar objetos usados em cultos pagãos com as coisas do Deus Vivo. Se, algo fosse utilizável, invés de um nivelamento por baixo entre O Altíssimo e os ídolos pagãos, saber-se-ia que aquilo fora purificado, consagrado antes de usado. Isso obrava a necessária separação.

Com o Ministério do Espírito após a vitória de Cristo tivemos um “upgrade” na compreensão sobre purificação. Não é apenas para as coisas exteriores, antes, é bem mais profunda do que isso.

Quando os discípulos do Senhor foram acusados de certas “impurezas” externas O Salvador objetou: “O que contamina o homem não é o que entra na boca, mas o que sai da boca, isso contamina o homem.” At 15;11

Paulo escrevendo a Tito abordou também essa impureza interior; “Todas as coisas são puras para os puros, mas nada é puro para os contaminados e infiéis; antes seu entendimento e consciência estão contaminados.” Tt 1;15

Quando o apóstolo diz que todas as coisas são puras, não devemos esticar a corda além da medida tencionada por ele; todas as coisas no contexto de proposições rituais a que se referia contra os judaizantes; isso não elimina a existência de coisas flagrantemente impuras.

O Senhor abordou a contaminação que sai da boca; Paulo foi à fonte; entendimento e consciência contaminados. Como se poderia purificar mediante fogo, ou água, tais “objetos”?

A Epístola aos Hebreus traz a “purificação” do sacerdócio levítico com tipo profético da que seria feita por Cristo; aquela externa apenas; essa, no âmago, na consciência.

“Mas, vindo Cristo, Sumo Sacerdote dos bens futuros, por um maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não desta criação, nem por sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção. Porque, se o sangue dos touros e bodes, e a cinza de uma novilha esparzida sobre os imundos, santifica-os, quanto à purificação da carne, quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo?” Heb 9;11 a 14

Notemos que as coisas dessa purificação não caminham do sujo para o limpo, estritamente; antes, do morto paro o vivo. Assim como os ídolos cultuados por muitos são meros fantoches inertes; “Ai daquele que diz ao pau: Acorda! à pedra muda: Desperta! Pode isso ensinar? Eis que está coberta de ouro e prata, mas dentro dela não há espírito algum.” Hc 2;19

Do mesmo modo, o homem que, antes da queda fora Imagem e Semelhança do Criador, tentou suprir a lacuna fazendo-se idólatra após; virou imagem e semelhança dos artifícios que criou. Fez bonecos eivados de artifícios e sem vida. A Purificação obrada pelo Salvador repara isso: Traz da morte para a vida.

Não por outra razão, a Palavra de Cristo que purifica é chamada de Água da Vida. Certo que, em Jeremias a Palavra de Deus é figurada como fogo; martelo que quebra pedras. Os dois elementos antigos de purificação. Água para todos; fogo só para quem pode suportar. Todos os convertidos podem, pois, “quando passares pelo fogo estarei contigo” diz O Senhor.

Depois da conversão, a veracidade com que a abraçamos é testada pelo “batismo de fogo” das provações. Aliás, muitos pentecostais confundem o batismo no Espírito Santo com Batismo de fogo. São duas coisas distintas. “... Ele vos batizará com o Espírito Santo, “e” com fogo.” Mat 3;11

Paulo amplia: “Se alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada um se manifestará; o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; o fogo provará a obra de cada um.” I Cor 3;12 e 13

Enfim, todos somos despojos impuros que O Senhor dos Senhores tomou ao derrotar o inimigo. Todavia, não tenciona usar nenhum, sem a devida purificação. “Com que purificará o jovem o seu caminho? Observando-o conforme tua palavra.” Sal 119;9

sábado, 6 de janeiro de 2018

Religião ou comunhão?

“... Não foram dez os limpos? Onde estão os nove? Não houve quem voltasse para dar glória a Deus, senão, este estrangeiro?” Luc 17;17 e 18

Jesus curara dez leprosos; não usou “água ungida”, “sabonete ungido” sal grosso, nada. Apenas disse: “...Ide, mostrai-vos aos sacerdotes. Aconteceu que, indo eles, ficaram limpos.” V 14

Um leproso só seria declarado limpo após supervisão dos sacerdotes. Havia certo ritual de purificação; duas aves limpas; uma seria sacrificada, outra, molhada com água da purificação misturada ao sangue do sacrifício, então seria solta; “Sobre aquele que há de purificar-se da lepra espargirá sete vezes; então o declarará por limpo, e soltará a ave viva sobre a face do campo.” Lev 14;7

Há um tipo profético nisso; o sangue de uma ave misturado com água aspergindo uma ave viva como sinal de purificação e retorno ao convívio social. Isso aponta para Cristo, a “Ave limpa” que deu Seu sangue misturado com água, (Sua Palavra) para que, sendo aspergidos sobre nós fôssemos purificados da lepra do pecado e voltássemos ao convívio com os santos.

No incidente acima Ele curou dez leprosos; o texto diz que apenas um, que era samaritano voltou para agradecer e glorificar a Deus. Talvez os judeus, conhecedores dos rituais de purificação se preocuparam mais com isso, que, mostrar gratidão. Seu zelo para com deveres religiosos era maior que o amor; o samaritano, não; seus passos após a cura foram em busca do Senhor para honrá-lO.

Os judeus curados comportaram-se como se Deus lhes devesse aquilo; como se não tivesse feito mais que uma obrigação; enquanto, o estrangeiro sentira-se abençoado grandemente.

Há muitos que se comportam assim em nossos dias; ser curados de sua lepra não os sensibiliza a ponto de manifestarem gratidão ao Salvador; antes, saem “declarando, decretando” isso ou aquilo, como se, a salvação fosse mero ingresso a um Reino onde se fazem co-regentes e começam controlar as coisas como desejam.

No caso dos judeus foi-lhes dada uma série de preceitos justos e sábios, que, cumprindo-os seriam um “Reino sacerdotal e nação santa” para abençoar em Nome do Senhor aos demais povos que se chegassem. Como o siro Naamã, certa vez. Não cumpriram quase nada do que lhes fora ordenado, contudo, sentiam-se santos; mais por decreto que, por observar modo de vida que Deus prescrevera-lhes.
Os leprosos atuais, uma vez curados cometem o mesmo erro; sentem-se numa posição privilegiada ante os demais como se, por decreto, não, pelo novo modo de vida.

O mesmo que Paulo disse dos judeus em Roma, bem se pode dizer a muitos crentes atuais: “Tu que tens por sobrenome judeu, (crente) repousas na lei, te glorias em Deus; sabes Sua vontade e aprovas as coisas excelentes, sendo instruído por lei; confias que és guia dos cegos, luz dos que estão em trevas, instrutor dos néscios, mestre de crianças, que tens a forma da ciência e da verdade na lei; tu, pois, que ensinas a outro, não ensinas a ti mesmo? Tu, que pregas que não se deve furtar, furtas? Tu, que dizes que não se deve adulterar, adulteras? Tu, que abominas os ídolos, cometes sacrilégio? Tu, que te glorias na lei, desonras a Deus pela transgressão da lei?” Rom 2;17 a 23

Como aqueles se ocuparam mais em rituais religiosos que com Cristo, muitos ainda perdem-se no mesmo erro como se, religião fosse mais relevante que comunhão.

Aí fazem seus “cultos da vitória”, campanhas de “derrubada de muralhas” como se, estar em Cristo já não fosse nossa vitória, ou, a queda de eventuais obstáculos dependesse de nossa iniciativa, não, da Soberania do Senhor.

Mas, foi O Senhor que os mandou ir e se apresentar aos sacerdotes; foi. Contudo, o mesmo Senhor disse, noutra parte: “Quando fizerdes apenas o que vos for mandado dizei: Somos inúteis”. Ele espera iniciativa, sobretudo, em direção ao amor, à gratidão.

Não somos servos por decreto; há certo pragmatismo que demonstra isso, ou, não. “O fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus; qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19, ou, “se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram; eis, que tudo se fez novo.” II Cor 5;17

Os samaritanos, os centuriões romanos, um anônimo, e Cornélio, estrangeiros que se avantajaram aos “santos” no conhecimento de Deus. Não que, conhecimento da Palavra não seja vital; mas, muitos perdem-se em teorias quando deveriam se achar num sadio relacionamento.

Salvação é muito mais que merecemos; motivo pra sermos eternamente gratos; se vier mais, será graça excedente, fruto do amor do Pai, pois, Ele não nos deve nada; e, amor não se reivindica; se vive, corresponde.