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sexta-feira, 25 de março de 2016

Bandeira Branca de Sangue

Glória a Deus nas alturas, Paz na terra, boa vontade para com os homens.” Luc 2;14

Bendito o Rei que vem em nome do Senhor; paz no céu, glória nas alturas.” Luc 19;38

Nesses dois louvores registrados por Lucas encontramos exaltações a Deus, e paz, em dois endereços distintos: Primeiro, na Terra; depois, no Céu. O contexto de cada exclamação nos fornece pistas dos motivos. Paz é um estado de ânimo bilateral. De nada vale uma parte sentir-se “em paz” estando a outra com mágoa, ferida não tratada. Assim, nossa reconciliação com Deus, que traz paz na Terra, requer alguma contrapartida que enseje paz, também, no céu.

A paz não é algo de geração espontânea, antes, uma consequência, como ensinara Isaías: “o efeito da justiça será paz, a operação da justiça, repouso e segurança para sempre.” Is 32; 17 Então, onde houver traços de justiça sendo praticada, no prisma espiritual, se vislumbrará rastros de paz com Deus.

Por isso, ao entrar no mundo Aquele que É, A Verdade, tendo vindo para ensinar a Justiça Divina, com sobejas razões, os anjos cantaram, “Paz na Terra”. “A misericórdia e a verdade se encontraram; justiça e paz se beijaram. A verdade brotará da terra, a justiça olhará desde os céus.” Sal 85;10 e 11

Se, a discórdia Divino-humana iniciou quando o primeiro homem foi instado a imputar injustiças a Deus, daí, desobedecer, a concórdia seria restabelecida agora, para com aqueles que, ouvindo A Verdade, se arrependessem, e passassem a dar crédito irrestrito a Deus; a isso equivale o, “glória a Deus nas alturas.”  O Santo que fora desonrado por calúnia e descrédito, seria agora devidamente glorificado, pela verdade e a fé.

Então, se Sua Santa presença entre nós é o bastante para trazer paz à Terra, a do céu tinha um reclame de justiça ainda não satisfeito. Por isso, tão somente quando O Salvador entrou em Jerusalém para oferecer a Deus a resposta “humana” para reconciliação, só então, o Espírito Santo verteu de lábios anônimos a certeza que se estava fazendo paz no Céu.

Se, lá no início, a humanidade embrionária ousou desobedecer Ao Criador, não temendo à morte, agora, o “Segundo Adão” levou a obediência às últimas consequências, ensinando de modo prático, em que sentido é sábio não temer à morte.

A necessidade judicial Divina demandou que Cristo se fizesse homem, pois, não havendo na Terra, “um justo sequer”, o preço que o Céu requeria, jamais poderia ter sido oferecida por nós. Deus entregara o domínio do Planeta ao homem. Competia ao homem, pois, colocar a “casa em ordem”; aqui temos a razão de ter, Cristo, descido da Sua Glória para se fazer um de nós. “Também o Pai a ninguém julga, mas, deu ao Filho todo o juízo; para que todos honrem o Filho, como honram o Pai. Quem não honra o Filho, não honra o Pai que o enviou. E deu-lhe o poder de exercer juízo, porque é Filho do homem.” Jo 5;22, 23 e 27

Para que o inimigo que derrotara um homem, não acusasse a Deus de injustiça, de trapacear, a justiça Divina fez Cristo vencer reduzido às limitações humanas. “E, visto como os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo; e livrasse todos os que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à servidão.” Heb 2;14 e 15

Desse modo, A Verdade ensinada pelo Mediador é o único aferidor confiável, pois, aquietando consciências, testifica que estamos em paz com Deus; ou, inquietando-as, denuncia  razões da nossa ruptura.

A paz no Céu foi alcançada no sentido geral, de desfazer a mentira do inimigo, os grilhões que detinham a humanidade à sua mercê; mas, a paz individual depende da resposta de cada um. Quem escolhe a impiedade em lugar da obediência desonra a Deus; não ensejando paz no Céu, tampouco, desfruta paz na Terra. “Mas, os ímpios não têm paz, diz o Senhor.” Is 48;22

Se alguém consegue, mesmo enlameado em culpas assegurar que é o mais honesto dos homens, não deriva, isso, de uma consciência pura; antes, outra, cauterizada. E é precisamente aí, que a eficácia do Sacrifício de Cristo sobrepuja em muito às pobres oferendas simbólicas do antigo sacerdócio. “...sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu imaculado a Deus, purificará as vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo.” Heb 9;14


Concluindo; nesse dia, dito Sexta-feira Santa, invés de sairmos nos emocionando e aplaudindo ao teatrinho estéril da crucificação, que tal reconsiderarmos nossas vidas, para ver se o sentido do Calvário faz sentido para nós?