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segunda-feira, 15 de agosto de 2016

O Gigante a vencer

“Disse Jessé a Davi, seu filho: Toma para teus irmãos um efa de grão tostado e dez pães, corre  levá-los ao arraial, a teus irmãos. Porém, estes dez queijos, leva ao capitão de mil; visitarás a teus irmãos, para ver se vão bem; e tomarás o seu penhor.” I Sam 17;17 e 18

Um pouco antes do célebre combate entre Davi e Golias, temos seu pai, Jessé enviando-o ao campo de batalha como mero supridor de logística e repórter, nada tendo a ver com o combate iminente.

Desse modo, sua inserção no exército, mais, seu protagonismo foi totalmente anormal, inesperado, surpreendente. Acontece que, a mente humana lida com a lógica, e essa, com circunstâncias, aparências, possibilidades naturais dos que a concebem.

Na verdade, mesmo os que pretendem conhecer e servir a Deus, traçam suas concepções “lógicas” como se, O Todo Poderoso fosse previsível às nossas mentes frágeis, ignorantes, limitadas. Paulo ensina: “( Deus ) ... é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos...” Ef 3;20, assim, “...As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam.” I Cor 2;9

Desse modo, tanto pode pegar mero anônimo que escolher para, mediante ele fazer grandes coisas, como fez com Davi; quanto, destronar um famoso, revelando as falsidades que esse oculta, como muito ocorre, infelizmente. Mediante Ezequiel acenou com algo semelhante: “Assim saberão todas as árvores do campo que eu, o Senhor, abati a árvore alta e elevei a árvore baixa, sequei a árvore verde e fiz reverdecer a árvore seca; eu, o Senhor, o disse, e fiz.” Ez 17;24

O Eterno não tem compromisso com nossas concepções lógicas, ademais, podendo ver corações, motivações, invés de meras aparências ou, ações, aquilo que nos é surpreendente, nada mais é, que o normal, para Ele. Esse é o papel da fé, pela qual o justo viverá. Ela supre os lapsos da nossa ignorância preenchendo as lacunas com a confiança irrestrita em Deus. “Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do seu servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no nome do Senhor, firme-se sobre o seu Deus.” Is 50;10

Mesmo o silêncio Divino tem lá sua eloquência para quem tem ouvidos espirituais. Pois, se “a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não veem.” Heb 11; 1 também consegue, depois de conhecer a Deus, “ouvir” entrelinhas do silêncio providencial de um Deus amoroso e sábio. O silêncio de Deus não é necessariamente Sua aprovação, antes, concessão de liberdade para que tomemos nossas decisões à luz do que sabemos ser Sua vontade. Um convite à maturidade espiritual.

Contra um que equacionara silêncio com anuência, aprovação, O Eterno denunciou: “Assentas-te a falar contra teu irmão; falas contra o filho de tua mãe. Estas coisas tens feito, eu me calei; pensavas que era tal como tu, mas eu te arguirei, as porei por ordem diante dos teus olhos.” Sal 50;20 e 21

Na verdade, os que buscam grandezas para si são réprobos aos olhos Divinos. Então, geralmente Deus recicla rejeitos sociais para fazer grandes coisas; os que se satisfazem com sortes módicas, às vezes são escolhidos para feitos notórios. “Mas, Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; escolheu as coisas vis deste mundo, as desprezíveis, as que não são, para aniquilar as que são; para que nenhuma carne se glorie perante ele.” I Cor 1;27 a 29

“A grandeza foge de quem a persegue, e persegue a quem foge dela”. (sabedoria judaica)

Assim, se há um gigante contra o qual temos que lutar inevitavelmente, esse, é o ego, que, malgrado a miserável sina de pecadores, insta mediante a natureza para que usurpemos o lugar de Deus, ansiando coisas que não nos cabem. Nessa peleja não estamos numa situação periférica, como fora inicialmente, a de Davi, antes, o protagonismo é nosso.


Seria injusto, Deus, que sonda corações requerer pureza de nós, quando nossas impurezas nos fossem ocultas; assim, nos ilumina mediante Sua Palavra, e capacita Pelo Espírito Santo, para que andemos na luz.

A mortificação do “Eu” só é possível na cruz, e nessa peleja a maioria estremece como estava o exército de Saul ante as ameaças de Golias. Contudo, os que recebem O Espírito e Nele andam, fazem das adversidades grandes vitórias, e dessas, encorajamento a outros que temiam uma igual luta. O mesmo gigante que amedronta quando vivo, se torna motivação para a luta, quando derrotado.